Texto base: “... foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar”. – 2 Coríntios 12.7 (AFC)
Qualquer fagulha de orgulho, ainda que tenha aparência de piedade, provém do diabo. Ele é quem incita os homens a entregarem-se as suas paixões pecaminosas. A carne e o mundo andam de mãos dadas. A falsa humildade é muito pior que o orgulho ostentado, visto que, muitas vezes, o próprio satanás se transfigura em anjo de luz.
O apostolado de Paulo foi posto em xeque por alguns irmãos da igreja de corinto. Todavia, Paulo, sabia quem ele era e conhecia muito bem Aquele que o chamou para o ministério. Por esta questão, Paulo resolveu contar uma das suas várias experiências. Ele fora arrebatado (se no corpo ou fora do corpo, isso não sabemos) até o terceiro céu. Lá viu coisas que não pôde dizer aos homens. Devido a excelência da visão, pela misericórdia, Deus colocou em Paulo, um espinho - algo que lhe incomodava. Tal espinho colocava Paulo no prumo quando ele era tentado a gloriar em si e não confiar na força de Deus.
Conosco não é diferente. Todos têm um “calcanhar de Aquiles”. Cada um é tentado na sua cobiça por aquilo que lhe atrai. Ninguém é forte em todas as áreas. Aquele que pensa estar de pé, a Escritura adverte, cuide-se para que não caia. Mas alguns ainda não entenderam isso. As pessoas mais santas - sem hipocrisia, se consideram as mais pecadoras; já as mais pecadoras, com muita hipocrisia - se consideram as mais santas. Deus repreende a quem ama, e açoita a todo aquele que recebe por filho. Não podemos confiar em nós mesmos, mesmo em nossos melhores momentos; também não precisamos se desesperar quando caímos ou tropeçamos nas fraquezas. O importante é prosseguir para o alvo – amando a Deus e odiando o pecado.
A conversão é gradativa porque Deus, que conhece nossa estrutura, sabe que se fôssemos libertos de nossas mazelas todas de uma vez, cairíamos no pior dos pecados, a saber, o orgulho espiritual. Dizer a verdade por dizer, até o diabo faz. Ele usa a lei contra nós. Ele nunca acusa sem fundamento. Todavia, o Senhor é bom e condenou o pecado na carne para cumprir a lei e nos justificar - não por obras, mas pela fé Naquele que morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação.
Se houvesse um debate teológico entre o “publicano” (que se humilhou diante de Deus) contra o “fariseu” (que se exaltou diante dos homens), não tenho dúvidas de que o fariseu sairia vitorioso e bastante aplaudido do debate devido o seu vasto conhecimento da Torá. Mas em Deus o crivo é diferente. Ele exalta o humilde e abate o soberbo. Existe muito filho de satanás matando os filhos de Deus com a lei. Se a sua 'santidade' te fez um orgulhoso, você deixou de ser santo e passou a ser um demônio.
Por isso precisamos ser constantes na oração; vigiando em todo tempo. O diabo não tem medo de arma! O inferno tem medo de oração! Oração é o reconhecimento de que não somos eficazes e que sem Deus nada podemos fazer. A meditação na Palavra nos ilumina acerca da vontade de Deus; a oração nos dar poder para cumpri-la, como está escrito: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41). A mente tem a lei de Deus porque nela medita; mas na carne, nos membros, há outra lei que só pode ser amortecida pela satisfação em Deus através da oração. Por isso Nosso Senhor mandou “orar” a vista do perigo da tentação.
Assim, sendo, podemos dizer que, o “espinho na carne”, contrário do que muitos pensam, é um presente de Deus para que nEle confiemos em todo o tempo; até mesmo naqueles momentos que parece não haver mais saída e nem perdão. Este espinho serve para remover nossa autossuficiência e nos leva confiar que somos amados quando estamos fracos e sem justiça alguma.
Que Ele, então, não remova de nós o "espinho" que nos esbofeteia para que, vindo o orgulho, junto dele, venha também este mensageiro para nos abater, trazendo a nossa memória que somos pó.
O espinho na carne me leva para a cruz. A cruz me dá acesso ao Pai. No trono do Pai sou recebido com graça e misericórdia. A graça e a misericórdia imputa justiça em mim. Logo sou declarado justo sem qualquer condenação. A segurança é eterna, pois está escrito: “nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor”(Rm 8.39).
Apenas persevere e lance sua confiança, não no seu desempenho espiritual, mas em Cristo, o Qual foi feito justiça perfeita em nosso favor.
Considere este artigo e arrazoe isto em seu coração,
Fabio Campos
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