Devemos segurar a Biblia em uma das mãos e o jornal na outra"
Em nenhum momento da experiência de Barth, esse principio ficou mais claro do que quando ele se opôs ao regime nazista
("Nação Raça Fuhrer")durante o tempo em que permaneceu em Bonn.
As igrejas tradicionais da Alemanha haviam cedido gradualmente as propostas de Hittler unindo-se aos "cristãos alemães" de orientação nazista. Isso significava, entre outras coisas, cooperar com a perseguição que os nazista moviam contra os judeus. Os cristãos alemães diziam coisas como " na missão aos judeus" percebemos um grave perigo para nossa nacionalidade.
É o portão de entrada para o sangue estrangeiro em nossa organização política[...] sobretudo o casamento entre alemães e judeus deve ser proibido. Queremos uma igreja evangélica que
tenha raízes em nossa nação[...] na missão nacional que Deus nos confiou.
É claro que muitos cristãos ficaram perplexos com apostura covarde dos cristãos alemães, o que resultou no surgimento de uma comunidade cristã de oposição, a "igreja confessante"
umas espécie d e igreja subterrânea com liderança e seminários clandestinos próprios.
Barth foi um dos pontas-de-lança da organização. Foi também um dos principais autores da Declaração de Barmen, na Alemanha, durante um congresso do qual participaram Luteranos, reformados
e outras organizações eclesiásticas que tinham se unido com um propósito de resistir a usurpação por parte do Terceiro Reich,do papel que cabia a igreja.
a declaração foi um desafio auto consciente ao regime de Hittler insistindo na autonomia da igreja em face da coerção política. A declaração era explicita em sua denúncia da ordem social reinante, na verdade uma desordem, conforme abaixo:
Repudiamos o falso ensinamento de que pode e deve reconhecer outros acontecimentos e poderes , imagens e verdades como revelação divina em pé de igualdade com a palavra de Deus como fonte de sua pregação[...]
Repudiamos o falso ensinamento de que há áreas de nossa vida cujo senhorio não é de Jesus Cristo, mas de outro Senhor, áreas nas quais não temos necessidade de justificação e de santificação por meio dEle[...]
Repudiamos o falso ensinamento de que o Estado pode e deve expandir sua responsabilidade específica tornando-se também a unica e total ordem da vida humana, cumprindo dessa forma também a comissão entregue a igreja.
De acordo com Barth a tirania nazista, uma idolatria é exemplo do que acontece quando a palavra de Deus dá lugar a palavra da humanidade e a teologia cristã , arraigada na bíblia, se confunde com a teologia natural
radicada na razão humana.
Barth se recusava a iniciar suas aulas com a saudação nazista "Heil hittler" e só concordou em assinar o juramento de lealdade ao Fuhrer na medida em que tal lealdade estivesse subordinada aos ditames do evangelho.
Depois de algumas alterações, ele foi sumariamente demitido de suas funções de professor em Bonn, e suas aulas foram canceladas.
Será que hoje há cristãos assim??
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