2015/03/21

Uma agenda como Deus quer



Uma agenda como Deus quer

 Quebra-Gelo

 Dê para cada um dos presentes uma folha de papel A4 e uma caneta. Peça para eles escreverem no cabeçalho da folha, como título, a frase “Minha agenda diária típica”. A seguir, peça para eles numerarem o canto esquerdo da folha, de alto a baixo, com as horas do dia (de 0:00 às 23:00). O resultado deverá ser uma folha semelhante à página de uma agenda. Isso concluído, instrua os participantes a escreverem como é, geralmente, um dia típico de suas vidas, colocando em cada hora do dia a atividade que normalmente realizam. Alerta: somente os compromissos ordinários deverão ser abordados e de maneira geral. Após todos terem terminado, inicie um bate-papo com as perguntas abaixo:

1. Sua agenda é folgada ou apertada?
2. Quantas horas do seu dia você dedica ao trabalho e/ou estudo?
3. Um dia típico de sua vida tem espaço para o lazer e entretenimento?
4. Você dorme, geralmente, quantas horas por dia?
5. Sua agenda gira em torno apenas de você, ou há espaço para atividades em que você se dedica aos outros?

Introdução
Lembro-me de, há alguns anos, quando criança, ter um álbum de figurinhas que mostrava a evolução e o desenvolvimento de várias coisas (carros, casas e aviões, por exemplo). A suposta linha de evolução do homem também estava presente, me chamando a atenção a figurinha do provável ser humano do futuro, o homem do século XXI. Os autores da coleção imaginaram como ele seria, destacando algumas de suas possíveis características. O estereotipo era de um homem branco, magro e com músculos pouco
desenvolvidos; a cabeça era grande, com um cérebro muito evoluído; era sem cabelos, barba e pêlos; e tinha um grande relógio de pulso no braço. O por quê dessas características foi dado: pouco contato com o sol e a natureza, devido a uma vida quase que restrita a grandes edifícios e construções, e uma vida sedentária, com poucas atividades físicas e muitas atividades intelectuais, eram as razões. Entretanto, o que mais me despertou a curiosidade foi a explicação dada para o grande relógio no pulso: o homem do futuro seria um ser dominado pelo tempo, que viveria em função do relógio, sendo dirigido e pressionado por uma agenda.

Em uma matéria da revista Isto é de 23 de fevereiro de 2005, intitulada Sinal dos tempos, Mônica Tarantino afirma que “sentir-se oprimido pelo relógio é algo bem comum nos dias atuais, que parecem cada vez mais curtos diante do acúmulo de compromissos” (p.55). “Não tenho tempo pra nada”, “estou na correria”, “estou perdendo tempo”, são frases muito comuns hoje em dia. O homem contemporâneo está mergulhado em uma agenda de intermináveis compromissos. Isso tem sido tão prejudicial à vida, que mudanças novcomportamento têm sido notadas. Mesmo quando não há nenhum compromisso marcado, continua-se correndo e reclamando da falta de tempo, o que é chamado de síndrome da pressa, segundo Tarantino, na matéria citada.

Será que Deus está preocupado com a correria em que estamos vivendo? Será que Ele gostaria de interferir nos compromissos diários de nossas agendas? Será que Ele tem um modelo de agenda para nós seguirmos? É sobre isso a ministração da célula de hoje, com base na parábola do bom samaritano.

Desenvolvimento do ensino:
Texto-base: Lucas 10.25-37
A parábola do bom samaritano, contada por Jesus para ilustrar o segundo grande mandamento (“amarás o teu próximo como a ti mesmo”), apresenta para nós três possíveis tipos de agenda: uma egoísta, outra exclusivista e uma altruísta.

1. Uma agenda egoísta
A agenda egoísta é representada, na parábola, pelos ladrões. Naquele dia, aqueles homens saíram de suas casas ou de seu esconderijo com um alvo em mente. Um compromisso estava marcado: aproveitarse de alguém, roubando-lhe seus bens preciosos. Eles tinham uma agenda egoísta. Aproximaram-se de uma pessoa pensando no que ela poderia lhes oferecer, em como poderiam se beneficiar dela. Não se preocuparam com a vida do homem que descia de Jerusalém para Jericó. Importavam-se apenas consigo mesmo. Quando sugaram tudo o que podiam daquele homem, deixaram-no estirado no chão. Será assim a nossa agenda? As pessoas que estão em nossas agendas são apenas aquelas com as quais podemos lucrar? Temos tido uma atitude egoísta para com o próximo? Estamos dispostos a nos relacionar com pessoas que não têm nada para nos oferecer?

2. Uma agenda exclusivista
O sacerdote e o levita tipificam a agenda exclusivista. Ambos saíram de suas casas tão preocupados com seus afazeres, que não deram atenção para o homem que havia sido assaltado. Quando o viram deitado no caminho, pensaram nos seus muitos compromissos religiosos e passaram de largo, ignorando-o. Tinham uma agenda exclusivista. Em suas vidas, só havia espaço para eles mesmos. Não tinham tempo para o outro. Pelo contrário, o outro poderia atrapalhar o andamento de suas vidas. Será assim a nossa agenda? Será que apenas nós ocupamos os horários disponíveis em nossas agendas? Temos tido uma atitude exclusivista para com o próximo?

3. Uma agenda altruísta
Finalmente, o bom samaritano fala da agenda altruísta, que é uma agenda como Deus quer. Diz a Bíblia que aquele homem “seguia o seu caminho” (Lucas 10.33). Tinha acordado de manhã e saído para mais um dia de labuta em prol de sua família. Sua mulher e filhos o haviam despedido com alegria e saudade e ele os vira desaparecendo no horizonte. Tinha muito que fazer, muitos negócios para realizar. Entretanto, de repente, quando viu um homem semimorto no chão, esquecendo-se de todos os compromissos marcados, compadeceu-se dele e foi ajudá-lo. Do seu próprio suprimento de viagem tirou óleo e vinho para tratar as feridas. Colocando-o sobre seu animal, levou-o para uma hospedaria, onde pôde melhor cuidar de seus ferimentos. Permaneceu mais de um dia assistindo àquele homem e disponibilizou dinheiro para a sua total
recuperação. Não sendo displicente com suas obrigações, foi cumprir com seus compromissos, mas sem deixar de lado o necessitado, dizendo que voltaria para ver como ele estava. Ele tinha uma agenda altruísta.

Para ele, amar pessoas era prioridade. O outro nunca era uma fonte de benefícios ou um problema, mas uma oportunidade de amar. Será assim a nossa agenda? Será que o outro está entre os compromissos prioritários de nossas agendas? Temos tido uma atitude altruísta para com o próximo?

Conclusão:
O nosso ego talvez seja o maior adversário que enfrentamos para viver uma vida cristã autêntica. É por isso que Jesus afirmou tão categoricamente: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (Lucas 9.23). O ser verdadeiramente discípulo de Jesus passa pela negação do nosso eu e pelo abandono de uma agenda egoísta e exclusivista. O apóstolo Paulo também diz algo a esse respeito em uma de suas cartas: “Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros” (Filipenses 2.4). O tipo de agenda ensinado pela Bíblia é a altruísta. As palavras próximo e outro(s) e a expressão “uns aos outros” aparecem diversas vezes no Novo Testamento, mostrando a importância de uma atitude altruísta. Somos desafiados, então, a mudar a nossa agenda, abrindo espaço para o outro em nossa vida diária.

Desafios:
1. Você está disposto a tomar o que aprendeu hoje como algo sério de Deus para a sua vida?
2. Que mudanças você precisa fazer em sua agenda para que ela se torne altruísta? Como vai colocar essa mudanças em prática?
3. Uma das maneiras de demonstrar amor ao próximo é servindo-o. Você estaria disposto a amar ao próximo, servindo na célula e/ou em algum ministério da IEM?

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