2015/03/21

Décimo Primeiro estudo da série: Seitas e Heresias.



Décimo Primeiro estudo da série: Seitas e Heresias.
ECUMENISMO
1. O ECUMENISMO
O movimento ecumênico é um dos movimentos mais comentados da atual fase da história eclesiástica. Por isso, faz-se necessário estudá-lo, para podermos confiadamente tomar posição.
1.1 ASPECTOS TEOLÓGICOS DO ECUMENISMO
A palavra "ecumenismo" é de origem grega (oikoumene) e significa: "a terra habitada", isto é, a parte da terra habitada pelo homem e organizada em comunidades sistemáticas, a saber: vilas, fazendas, cidades, escolas, instituições, etc. Com este significado, a palavra "ecumenismo" aparece nas seguintes passagens do Novo
Testamento:
• "... levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo [=oikoumene]. E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero" (Lc 4.5,6).
• "E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo [=oikoumene], para testemunho de todas as nações. Então virá o fim" (Mt 24.14).
No decorrer dos séculos, três diferentes segmentos do Cristia-nismo têm se apropriado desta palavra, reivindicando ecumenicidade:
1) A Igreja Católica Romana afirma ser ecumênica por abranger todo o mundo.
2) As igrejas ortodoxas do Oriente alegam sua ecumenicidade, apontando sua ligação com a igreja primitiva.
3) Certas igrejas protestantes, estimuladas pelo "Ecumenismo de Genebra", desenvolvem atividades no sentido de unir as igrejas de todo o mundo para com isso fazer visível a união da cristandade.
1.2. PROPÓSITO DO ECUMENISMO
Não obstante possuírem elementos distintos, as igrejas Católica Romana, Ortodoxa e protestantes vêm-se esforçando no afã de alcançar um ecumenismo amplo e sem fronteiras, e que culmine com a união de toda a cristandade. E com o propósito de tornar isso possível, duas medidas foram tomadas:
1) Por iniciativa de algumas igrejas protestantes, em 1938 foi fundado o Concilio Mundial de Igrejas (CMI), visando colocar sob uma mesma bandeira todos os segmentos do Protestantismo.
2) A realização do Concilio Vaticano II, no período 1962/65, em que foi largamente tratada a questão dos "irmãos separados" (uma referência aos protestantes) e sugeridos métodos para reuni-los num só rebanho.
Devemos reconhecer que a proposta ecumenista da Igreja Católica Romana, feita pelo Concilio Vaticano II, tem um alcance bem maior do que as medidas ecumenistas propostas pelo Concilio Mundial de Igrejas, pois visa congregar num só rebanho toda a cristandade. O ponto mais alto da questão ecumenista, proposta pela Igreja Romana, consiste num problema de duplo aspecto:
1) as igrejas protestantes e ortodoxas devem lembrar-se de ter deixado o catolicismo, decidindo-se voltar ao seio da "Igreja-Mãe"; 2) devem submeter-se à orientação do papa de Roma como o "único pastor". Evidentemente, para os protestantes e para a Igreja Ortodoxa, aceitar a política ecumênica do Vaticano significa a perda de iden-tidade e a renúncia de muitos séculos de luta contra o predomínio católico-romano, a adoração das imagens de escultura, a pretensa infalibilidade papal e demais hábitos e crenças pagas do catolicismo romano.
1.3. ALCANCE DO ECUMENISMO
Após vários anos de relutância contra o ecumenismo proposto pelo Concilio Mundial de Igrejas, as igrejas ortodoxas da Rússia, Bulgária, Romênia e Polônia fizeram-se membros efetivos do Concilio, pelo qual a Igreja Católica Romana, até então indiferente e até mesmo suspeita, passou a demonstrar um profundo interesse. Na assembléia do Concilio Mundial de Igrejas, reunida em Upsala, em 1968, os quinze observadores oficiais da Igreja Romana foram recebidos com uma calorosa salva de palmas. Inclusive um deles chegou a dizer que esperava o dia em que sua igreja viesse a ser um dos membros efetivos do citado Concilio. Por todo o mundo onde o Concilio Mundial de Igrejas tem as suas filiais, os católico-romanos e protestantes estão se aproximando cada vez mais, unindo-se em muitos dos seus projetos e atividades da igreja. Hoje é muito comum ouvir de cultos e outros eventos religiosos, celebrados por pastores protestantes e sacerdotes católicos, ou vice-versa. No Brasil, o ecumenismo tem lançado suas bases através do Concilio Nacional de Igrejas, e dele já fazem parte a Igreja Luterana, a Episcopal do Brasil, a Cristã Reformada e a Católica Romana.
1.4. NOSSAS OBJEÇÕES AO CMI E AO ECUMENISMO
O reverendo Alexander Davi, da Igreja Reformada, e professor do Seminário Teológico da Fé, de Gujranwala, Paquistão, abandonou o Concilio Mundial de Igrejas, e justificou a sua decisão com as seguintes palavras: "O Concilio Mundial de Igrejas está nos levando para a Igreja Católica Romana. O seu programa expresso é conseguir a união de todas as denominações protestantes em primeiro lugar; depois a união com a Igreja Ortodoxa Grega, e finalmente a Igreja Católica Romana. "Essa união com a Igreja Católica Romana será uma grande tragédia para as igrejas protestantes, porque, em conseqüência, destruirá o testemunho distintivo do protestantismo. A Igreja Católica Romana não modificou a sua doutrina desde os dias da Reforma do século XVI, pelo contrário, tem acrescentado muitas tradições e superstições ao seu credo. Portanto, no caso de uma união, as igrejas protestantes serão, em última instância, absorvidas em uma igreja católica monolítica" (O Presbiteriano Bíblico, dezembro de 69 e maio de 70).
Sede do Conselho Mundial de Igrejas (Genebra, Suíça) Isto posto, é a seguinte a nossa posição diante do Concilio Mundial de Igrejas e de suas pretensões ecumenistas:
1) A unidade sobre a qual Cristo falou em João 17.19-23 tem o próprio Cristo, e não qualquer outra pessoa (mesmo que seja o papa), como centro de convergência.
2) Insistimos na absoluta necessidade de o homem nascer de novo (Jo 3.3), condição única para a salvação, enquanto o ecumenismo proposto pelo CMI procura congregar num "só rebanho", salvos e ímpios, como se nenhuma diferença existisse entre ambos.
3) Insistimos na necessidade do cumprimento da ordem missionária de Jesus, o que só será possível se virmos os homens como Cristo os viu, pecadores perdidos, sujeitos ao inferno, não importando a que religião pertençam (Lc 19.10).
4) Insistimos na unidade da Igreja invisível em torno de Jesus Cristo, mas sob a orientação do Espírito Santo, independentemente do que os esforços e a política humana possam fazer.
5) Cremos que o Concilio Mundial de Igrejas, com a sua política ecumenista, está sendo instrumento de Satanás para levantar na Terra uma "superigreja" que, após o arrebatamento da verdadeira e triunfante Igreja, dará suporte espiritual ao governo do Anticristo, da Besta e do Falso Profeta, durante a Grande Tubulação. Por estas e tantas outras razões, repudiamos o Concilio Mundial de Igrejas e a sua política ecumenista.

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