Se eu quero, eu mereço
Nossa geração idealizou dois conceitos, dentre alguns; um é o desejo, outro, o mérito. Nosso limite já não é a Ética, mas a Carência, ou seja, definimos que é lícito aquilo que desejamos; basta querermos que algo se torna aceitável e assim definimos como objetivo.
Uma vez definido um objetivo de vida, baseado numa Carência e não no bem comum que a Ética defende, precisamos de uma Legitimação Moral. Moralidade não é necessariamente Ética, mas um entendimento comum, aquilo que pensa a maioria. E a maioria justifica o Hedonismo, que é a busca do prazer como um fim em si mesmo, como uma questão de Mérito.
Você trabalha muito, então merece consumir tudo o que deseja. Você dedicou-se à família e à sociedade, merece uma folga existencial através deste romance extraconjugal. Etc. Você Merece, então satisfaça seu Desejo.
O Desejo não está acima da Ética do bem comum e da vida. E nada nos torna merecedores senão da morte a que submetemos todo o Universo com nosso pecado.
Enquanto isso, o Evangelho continua convidando à negação de Si mesmo, à resistência ao Desejo como Ética e à Moral do Mérito como permissão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário