A Bíblia faz notórias revelações sobre homens de fé.
Entre eles, Moisés, que falou e agiu
de forma extraordinária; Abraão,
que é chamado pai da fé; Elias, que orou
e veio fogo do céu; Eliseu, seu sucessor,
que igualmente foi usado poderosamente
por Deus; e tantos outros. Todos agiram por fé,
porque sem fé não há resultados.
Entre eles, Moisés, que falou e agiu
de forma extraordinária; Abraão,
que é chamado pai da fé; Elias, que orou
e veio fogo do céu; Eliseu, seu sucessor,
que igualmente foi usado poderosamente
por Deus; e tantos outros. Todos agiram por fé,
porque sem fé não há resultados.
A vida cristã é centrada na fé: “o justo viverá pela fé”, Hb 2: 4; “Esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé”, 1Jo 5: 4.
Tipos de fé
A fé natural se constitui num elemento puramente humano. Essa fé é daquele que crê que Deus existe, mas nele não deposita confiança. Qualquer pessoa pode possuí-la, independente de ser cristão ou não. É a fé que o agricultor tem quando semeia o trigo, o arroz, o feijão, com a esperança de que vai nascer. Satanás também acredita que Deus existe e tem poder, Tg 2: 19.
A fé salvadora nasce no coração pelo ouvir a Palavra de Deus. Leva o pecador a arrepender-se, a aceitar a salvação gratuita oferecida por Cristo e as promessas divinas acerca da salvação: “Logo a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo”, Rm 10: 17; “Vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus”, Ef 2: 8.
A fé como resultado do fruto do Espírito é uma das qualidades do caráter cristão produzida pela santificação. É uma fé que expressa fidelidade e que justifica:“Justificados, pois, pela fé, tenhamos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”, Rm 5: 1. A fé que atrai o amor de Deus ao coração: “e a esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo...”, Rm 5: 5.
A fé como dom do Espírito é um equipamento sobrenatural, que concede ao crente poder de confiar em Deus nas ocasiões em que só um milagre pode alterar a situação. É um poder extraordinário de confiança no Senhor, capacitando para se valer dos recursos do poder divino. É um alto grau de fé, no poder e na misericórdia, mediante a qual até milagres podem ser operados, Hb 11: 32-34. A fé como dom permitiu que os perseguidos e os mártires fossem sustentados e se mostrassem perseverantes até o fim, At 5: 40-42.
Este dom capacita o crente a confiar quando tudo está aparentemente perdido, sem a mínima esperança de uma solução, atua visando fazer triunfar a vontade de Deus. Aqui, o impossível se torna possível, o abstrato se torna concreto, o invisível se torna visível, e o absurdo se torna uma possibilidade. Para Deus nada é impossível.
Considerações importantes sobre a fé
Distinguindo fé como dom e como fruto. A fé como fruto do Espírito é uma ação de Deus em nós, e a fé como dom espiritual é uma ação de Deus através de nós. A fé como fruto representa a crença incondicional em Deus. A fé como dom significa aquele poder sobrenatural de solicitar a intervenção divina de modo a gerar um ambiente propício para que Deus opere e transforme a situação.
Distinguindo o dom da fé, do dom de milagres. Embora o dom da fé se assemelhe ao dom de milagres, existe uma distinção importante. Exemplo: se, ao ser lançado na cova dos leões, Daniel tivesse causado a morte dos leões, isso poderia ser entendido como dom de operação de milagre; no entanto, ao permanecer no meio desses famintos e ferozes animais sem sofrer nenhum dano, Daniel evidenciou o dom da fé. O profeta demonstrou, pela sua aparente passividade, toda fé que depositava em Deus.
A diferença entre os dois dons é que, enquanto o dom de milagres requer uma ação concreta, o dom da fé se caracteriza pela atitude aparentemente passiva do crente.
O dom da fé não depende do nível de maturidade dos demais tipos de fé e tampouco pode substituí-los. Em 1Reis 18, o profeta Elias revelou um grau extraordinário de fé ao demonstrar uma inabalável confiança na intervenção de Deus diante do desafio dos profetas de Baal. Em 1Reis 19: 2-3, vemos sua fé falhar, ao fugir por cauda das ameaças da rainha Jezabel. Preservado e protegido pelo Senhor, nos tempos seguintes Elias pôde contemplar a vitória.
A fé e seus desdobramentos
Mateus 17: 14-20 está nos convocando a uma dimensão de fé a que não estamos acostumados. Ou nos esquivamos, ou tenhamos a coragem espiritual de assumirmos que é para hoje e para nós. Este acontecimento é mais bem explicado à luz de Marcos 9.
Jesus estava no monte da transfiguração com Pedro, Tiago e João. Ao pé do monte, os demais discípulos estão num bate-boca com os fariseus sobre doutrina, e são interrompidos pelo pai de um garoto possesso, que os discípulos não conseguem libertar. Então vem Jesus e expulsa. Seus discípulos então o questionam: “Por que nós fracassamos?”, Jesus explica que eles têm uma fé pequena.
A hipérbole é uma comparação exagerada que se usa para se ensinar um conceito, como: “as cidades são grandes e muradas até o céu...”. São ensinos que, na verdade, falam de problemas da vida. Jesus usa uma hipérbole para ensinar sobre a fé. Até que ponto minha fé, a minha caminhada com Deus, tem esse lado prático? Até que ponto minha fé me ajuda a derrubar as barreiras e não me deixa retroceder?
Estamos vivendo um Cristianismo exageradamente frio, metódico, racional, ritualístico, cerebral que nos impede de remover as montanhas. Hebreus 11 é uma descrição da fé, não uma definição. Fé não é um poder dirigido a Deus. É uma convicção no caráter de Deus. Digo isso por que:
A fé é proporcional à nossa integridade moral, v. 17: “Geração perversa...”. Perversão é um desvio moral, sinônimo de maldade, desvio de caráter, falência moral. Nossas faltas nos limitam, cedemos pequenas brechas, “permitimos areia na engrenagem”, abrimos pequenas concessões para o mal.
O que dá integridade é a pureza que traz paz e que dá ousadia diante de Deus. Parece que estamos presos por uma bola de ferro nos pés e não conseguimos caminhar. Essa bola é a falha do caráter, é fruto do pecado. Você não poderá ser intercessor, porque cada vez que chegar diante de Deus, chegará cabisbaixo, agoniado para pedir perdão.
A fé é proporcional à nossa integridade espiritual, v. 17: “Oh! geração incrédula...”. Incredulidade não é fé pequena, é ausência de quebrantamento. Nossa moral determina nossa doutrina, e isso endurece o nosso coração à voz do Espírito Santo. A fé é composta de quebrantamento; o diabo crê e estremece, mas não se quebranta e Deus quer gente quebrantada.
A fé é proporcional à nossa capacidade de experimentá-la, v. 9, 14. Ao descer do monte, tiveram uma experiência fantástica de fé. Fé é a nossa ousadia em colocá-la em prática. Fé não é acreditar Que, mas Em Deus. Fé é descer do monte para o vale e dizer ao demônio: “Sai em nome de Jesus”.
A fé é proporcional à nossa intimidade com Deus. Vamos ser sinceros: nossa fé é pequena, porque não conhecemos bem a Deus. Conhecer a Deus gera confiança nele, Jó 19: 25-27; Dn 3: 17. Paulo disse: “Eu sei em quem tenho crido, e estou bem certo que é poderoso para guardar o meu tesouro até o dia final”. Assim, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó precisa ser o seu Deus.
Conclusão
Como começo esse processo que conduz a uma nova dimensão espiritual? Através de uma decisão radical: vou mudar de vida, quero aplainar caminho, endireitar veredas ao Senhor. Quebrante seu coração diante de Deus, Sl 32, 51. Disponha-se a praticar a sua fé e coloque toda a sua confiança no caráter de Deus.
Rubens Goulart
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