A grama do vizinho
Quando a gente lê a Bíblia inteira, de Gênesis à Apocalipse, sempre encontra algumas pedreiras pela frente. A mais comum é Levítico, com a descrição do tabernáculo e das leis. Mas quem nunca teve que lutar pra terminar as genealogias de Crônicas ou as visões de Joel e Ezequiel?
Hoje esbarrei numa das minhas montanhas: Provérbios. Diferente de muitos outros irmãos, não tenho tanta familiaridade com o texto. Gosto mais de argumentos elaborados sequencialmente do que uma coletânea de ditos, por mais úteis que sejam. Pra mim, é informação demais num espaço muito curto de tempo.
Mas nessa lida, deparei-me com um texto muito impactante, principalmente por sua sabedoria. Salomão, que era um homem entendido de relacionamentos, gasta bastante tempo do livro falando sobre a “mulher imoral” – simbolizando o adultério em si.
“Porque os lábios da mulher imoral destilam mel, e sua boca é mais suave que o azeite” (Proverbios 5.3). Creio que esse é um dos assuntos intocáveis da Bíblia no evangelicalismo brasileiro moderno. Assumimos que é domínio público a pecaminosidade do adultério. Tratamos como assunto batido!
Mas creio que precisamos ser relembrados disso constantemente! Todos, casados, solteiros e eunucos, somos tentados, em algum momento, a nos envolvermos com alguém comprometido. Pelo menos em pensamento. O que dá no mesmo, em certo sentido (Mateus 5.28)
Os lábios da mulher (ou homem) imoral destilam mel e sua boca é suave. “As águas roubadas são doces, e o pão que se come às escondidas é gostoso” (Provérbios 9.17). O proibido nos atrai. Acalentar, na mente, o envolvimento com outra pessoa é gostoso. É precisamente no poder sedutor desta ideia que mora o perigo!
“Mas no final é amarga como o absinto, afiada como a espada de dois gumes” (Provérbios 5.4). Os poucos minutos de doçura rapidamente dão lugar ao amargo e à morte – simbolizada pela espada.
Deus nos criou para sermos fiéis aos nossos companheiros. Além disso, somos chamados a respeitar o compromisso dos outros. Por mais atraente que seja o convite de nos deitarmos em outra cama – ou gastarmos horas pensando nisso – esse é o caminho da morte.
“Fica longe dela e não te aproximes da porta da sua casa para que não entregues tua força aos outros” (Provérbios .:8-9a). Preste atenção à ênfase: “não te aproximes da tua porta”. Esse não é um assunto pra brincar! Às vezes acreditamos que somos fortes o suficiente. Então, não agimos de forma direta, necessariamente. Porém brincamos com os limites da prudência.
Mentimos pra nós mesmos dizendo que a conversa no Whatsapp é inocente, que é só uma checada rápida no Facebook, apenas um café, uma conversa, um cinema, uma rememoração saudável do passado. Cada vez mais perto da porta que nos leva à perdição.
Entenda, o ponto não é assumir uma postura legalista. Não precisamos nos abster de ter contato com pessoas do sexo oposto. Nós vivemos numa comunidade de fé e de amor baseada em relacionamentos! Mas sabemos bem quando nossas intenções são puras e quando há perigo real. O Espírito Santo testifica aos nossos corações da verdade.
Não brinque com fogo! “Pode alguém colocar fogo no peito sem queimar a roupa? Pode andar sobre brasas sem queimar os pés?” (Provérbios 6.27-28).
Cuide do presente que o Senhor lhe deu! “Bebe a água da tua própria cisterna. Alegra-te com a esposa que tens desde a mocidade!” (Provérbios 5.15a e 18b). Não pense que esse assunto é para os novos na fé. É para todos nós!
Não é muito meu costume, mas peço que você converse com seu namorado, noiva, esposa, pretendente. Trate isto com seu parceiro. Orem ao Senhor e lutem pela santidade do relacionamento de vocês!
O Senhor reserva presentes, alegria e maravilhas para os que acreditam, confiam e obedecem a Sua palavra!
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