2015/05/01

JOSÉ DO EGITO: MAIS QUE DERROTADO OU MAIS QUE VENCEDOR? (PARTE 01)




Já no início da história da humanidade´, podemos extrair um dos melhores exemplos do que desejamos destacar nestes artigos. Quem não conhece a incrível e emocionante história de José? Ele era o filho querido (e preferido) de Jacó (Gn 37:3). Ele foi traído pelos seus próprios irmãos, que planejaram matá-lo primeiramente (Gn 37:18) e por puro ódio e ciúme, resolveram vendê-lo para uma caravana de ismaelitas que estava indo para o Egito (Gn 37:4-5,11,25-27), e estes, por sua vez, o venderam a Potifar, capitão da guarda e oficial do Faraó (Gn 37:36). À despeito de tudo isso, Deus honrou a José, lhe deu prosperidade e permitiu que ele morasse com Potifar (Gn 39:1-2), que ao ver que tudo o que José realizava prosperava o elevou à administrador de seus bens (Gn 39:3-4). Percebam até aqui a ação providencial de Deus sobre José depois das provações pelas quais ele passou. Deus até mesmo abençoou Potifar por causa de José (Gn 39:5).

Mas logo surgiu uma nova provação para José, pois a mulher de Potifar se sentiu atraída por José, que realmente era muito atraente segundo a Bíblia (Gn 39:6), e o convidava insistentemente a manter relações sexuais com ela, cometer adultério com ela contra Potifar, mas José se manteve firme em seu compromisso com Potifar e principalmente em seu temor a Deus e fugiu da presença daquela mulher (Gn 39:6-10). Mas, diante de uma perversa conspiração contra José tramada por ela para incriminá-lo injustamente como se ele a tivesse assediado, ele foi aprisionado junto com os prisioneiros do rei (Gn 39:11:20). José nos deu aqui um grande exemplo, mesmo sendo ainda muito jovem, um adolescente, com certeza cheio de vida e na fase quando os hormônios masculinos produzem um forte desejo sexual, ele era tão temente a Deus que preferiu, mesmo diante de uma injusta puniçao, ir para a cadeia do que entristecer ao seu Deus com aquele pecado.

Que situação complicada não é mesmo? Depois da assenção e prosperidade de José no Egito, mesmo ele dando um grande testemunho de sua fé em Deus, ele foi injustamente aprisionado. Por que Deus teria permitido mais essa provação? Mas...

"...o SENHOR estava com ele [José] e o tratou com bondade, concedendo-lhe a simpatia do carcereiro." (Gn 39:21). [citação entre colchetes de nossa parte]

Deus tocou no coração do carceireiro para que o mesmo nutrisse simpatia por José a tal ponto que José se tornou responsável por todos os prisioneiros e pela administração da prisão (Gn 39:21-23).


Percebam mais uma vez o propósito de Deus por detrás das situações adversas. Deus não permitiu sem propósitos aquela injustiça com José cometida pela mulher de Potifar e mesmo na prisão José mais uma vez foi elevado por Deus a um alto posto e ainda o usou para interpretar os sonhos que o chefe dos copeiros e do chefe dos padeiros tiveram, dois oficiais do faraó que foram presos na mesma prisão que José estava administrando devido a terem ofendido o faraó (Gn 40:1-18). A concretização dos sonhos foi que, após ambos os oficiais terem sido reapresentados ao faraó, no dia do seu aniversário, o chefe dos copeiros foi restaurado à sua posição e o chefe dos padeiros foi enforcado (Gn 40:20). Mas, José, mesmo tendo pedido ao chefe dos copeiros para que, quando o mesmo tivesse retornado ao seu alto posto, intercedesse por ele junto ao faraó, pois estava sendo injustiçado, foi esquecido pelo chefe dos copeiros, ou seja, mais uma vez foi injustiçado (Gn 40:23).

Pior ainda, lendo o relato de Gênesis 41:1-46, essas injustiças ainda demoraram dois anos para serem reparadas. José, portanto, ficou mofando na cadeia mais dois anos. Impressionante não é mesmo? Mas Deus foi injusto? Por que Ele deixaria um filho Seu na cadeia mais dois anos, alguém tão zeloso e que já tinha dado provas incontestáveis de seu temor a Ele?

O Rev. Hernandes Dias Lopes, em seu programa televisivo "Verdade e Vida" na mensagem intitulada "Transformando tragédias em triunfo" considerou muito sabiamente especificamente sobre mais essa situação injusta pela qual José enfrentou:

"Você poderia perguntar: 'Mas onde está Deus, que deixa um filho seu inocente padecendo na prisão injustamente ?' Aqui está um princípio maravilhoso: Sabe por que Deus não tirou José da prisão quando ele queria sair da prisão? Porque se José tivesse saído da prisão quando ele queria sair de lá, o máximo que ele teria sido era um bom lavador de copos no palácio de faraó. Naqueles dois anos, Deus estava construindo a rampa do palácio para que ele [José]saísse da prisão e fosse para o palácio ser governador do Egito. Quando você pensa que Deus está longe, distante ou indiferente, na verdade Deus está trabalhando no turno da noite preparando algo maior e melhor para você." [citação entre colchete de nossa parte]


Portanto, voltando ao texto sagrado, vemos que esta última injustiça cometida contra José só foi reparada justamente depois que o faraó teve dois sonhos, que os magos e sábios do Egito não puderam interpretar, mas o chefe dos copeiros, reconhecendo que errou, mencionou ao faraó o que José fez por ele na prisão, o que fez com que o faraó ordenasse que trouxessem José à sua presença, ocasião quando José, pelo poder de Deus, interpretou os sonhos do faraó, revelando os propósitos de Deus para com o Egito naqueles próximos anos e ainda trouxe sábios conselhos ao faraó de como ele deveria agir para com a fome que castigaria a sua nação, o que fez com que o faraó, percebendo que José estava sendo usado por Deus, o elevasse ao comando do palácio e de todo o povo egípcio, sendo o segundo em comando em toda aquela nação, lhe concedeu todas as honrarias de seu alto posto e ainda lhe deu por mulher Azenate, filha de um de seus sacerdotes (Gn 41:37-46; comparem com At 7:9-10).


E, por fim, sem mencionar em detalhes toda a questão que envolveu o relacionamento de José com seus irmãos já no Egito na época da grande seca, mesmo que eles ainda não soubessem quem ele era (Gn 42, 43 e 44), mas acreditavam que ele estava sendo usado por Deus para castigá-los justamente por tudo o que eles tinham feito contra ele (Gn 42:21), vemos que finalmente José não suportou mais esconder a verdade e se revelou a seus irmãos de forma extremamente emotiva (Gn 45:1-4). E ao contrário do que muitos de nós talvez gostariam que acontecesse, ele não se vingou de seus irmãos. Pelo contrário, em uma declaração tranquilizadora e de uma fé incrível nos propósitos divinos, ele disse:

"Agora, não se aflijam nem se recriminem por terem me vendido para cá, pois foi para salvar vidas que Deus me enviou adiante de vocês. Já houve dois anos de fome na terra, e nos próximos cinco anos não haverá cultivo nem colheita. Mas Deus me enviou à frente de vocês para lhes preservar um remanescente nesta terra e para salvar-lhes a vida com grande livramento. Assim, não foram vocês que me mandaram para cá, mas sim o próprio Deus. Ele me tornou ministro do faraó, e me fez administrador de todo o palácio e governador de todo o Egito." (Gn 45:5-8).

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