Eu ainda criança ouvia falar que os prefeitos eleitos na minha cidade só construíam chafarizes — realmente, a cidade era uma gracinha — contudo, quando necessitávamos de assistência médica e odontológica era uma calamidade[...] Bem, todo esse preâmbulo é para descrever um fenômeno ainda muito comum em nossos dias, e também em nossas igrejas: a necessidade de mostrar, de aparecer e de viver de aparências.
No ministério de música de nossas igrejas, tal fenômeno, o dos chafarizes, podem ocorrer com frequência, e até ouso afirmar que algumas igrejas exigem isso de seus ministros. Espetáculos musicais, músicas alegres e dançantes, que promovem mais euforia que alegria — me refiro àquela de Sl 26.13. Cito aqui a célebre frase do missionário-músico americano Bill Ichter autor de vários hinos que cantávamos: “desejo uma música que mexa com o meu coração, e não com os meus pés”.
Uma frase que completa a reflexão suscitada pelo fenômeno político do chafariz. Muito brilho, beleza, encantamento e pouca utilidade. De que me adianta o brilho dos chafarizes, quando as necessidades básicas não são supridas? Gostaria de transpor esse questionamento para a realidade do ministério de música:
de que adianta musicais, sonorização de última geração, festas e belos instrumentos — ou até mesmo bons instrumentistas — se o povo continua padecendo por falta de entendimento? (Os 4.6)
Nossa proposta para o ministério de música ou de artes é de que ao invés de construirmos chafarizes, prefiramos os alicerces. Devemos investir na formação de artistas que sejam servos, que não só toquem bem e com júbilo (Sl 33.3) contudo, toquem e cantem com entendimento (1Co 14.15).
Nossa proposta para o ministério de música ou de artes é de que ao invés de construirmos chafarizes, prefiramos os alicerces. Devemos investir na formação de artistas que sejam servos, que não só toquem bem e com júbilo (Sl 33.3) contudo, toquem e cantem com entendimento (1Co 14.15).
Que através da música tragam as pessoas a Deus e também levem Deus às pessoas, com música de qualidade técnica, mas sobretudo com conteúdo espiritual — não esqueçam: música sacra é essencialmente letra, portanto, se as pessoas não entenderem o que cantamos como dirão amém? Conteúdo que identifica o nosso Salvador Jesus Cristo, que revele Jesus: seu amor, seu modo de viver e seu poder que nos transforma e nos aperfeiçoa a cada dia.
Portanto, amados, orem e apoiem o ministério de música mesmo que às vezes não os encantem com frondosos chafarizes, mas que está trabalhando na construção de vidas que antes da bela aparência, estejam firmes e alicerçadas na rocha que é Jesus.
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