LEI MENINO BERNARDO
A um passo de entrar em vigor, a Lei reforça no Brasil o princípio da educação não-violenta. Veja estratégias para serem usadas por pais e mães.
A Lei Menino Bernardo – antes batizada de Lei da Palmada – foi aprovada ontem no plenário do Senado e segue, agora, para a sanção presidencial. Na eminência de entrar em vigor, o grande desafio que traz é a incorporação deste princípio de não violência na educação das crianças brasileiras. A Rede Não Bata, Eduque preparou uma lista de estratégias educativas não violentas para ajudar pais e mães a educar sem violência – nem palmadas, nem descontrole verbal, nem castigos físicos – e fomentar a educação baseada no respeito, e não no medo.
1. Se acalme – Respire fundo antes de chamar a atenção de seu filho ou filha. Evite discutir os problemas enquanto estiver com raiva: de cabeça quente, você pode dizer coisas inadequadas para a aprendizagem das crianças, que podem magoá-las tanto quanto nos magoariam se fossem dirigidas a nós.
2. Sempre tente conversar com as crianças, mantendo abertos os canais de comunicação – Entender porque algo está acontecendo ao conversar com a criança é o primeiro passo para que, juntos, encontrem uma solução ou façam uma combinação.
3. Seja o exemplo - É preciso que você mantenha um comportamento que possa ser seguido pela criança. Por exemplo, se você beber suco diretamente da garrafa irá ensiná-lo que esse é um comportamento adequado. Assim como falar mal das pessoas depois de encontrá-las. Seu filho aprenderá muito mais com o seu exemplo do que com o que você diz a ele sobre o que é certo ou errado. Isso vale também para os pequenos atos de higiene do cotidiano: escovar os dentes, lavar as mãos antes de comer, etc. É mais fácil para a criança criar e manter essa rotina se você também a realiza.
4. Jamais recorra a tapas, insultos ou palavrões – Como adultos, não queremos ser tratados com grosseria quando cometemos um erro. Então não devemos agir assim com nossos filhos. Devemos tratá-los da maneira respeitosa como esperamos ser tratados por nossos colegas, amigos ou pessoas da família. Precisamos compreender que as crianças são seres humanos como nós adultos.
5. Não deixe que a raiva ou o stress acumulados por outras razões se manifestem nas discussões com seus filhos – Seja justo e não espere que as crianças se responsabilizem por coisas que não lhes dizem respeito.
6. Converse sentado e somente com os envolvidos na discussão – Isso contribui para uma melhor comunicação. Mantenha a calma e um tom de voz baixo, segure as mãos enquanto conversam. O contato físico afetuoso ajuda a gerar maior confiança entre pais e filhos e acalma as crianças.
7. Considere as opiniões e ideias dos seus filhos – Muitas vezes as explicações sobre um acontecimento não são nem escutadas pelos pais. É importante ouvir o que as crianças têm a dizer. Tome decisões junto com eles, comprometendo-os com os resultados esperados. Se o acordo funcionar, dê parabéns. Se não funcionar, avaliem juntos o que aconteceu para melhorarem da próxima vez. A conversa é fundamental.
8. Valorize e elogie as atitudes positivas – Ela colocou a roupa suja no cesto de roupas, fez um desenho para você, amarrou o calçado sozinha ou colocou no lugar algo que você pediu? Elogie. Todas essas pequenas coisas são frutos de um esforço da criança, e o elogio é um estímulo. É importante reforçar os comprotamentos legais!
9. Busque expressar de forma clara quais são os comportamentos de que não gosta – Explique o motivo de suas decisões e ajude as crianças a entendê-las e cumpri-las. As regras precisam ser claras e coerentes para que as crianças possam assimilá-las.
10. Deixe-o participar e colaborar – Criar espaços de diálogo com as crianças desde pequenas colabora para que dúvidas e problemas sejam solucionados antes dos conflitos. Integrá-las nas atividades do dia a dia evita que tentem chamar a atenção de outras formas. Se precisa fazer compras e tiver que levar seu filho, por exemplo, você pode pedir que ele ajude nas compras, conversando com ele sobre o que está comprando, seus critérios. Peça para ele opiniões também. Se for uma criança mais velha, ela pode ter maior mobilidade e ir pegar outros produtos enquanto você está em outro setor do supermercado.
11. Peça desculpas: todos erramos – Caso tenha errado e se arrependido, peça desculpas às crianças. De novo é aquele conversa: as crianças aprendem mais com os exemplos que vivenciam do que com os nossos discursos.
12. Procure compreender a criança e saber o que esperar dela – Um exemplo: uma criança de um ano e meio já consegue se alimentar sozinha e este é um comportamento que deve ser estimulado pelos pais e educadores. Mas é preciso paciência e, ao invés de se irritar com a possível “lambança” que a criança fizer, estimule-a a se alimentar por conta própria. Tomar providências como colocar um plástico ou folhas de jornal embaixo do cadeirão em que a criança está comendo torna mais fácil a limpeza do local depois da refeição. E menos irritação! O mesmo raciocínio pode ser aplicado a muita coisa.
13. Deixe as consequências naturais do comportamento inadequado acontecerem ou aplique consequências lógicas – Consequência natural: a criança está brincando de maneira violenta com seus brinquedos. Você a avisa que o brinquedo pode se quebrar, mas ela continua a brincar da mesma maneira até que ele finalmente se quebra. Logo em seguida, ela pede para você comprar outro. Neste momento, você deve relembrá-la do aviso que lhe foi oferecido e negociar com ela esta nova compra. Consequência lógica: a criança não cumpre com o que foi acordado com os pais sobre xingar os irmãos. Ela, então, ficará sem ver televisão um tempo. O importante é perceber que consequências são diferentes de punições. Estas últimas machucam as crianças, física e emocionalmente, deixando-as com raiva, inseguras e tristes. Já as consequências ensinam. Mas é preciso ter cuidado para não submeter a criança a situações de perigo.
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