“KOINONIA”, que no Grego secular significa “um relacionamento íntimo e estreito que as pessoas aceitam entre si”. (BARCLAY, William. Palavras Chaves do Novo Testamento. Volume 1. São Paulo: Vida Nova, 2009. p. 122).
Uma vez que o Novo Testamento foi escrito em Língua Grega, não podemos negar o uso dessa palavra dentro do seu contexto bíblico e histórico. De maneira estrita, KOINONIA traz a ideia de comunhão, relacionamento, sociedade e parceria. Mas, no sentido mais amplo do vocábulo, KOINONIA é uma “associação com uma pessoa, envolvendo amizade com ela e incluindo participação nos seus sentimentos, nas suas experiências e na sua vivência; relacionamento que envolve propósitos e atividades comuns; parceria”.
Dessa maneira, enxergamos melhor o que o texto bíblico quer dizer com “comunhão cristã” – KOINONIA –, e ao mesmo tempo em que o nosso conceito básico sobre comunhão é confrontado. Ou seja, comunhão cristã não é simplesmente ir à Igreja, cantar, ouvir um sermão, tomar a ceia, decidir aonde ir lanchar ao término do culto, fazer algumas piadinhas com os irmãos, rir bastante e ir embora para casa.
KOINONIA é muito mais do que isso! KOINONIA É:
1. PERMANECER NO CONVÍVIO UNS COM OS OUTROS, PARTILHANDO DA MESMA FÉ:
Atos 2.42: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações”.
OBS: KOINONIA nunca é uma unidade isolada. Infelizmente, algumas pessoas insistem em viver um evangelho solitário – sem igreja, sem uma doutrina específica (creio no que acho certo), sem liderança, sem orar uns com os outros e sem compromisso com um grupo local.
Os primeiros discípulos viveram essa íntima comunhão uns com os outros, porque eles eram cheios do Espírito Santo. Então surge a pergunta: como ser cheio do Espírito Santo? Paulo disse: “falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo” (Efésios 5.19-21).
2. É DIVIDIR BENS E A SI MESMO COM OS QUE SÃO MENOS AFORTUNADOS:
2.1 – Compartilhar a si mesmos:
2 Co 8.1-5: “ pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência (koinonia) aos santos. 5 E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus;..”.
2.2 – Compartilhar bens:
2 Co 9.6-15: “... visto como, na prova desta ministração, glorificam a Deus pela obediência da vossa confissão quanto ao evangelho de Cristo e pela liberalidade com que contribuís (Koinonia) para eles e para todos, enquanto oram eles a vosso favor, com grande afeto, em virtude da superabundante graça de Deus que há em vós. Graças a Deus pelo seu dom inefável!”.
OBS: KOINONIA é compartilhar o muito e o pouco que temos com os que não têm nada na Igreja. Perceba que a ausência de necessidades que a Igreja Primitiva experimentava não era fruto de campanhas ou correntes de oração visando o sucesso ou a prosperidade financeira, mas porque “estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade” (Atos 2. 44-45).
É triste ver esse princípio da Palavra de Deus ser corrompido por homens gananciosos e enganadores, que inculcam na mente das pessoas que se elas não têm o que precisam é porque não têm fé suficiente, não oram suficiente, ou porque não dizimam fielmente. Pelo contrário, muitos crentes ainda padecem necessidade e missionários não conseguem cumprir o ide por causa da ganância de alguns que têm acumulado e retido tudo para si de maneira egoísta.
3. É A COMPROVAÇÃO QUE ESTAMOS ANDANDO NA LUZ:
1 João 1.7: “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão (Koinonia) uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado”.
OBS: KOINONIA só pode ser vivida por aqueles que andam na luz. O ponto de João nessa carta é muito simples: ou estamos nas trevas, enganando-nos a nós mesmos, ou estamos na luz. Quem anda na luz, por sua vez, vive em comunhão com Deus e com os outros. Por essa razão, quem não quer estar aliançado e devidamente membrado em uma Igreja, acaba mostrando que não está na Luz, submisso à vontade do Pai, mas engodado pela carne, seguindo as suas próprias vontades e inclinações.
CONCLUSÃO
KOINONIA é participar ativamente da vida do outro – dos seus sentimentos, dores, angústias, alegrias, experiências e da mesma fé e doutrina.
KOINONIA é partilhar nossos bens com os que têm menos e com aqueles que fazem missões. KOINONIA é opor-se ao espírito egoísta que deseja tudo para si.
KOINONIA é evidenciar que Cristo é a luz de nossas vidas, e quem não está na luz, está nas trevas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário