C.S. Lewis, ao comparar a atitude individualista (não se incomodar com os problemas que “não lhe dizem respeito”) com o comportamento totalitário (querer suprimir as diferenças entre as pessoas), escreve o seguinte:
“Sinto o forte desejo de lhe dizer – e acho que você sente a mesma coisa – qual dos dois erros é pior. Essa é a estratégia do diabo para nos pegar. Ele sempre envia ao mundo erros aos pares – pares de opostos. E sempre nos estimula a desperdiçar um tempo precioso na tentativa de adivinhar qual deles é o pior. Sabe por quê? Ele usa o fato de você abominar um deles para levá-lo aos poucos a cair no extremo oposto. Mas não nos deixemos enganar. Temos de manter os olhos fixos em nosso objetivo, que está bem à nossa frente, e passar reto no meio de ambos os erros. Nem um nem outro dos interessam” (1).
Embora Lewis esteja abordando apenas dois erros específicos, seu alerta é importante e aplica-se à muitas áreas de nossa vida. O diabo sempre envia seus erros aos pares. Ele fomenta tanto o legalismo quanto a libertinagem. Tanto a religiosidade hipócrita quanto a incredulidade. A imaturidade e carnalidade no exercício dos dons espirituais, mas também o ceticismo em relação a eles. Tanto a postura de dominação na igreja, quanto a postura independente, regida pela ideia do “ninguém se intromete na minha vida”.
Portanto, estejamos alertas para que, ao nos afastar de um erro, não venhamos a cair em outro. Lembremos do alerta de Pedro: “Sejam sóbrios e vigiem. O diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar” (I Pe. 5:8).
Não somos obrigados a escolher entre dois erros, a optar por qual dos males é o menor. Nossa escolha é sempre entre fazer ou não a vontade de Deus. E para quem decidiu viver em Cristo, não há nada útil fora da vontade do Senhor. Já temos um propósito para nossas vidas. Nossos olhares devem se fixar em Jesus, e assim avançaremos em cumprir o nosso alvo: a glória de Deus.
Em Cristo,
Anderson Paz
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