2015/03/31

Não consigo perdoar!



Nada pode nos ferir mais do que a falta de perdão. Seja por não recebê-lo ou por não oferecê-lo. Esta é uma batalha que se dá diariamente dentro de nós, entre emoções e sentimentos, lembranças e feridas, está a voz do perdão que por muitas vezes tentamos silenciar.

Na maioria das vezes o não perdoar está associado a uma forma de protesto contra aquele que nos feriu. É o reflexo de nossa insegurança, pois nos sentimos machucadas ou ameaçadas, e exteriorizamos uma vingança camuflada, não dando ao que nos feriu a oportunidade de se redimir. A raiva é o fundamento sob o qual o coração que não perdoa edifica seus muros, não dando a oportunidade de enxergar-se além do horizonte, novas oportunidades. E é exatamente do acúmulo da raiva que surge o rancor, prolongar a raiva contra uma pessoa é ferir-se mais ainda, magoar-se prolongadamente, ter raiva sempre “daquela situação” gerando rancor e mais rancor.

Ferir-se consigo mesma através da falta de perdão por vezes é mimar nosso ego, como uma criança que precisa ser compreendida e satisfeita a qualquer custo, não abrimos mão de nossas feridas, agimos com o sentimento de autopiedade, “coitada de mim, como ele (a) pode fazer isso comigo? Logo comigo?”. Você já viu uma criança que mexe em suas feridas o tempo inteiro e não a deixa cicatrizar, porque esta sempre retirando a casca da ferida? As marcas de uma ferida mal cicatrizada na pele são bem mais acentuadas das que naturalmente curaram-se. A falta de perdão é manifesta assim. Não deixamos a ferida curar, porque concentramo-nos nas nossas dores, nos nossos sofrimentos em excesso e não queremos ser curadas. Por mais incrível que pareça, a falta de perdão nos faz adoecer, o perdão tem poder de restaurar.

É bem verdade que suas feridas talvez sejam sinceras e reais, difíceis de serem tratadas. Mas hoje quero lhe encorajar a tentar olhar com os olhos do perdão, pois este é o olhar que Deus versa sobre nós. Diante disto, o primeiro passo talvez seja reconhecer a ofensa feita a você, conhecer o que realmente lhe magoou, e entender que em um primeiro momento é justo vivenciar a “raiva”. Neste ponto a Bíblia nos esclarece uma verdade no Livro de Efésios 4. 26 : “Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira” . É inerente a nós e natural que nos iremos, e fiquemos com raiva de alguma situação, mas ela não pode durar perpetuamente, antes a Bíblia alerta, não deixe o dia passar com aquela ira em seu coração.

 Portanto, analise o que te feriu, reconheça, zangue-se se for preciso, mas não se permita alimentar a sua ira, ou a sua frustração. Ainda que as coisas não tenham sido como você gostaria, ou ele ou ela, tenha te machucado tanto! Não se permita viver a raiva constantemente, pois ela é a raiz da mágoa, Hebreus 12. 15 diz: “Cuidado para que não haja alguma raiz de amargura, que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados”. Não deixe a raiva tornar-se mágoa, isto irá te perturbar, é o que diz o versículo, e não só a você, por meio delas muitos são contaminados. É um fato conhecido por todas nós, se você não está bem consigo mesma, logo não estará com seu esposo, com seus filhos, com sua casa, seus afazeres, com a comida, com seu chefe, com seus estudos, e poderá contaminar a muitos, com seu mau-humor, sua antipatia, sua tristeza, sua raiva, sua amargura.

O Livro de Salmos complementa nosso pensamento: “Pertubei-vos e não pequeis; falai com o vosso coração sobre a vossa cama e calai-vos” [Sl 4.4]. Ou seja, expresse seus sentimentos de angústia, raiva, mas não peque contra Deus. Seus sentimentos foram colocados pelo Senhor, e Ele também os vivenciou quando experimentou o “ser” humano, ao manifestar-se corporalmente em Jesus Cristo. Deus humanizou-se e vivenciou as nossas raivas, medos, temores, mágoas e traições, mas contudo não pecou. Antes, foi a expressão do amor e perdão. Mais adiante o texto continua : “...falai com o vosso coração sobre a vossa cama e calai-vos”. Na hora da ira, fique quieta! Não murmure, não jogue suas frustrações sobre Deus, cale-se e fale com seu “travesseiro”. Você e mais você! Reflita, e espere no Senhor que Ele o ajudará, o verso 8 testifica essa verdade, no mesmo texto o salmista declara: "Em paz me deitarei e domirei” [Sl 4.8]. Estes são, pois os primeiros passos para perdoar, entender-se em seus conflitos, irar-se com a situação, mas não deixar que ela te domine.

Depois disto mude sua mentalidade, perdoar é uma escolha! Escolha perdoar ainda que o seu transgressor não mereça. O perdão deve acontecer primeiro em você. Perdoar consiste em desistir de qualquer ressentimento quando se é, de alguma forma, prejudicado. É abrir mão do seu direito de vingar-se, por mais doloroso que possa parecer. Perdoa-se amando, perdão acontece ná prática. As teorias não o explicam. É fundamental lembrar-se do perdão que um dia você recebeu! Deus nos perdoou em Cristo quando ainda éramos pecadoras (Rm 5.8), não esperou que melhorassemos nossa conduta para nos amar e perdoar, nos amou quando ainda estávamos em nossos delitos. Não espere que uma pessoa mude para perdoa-la, nem mesmo que se arrependa, transformações em nosso cárater só quem opera é Deus, não é pelo nosso muito falar, ou murmurar. Deus ainda esta a trabalhar em nós, mesmo sendo falhas. É tendo em mente a dádiva que recebemos que escolhemos perdoar, ainda que nossos sentimentos sejam contrários em um primeiro momento.
Ao menos habitue-se com a idéia. Você necessita de perdão. Você é alvo de perdão, você deve o perdão.

Jesus disse: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mt 6.14-15).

“Sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou”. Ef 4.32
Marcos 11.25:


“Quando estiverdes orando, se tendes alguma cousa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas”

“Perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo o que nos deve” (Lc 11.4).

“Ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente” (1 Pe 2.23).

Talvez você não consiga ainda fazê-lo, mas a encorajo em oração perdoar aquele(a) que te feriu. Em Jesus, você pode fazê-lo e Ele nos capacita a tal. Este é um segredo que a oração lhe poderá desvendar, fale com o Senhor suas mágoas e ressentimentos e libere o perdão em oração. Ao menos tente, escolha perdoar.



Deus te abençoe com perdão!

2015/03/30

MINHA VIDA POR UM REINO




 Naquela noite o ilustre visitante parecia está revestido de uma luz gloriosa e intensamente ofuscante. O seu rosto era severo e cheio de decisão ante a expressão mansa e indecisa do sacerdote que estava a sua frente.
 Subiram os dois ao ponto mais alto da colina onde estava erguida a sua casa, e sentaram à sombra de uma frondosa árvore. Lá de cima podia-se ver toda a cidade banhada da cor de ouro por um sol em declínio no horizonte.
 — Confie em mim, e escute atentamente o que vou te propor — disse a figura angelical, ao pé do ouvido do magérrimo sacerdote.
 — Estás vendo todos esses ricos palácios, essas ricas chácaras, esses estupendos aviões, arranha-céus e imensas indústrias funcionando a todo vapor? — perguntou o visitante com voz melosa de anjo.
 — Sim, estou vendo — respondeu o sacerdote com a alma palpitante de um dia poder possuir tudo aquilo, pois só assim, um dia, iria mostrar ao mundo inteiro ser um homem poderoso, igual a Salomão, a quem ele tanto idolatrava, pela sabedoria e pela ostentação nababesca em que esse rei vivia.
 — Tudo isso te darei – Bradou o anjo com voz tonitruante.
 O sacerdote apesar de ser considerado pobre, pois não tinha nenhum bem, era portador de uma aversão nata à pobreza — coisa que considerava a maior das maldições. Era rara a noite que não tinha sonhos megalomaníacos em que se via como o seu ídolo Salomão, cercado de belas mulheres em seu harém. Em seus devaneios diários gostava de delirar em sua imaginação com as histórias do Velho Testamento. O Novo Testamento quase não lia, mas quando o anjo de luz dissera para ele “Tudo isso será teu, se prostrado, me adorares”, chegou a lembrar que já lera em algum canto dos Evangelhos sobre um ser poderoso celestial, que fizera uma abençoada proposta, como esta que estava a ouvir. Só não sabia a quem tinha sido endereçada o rico presente.
 Disse o homem da lei para si mesmo: “Burro, e pobre de mim, se não confiasse nesse anjo enviado por deus”.
 Satã, em trajes divinos dirigiu-se a ele de forma contudente:
 — Decida-se! Se você é realmente aquele por quem esperei, deus já tomou a decisão e você não poderá escapar. Decida logo, não quero deixar o mundo dos desesperados à mercê de um ilusório paraíso celestial. O céu tem de ser AQUI E AGORA.
Então, com o espírito altamente regozijado, ele entrega-se de corpo e alma às hostes do luminoso mensageiro angelical, o qual lhe pede que em suas transações divinas, nunca intente pregar que o reino dos céus é de graça.
 Tudo tem que ser pago, e com muito sacrifício — disse o visitante angelical, em pose de lenhador quando toma do seu machado para golpear a árvore.
 Disse mais o anjo ao seu sumo sacerdote:
 — Resgatarás todos os símbolos do Judaísmo em forma de réplicas, para que o meu povo volte a lutar pela posse das riquezas que estão nas mãos dos pagãos, e esqueçam por completo essa história de que o pobre é bem aventurado. Brade todos os dias, que pobreza é maldição. O meu povo tem que ser cabeça e não cauda. O meu povo tem que dominar todos os setores da sociedade. Só assim, poderão ver que tu és o verdadeiro filho do deus altí$$imo. Todas as nações da terra se prostrarão diante do símbolo universal da igreja que entregarei ao teu comando.
 Naquele instante um abutre de cabeça vermelha voou sobre o sacerdote, ao mesmo tempo em que ele ouvia uma voz estrondosa dizer: “Grava bem, esse será o símbolo que porás em todas as suntuosas catedrais que o povo irá construir com o suor de seu rosto”.
 Já era noite quando o anjo desapareceu, deixando-o ajoelhado de mãos para o alto a sussurrar: “Meu deus! Sou apenas um grão de areia. Sou um grão de areia que fala respira e ama a riqueza. Eu te amo e te chamo de Pai. Não possuo outra arma que não seja o amor pelas almas sedentas de riquezas. Ajude-me Senhor!”
 Dali em diante, ele ganhou coragem, astúcia e ousadia, e quase todas as noites via sua alma de pé com os anjos em volta de uma grande instituição financeira. Embalado na orgia da prosperidade, cheio de paz e sem medo, era assim que fechava os olhos e adormecia com a mente iluminada por cifrões em forma de estrelas, ao som de emocionantes hinos.

Por Levi B. Santos

Que tipo de profetas o mundo de hoje precisa?


Tenho enorme predileção pelo profeta Jeremias. Não é porque meu pai me tenha emprestado o seu nome (com "G" por erro do escrivão), mas por perceber que o seu fecundo ministério é o inverso do que hoje se chama de sucesso no meio evangélico. Para começar, considerou-se incapaz para a tarefa e só seguiu adiante por ter sido "empurrado" para ela pelo próprio Deus. 

Jeremias não via em si qualidades e nem ficou na fila para ser agraciado com um título que lhe abrisse as portas dos "palácios". Aliás, o cerne de sua pregação era a apostasia dos proprios governantes, disseminada também entre o povo. Ele não foi um profeta estadista, profissional, mas alguém que, desvencilhado do próprio sistema, foi a voz de Deus em uma nação conturbada e rebelde, onde a prostituição cultual predominava até no próprio templo em Jerusalém.

Nos dias de hoje mede-se o sucesso de um "profeta" pela sua capacidade de arrebatar auditórios, pelos aplausos que recebe como um "grande artista do evangelho", pelo número quase desumano de agendas que consegue cumprir e pelo triunfalismo de suas mensagens, onde pode até falar em desertos pontuais na vida de seus ouvintes, sem deixar de concluir, todavia, que o destino de cada um deles será a vida no "palácio", regada de todo o conforto do mundo consumista, para a frustração de seus inimigos. Tenho certeza que Jeremias não passaria no teste. Seria um fracassado para os padrões modernos.

Jeremias, ao invés de um palácio, enfrentou a prisão; ao invés dos holofotes da plataforma, foi parar no calabouço; ao invés dos aplausos humanos, recebeu o desprezo; ao invés de qualquer suporte, foi alvo da calúnia e difamação; ao invés de multidões ávidas para ouvi-lo, pregava na solidão. O profeta teve momentos de grande agonia, quase depressão, ao perceber que malhava em ferro frio e por não ver repercutir a sua mensagem. Morreu lá pelas bandas do Egito, não porque quisesse ir para lá, mas em razão de os remanescentes que ficaram em Jerusalém não lhe darem ouvidos, na hora do desterro, preferindo fugir naquela direção e levando-o como prisioneiro.

Mas aos olhos de Deus Jeremias foi um sucesso. Cumpriu com integridade a sua chamada. Considerado o profeta das lágrimas, prefiro denominá-lo de o profeta da esperança. Pregou o juízo, a destruição, a deportação para o exílio por causa dos pecados do povo, mas não deixou de proclamar, também, por ordem de Deus, a restauração, a cura das feridas, o retorno à terra. Chegou a comprar, com escritura lavrada, um pedaço de terra para mostrar que a terra outra vez floresceria. Mas ele não pôde contemplar esse novo tempo. VIveu apenas o período da destruição. O seu fim foi o ocaso... Aliás, minto, o seu fim foi a glória de se encontrar com Aquele a cujo chamado obedeceu e a quem serviu por toda a vida. Ele foi aplaudido no céu!

Que tipo de profetas o mundo de hoje precisa?

Retrato em preto e branco da Babilônia religiosa


Jardins Suspensos da Babilônia
Segundo notícias da mídia, começa hoje à noite uma nova novela na Rede Globo: Babilônia é o título. Mas não é sobre ela que eu quero escrever algumas poucas palavras. Minha mente se volta para a Babilônia religiosa, como prevista no Apocalipse, e viaja no tempo para trazer à memória a grandiosidade, a opulência e o luxo do Império Babilônico no auge de Nabucondonozor. Foi tamanho o seu orgulho que Deus o humilhou e o fez pastar entre os animais no campo até que reconhecesse a soberania do Altíssimo. Teve de deixar o trono para viver no pasto.

Esse é, também, o grande pecado da Babilônia religiosa contemporânea. Não me refiro aqui a uma instituição de per si, mas a um complexo religioso cristão, que junta sob o mesmo guarda-chuva distintas estruturas detentoras dessas características. Devo ser sincero e reconhecer que tal perfil já não é "privilégio" apenas de um grupo vistoso e midiático, mas se tornou tão eclético que inclui as mais diferentes tendências cristãs. Elas estão aí bem diante de nossos olhos. Não é difícil identificá-las.

Mas qual é, mesmo, o perfil da tal Babilônia religiosa?

Ele se caracteriza, em primeiro lugar - não necessariamente nessa ordem - pelo ecletismo de sua mensagem centralizada no homem em que se buscam quaisquer recursos, quaisquer fórmulas, para massagear o seu ego e colocá-lo no topo do mundo como "senhor da terra". A heterodoxia predomina nos sermões, na liturgia e em eventos nos quais tudo é organizado e conduzido para que ele ocupe o seu lugar no panteão das vaidades humanas. Não importa se o que diz não se submete ao crivo da Escritura e, sim, se agrada aos ouvidos de quem ouve. A Babilônia religiosa é eclética e também pagã, pois presta culto ao homem!

Outra característica predominante é o mercantilismo. A Babilônia religiosa mais se parece com um "mercado árabe" ou com um desses "camelódromos", onde se negocia de tudo e se barganham as coisas mais inimagináveis desde que se ouça o som da moeda caindo na caixa, ou melhor, o barulho das maquininhas de cartão de crédito ou débito, fazendo, em alguns casos, vultosas transferências. Não é nada tão distante da venda de indulgências e da prática de simonia dos tempos medievais. Lembro-me de que na época em que presidi um Conselho de Ordenação de Ministros, na Convenção Estadual a que pertencia, rejeitamos um candidato por não preencher os critérios bíblicos e convencionais. O pastor que o apresentou entrou em pânico. Tinha-lhe "vendido" a ordenação! Enquanto lá estive, a nossa posição foi mantida. Mas na Babilônia religiosa é daí para pior!

Não quero, com isso, contraditar a necessidade de recursos financeiros para a realização da obra de Deus. De maneira geral, nada é feito sem custos e contribuir é parte de nossa adoração. É o reconhecimento de que tudo o que temos lhe pertence. O próprio Cristo tinha um tesoureiro e o apoio de mulheres que lhe ofertavam de sua renda familiar. A Bíblia diz, ainda, que o obreiro é digno do seu salário e os que ministram em tempo integral devem receber duplicados honorários. O ponto, portanto, não é esse. É a mercantilização pura e simples. É transformar a fé em negócio lucrativo, é enriquecer-se em nome do Evangelho, é deixar de lado as "sandalhas da humildade" pelos opulentos sapatos do orgulho, é massacrar o povo, enquanto se esbalda em cofres abarrotados, assim como faz o Tio Patinhas.

É por isso que outra característica marcante da Babilônia religiosa é o luxo, a opulência, a grandiosidade (no sentido pior do termo), a suntuosidade e a altivez de tudo o que se faz e se constrói. Já não basta um templo simples e funcional! Já não bastam as catedrais! O referencial, doravante, é o Templo de Salomão! Não o de Jerusalém, mas o de São Paulo. Quem construir algo menor do que isso não é digno de assentar-se no trono! Não nos esqueçamos, também, da vida nababesca dos líderes da Babilônia religiosa. Mansões, iates, jatinhos e carros luxuosos são alguns dos itens que compõem a sua vida regalada. Para se ter uma ideia, segundo o site de notícias da CNN (veja aqui), o pastor Creflo Dollar, nos EUA, teria pedido há poucos dias que 300 mil pessoas, entre membros da igreja, mantenedores e parceiros, doassem 300 dólares cada um para a compra de um Jato Gulfstream G650 orçado em cerca de 65 milhões de dólares! Não tenho dúvida que esse não é o espírito do Novo Testamento!

Na Babilônia religiosa, os líderes sugam as ovelhas ao máximo, tirando-lhes o sangue, para satisfazer as suas paixões carnais. Esforçam-se para ficar o mais distante delas, até com forte aparato de segurança, pois não querem ter o trabalho de cuidar das que estão doentes, com o pé quebrado, enfraquecidas, desgarradas, desprotegidas, abandonadas, perdidas e quase mortas. Mas cevam-se sem pudor de suas lãs. São pastores de si mesmos e não do rebanho de Deus, como descreve o profeta Ezequiel acerca dos líderes do povo de Israel. Querem títulos e mais títulos, se possível até de "semideus". Estão inebriados pelo vinho da religiosidade fútil, prostituída, insana, que se oferece no banquete de sua egolatria.

Que mais poderia eu acrescentar? A lísta não termina aí. É longa e poderia incluir muitos outros tópicos. Mas a natureza do blog não permite textos mais densos. Assim, gostaria de concluir com a seguinte afirmação: se você quer servir a Deus numa comunidade de fé comprometida com os fundamentos bíblicos, que não esteja maculada por nenhuma das características aqui descritas, procure encontrar aquela que valorize a comunhão entre os irmãos, faz da Escritura o seu pão de cada dia, viva a simplicidade do Evangelho e cujo pastor se assenta no meio da relva com as ovelhas, não como senhor, mas como servo do Pastor do rebanho. Já aos que estão em sistemas identificados com a Babilônia religiosa, levem a sério a recomendação bíblica:

- Sai dela, povo meu, Apocalipse 18.4.

Geremias Couto

Babilônia religiosa & Avivamento: nem tudo está perdido


Encontro das águas entre o Rio Negro e o Solimões
Embora a Babilônia religiosa exerça, hoje, forte predominância no meio cristão, não podemos ter a atitude de enterrar a cabeça na areia, qual avestruz, para não enxergar a triste realidade ao nosso redor. Não é próprio, também, pensar que, pelo andar da carruagem, não há nada mais que possa ser feito. Tudo está perdido. Mas não é bem assim. Se fosse este o caso, o sacrifício de Cristo na cruz teria sido em vão e seria melhor, então, tomarmos o caminho de volta para Emaús. Talvez até fosse uma boa estratégia, pois no meio da estrada o Senhor nos apareceria para dizer: "Ó néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!"

A verdade é que em meio a esse caos, os lírios ainda florescem! O próprio Jesus, ao mesmo tempo em que fez a pergunta retórica, se o Filho do homem, quando voltasse, acharia fé na terra, também admitiu na mesma parábola que Deus faria justiça aos seus escolhidos. Em outras palavras, mesmo diante das coisas mais absurdas feitas em nome de Cristo, haveria milhares que não se curvariam e nem se curvarão aos deuses erigidos nos templos dos que introduziram o antropocentrismo na prática da fé cristã. Não nos deixemos sucumbir pela síndrome de Elias! Você não está sozinho. Há outros na mesma trincheira em defesa do Evangelho puro e simples.

Mas a bem do que expressa o Novo Testamento de ponta a ponta, não creio num avivamento final, que varrerá o mundo e produzirá conversões em massa, quase cheirando a universalismo, se bem que muitos defensores da tese assim acreditam. Mas não é o que lemos na Escritura e o que vemos acontecer no mundo. Ao contrário, como diz a Bíblia sobre o fim dos tempos, cada vez mais cristãos estão sendo "encurralados", perseguidos e expostos à execração pública por expressarem princípios que não se submetem à cultura mundana. Não precisamos ir longe. Vivemos já esse quadro em nosso país. Não desconheço que ao falar sobre a ação do Espírito, o Senhor usou como analogia o vento, que "assopra onde quer", mas isso não corrobora de forma alguma qualquer ideia de universallização da salvação mediante um avivamento transmundial.

É provável que a esta altura você me pergunte: Em que tipo de avivamento então o irmão crê? A minha resposta é simples e direta. Creio no avivamento bíblico. Essa foi a oração de Habacuque, nos anos que antecederam ao exílio dos judeus em Babilônia. O profeta não podia concordar com a rebelião e a apostasia do povo contra Deus, mas também não compreendia que ele usasse um império pagão para trazer severo juízo sobre a nação judaica. Parecia uma contradição à sua santidade. Foi então que se lembrou dos feitos divinos no passado em favor de seu povo e orou com a alma compungida, usando expressões poéticas carregadas de figuras de linguagem, onde a ênfase é para que Deus avive a sua obra (não a do homem), ou seja, realize de novo os seus grandes feitos, revitalize a vida de fé mediante a sua misericórdia em tempos de ira, para então concluir dizendo que, mesmo se estivesse em condições de terra arrasada ("ainda que a figueira não floresça"), continuaria a alegrar-se no Deus da sua salvação. É a fé viva contra todas as circunstâncias! Isso é avivamento.

Mas esses avivamentos do reteté, do cair no espírito sob o efeito do paletó, dos rodopios pela nave do templo, da gritaria histérica, desenfreada e babélica, dos "corredores de fogo", onde, ao final, se bebe um "cálice de água ungida", dos "recados proféticos" que se contradizem entre si, das curas prometidas que não acontecem e frustram a fé das pessoas, tudo isso em flagrante contraste com o ensino de Paulo em 1 Coríntios 12, 13 e 14, nada têm a ver com a ação ativa de Deus e não promovem nenhuma mudança de coração. São apenas espetáculo que exalta os "ungidos", sem nenhuma piedade, e os leva a usar o mecanismo para submeter o povo à opressão religiosa para lhe arrancar a preciosa lã. Quero distância desses movimentos. Quanto mais longe estiver, mais o meu coração estará livre para o verdadeiro avivamento.

À luz do que acabei de escrever, percebo que, apesar do caos, o verdadeiro avivamento está à mão dos que creem e pode ser visto entre aqueles que não cederam às pressões do panteão ególatra. É só tirarmos a nossa cabeça de dentro da areia e olharmos em volta que veremos os seus resultados. Não é algo que está no terreno do abstracionismo, mas é visível para quem acredita que Deus continua a realizar os seus feitos no mundo contemporâneo. Como costuma afirmar Hernandes Dias Lopes: "Ainda que tudo possa parecer fora de controle, Deus está no absoluto controle de todas as coisas".

Vejo, por exemplo, entre os jovens cristãos um florescimento acentuado pelo estudo da Palavra de Deus. Eles estão cansados de comer algodão doce, que só enfraquece o organismo. Já não se satisfazem com pregações inflamadas, cheias de frases de efeito, que torcem o texto bíblico a belprazer do pregador, sem consistência doutrinária alguma, além das canções "gospéis" que já não lhes atraem a alma. Por quê? Por descobrirem que estão famintos e só a Palavra de Deus os alimenta, quando os seus nutrientes são metabolizados. É prazerozo vê-los querendo saber, perguntando, trocando ideias e até mesmo debatendo de forma saudável em busca das verdades da Escritura. Tenho experimentado essa realidade em minhas viagens. Nesse avivamento eu creio!

Vale ressaltar que, quando Josias começou a reinar em Jerusalém, o Livro da Lei estava perdido na Casa do Senhor. É aí que ele precisa ser resgatado. E se isso ocorre, o avivamento chega, não como obra de homem, com hora e dia agendados, mas como obra de Deus, sem qualquer manipulação humana, sem apelos psicológicos, a partir do resgate da Escritura na vida da igreja e de cada um em particular. O resultado não poderia ser outro, senão arrependimento, confissão de pecados, perdões mútuos - não da boca para fora, mas do coração - fortalecimento da comunhão uns com os outtros, onde a necessidade do próximo é mais importante do que a nossa, vivência fervente da fé, desejo apaixonado em proclamar o evangelho onde quer que seja, aqui ou além mar, para que os perdidos ouçam e sejam chamados à salvação, enfim, o ápice do verdadeiro avivamento é a ardente paixão de amar a Deus sobre todas as coisas.

A Babilônia religiosa aí está, fazendo os seus estragos. Mas em paralelo, o remanescente fiel não entregou os pontos. Tal qual o encontro das águas do Rio Negro e do Solimões, no Amazonas, flui entre eles, ao lado do caos babilônico, a graça da vida avivada, cujo fim primeiro e último será sempre a glória de Deus.

Pr. Geremias Couto

DIANTE DE DEUS, TODAS AS MÁSCARAS CAEM...





Uma vez por ano elas submergem – pessoas modernas – no anonimato das máscaras sem nome. Uma vez por ano elas querem gozar como desconhecidas, aquilo que a vida oferece. Uma vez por ano elas se livram das amarras da responsabilidade, das preocupações e da autodisciplina. Mas como passam rapidamente os dias de divertimento sem controle! A toda bebedeira segue uma ressaca; todos que usam máscaras serão desmascarados.

Existe alguém que não se deixa enganar pela tua fantasia, - Alguém diante de cujos olhos de fogo não existem pessoas atrás das máscaras. Os olhos do Deus vivo e santo vêem todas as coisas. Eles te seguem sempre e em todos os lugares! Na Bíblia está escrito:

“Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando levanto... Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar, e conheces todos os meus caminhos... Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também... Se eu digo: As trevas, com efeito, me encobrirão, e a luz ao redor de mim se fará noite, até as próprias trevas não te são escuras: as trevas e a luz são para ti a mesma coisa” (Salmo 139).

Também na balbúrdia do carnaval, os olhos de Deus te observam. Mesmo que submirjas, mesmo que nenhuma pessoa te identifique – Deus te reconhece! Ele sabe a respeito de tudo que fazes. Diante dele, têm que cair todas as máscaras! Permite-me perguntar-te: como ficas depois da folia do carnaval? Seja sincero, não te iludas! Não é assim: teu coração está vazio, ficas mal-humorado, tu te sentes miserável. A vida ficou monótona e vazia. Restou somente um gosto amargo. O tempo do carnaval veio a ti em vestes de alegria, mas sempre lhe seguem vultos vestidos de preto. Trata-se das aflições, das dores de consciência, do sofrimento e do desespero.

Feliz de ti se capitulares hoje diante de Deus! Feliz de ti, se cair tua máscara! Pois Deus te faz uma oferta. Se quiseres, ainda hoje ele te dará alegria pura e verdadeira, que não tem nada em comum com a alegria “mascarada”. Trata-se de uma alegria que poderás levar para tua vida diária.

Tu te sentes sujo e manchado pelo pecado? Está o teu coração decepcionado e vazio? Então vem a Jesus Cristo, o Filho de Deus. A Bíblia diz:

“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16) – “...o sangue de Jesus, seu filho, nos purifica de todo pecado” (1 João 1.7). – Deus diz: “Desfaço as tuas transgressões como a névoa, e os teus pecados como a núvem; torna-te para mim, porque eu te remi” (Isaías 44.22). Virá o dia em que todas as pessoas do mundo terão que comparecer ao juízo de Deus: “...para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Filipenses 2.10-11).

Esse será o dia em que o Deus santo arrancará dos rostos dos homens as máscaras da justiça própria, do orgulho e da altivez. De que maneira terrível aparecerá então a pecaminosidade e pobreza de uma vida desperdiçada! Por isso, deixa desmascarar-te hoje por Deus. Aceita a graça de Deus, que te é oferecida em Jesus Cristo. Hoje ele quer ser teu Salvador, amanhã talvez já seja teu Juíz! Aceita na fé o perdão dos pecados através do sangue de Jesus Cristo. Inicia hoje uma nova vida com teu Deus, uma vida de que não te precisarás envergonhar na Eternidade! 

A PORTA DAS OVELHAS - A PORTA DA SALVAÇÃO

A PORTA DAS OVELHAS - A PORTA DA SALVAÇÃO



Então, se dispôs Eliasibe, o sumo sacerdote, com os sacerdotes, seus irmãos, e reedificaram a Porta das Ovelhas; consagraram-na, assentaram-lhe as portas e continuaram a reconstrução...   Ne 3:1
Portas falam de decisões, vontade, escolha.
Era junto às portas que se concentrava o maior número de pessoas reunidas conversando, negociando, enfim; pois não haviam praças naquele tempo.
Na ocasião de guerras, a guarnição de defesa redobrada junto às portas; pois quando se conquistavam as portas era sinal de que a cidade fora tomada.
A Porta das Ovelhas ou Porta do Gado, era a menor entre as doze portas de Jerusalém, mas com certeza, uma das mais importantes; a primeira a ser reconstruída por Neemias.
Não fora feita para a passagem de homens mas sim de ovelhas, pois por ela passavam os animais. Posteriormente, por cinco tanques os animais eram lavados e limpos e só então poderiam ser levados para serem sacrificados no santuário. Só depois de purificados, se encontravam diante do Santo dos Santos.
A Porta das Ovelhas nos fala da entrada para a vida na igreja, para a vida com o Senhor Deus. Ninguém pode entrar a não ser por Jesus Cristo. Ele Diz:

Em verdade, em verdade vos digo: o que não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, esse é ladrão e salteador...
Jesus, pois, lhes afirmou de novo: Em verdade, em verdade vos digo: Eu sou a Porta das Ovelhas...
Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem.
Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. Jo 10:1,7,9,11

Devemos ser como ovelhas que ouvem e seguem o seu pastor. Devemos nos decidir por entrar pela porta da salvação, que é Jesus.
É pela porta das ovelhas que tudo começa, é entrando pela porta que damos o primeiro passo no caminho com Deus, em direção à vida eterna.
Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que leva à perdição, e muitos são os que entram por ela.
Porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela. Mt 7:13,14

A porta das ovelhas nos leva ao verdadeiro pasto celestial, que nos dá o alimento para a vida eterna. Por isso é estreita e só passa ovelha.
Ela é a porta de encontro com o Cordeiro de Deus, aquele que lava, que purifica, que tira o pecado do mundo.
Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão.
Lc 13:24

Sejamos como ovelhas e entremos pela porta da salvação.
Deus abençõe!