Projeto242Japão Sem fins lucrativos objetivo divulgar a palavra do nosso Senhor Jesus Cristo.
2015/04/17
FAÇA O BEM, MAS FAÇA AGORA
- “Não digas ao teu próximo: Vai e volta amanhã; então, to darei, se o tens agora contigo” Pv 3.28
Estender a mão ao necessitado, socorrer o aflito em suas angústias e dar pão ao que tem fome é uma atitude que agrada o coração de Deus. Só os homens de pedra passam de largo diante da necessidade do próximo, virando o rosto para não ver e fechando o coração para não sentir. Somos discípulos de Cristo quando fazemos o bem. Deus é honrado quando praticamos boas obras. Evidenciamos a salvação pela graça quando os homens veem as nossas boas obras. Mas, quando fazer o bem? Esse é o ponto em destaque no texto acima.
O bem não pode ser postergado. O socorro ao necessitado não pode ser deixado para amanhã. Enganar com promessas vazias o necessitado que bate à nossa porta, ou adiar seu atendimento, tendo nós o poder de socorrê-lo imediatamente, é uma atitude indigna de um cristão, desprovida de qualquer compaixão. Devemos ter pressa em ajudar o próximo. Devemos ter mais alegria em dar do que em receber. Devemos ter mais prazer em ser um canal da bênção de Deus do que um receptáculo dela.
Não fomos salvos para reter as bênçãos apenas para nós mes- mos, como se fôssemos o mar Morto que só recebe as águas e não as distribui. Devemos ser como o mar da Galileia, um canal por onde as águas chegam e saem, levando vida e esperança por onde passam. Faça o bem, agora!
“Pois há três que dão testemunho no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes são um” 1Jo 5.7
A palavra Trindade não aparece na Bíblia, mas a sua re- alidade está presente em toda a Bíblia. Deus é um só, mas subsiste em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Não são três emanações da mesma pessoa. São três pessoas distintas, porém da mesma substância. O Pai não é o Filho nem o Filho, o Pai. O Espírito Santo não é o Pai nem o Filho. São três pessoas coiguais, coeternas e consubstanciais. Têm a mesma essência, os mesmos atributos, o mesmo poder. O texto em apreço coloca essa verdade em relevo.
Primeiro, mostrando que as três pessoas são distintas: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo. O Pai é o Deus Todo-poderoso, criador de todas as coisas; a Palavra é o Verbo eterno, pessoal e divino que se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade. A Palavra é o Deus que se fez homem; o eterno que entrou no tempo; o transcendente que vestiu pele huma- na, andou entre nós, morreu na cruz e ressuscitou. O Espírito Santo é o Deus consolador, aquele que veio para habitar para sempre conosco.
Segundo, evidenciando que as três pessoas são um. A Trindade é, assim, um grande mistério para nós. Não somos politeístas. Há um só Deus. Mas este Deus único subsiste em três pessoas distintas e ao mesmo tempo coiguais!
Revolucione sua Leitura Bíblica: Deixe que a Bíblia Fale de Deus
A primeira coisa que estava de trás para frente parecia tão óbvio de percebermos que é até embaraçoso admitir: falhei em compreender que a Bíblia é um livro sobre Deus. A Bíblia é um livro que revela em cada página, de forma audaciosa e clara, quem é Deus. Em Gênesis, ela faz isso colocando Deus como o sujeito da narrativa da criação. Em Êxodo, ela revela a autoridade de Deus sobre faraó e os deuses do Egito. Nos Salmos, Davi exalta o poder e a majestade do Senhor. Os Profetas proclamam sua ira e justiça. Os Evangelhos e as Epístolas revelam seu caráter na pessoa e obra de Cristo. O livro de Apocalipse exibe seu domínio sobre todas as coisas. Do início ao fim, a Bíblia é um livro sobre Deus.
Talvez eu soubesse de fato que a Bíblia era um livro sobre Deus, mas não percebia que não a estava lendo como se fosse.
Foi aqui que coloquei as coisas de trás para frente: eu iniciava meu devocional fazendo as perguntas erradas. Eu lia a Bíblia, perguntando: “Quem eu sou?” e “O que devo fazer?” E a Bíblia realmente respondeu a essas perguntas em alguns lugares. Efésios 2.10 me disse que eu era feitura de Deus. O Sermão do Monte me disse para pedir pelo pão de cada dia e para acumular tesouros no céu. A história do rei Davi me disse para buscar um coração segundo o coração de Deus. Mas as perguntas que eu estava fazendo revelaram que eu tinha uma sutil má interpretação em relação à própria natureza da Bíblia: eu acreditava que a Bíblia era um livro sobre mim.
Eu cria que deveria ler a Bíblia para ensinar a mim mesma sobre como viver e para ter a garantia de que eu era amada e perdoada. Eu acreditava que ela era um guia para a vida e que, em qualquer circunstância, alguém que realmente soubesse como ler e interpretá-la poderia encontrar uma passagem que oferecesse conforto ou orientação. Eu acreditava que o propósito da Bíblia era me ajudar.
Com esse pensamento, eu não era muito diferente de Moisés, em pé diante da sarça ardente no Monte Sinai. Imediatamente em sua visão estava a revelação do caráter de Deus: uma sarça em chamas, conversando com ele de forma audível, a qual não era consumida miraculosamente. Quando foi encarregado por essa visão de Deus para ir até faraó e exigir a libertação dos cativos, Moisés, autoconsciente, responde: “Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel?” (Êx 3.11)
Deus responde com paciência, fazendo de si mesmo o sujeito da narrativa: “Eu serei contigo” (Êx 3.12). Em vez de se tranquilizar com essa resposta, Moisés pergunta em seguida: “Disse Moisés a Deus: Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?” (v. 13)
Observe que em vez de dizer a Moisés o que ele deveria fazer, Deus, ao contrário, diz o que ele mesmo tem feito, está fazendo e fará:
Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros. Disse Deus ainda mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O SENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isa-que e o Deus de Jacó, me enviou a vós outros; este é o meu nome eternamente, e assim serei lembrado de geração em geração. Vai, ajunta os anciãos de Israel e dize-lhes: OSENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me apareceu, dizendo: Em verdade vos tenhovisitado e visto o que vos tem sido feito no Egito. Portanto, disse eu:Far-vos-ei subir da afl ção do Egito [...]. E ouvirão a tua voz; e irás, com os anciãos de Israel, ao rei do Egito e lhe dirás: O SENHOR, o Deus dos hebreus, nos encontrou. Agora, pois, deixa-nos ir caminho de três dias para o deserto, a fim de que sacrifiquemos ao SENHOR, nosso Deus. Eu sei, porém, que o rei do Egito não vos deixará ir se não for obrigado por mão forte. Portanto, estenderei a mão e ferirei o Egito com todos os meus prodígios que farei no meio dele; depois, vos deixará ir. Eu darei mercê a este povo aos olhos dos egípcios; e, quando sairdes, não será de mãos vazias. (Êx 3.14-22)
O diálogo continua dessa maneira. Por todo esse capítulo e metade do livro de Êxodo, Moisés faz as perguntas erradas: Quem sou eu? O que eu devo fazer? Em vez de lhe dizer: “Moisés, você é meu servo escolhido. Você é minha criação preciosa, um líder sábio e talentoso”, Deus responde removendo completamente Moisés da posição de sujeito da discussão e inserindo a si mesmo. Ele responde à pergunta autocentrada de Moisés “Que sou eu?” com a única resposta que importa: “Eu sou”.
Somos como Moisés. A Bíblia é a nossa sarça ardente — uma declaração fiel da presença e da santidade de Deus. Nós pedimos que ela fale acerca de nós mesmos, mas em todo o tempo ela nos fala a respeito do “Eu sou”. Nós pensamos que se ela ao menos nos dissesse quem somos e o que devemos fazer, então nossas inseguranças, temores e dúvidas desapareceriam. Mas as nossas inseguranças, temores e dúvidas jamais podem ser banidos pelo conhecimento de quem nós somos. Eles só podem ser banidos pelo conhecimento do “Eu sou”. Devemos ler e estudar a Bíblia com nossos ouvidos treinados para ouvir a declaração que Deus faz de si mesmo.
Isso significa que a Bíblia não tem nada a dizer sobre quem nós somos? De modo nenhum. Nós apenas tentamos responder àquela pergunta de trás para frente. A Bíblia realmente nos fala sobre quem somos e sobre o que devemos fazer, mas o faz através das lentes de quem é Deus. O conhecimento de Deus e o conhecimento do eu sempre andam de mãos dadas. De fato, não pode haver um conhecimento verdadeiro do eu desvinculado do conhecimento de Deus. Ele é o único ponto de referência que é confiável. Portanto, quando leio que Deus é longânimo, percebo que não sou longânima. Quando leio que Deus é tardio em se irar, percebo que sou rápida em me irar. Quando leio que Deus é justo, percebo que sou injusta. Perceber quem ele é me revela quem eu sou diante da verdadeira luz. Uma visão de um Deus elevado e exaltado revela o meu pecado e aumenta o meu amor por ele. Tristeza e amor levam ao arrependimento genuíno, e eu começo a me conformar à imagem daquele que contemplo.
Se eu ler a Bíblia procurando a mim mesma no texto antes de procurar por Deus, eu posso de fato aprender que não devo ser egoísta. Posso até tentar mais arduamente não ser egoísta. Entretanto, até que eu enxergue o meu egoísmo através das lentes do absoluto altruísmo de Deus, não compreenderei adequadamente a pecaminosidade disso. A Bíblia é um livro a respeito de Deus. Assim como Moisés aprenderia durante o Êxodo, quem ele era não exerceu qualquer impacto no desfecho de sua situação. Quem Deus era fez toda a diferença.
No Novo Testamento, encontramos Jesus tratando do mesmo problema com os líderes judeus. “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim. Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida.” (Jo 5.39-40) Os líderes judeus investigavam as Escrituras fazendo a pergunta errada, procurando pela imagem errada a ser revelada.
Se a vida eterna se encontra nas Escrituras, ela só é descoberta por meio das lentes de quem Deus é. Se a nossa leitura da Bíblia concentrar os nossos olhos em qualquer outra pessoa que não seja Deus, temos virado o processo de transformação de trás para frente. Todo estudo da Bíblia que busca estabelecer a nossa identidade sem antes proclamar a identidade de Deus nos prestará uma ajuda parcial e limitada. Devemos desvirar o nosso hábito de perguntar “Quem eu sou?” Devemos perguntar primeiro: “O que esta passagem me ensina a respeito de Deus?”, antes de pedirmos para que ela nos ensine qualquer coisa acerca de nós mesmos. Devemos reconhecer que a Bíblia é um livro a respeito de Deus.
Talvez eu soubesse de fato que a Bíblia era um livro sobre Deus, mas não percebia que não a estava lendo como se fosse.
Foi aqui que coloquei as coisas de trás para frente: eu iniciava meu devocional fazendo as perguntas erradas. Eu lia a Bíblia, perguntando: “Quem eu sou?” e “O que devo fazer?” E a Bíblia realmente respondeu a essas perguntas em alguns lugares. Efésios 2.10 me disse que eu era feitura de Deus. O Sermão do Monte me disse para pedir pelo pão de cada dia e para acumular tesouros no céu. A história do rei Davi me disse para buscar um coração segundo o coração de Deus. Mas as perguntas que eu estava fazendo revelaram que eu tinha uma sutil má interpretação em relação à própria natureza da Bíblia: eu acreditava que a Bíblia era um livro sobre mim.
Eu cria que deveria ler a Bíblia para ensinar a mim mesma sobre como viver e para ter a garantia de que eu era amada e perdoada. Eu acreditava que ela era um guia para a vida e que, em qualquer circunstância, alguém que realmente soubesse como ler e interpretá-la poderia encontrar uma passagem que oferecesse conforto ou orientação. Eu acreditava que o propósito da Bíblia era me ajudar.
Com esse pensamento, eu não era muito diferente de Moisés, em pé diante da sarça ardente no Monte Sinai. Imediatamente em sua visão estava a revelação do caráter de Deus: uma sarça em chamas, conversando com ele de forma audível, a qual não era consumida miraculosamente. Quando foi encarregado por essa visão de Deus para ir até faraó e exigir a libertação dos cativos, Moisés, autoconsciente, responde: “Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel?” (Êx 3.11)
Deus responde com paciência, fazendo de si mesmo o sujeito da narrativa: “Eu serei contigo” (Êx 3.12). Em vez de se tranquilizar com essa resposta, Moisés pergunta em seguida: “Disse Moisés a Deus: Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?” (v. 13)
Observe que em vez de dizer a Moisés o que ele deveria fazer, Deus, ao contrário, diz o que ele mesmo tem feito, está fazendo e fará:
Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros. Disse Deus ainda mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O SENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isa-que e o Deus de Jacó, me enviou a vós outros; este é o meu nome eternamente, e assim serei lembrado de geração em geração. Vai, ajunta os anciãos de Israel e dize-lhes: OSENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me apareceu, dizendo: Em verdade vos tenhovisitado e visto o que vos tem sido feito no Egito. Portanto, disse eu:Far-vos-ei subir da afl ção do Egito [...]. E ouvirão a tua voz; e irás, com os anciãos de Israel, ao rei do Egito e lhe dirás: O SENHOR, o Deus dos hebreus, nos encontrou. Agora, pois, deixa-nos ir caminho de três dias para o deserto, a fim de que sacrifiquemos ao SENHOR, nosso Deus. Eu sei, porém, que o rei do Egito não vos deixará ir se não for obrigado por mão forte. Portanto, estenderei a mão e ferirei o Egito com todos os meus prodígios que farei no meio dele; depois, vos deixará ir. Eu darei mercê a este povo aos olhos dos egípcios; e, quando sairdes, não será de mãos vazias. (Êx 3.14-22)
O diálogo continua dessa maneira. Por todo esse capítulo e metade do livro de Êxodo, Moisés faz as perguntas erradas: Quem sou eu? O que eu devo fazer? Em vez de lhe dizer: “Moisés, você é meu servo escolhido. Você é minha criação preciosa, um líder sábio e talentoso”, Deus responde removendo completamente Moisés da posição de sujeito da discussão e inserindo a si mesmo. Ele responde à pergunta autocentrada de Moisés “Que sou eu?” com a única resposta que importa: “Eu sou”.
Somos como Moisés. A Bíblia é a nossa sarça ardente — uma declaração fiel da presença e da santidade de Deus. Nós pedimos que ela fale acerca de nós mesmos, mas em todo o tempo ela nos fala a respeito do “Eu sou”. Nós pensamos que se ela ao menos nos dissesse quem somos e o que devemos fazer, então nossas inseguranças, temores e dúvidas desapareceriam. Mas as nossas inseguranças, temores e dúvidas jamais podem ser banidos pelo conhecimento de quem nós somos. Eles só podem ser banidos pelo conhecimento do “Eu sou”. Devemos ler e estudar a Bíblia com nossos ouvidos treinados para ouvir a declaração que Deus faz de si mesmo.
Isso significa que a Bíblia não tem nada a dizer sobre quem nós somos? De modo nenhum. Nós apenas tentamos responder àquela pergunta de trás para frente. A Bíblia realmente nos fala sobre quem somos e sobre o que devemos fazer, mas o faz através das lentes de quem é Deus. O conhecimento de Deus e o conhecimento do eu sempre andam de mãos dadas. De fato, não pode haver um conhecimento verdadeiro do eu desvinculado do conhecimento de Deus. Ele é o único ponto de referência que é confiável. Portanto, quando leio que Deus é longânimo, percebo que não sou longânima. Quando leio que Deus é tardio em se irar, percebo que sou rápida em me irar. Quando leio que Deus é justo, percebo que sou injusta. Perceber quem ele é me revela quem eu sou diante da verdadeira luz. Uma visão de um Deus elevado e exaltado revela o meu pecado e aumenta o meu amor por ele. Tristeza e amor levam ao arrependimento genuíno, e eu começo a me conformar à imagem daquele que contemplo.
Se eu ler a Bíblia procurando a mim mesma no texto antes de procurar por Deus, eu posso de fato aprender que não devo ser egoísta. Posso até tentar mais arduamente não ser egoísta. Entretanto, até que eu enxergue o meu egoísmo através das lentes do absoluto altruísmo de Deus, não compreenderei adequadamente a pecaminosidade disso. A Bíblia é um livro a respeito de Deus. Assim como Moisés aprenderia durante o Êxodo, quem ele era não exerceu qualquer impacto no desfecho de sua situação. Quem Deus era fez toda a diferença.
No Novo Testamento, encontramos Jesus tratando do mesmo problema com os líderes judeus. “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim. Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida.” (Jo 5.39-40) Os líderes judeus investigavam as Escrituras fazendo a pergunta errada, procurando pela imagem errada a ser revelada.
Se a vida eterna se encontra nas Escrituras, ela só é descoberta por meio das lentes de quem Deus é. Se a nossa leitura da Bíblia concentrar os nossos olhos em qualquer outra pessoa que não seja Deus, temos virado o processo de transformação de trás para frente. Todo estudo da Bíblia que busca estabelecer a nossa identidade sem antes proclamar a identidade de Deus nos prestará uma ajuda parcial e limitada. Devemos desvirar o nosso hábito de perguntar “Quem eu sou?” Devemos perguntar primeiro: “O que esta passagem me ensina a respeito de Deus?”, antes de pedirmos para que ela nos ensine qualquer coisa acerca de nós mesmos. Devemos reconhecer que a Bíblia é um livro a respeito de Deus.
segunda coisa
A Bíblia nos ordena a amar a Deus com todo o nosso coração (Marcos 12.30). Quando dizemos que amamos a Deus com todo o nosso coração, queremos dizer que o amamos totalmente, com nossas emoções e com a nossa vontade. Ligar as nossas emoções à nossa fé é algo que acontece, até certo ponto, de modo natural para nós mulheres - falando de forma geral, sabemos como ser emotivas sem muita orientação. Se pensarmos no coração como a sede de nossas emoções e de nossa vontade, faz sentido nos aproximarmos com tanta frequência da Palavra de Deus perguntando: “Quem eu sou?” e “O que devo fazer?” Essas duas perguntas tratam exclusivamente do coração. E falamos com frequência na igreja sobre como o cristianismo é uma religião do coração - de como Cristo entrou em nosso coração, de como precisamos de uma mudança de coração. É correto falar do cristianismo dessa maneira, mas não exclusivamente dessa maneira.
Curiosamente, o mesmo versículo que nos ordena amar a Deus com todo o nosso coração também nos ordena a amá-lo com toda a nossa mente. A nossa mente é a sede do nosso intelecto. Ligar o nosso intelecto à nossa fé não acontece naturalmente para a maioria de nós. Vivemos num tempo em que a fé e a razão são tidas como pólos opostos. Por vezes, até a igreja adota esse tipo de linguagem. Para algumas de nós, a intensidade da nossa fé é medida através do quão perto nos sentimos de Deus em determinado momento - de como o sermão nos fez sentir, de como o coral de adoração nos fez sentir, de como a nossa hora silenciosa nos fez sentir. Escondido nesse pensamento, está um desejo sincero de compartilhar um profundo relacionamento com um Deus pessoal, mas sustentarmos nossas emoções pode ser exaustivo e frustrante. A mudança de circunstâncias pode derrubar nossa estabilidade emocional em um instante. A nossa “caminhada com o Senhor” pode se parecer mais com uma volta de montanha-russa, com picos e vales, do que com um caminho reto onde vales e montanhas foram nivelados.
Seria isso a consequência de termos deixado as coisas de trás para frente? Ao pedirmos para que o nosso coração dirigisse a nossa mente, será que adquirimos voluntariamente um ingresso para uma volta de montanha-russa? A menos que viremos as coisas para o lado certo, deixando a mente encarregada do coração, podemos estar numa longa e desenfreada volta.
Pedir para que a nossa mente venha antes do coração soa quase como não espiritual, não é mesmo? Mas observe a maneira como as Escrituras falam sobre o papel da mente:
Em relação ao arrependimento: “[Se eles] se converterem a ti de todo o seu coração e de toda a sua alma, na terra de seus inimigos [...] ouve tu nos céus, lugar da tua habitação, a sua prece e a sua súplica...” (1 Reis 8.48-49).
Em relação a buscar a Deus: “Disponde, pois, agora o coração e a alma para buscardes ao SENHOR, vosso Deus” (1 Cr 22.19).
Em relação a buscar a paz: “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti” (Is 26.3
– ARC).
Em relação à adoração correta: “Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera. Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com a mente; cantarei com o espírito, mas também cantarei com a mente” (1 Co 14.14-15).
Em relação à compreensão das Escrituras: “A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Então [ele] lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras” (Lucas 24.44-45).
Em relação à transformação: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2).
Não passe correndo por cima da verdade fundamental que você acabou de ler em Romanos 12.2-3. O que o cristão quer desesperadamente não é transformação de vida e o conhecimento da vontade de Deus? Nesses versículos, Paulo afirma inequivocamente como nós podemos obtê-los: pela renovação da nossa mente - não do nosso coração.
Durante anos, tentei amar a Deus com o meu coração em detrimento da minha mente, sem reconhecer minha necessidade de crescer no conhecimento do “Eu sou”. Qualquer estudo sistemático da Bíblia parecia mecânico, até mesmo um pouco como um ato de falta de fé ou um reconhecimento de que a percepção que o Espírito Santo me dava durante a hora silenciosa não era suficiente para mim. Mas eu estava deixando escapar uma verdade importante: que o coração não pode amar aquilo que a mente não conhece. Essa é a mensagem de Romanos 12.2-3 - não que a mente sozinha atinja a transformação, mas o caminho para a transformação passa da mente para o coração, e não o contrário.
A comunidade científica tem observado essa conexão da mente vindo antes do coração. Paul Bloom, um professor de Yale, com PhD em psicologia cognitiva, é especializado na pesquisa sobre o prazer - o estudo de como nós, seres humanos, desenvolvemos a capacidade de obter prazer por meio das pessoas, experiências e coisas. Ele descobriu, trabalhando em sua pesquisa, que o prazer não acontece simplesmente, ele se desenvolve. E a forma como ele se desenvolve é uma questão digna de nota: “As pessoas me perguntam: ‘Como conseguir mais prazer na vida?’ E minha resposta é extremamente pedante: Estude mais... A chave para apreciar um vinho não é apenas beber avidamente uma grande quantidade de vinhos caros, mas é aprender a respeito dos vinhos”.
Bloom descobriu que o prazer resulta do fato de obtermos conhecimento a respeito do objeto de nosso prazer, e não, conforme poderíamos supor, de simplesmente experimentarmos esse objeto vez após vez. De maneira específica, nosso prazer em alguma coisa aumenta quando aprendemos sua história, sua origem e sua natureza mais profunda. Isso é relevante principalmente para os cristãos. Somos chamados para sermos um povo que se deleita no Senhor, que pode dizer com convicção: “na tua destra [há] delícias perpetuamente” (Sl 16.11). Muitas entre nós se identificam prontamente com o chamado para o hedonismo cristão. No entanto, lutamos diariamente para viver como pessoas cujo maior prazer está em Deus. Se Bloom estiver certo, encontrar maior prazer em Deus não será consequência do fato de buscarmos mais experiências com ele, mas de o conhecermos melhor. Será consequência de estudarmos a divindade.
Pense sobre um relacionamento, um bem ou algo que lhe interesse que lhe dê muito prazer. Como você desenvolveu esse prazer? Quer você seja apaixonado por arte moderna, pela conservação do seu carro, por seu cônjuge, por nutrição, educação ou futebol, meu palpite é que você tenha ficado assim por aprender acerca do objeto da sua paixão - e que seu prazer cresceu à medida que o seu conhecimento também cresceu.
O casamento talvez seja o exemplo mais óbvio desse processo. A maioria das pessoas se casa com base em pouquíssima informação. Você já observou isso? Arriscamos o nosso futuro com base num conhecimento relativamente pequeno, em grande parte devido ao ímpeto das emoções que nos atingem durante a fase de namoro. Nós nos casamos, inundados de sentimentos de amor por nosso cônjuge, mas sabendo bem pouco sobre ele no âmbito mais abrangente. Esses sentimentos iniciais de amor também definham ou se aprofundam, dependendo de como os nutrimos. Olhando para trás, após vinte anos de casamento, posso dizer com honestidade que amo meu marido exponencialmente mais do que o amava no dia de nosso casamento. Por quê? Porque tenho feito um estudo sobre ele, e ele, sobre mim. O fato de conhecê-lo fez com que meu amor por ele aumentasse. No dia do nosso casamento, eu desconfiava que ele seria um bom pai, um trabalhador dedicado e um ouvinte fiel, mas, vinte anos mais tarde, eu soube que ele é isso tudo. Meu amor por ele cresceu à medida que o meu conhecimento sobre ele também cresceu.
Agora, pense em seu relacionamento com Deus à luz desse exemplo. A maioria das pessoas chegam à fé com base em pouca informação. Compreendemos que precisamos de perdão e graça, e somos conduzidos ao reino em uma onda de emoções profundas. Mas possuímos apenas um pequeno senso sobre aquele que nos trouxe para si mesmo. Desconfiamos que ele seja todas as coisas boas, mas ainda não fizemos um estudo sobre ele. Como uma esposa recém-casada, chegamos ao fim da fase de lua-de-mel e começamos a questionar como iremos sustentar e nutrir esse relacionamento.
A resposta está em conhecermos Deus, em amá-lo com a nossa mente. Jamais a expressão “conhecê-lo é amá-lo” foi tão verdadeira. À medida que crescemos no conhecimento do caráter de Deus por meio do estudo de sua Palavra, não podemos fazer outra coisa senão crescer em um amor exponencialmente mais profundo por ele. Isso explica por que Romanos 12.2 diz que somos transformados pela renovação da nossa mente. Passamos a compreender quem é Deus e somos transformados - nossas afeições se desapegam das coisas inferiores e se apegam a ele. Se quisermos sentir um amor mais profundo por Deus, temos que aprender a vê-lo mais claramente pelo que ele é. Se quisermos ter um relacionamento mais profundo com Deus, temos que aprender a pensar mais profundamente sobre Deus.
Considere outra ilustração: se eu dissesse que amo piano e que tenho um grande contentamento em tocá-lo, como você poderia descobrir se meus sentimentos a respeito do piano são verdadeiros ou não? É simples. Apenas me peça para tocar para você. Uma pessoa que ama de verdade tocar piano se disciplina para estudar piano. Por meio da aplicação de muita disciplina mental, sua proficiência em tocar - e, consequentemente, seu amor por tocar - crescerão e serão aprimorados.
O coração não ama aquilo que a mente não conhece. Sim, é pecado adquirir conhecimento pelo simples conhecimento, mas adquirir conhecimento acerca daquele a quem amamos, com o propósito de amá-lo com mais profundidade, sempre será bom para a nossa transformação. Devemos amar a Deus com a nossa mente, permitindo que o nosso intelecto instrua as nossas emoções, em vez do contrário.
Jen Wilkin
Como Implantar Membresia a uma Igreja em Plantação?
Na sua origem, a maioria das igrejas em plantação não é capaz de atuar como congregações em pleno funcionamento. Na ausência de uma membresia formal, a igreja não pode praticar a disciplina eclesiástica ou administrar a Ceia do Senhor ou o batismo de um modo bíblico. Assim, os plantadores de igreja devem sentir um encargo de estabelecer uma membresia tão cedo quanto possível.
Mas como deve ser essa mudança de um ponto de pregação para uma congregação com membresia?
Os benefícios da membresia em uma igreja em plantação
Alguns estrategistas de plantação de igrejas ensinam que a membresia é um aspecto lateral no objetivo da plantação de igrejas. Afinal de contas, os plantadores devem estar chamando as pessoas a participarem da vida e da missão da igreja. Essa participação, eles sustentam, é melhor manifestada em ações, e não em pactos de membresia formais.
Mas estabelecer uma membresia formal acarreta ao menos três benefícios para uma nova igreja.
1. A membresia convoca os frequentadores a um compromisso mais firme.
Primeiro, estabelecer uma membresia de igreja convoca os frequentadores regulares a um compromisso mais firme.
Quando um plantador começa uma nova obra, um número de pessoas provavelmente começará a frequentar, a fim de conferir o que está acontecendo por ali. Mas pode ser difícil perceber se é possível contar com essas pessoas para participarem da vida da igreja.
Estabelecer uma membresia dá a essas pessoas um momento “pegar ou largar”. Isso remove a ambiguidade quanto ao seu relacionamento com a congregação e as convoca a se comprometerem plenamente com a obra da igreja.
2. A membresia aumenta a responsabilidade mútua
Segundo, estabelecer uma membresia de igreja aumenta a responsabilidade mútua entre a própria congregação e entre a congregação e a liderança.
Membresia requer comprometimento e isso esclarece, em termos bíblicos, o que significa ser parte da igreja. Quando alguém deixa de ser um visitante e se torna um membro, está se comprometendo a amar, cuidar e orar pelas outras pessoas da igreja.
A membresia também permite aos plantadores saberem de quem devem cuidar e a quem supervisionar; e permite aos plantadores cobrar as pessoas por seus compromissos.
3. A membresia permite à igreja cumprir suas responsabilidades bíblicas
Terceiro, estabelecer uma membresia de igreja permite à igreja cumprir todas as suas responsabilidades bíblicas.
Sem membresia de igreja, o batismo e a Ceia do Senhor perdem uma parte importante de seu significado (o batismo como meio de entrada na comunidade da aliança e a Ceia do Senhor como o sinal da contínua participação naquela comunidade). Além disso, mandamentos como Hebreus 13.17 (“obedecei aos vossos guias”) e 1 Coríntios 5.13 (“expulsai, pois, de entre vós o malfeitor”) somente podem ser obedecidos quando o “vós” da igreja está claramente definido.
Quando estabelecer a membresia da igreja
O momento certo para implantar uma membresia de igreja varia a depender de circunstâncias. Se a plantação começa a partir de uma igreja estabelecida e possui grupo nuclear identificável, pode ser sábio reconhecer imediatamente as pessoas daquela equipe inicial como a membresia da nova igreja. Se o plantador está trabalhando numa “plantação de paraquedas” (na qual ele chega sozinho a um lugar e cada membro é um novo convertido), pode ser necessário algum tempo até que ele possa constituir a igreja e formalizar a membresia.
Aqui estão quatro questões às quais o plantador deve estar atento à medida que busca estabelecer uma membresia, listadas em ordem decrescente de importância:
1. A habilidade de discernir a credibilidade da profissão de fé das pessoas.
Para ter uma igreja, você precisa de cristãos. Sendo assim, um plantador em busca de implantar uma membresia de igreja formal precisa estar apto a discernir que há pessoas nas reuniões que são genuinamente convertidas. Isso significa que os membros em potencial devem compreender o que significa ser um cristão, estar aptos a expressar a sua fé e ter tempo suficiente para que sua fé se evidencie em uma vida transformada.
2. Concordância em torno de uma declaração de fé.
Embora nenhuma igreja tenha concordância unânime em toda questão doutrinária, uma congregação deve ter um consenso básico quanto a questões essenciais como o evangelho, as Escrituras, a natureza da igreja e a natureza da vida cristã. É importante não esperar muito antes de estabelecer uma declaração de fé, porque você pode encontrar dificuldades em obter consenso uma vez que a igreja tenha crescido.
No mínimo, você deve tornar as suas convicções doutrinárias amplamente conhecidas desde o princípio da plantação. Por exemplo, se você for um batista e souber que, quando a igreja estiver constituída, será uma igreja batista, é bom deixar isso claro desde o início. Eu sugiro que você pegue o nome supermoderno que você tenha escolhido para a igreja e inclua nele a palavra “batista”, chegando a algo como “Igreja Batista Kairos”. De outro modo, você terminará numa espécie de situação de “propaganda enganosa”, na qual pessoas que se envolveram na vida da congregação não poderão se tornar membros por causa de diferenças doutrinárias.
Eu também recomendo usar uma declaração de fé que tenha passado pelo teste do tempo, em vez de escrever a sua própria do zero. Não deve ser difícil encontrar uma que se encaixe. Se você não consegue encontrar uma que sirva, provavelmente você é um herege ou “apenas uma daquelas pessoas” (se é que me entende). Provavelmente sua esposa pode lhe ajudar a determinar qual dos dois.
3. Concordância em torno de um pacto eclesiástico.
Um pacto eclesiástico é um contrato que define as responsabilidades e privilégios da membresia. Embora não seja absolutamente necessário ter um documento formal que delineie essas coisas, há uma razão pela qual as igrejas têm se beneficiado de detalhar essas responsabilidades por antecipação. Para dizer o mínimo, os novos membros da igreja precisarão saber o que se espera deles.
4. Constituição da igreja e documentos administrativos.
Embora poucas coisas sejam tão chatas quanto estatutos ou constituições, é útil tê-los à mão ao instituir a membresia em sua plantação de igreja. Desse modo, o meio de receber e remover membros fica claramente estabelecido. É também uma boa ideia estabelecer desde o princípio como líderes serão reconhecidos e como decisões serão tomadas pela membresia.
Como um plantador, você deverá decidir de quais dessas quatro coisas precisará antes de estar confortável em estabelecer a membresia da igreja. Uma vez que tenha essas coisas à disposição, você deve seguir em frente.
Conclusão
A membresia pode não parecer muito importante no início de uma plantação de igreja. Mas, em algum momento do processo, a congregação precisará saber quem “eles” são, a fim de poder cumprir os mandamentos bíblicos para a igreja.
Tradução: Vinícius Silva Pimentel
Revisão: Vinícius Musselman Pimentel
Revisão: Vinícius Musselman Pimentel
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