2015/07/04

Ministério feminino versus Ministério feminino ordenado à luz da Bíblia


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Por Pr. Pedro Inácio de Lima Neto


“Sou a favor do ministério feminino, mas sou contra o ministério feminino ordenado”(Augustus Nicodemus)

A história nos ajuda a compreender o presente. Na história das religiões mundiais, percebemos a presença das mulheres como deusas, sacerdotisas, exercendo em muitas delas autoridade espiritual.

No Egito, na Suméria, na Babilônia, na cultura Chinesa, na Hindu, na Ilha de Creta (crentenses), nas civilizações minóicas, Persas, nas civilizações Grega e Romana todas estas eram politeístas (crença em vários deuses).

Já na história do povo judeu, temos a Bíblia (Velho Testamento), como a principal fonte de estudo dessa civilização, encontramos uma ruptura com esta prática, e gostaria de juntos fazermos uma reflexão.

Abraão, que veio da Suméria, conhecedor de um panteão de deuses e deusas, sendo os primeiros grandes poemas sumérios escritos por uma mulher, Enheduanna, que foi tanto uma sacerdotisa (EN) do deus Nanna na cidade de Ur, e princesa real, filha do rei Sargão, o Acádio. Esta deusa tinha uma grande influência em toda aquela região. O que nos leva a pensar é por que Abraão não continuou com esta prática a partir do seu chamado em Gênesis 12:1-5 “Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão bendita s todas as famílias da terra. Assim partiu Abrão como o SENHOR lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos quando saiu de Harã. E tomou Abrão a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e todos os bens que haviam adquirido, e as almas que lhe acresceram em Harã; e saíram para irem à terra de Canaã; e chegaram à terra de Canaã.”

Moisés nasceu e viveu na cultura egípcia (África) dividida em alguns níveis, cada uma com suas atividades próprias. Nessa sociedade a mulher era muito prestigiada. O Antigo Egito, por exemplo, ficava no nordeste da África onde é hoje a República Árabe do Egito. O nordeste da África é a região onde o Antigo Egito, propriamente dito, começou a se desenvolver. O rio Nilo (6.500 km e 6 cataratas) cortava o seu antigo território. Situa-se entre os dois desertos (deserto da Lídia e deserto da Arábia). O faraó era um rei onipotente, proprietário do todo o país. Ele era a um só tempo, ou seja, simultaneamente, monarca, autoridade judiciária, sacerdote, tesoureiro, general. Era ele que fazia as decisões e a direção de tudo o que via, porém não podendo ter condições de ir a todos os lugares do reino, distribuía ocupações para mais de cem funcionários que o assessoravam na administração do Egito. A imagem divina do faraó era subsídio essencial para a unidade de todo o Egito. O povo acre ditava que o faraó era a certeza de que ele próprio sobreviveria ao longo dos tempos e esperava ser feliz.

Os sacerdotes eram grandemente prestigiados e poderosos, tanto espiritualmente como materialmente, pois dirigiam as riquezas e os bens dos valiosos templos de dimensões avantajadas. Eram também homens intelectualmente privilegiados (vulgo sábios) do Egito, guardiões dos segredos científicos e dos mistérios da religião que se relacionavam com seus numerosos deuses.

Os egípcios eram um povo profundamente religioso, portanto, acreditavam em vários deuses. Esta era a importância da formação civilizatória e organizacional da sociedade. O tipo de crença era o politeísmo. A partir dos primeiros tempos da história da humanidade, os cidadãos do Antigo Egito prestavam culto a inúmeras e estranhas divindades. Os mais antigos foram indivíduos do reino Animal e cada ser humano tinha o seu animal-deus como protetor. Prestavam cultos a gatos, bois, serpentes, crocodilos, touros, chacais, gazelas, escaravelhos, entre outros.

O que me impressiona é o porquê Moisés não leva todo esse panteão de deuses e deusas para o deserto junto com o povo, pelo contrário recebe uma orientação de Deus para construir o tabernáculo no deserto e praticar uma religião e uma espiritualidade diferentemente do que viu no Egito, ou seja, Moisés segue a religião monoteísta.

Estas práticas culturais, simbólicas e religiosas migraram para muitos povos, os babilônicos, fenícios, persas, gregos, romanos, inclusive o Código de Hamurabiinfluenciou a Cultura Bíblica, principalmente o Velho Testamento, mas percebemos claramente uma ruptura com a questão da ordenação do ministério feminino ao sacerdócio em todo o Velho Testamento não temos a esposa do sacerdote sendo sacerdotisa.

Destacamos algumas mulheres que exerceram o seu ministério na história do povo judeu, e nenhuma delas exerceu o sacerdócio ordenado. Vejamos: EVA, a mãe de todos os viventes (Gênesis), SARAH, uma esposa submissa (Gênesis). REBECA, uma mulher de fé hesitante, MIRIÃ, uma líder nata (Êxodo). RAABE, uma salvadora sagaz (Josué). DÉBORA, uma juíza diferente. A líder de Israel (Juízes), RUTE, uma fiel moabita (livro de Rute). ANA, uma mãe dedicada (1º Samuel), ABGAIL, uma beldade inteligente (1º Samuel). RISPA, uma testemunha silenciosa (2º Samuel). A viúva de Sarepta (1º Reis). A rainha de Sabá (1º Reis). A serva de Naamã, um instrumento de benção (2º Reis). HULDA, a profetisa que mudou uma nação (2º Reis). JEOSABEATE (2Cr 22.11), a esposa de um sacerdote (2º Crônicas), ESTER, uma rainha corajosa (livro de Ester), A noiva sulamita (Cântico).

“Sou a favor do ministério feminino, mas sou contra o ministério feminino ordenado”(Augustus Nicodemus, teólogo, ministro presbiteriano, Profº da Universidade Presbiteriana Mackenzie). Segundo o citado pastor em uma palestra no Youtube, o mesmo faz um relato histórico em toda a história bíblica e admite a impossibilidade doutrinária, histórica, bíblica teológica do ministério feminino ordenado. O mesmo fala do ministério das mulheres na Bíblia e cita Débora como juíza (função civil), Hulda como profetisa (o ministério de profeta não era ordenação). Admite que a mulher é inteligente e dedicada, o seu empenho e papel na história, principalmente nas religiões que sejam cristãs ou não. Diz que Jesus Cristo, no momento da escolha dos apóstolos, poderia ter chamado Maria, sua mãe para ser apóstola, mas não o fez.

Jesus deu dignidade e valor a mulher, expulsou demônio de Maria Madalena, permitiu que Maria, a prostituta beijasse sues pés, as mulheres foram as primeiras a anunciar a ressurreição, utilizou muitas mulheres nobres a serviço do reino, considerou o ministério feminino, mas nunca ordenou nenhuma delas a liderança espiritual, ou até mesmo permitisse que uma delas exercesse os atos ministeriais. Quando na escolha do novo apóstolo, para substituir Judas, os apóstolos poderiam ter escolhido Maria, mãe de Jesus, mas escolheram homens. Segundo Augustus Nicodemus, o que podemos concluir é que Deus, na sua soberania, resolveu designar esse ministério ordenado para os homens. Quando os irmãos reclamaram das viúvas que estavam sendo desprezadas na distribuição diária, convocou-se uma assembléia (havia mulheres presentes) e escolheram sete homens de boa reputação (Atos 6), o ideal seria escolher sete mulheres para cuidar da beneficência e das viúvas, mas não o fizeram. Isto nos deixa muito claro que na Bíblia não há espaço algum para o ministério feminino ordenado, e sim todo um incentivo ao ministério feminino.

O apóstolo Paulo era conhecedor profundo da cultura greco-romana, e presenciou nas suas viagens a religiosidade do povo e os deuses e deusas, (diversidade religiosa), mas não admitiu tal cultura na pregação do evangelho, e não designou nenhuma mulher para o presbitério, apesar de contar com o apoio ministerial feminino, e manda saudações e agradecimentos a várias mulheres que cooperaram com o seu ministério.

Ao examinarmos o Novo Testamento, descobrimos a posição das mulheres piedosas, honradas e belas no mais alto grau. Maria –"agraciada""bendita entre as mulheres"; sua prima Isabel, mãe de João Batista. Ana, idosa viúva de oitenta e quatro anos, dedicada ao serviço de Deus, são as mais belas personagens diretamente ligadas ao nascimento de Cristo. Maria, irmã de Lázaro,"escolheu a melhor parte", ao colocar-se aos pés do Senhor para ouvir-lhe os ensinamentos. Foi ela que O ungiu para o Seu sepultamento, uma ação que jamais perderá a sua fragrância "onde quer que este Evangelho for pregado, em todo o mundo,será também contado o que ela fez para memória sua" (Mt 26:13). Febe, foi uma servidora da igreja e socorreu a muitos (Rm 16:1). Lídia hospedou o apóstolo Paulo em sua casa (At 16:40). Priscila, ajudou Áquila a expor com mais exatidão o caminho de Deus a Apolo (At 18:26). Lembramos também das "mulheres gregas da classe nobre" que creram (At 17:12). Paulo, no final da carta à igreja em Roma, faz uma saudação e um claro elogio a Trifena, Trifosa e Pérside, mulheres que trabalhavam no Senhor (Rm 16:12). A Maria Madalena foi concedida a alta honra de transmitir aos demais discípulos a ressurreição de Cristo (Jo 20:17). E o que dizer de “Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Suzana e muitas outras, as quais lhe prestavam assistência com os seus bens” (Lc 8:3). Mulheres que foram alcançadas pelo toque, pela presença poderosa de Jesus. Sara, apesar de não estar na lista das mulheres do Novo Testamento, é nele citada com destaque e permanece como o exemplo das "santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam sujeitas aos seus próprios maridos", pois lemos que "Sara obedecia a Abraão, chamando-lhe senhor; da qual vós sois filhas, fazendo o bem" (1Pe 3:5,6).

Considerações Finais

Que belo e honrado caminho foi trilhado por essas mulheres! Que possamos encontrar as descendentes dessas piedosas mulheres entre nós! Os apóstolos Paulo e Pedro estabeleceram algumas qualidades destinadas especificamente às mulheres. Estas características servem como critérios para avaliar o perfil da mulher no Novo Testamento:

“Da mesma sorte, quanto a mulheres, é necessário que sejam elas respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo”. 1Tm 3:11

Pregamos que a Bíblia é a nossa regra de fé e prática. Então, já que não há na Palavra de Deus nenhuma orientação clara, com relação ao ministério feminino ordenado, por que avançar um sinal que não está favorável (verde)? Estamos forçando o texto bíblico, estamos praticando uma cultura religiosa pagã e estamos desobedecendo a Deus, causando grandes prejuízos para as nossas igrejas, a nossa denominação e a nossa sociedade, e levando as mulheres a assumir um ministério ordenado que Deus, o nosso pai não ordena.

Parabéns as mulheres pelo ministério que o Senhor Jesus tem confiado a cada uma, continuem exercendo com amor e dedicação. Os sacerdotes, os profetas, os reis, os apóstolos, os pastores, as igrejas, não teriam produzido, avançado tanto, sem o ministério das mulheres.

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Sobre o autor: Pedro Inácio de Lima Neto é pastor da 1ª Igreja Evangélica Congregacional em Mangabeira - João Pessoa/PB.

2015/07/02

LÍNGUAS ESTRANHAS EM ATOS (Direto ao ponto)



Sei que este assunto já foi discutido por décadas, e que não vai ser esta interpretação, que vai por fim ao debate. Enquanto pastoreava a última igreja houve como tema da CBBrasileira, para um ano, a questão dos dons. Assim sendo, às quartas-feiras à noite, estudamos todos os dons possíveis de achar na Bíblia. Das fontes de estudo, consegui reunir 30, das que estão anotadas nas folhas do estudo. Que ao todo deram 88 páginas manuscritas. Pelo menos foi o que eu achei, pois nos separam mais de dez anos deste estudo, até hoje. Não vou me basear neste estudo, apenas o que ficou na mente, e o que lembro quando leio o texto bíblico.

Lucas, autor do Evangelho e de Atos dos Apóstolos, nos ajuda muito no sentido de esclarecer como o texto deve ser interpretado.

Em Atos 1:15 o texto diz que naquela ocasião havia “quase cento e vinte pessoas” quando Pedro tomou a palavra para a eleição de um apóstolo que substituísse Judas. O capítulo 2:1 começa assim: “E, cumprindo-se o dia do pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar;” O texto , aqui não diz se eram os cento e vinte ou os doze. Mas deixa claro que foi num outro dia,  “Cumprindo-se o dia do pentecostes…”  Em Atos 2:14 diz: “Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze”… Para alguns pode fazer diferença, se foram cento e vinte ou doze. Pedro,  mais onze,  igual a doze. Creio que é um assunto no qual não adianta se deter.

No mais o estudo ficará no contexto em Atos, e no uso das palavras gregas: glôssa e diálektos. Lucas usa a palavra glôssa  6 vezes no seu livro, enquanto que a palavra diálektos é usada também 6 vezes. Destes usos só Atos 2:26, fala da língua como membro do corpo humano. E Atos 2:3 fala da representação do Espírito Santo ao descer sobre os apóstolos, “E foram vistas por eles línguas(glóssai) repartidas…”  E Atos 1:19 fala de diálekto, como idioma dizendo: “de maneira que na sua própria língua (diálekto) esse campo se chama Acéldama, …” , não tendo nada a ver com nosso estudo, a não ser o fato de Lucas usar a palavra diálekto para idioma.

Em Atos 2:4,11; 10:46; e 19:6; é usada a palavra glôssa. Enquanto que a palavra diálekto, é usada em: 2:6,8; 21:40; 22:2; e 26:14. Conferindo os textos veremos que Lucas usa a palavra glôssa quando se fala de língua estranha. E usa a palavra diálekto, quando quer falar de idioma. Com uma exceção, se eu posso dizer assim, pois não sei o que Lucas pensava naquele momento. Atos 2:11parece que está falando de idioma e não de língua estranha: “Cretenses e árabes, todos os temos ouvido em nossas próprias glóssais falar das grandezas de Deus.”

Em Atos 2:4 diz: “E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas (glóssais), conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” Este texto sozinho não pode ser interpretato ele precisa do restante do texto. Depois deste versículo, somente no versículo 11 reaparece a palavra línguas (glóssais), mas que não pode ser traduzido por “língua estranha” em virtude do seu contexto. A tradução óbvia é: idioma. Veja o texto: “Cretenses e árabes, todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus.”

Neste capítulo, ainda temos os versículos que falam em idioma: Atos2:6 e 8: “E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua(dialékto).” “Como pois os ouvimos , cada um, na nossa própria língua(dialékto) em que somos nascidos?” Nos dois versículos, também fica claro que se fala de idioma.
Vejam, estou sendo simples como o texto. Agora, como podemos entender a situação como um todo, deste capítulo. As línguas estranhas foram um sinal? Como provamos,  com um texto apenas,  que foram línguas estranhas? Este fato não será provado aqui, mas depois. Como já foi dito, não há dúvida que Lucas fala de idiomas ao usar a palavra diálekto. Mas isso também pode ser debatido.

 Então vamos deixá-los quietos e tanger um  outro assunto, usando como premissa,  que estas duas palavras são usadas no sentido dado acima.

Se  eram línguas estranhas, ou ininteligíveis, como o povo os ouvia no seu próprio idioma? Vejamos algo interessante: Atos 2:6  “…cada um os ouvia falar…” 2:8 ”Como pois ouvimos,…” 2:11 “…todos os temosouvido em…”. Pela fala do povo, os discípulos não estavam falando em língua estranha, mas nos idiomas deles. Era assim que elesouviam. O que não significa que os discípulos não estivessem falando em língua estranha.

Outro detalhe: As pessoas que estavam entendendo o que eles diziam se maravilhavam disso. Estavam abertos para ouvir. Não estavam preconcebidos. E as pessoas preconcebidas não entendiam nada. Para estes os discípulos não falavam em idiomas. Por isso zombavam e diziam que estavam bêbados, ou loucos.

O que significa isso? Significa o que, pelo menos dois comentaristas, dizem que pode ter acontecido. Que na ocasião houve três fatos importantes: o derramamento do Espírito Santo, o falar línguas estranhas pelos discípulos, e a interpretação das línguas pelo Espírito Santo às pessoas que de coração aberto e perplexos queriam saber o que estava acontecendo. Convenhamos, deixaria Deus faltar alguma coisa, para que o fato não pudesse ser entendido e o seu nome glorificado? Para nós pode parecer algo grandioso demais, mas sabemos que para Deus não é. Para Deus isso foi simples. Muito simples.

Seguimos para Atos 10:44-46 “E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. 45 E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. 46 Porque os ouviam falarglóssais, e magnificar a Deus.” Por que os “da circuncisão” sabiam que havia sido derramado o Espírito Santo? “Porque os ouviam falar línguas (glôssa)” . Se estes estivessem falando em outros idiomas, seria um sinal? Lucas poderia ter usado a palavra diálekto.Certamente não quis dificultar o entendimento do texto.
  
E Pedro usa este fato para dar testemunho em Jerusalém, de que os gentios haviam recebido o Espírito Santo. Atos 15:8 “E Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o Espírito Santo, assim como também a nós.” “Lhes deu testemunho”.  “Lhes  deu um sinal”. Um sinal não somente para os gentios, mas para os judeus que lá estavam e para Pedro, que pregava. Se eles falassem em idiomas, seria um sinal? Em Cesaréia, cidade importante em todos os sentidos: comercial e político. Havendo pessoas de todos os lugares. Por isso glôssa e não diálekto.

Seguimos para Atos 19:5-7. “E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus. 6 E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam glóssais e profetizavam. 7 E estes eram, ao todo, uns doze varões.” Novamente, Lucas não usadiálekto, isto é idioma. Apesar de não haver argumento maior, o uso da mesma palavra pelo evangelista, nos dá a entender que falaram em línguas estranhas.

Seguimos para Atos 21:40 “ E, havendo-lhe permitido , Paulo pondo-se em pé nas escadas, fez sinal com a mão ao povo; e, feito grande silêncio, falou-lhes em dialékto hebraico.”

Sigamos logo para Atos 22:2 “(E, quando ouviram falar-lhes emdialékto hebraico, maior silêncio gurdaram.)

Sigamos logo para: Atos 26:14 “E, caindo nós todos por terra, ouvi uma voz que me falava, e em dialékto hebraico, dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões.”

Há aqui alguma dúvida  de que está se falando de idioma? Certamente não. Porque o texto cita o idioma. E estes textos foram escritos pelo mesmo autor dos outros textos, onde se usa a palavraglôssa. Por que Lucas faria o esforço de usar termos diferentes sem ter um motivo para isso? Tanto em Atos 2, como em 10, e 19, ele usa o mesmo termo. Por que eu traduziria, ou interpretaria de forma diferente?

Não preciso atender problemas eclesiásticos, ou religiosos (o que é muito pior), para amoldar um texto  ao desejo de um grupo que não consegue ver Deus como um Deus livre e que pode fazer até coisas que eu não quero. Mas que vão contribuir para a divulgação do evangelho. Quem sou eu, ou melhor dizendo, como Deus perguntou a Jó 28:4ª “Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência.”

Precisamos ressaltar, que em nenhum lugar deste livro é falado sobre a repetição de qualquer um destes eventos. Digo: qualquer um, porque todos foram diferentes. Em Atos 2, foi o derramamento do Espírito Santo, propriamente dito, conforme promessas de Jesus em João 14 e 16. Já na casa de Cornélio, não houve um derramamento do Espírito Santo, mas uma manifestação do Espírito Santo, que já havia sido derramado em Atos 2. O mesmo acontece em Éfeso. As situações também foram diferentes: Em Atos 2, os discípulos receberam o Espírito Santo manifesto em línguas de fogo pousando sobre cada um deles, para prova para eles mesmos do que estava acontecendo. Em Cesaréia, a manifestação aconteceu enquanto Pedro falava, diríamos que ele ainda não havia feito o apelo para crer em Jesus; não temos certeza se todos os presentes já haviam crido. Mas foi uma prova para os judeus e para Pedro. E em Éfeso, os discípulos já haviam sido batizados com o batismo do arrependimento de João Batista, eles foram, pois, batizados em nome de Jesus, e depois Paulo impondo as mãos, receberam o Espírito Santo

Tendo estes três textos, também não encontramos em nenhum deles, ou num outro de Atos que é necessário que o novo convertido fale em línguas estranhas. Quando Pedro foi perguntado em Atos 2:37-38 “… Que faremos varões irmãos?” Pedro respondeu “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo.” Que ocasião propícia para falar que deveriam falar em língua estranha, se isso fosse necessário. O versículo 42 diz que se converteram  “quasi três mil almas.” E não fala nada em alguém ter falado em línguas estranhas. Da mesma forma em Atos 4:4 onde se converteram “Muitos, porém, dos que ouviram a palavra creram, e chegou o número desses homens a quasi cinco mil.” Destes também não se fala que alguém tivesse falado em línguas estranhas. E só mais um exemplo: Nem o apóstolo Paulo, indo a Damasco, tendo visto a forte luz, ouvindo Jesus falar com ele, não falou em língua estranha, apesar de ter sido um momento muito divino. Ainda Paulo, quando recebeu a visita de Ananias. Ananias diz que ele fora enviado para que Paulo “tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo”. Nem mesmo neste momento Paulo falou língua estranha. Diz o texto que “levantando-se foi batizado.”

Não há pois prova nenhuma no livro de Atos, que mostre que o crente deve ter uma experiência especial que comprove que ele é crente em Jesus Critso, falando línguas estranhas. Aliás, quem crê não precisa de provas. E há aqueles que falam línguas estranhas, que nem crentes são. Mas isso veremos ao estudarmos As Línguas Estranhas em I Corintios.   
É melhor ficarmos no que está escrito, e agradecer pela misericórdia que Deus teve para conosco. Pregarmos o evangelho sem tirar o olhar da cruz, pois é isto que as muitas discussões fazem. Que Deus nos abençoe.
Pr.HW Rosin

O que significa atos proféticos? É bíblico?

Provavelmente você já deve ter se deparado alguma vez com a notícia de um ato profético. Certa vez um pastor levou várias vassouras para o altar da igreja, chamou alguns membros e todos passaram a varrer o chão do altar. Aquele ato, segundo ele, simbolizava a profecia de que o pecado seria varrido da vida das pessoas daquele lugar. Outro pastor levou à igreja um grande cálice com cerca de 12 litros de óleo ungido. Em um momento do culto o pastor ajoelhou e os 12 litros de óleo foram jogados sobre a cabeça dele num ato profético que simbolizava uma unção além da medida para o povo de Deus daquele lugar. Ainda temos um pastor que alugou um helicóptero e sobrevoou uma cidade derramando um óleo ungido sobre os limites da cidade e profetizando que, a partir daquele ato profético, aquela cidade era do Senhor Jesus.
Enfim, os tipos de atos proféticos são variados. Mas vamos entender melhor o que significa toda essa história de atos proféticos e verificar o que a Bíblia diz a respeito disso.
O que significa atos proféticos? É bíblico?

Atos proféticos, o que a Bíblia diz?

(1) Segundo aqueles que os realizam, os atos proféticos são ações realizadas por profetas de Deus, homens consagrados. Esses atos são realizados através de ações e símbolos que apontam para realidades espirituais e tem impacto no mundo físico. Exatamente como no exemplo citado no início, onde um pastor usou uma vassoura e o varrer dessa vassoura como símbolo de algo espiritual (a vitória sobre o pecado) que teria impacto no mundo físico (as pessoas parando de pecar).
(2) Aqueles que defendem o uso de atos proféticos costumam utilizar passagens bíblicas onde Deus se usou de símbolos e ações de Seus profetas para transmitir mensagens ao povo. Por exemplo, o toque de trombetas ou shofar (Josué 6.2-16); derramar óleo sobre lugares e pessoas (Levítico 8); usar desenhos e maquetes de lugares para profetizar e ungir (Ezequiel 4.1-4); enterrar e desenterrar um cinto (Jeremias 13.1-11), etc. Os defensores dos atos proféticos se utilizam dessas passagens para dizer que Deus apoia esse tipo de ato e, inclusive, usou desse tipo de ação na Bíblia. Sendo assim, segundo eles, Deus quer que esse tipo de ato continue.
(3) Avaliando essa questão, precisamos entender que a Bíblia nos traz passagens descritivas (que descrevem fatos como ocorreram, a história) e passagem que são mandamentos (ordens de Deus que devemos cumprir). Cada uma dessas passagens precisa ser interpretada de acordo com o que representa. Por exemplo, a Bíblia nos traz uma passagem descritiva mostrando que Judas traiu o Senhor Jesus (João 13:26-27). Isso significa que devemos trair Jesus? Obviamente que não. Outro exemplo: a Bíblia cita que Moisés tirou as sandálias dos pés quando chegou até a sarça ardente porque, segundo Deus disse, aquela terra era sagrada (Êxodo 3:5). Isso significa que devemos tirar o calçado que vestimos quando estivermos diante de uma terra sagrada? Obviamente não. São passagens descritivas e não passagens com mandamentos. Já no caso de passagens bíblicas com mandamentos, elas são bastante claras a nós: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Mateus 22:37). Isso é claramente um mandamento, é ordem de Deus que deve ser seguida. Bem diferente do primeiro exemplo.


(4) As passagem bíblicas citadas como embasamento pelos que fazem seus atos proféticos devem ser interpretadas e entendidas à luz de seu contexto e objetivo. Geralmente Deus utilizava desses expedientes de forma didática ao seu povo e de forma pontual, sem que aqueles atos fossem novamente repetidos. Quando Jeremias comprou um cinto e o enterrou e, após alguns dias voltou até onde enterrara o cinto e este estava podre, Deus mostrou que Seu objetivo era apontar para Judá e Jerusalém que Ele iria fazer apodrecer a soberba deles, pois estavam longe de Deus, andando em maus caminhos (Jeremias 11.9-11).  O objetivo era o ensino e não trazer questões espirituais a existência no mundo físico e nem decretar vitórias que venham por causa do ato realizado. Aquele pastor que citei no início, que levou um monte de vassouras para a igreja para varrer o pecado, tenho por certo, não conseguiu varrer o pecado da vida das pessoas. Ele deveria ter usado a Bíblia para ensinar o que é ter uma vida santificada.

(5) O que ocorre é que aqueles que se usam de passagens descritivas para embasar seus atos proféticos, principalmente do Antigo Testamento, erram fazendo isso, primeiro porque incorrem em um erro de interpretação da Bíblia; segundo porque trazem para igreja elementos estranhos ao culto e tomam de um tempo precioso que deveria ser usado para cultuar a Deus e levar o povo ao aprendizado da Palavra de Deus. Infelizmente levam o povo a uma superstição prejudicial e que minimiza o poder da Palavra de Deus (e do próprio Deus), enquanto ampliam o “poder” dos grandes “homens de Deus” que fazem seus atos proféticos tão “necessários” para que a igreja alcance bênçãos.

(6) As práticas atuais de atos proféticos dos mais diversos e, diga-se de passagem, cada vez mais absurdos, têm afastado as pessoas da verdade da palavra de Deus. Essas pessoas, ao invés de serem libertas das superstições pela pregação da palavra de Deus, têm vivido cada vez mais dependentes de símbolos e de homens que seriam a “chave” para alcançarem as bênção de Deus. Um verdadeiro absurdo! Por exemplo, vi um vídeo de um pastor que fez um ato profético onde cada pessoa deveria se sacrificar e ofertar na igreja uma boa quantia e levaria um mini tijolo ungido, que representaria a conquista da casa própria muito rapidamente. Ora, isso é totalmente absurdo! Uma oferta financeira e um mini tijolo ungido não darão casa própria a ninguém! Antes, as pessoas deveriam ser orientadas dentro da Palavra de Deus a trabalhar honestamente e buscar em Deus a concretização de seus sonhos. Esse é o caminho terrível dos atos proféticos!

(7) Além disso, não temos nenhuma menção na Bíblia de qualquer ordem mandando que reproduzamos atos proféticos. Quando Paulo instruiu o pastor Timóteo, não mandou que fizesse atos proféticos, antes, orientou: “Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina” (2 Timóteo 4:1-2). A base de nossas ações deve ser sempre as Escrituras Sagradas. O povo deve ser ensinado a buscar na Bíblia as orientações para todas as questões da vida. Atos proféticos são uma espécie de “circo” que distrai as pessoas e as levam para ainda mais longe dos verdadeiros ensinos da Palavra de Deus. Uma pena que tenha gente que ainda baseie sua fé nesse tipo de coisa!

2015/06/30

Homossexualismo, o que a Bíblia diz?


Introdução
Desde os primórdios da humanidade, as sociedades convivem com os mais variados tipos de comportamentos sexuais. O relato bíblico da Criação em Gn 1 e 2 mostra que Deus formou o homem e a mulher para viverem em comunhão íntima, tornado-se “uma só carne”. Porém o pecado infiltrou-se nos relacionamentos sexuais entre os seres humanos de tal forma que hoje a sociedade convive com uma variação enorme de perversões sexuais, tais como: narcisismo, homossexualismo, masturbação, sadismo, masoquismo, exibicionismo, pedofilia, gerontofilia, fetichismo, travestismo, incesto, pluralismo, necrofilia, bestialidade, zoofilia, voyeurismo, sexopatia acústica, renifleurismo, coprofagia, frotterurismo, entre outros.
O presente trabalho não vai entrar nos detalhes das diversas anomalias sexuais, limitando-se apenas ao estudo do homossexualismo, pois este é o tema tratado pelo apóstolo Paulo em Rm 1:26 e 27. O artigo será dividido nas seguintes seções: Estudo da referência paulina em Romanos; conceito e causas da homossexualidade; os motivos pelos quais Deus condena este comportamento sexual; terapia para a regeneração daqueles que apresentam este desvio da sua sexualidade. Ao final, será apresentado um resumo do trabalho e as conclusões encontradas.
Comentário Sobre Rm 1:26-27
Encontra-se a declaração de Paulo nas seguintes palavras:
"Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro." Romanos 1:26-27
Há um consenso geral de que Paulo referia-se aqui à prática do lesbianismo e do homossexualismo masculino. A palavra “natural” (kata physin) em oposição à “contrária à natureza” (para physin) era usada no tempo de Paulo com muita freqüência como uma maneira de estabelecer distinção entre comportamento heterossexual e homossexual. Harrison acrescenta que “Paulo usa linguagem direta, para condenar a perversão do sexo fora do seu justo lugar: dentro do relacionamento conjugal”. Outro teólogo afirma que a contaminação do corpo humano é claramente manifestada no homossexualismo, pois ele é obviamente antinatural, contrário à natureza sexual.
A prática do homossexualismo era comum no mundo pagão, tendo forte presença na sociedade em geral, sendo designado como o “pecado grego”. Paulo escreveu sua epístola aos Romanos na cidade de Corinto, a capital dos vícios gregos, e certamente já vira ali evidências sobre as práticas homossexuais.
Lovelace ainda diz que “contrária à natureza” significa “simplesmente contra a intenção de Deus para o comportamento sexual humano que é explicitamente visível na natureza, na função complementar dos órgãos sexuais e dos temperamentos do macho e da fêmea”.
No verso 27 Paulo emprega o termo arsen 3 vezes, traduzidos na ARA por “homens”. O substantivo arsenokoites (“homossexual masculino”, “pederasta”) é empregado pelo apóstolo como alguém que não herdará a salvação por estar sob a condenação de Deus (1Co 6:9; 1Tm 1:10). Brown ainda acrescenta que aqui a perversão sexual é vista como resultado de (e, até certo ponto, um julgamento sobre) o pecado do homem em adorar a criatura ao invés do criador.
Conceito e Causas da Homossexualidade
Uma vez comprovado que o tema que Paulo abordou em Rm 1:26-27 foi mesmo a homossexualidade, tanto masculina quanto feminina, faz-se necessário um maior aprofundamento sobre o estudo deste comportamento sexual.
O homossexual é considerado uma pessoa com tendência a dirigir o desejo sexual para outra pessoa do mesmo sexo, ou seja, ele (ou ela) sente atração erótico-sexual por parceiro do mesmo sexo. Maranon apresenta uma definição mais completa sobre a homossexualidade nas seguintes palavras:
Por mais classificações que se façam desta anormalidade, a base patogenética é sempre a mesma: uma sexualidade recuada, de polivalência infantil que, por circunstâncias externas, condiciona sob diferentes formas seu objetivo erótico em sentido homossexual.
Baseando-se no relatório de Kinsey, os homossexuais pretendem que sua condição seja considerada “uma espécie de forma alternativa de sexualidade, homóloga e simétrica à heterossexualidade”.
Bergler, porém, vê a homossexualidade como uma espécie de “síndrome neurótica”, caracterizada por alguns estigmas bem definidos, a saber: uma elevada dose de masoquismo psíquico, levando o homossexual a situações de desconfianças e humilhações; medo, ódio, fuga em relação ao sexo oposto; insatisfação constante e insaciabilidade sexual; megalomania; depressão; sentimento patológico de culpa; ciúme irracional; e inadmissibilidade psicopática.
As pesquisas com relação às causas da homossexualidade ainda não são consideradas de todo consistentes; porém, elas podem ajudar na orientação de uma profilaxia social com relação ao homossexualismo. Gius afirma que “não se verificam quadros de aberração cromossômica ligados primitivamente à homossexualidade”, o que descarta sua origem genética, pois “em todos os casos de homossexualidade masculina examinados, o sexo genético correspondia ao sexo fenotípico (respectivo) e faltavam sinais de qualquer alteração cromossômica verdadeira”.
Mesmo os defensores da origem genética da homossexualidade admitem que a eventual “predisposição inata” só se transforma em efetivo desejo homossexual por força de fatores desencadeadores de natureza psicossocial, dentre os quais: obsessiva ligação com uma mãe autoritária ou possessiva; falta de uma figura paterna significativa como modelo de identificação; experiências de iniciação na infância ou adolescência; e fixação ou regressão da personalidade a níveis auto-eróticos, com supervalorização do falo (órgão sexual masculino).
O homossexual é um homem ressentido por acreditar que não tem o corpo que sua mente mereceria. Freud também considerava que o meio onde as crianças se desenvolvem é fator determinante de sua sexualidade.
Snoek divide estes fatores determinantes em três categorias:
1. Fisiológicos - Nenhuma das teorias (genética, hormonal, morfológica) foi comprovada;
2. Familiares - Uma mãe dominante, juntamente com um pai apagado; uma supermãe, tão envolvente que para o filho só existe uma mulher, que é ela; a mãe frustrada no seu relacionamento com o marido, incutindo na cabeça das filhas que homem nenhum tem valor; um superpai que exige uma virilidade impossível de ser alcançada pelo filho; os pais desejam um menino, mas nasce uma menina;
3. Sociais – O unissexismo, que ocorre na forma do segregacionismo ou do igualitarismo; o anarquismo; e a sedução por adultos.
Por Que Deus Condena o Homossexualismo?
Deus abençoou o homem e a mulher e lhes deu o mandamento de serem fecundos e multiplicarem-se (Gn 1:28). O casamento é a “união de duas pessoas que originalmente foram uma, depois foram separadas uma da outra, e agora no encontro sexual do casamento se uniram novamente”. Lovelace acrescenta dizendo que “não é por acidente que toda forma de expressão sexual fora da aliança do casamento seja explícita ou implicitamente condenada no restante das Escrituras”.
A sociedade atual está cada vez mais perdendo de vista o princípio que Deus definiu para a união sexual entre os seres humanos: um homem e uma mulher, unidos pelo compromisso eterno do matrimônio. Em virtude deste crescente desvio do padrão idealizado por Deus no princípio, é que têm surgido todas estas anomalias sexuais descritas até aqui. Hoje já se convive até mesmo com o “casamento” entre homossexuais e a adoção de filhos por estes “casais”.
O propósito de Deus é que o homem junte-se com a mulher e os dois formem “uma só carne” (Gn 2:24), constituindo-se numa família heterossexual, na qual os filhos poderão ser educados em meio a um ambiente sadio e livre de preconceitos.
Este ideal está totalmente corrompido na sociedade moderna, e as relações sexuais passaram a ser apenas um meio de obter prazer a qualquer custo, sem atentar para as orientações dadas por Deus no passado, e para os perigos de não seguir estas orientações. A atual sociedade já aprendeu a conviver pacificamente com o outrora chamado “pecado grego”, vendo os homossexuais como apenas “um pouco diferentes”.
Deus condena o homossexualismo porque ele é totalmente contrário ao propósito original das relações sexuais: procriação e/ou prazer. Segundo Boice, apenas em se olhar para a anatomia dos órgãos sexuais do homem e da mulher já deveria haver argumento suficiente para convencer de que as práticas homossexuais não são normais. Tanto o Judaísmo quanto o Cristianismo sempre reconheceram esse fato, defendendo que o homossexual está sob a condenação de Deus.
Cura Para o Homossexual
Após verificar que o homossexualismo está arraigado fortemente na sociedade hodierna, faz-se necessário apresentar ao portador desta anomalia sexual um meio de regeneração e retorno ao ideal divino. A terapia de aconselhamento para o homossexual consiste em “escutar a quem pede ajuda, a fim de facilitar-lhe a decifração, por ele mesmo, de seu próprio discurso... levando a uma convivência mais saudável consigo mesmo e, em vários casos, chega-se à heterossexualidade”.
Talvez o maior problema a princípio seja romper as barreiras da solidão e da incomunicabilidade que a sociedade erige em relação aos homossexuais. Gatti defende que o ponto de partida deve ser a total aceitação do homossexual como pessoa, a plena compreensão de seu drama, e a mais leal solidariedade a seus sofrimentos e a seus problemas. Para o auxílio pastoral ao homossexual são sugeridos os seguintes passos:
1. Reconhecimento e confissão de que sua atitude e conduta são errados;
2. Ele deve admitir e reconhecer seu problema;
3. Deve confessar o pecado a Deus e a um conselheiro espiritual, e depois deve pedir a Deus que o purifique e perdoe;
4. O homossexual que busca a cura deve pedir a Deus que lhe dê um espírito de arrependimento;
5. Pode-se considerar a possibilidade de uma libertação de demônios;
6. O conselheiro deve repetir a promessa de que o indivíduo poderá mudar;
7. O homossexual deve concordar em submeter-se a um plano de disciplina que Deus possa usar para concretizar a mudança desejada;
8. Entre o homossexual e o conselheiro deve haver sinceridade absoluta;
9. O homossexual deve começar a participar de uma comunidade cristã compreensiva;
10. O conselheiro deve ser paciente.
Para o homossexual, como para qualquer outro homem, no fim é apenas a graça do Espírito Santo com seus misteriosos dinamismos que é capaz de tornar a cura do homossexual possível. Acima de todos os meios educativos e terapêuticos, é sempre na graça de Deus que o homem pecador deve confiar.
O Dr. José Maria concorda com o pensamento de que a igreja deve ser o conduto para a ajuda aos homossexuais que desejarem um retorno aos desejos sexuais naturais de cada ser humano. Ele afirma que “a igreja será o último reduto para a consolidação dos conceitos familiares” nos próximos anos.
Resumo e Conclusão
O homossexualismo está presente na história humana desde o seu princípio. Biblicamente, encontra-se referências à homossexualidade já no relato de Sodoma e Gomorra (Gn 19:4-5), de onde advém o termo “sodomia” como referência à homossexualidade e outras anomalias do gênero; bem como no período dos Juízes (Jz 19:22). Moisés também fez referências a esta prática sexual entre o povo de Israel (Lv 18:22; 20:13), condenando-a e considerando-a abominável aos olhos de Deus, punível mesmo com a morte.
No Novo Testamento, a referência clássica à homossexualidade, tanto feminina quanto masculina, encontra-se na epístola de Paulo aos Romanos (Rm 1:26 e 27). Porém, o apóstolo também faz outras referências à condenação divina sobre esta prática (1Co 6:9-10; 1Tm 1:9-11).
O presente trabalho analisou o texto de Romanos, observando a quase unanimidade entre os teólogos e comentadores de que Paulo realmente referia-se na passagem em estudo ao homossexualismo. Porém, é crescente o grupo de eruditos que não aceitam esta interpretação usual, e tentam reinterpretar as declarações paulinas, aplicando-as aos dias atuais, onde a homossexualidade tornou-se já parte comum do cotidiano das grandes cidades.
Através dos estudos e pesquisas científicas consultadas, verifica-se que é reduzida a probabilidade de que as tendências homossexuais sejam o resultado de uma “deformação genética” ou algum caractere hereditário. Ao contrário, é grande o número de estudiosos da psicologia humana que acreditam que este comportamento sexual advém de fatores psicossociais vividos na infância (até os 5 anos de idade, principalmente), e que acarretam traumas e complexos que podem levar o indivíduo a desenvolver o homossexualismo durante sua vida.
Apesar de Deus condenar este comportamento anômalo, em virtude de desvirtuar-se do Seu propósito para o relacionamento sexual e matrimonial, Ele concede ao homossexual desejoso de regenerar-se uma opção de cura, que está disponível através de Sua infinita graça e misericórdia pelas mazelas que atingem a humanidade.
Como representantes de Deus e instrumentos Seus para distribuição de Sua graça ao mundo pecador, os cristão não devem olhar o homossexualismo como uma doença típica de pessoas “despudoradas”; mas devem encarar o problema com o mesmo amor fraternal e solidariedade que Jesus demonstrou em Seu convívio com o ser humano. Resta ao cristão ouvir e atentar ao conselho do próprio apóstolo Paulo: “Tudo posso, nAquele que me fortalece” (Fp 4:13).
Gilson Medeiros da Silva

IGREJA LADEIRA ABAIXO


Replicado

Por mais que busque justificativas para as bizarrices encontradas no meio das igrejas não encontro. Parece-me uma luta inglória. Estou ficando enjoado e enojado diante daquilo que tenho visto e ouvido. A grande marca das igrejas é a estreiteza de mente e uma busca implacável pela mediocridade. Tirando um percentual de comunidades que ainda preservam a Sã Doutrina, esbarramos em número assustador de comunidades e principalmente as neo-pentecostais praticando um anti-cristinianismo.
Gostaria de apontar algumas situações que tem me levado a obviar tais comunidades e líderes.

1 - Tenho visto com muita freqüência uma nociva insistência por parte de um grande percentual da liderança evangélica em desprezar o saber e principalmente o saber teológico. Insistem em desprezar a história e suas lições. Insistem em abandonar os marcos deixados e fazendo assim encontram-se sem parâmetros para seus comportamentos. Creio que a busca por uma teologia sadia é mais dolorosa do que a aceitação tácita de heresias grotescas. O grande problema é que quanto mais as lideranças distanciam da Sã Doutrina mais comprometidas ficam com os erros doutrinários e depois não possuem a hombridade de voltar atrás. Muitos líderes ouviram o galo cantar e não sabem onde. Ouviram algumas afirmações no passado e nunca procuraram saber se eram ou não verdadeiras. Em meu tempo de mocidade havia um livro que fez muito sucesso. Seu autor era Don Gosset e o livro era Há Poder Em Suas Palavras. Virou Best Seller. Aceitávamos como verdade as palavras do autor, pois, este era americano e se era bom para os americanos deveria ser bom para os Brasileiros. Conceitos distorcidos que durante anos vivi. Mas como Paulo disse em sua carta aos corintos chegou o tempo de deixar as coisas de menino e buscar as coisas de adulto. Aprendi na faculdade que é preciso dialogar com os autores e checarmos as bases de suas afirmações. Procurar encontrar o cerne ideológico dos mesmos e separar joio do trigo. Depois de muitos anos percebo que boa parte da liderança evangélica ainda aceita acriticamente os livros e nunca empreendem um diálogo com seus autores. Estão assentados em bases frágeis e se aferrenham a elas como bóias salva-vidas. Quase sempre não se abrem para outros pontos de vistas e insistem em argumentos ultrapassados e com data de validade vencida.

Realmente existe uma resistência à pureza do Evangelho simplesmente por falta de amor à verdade como Paulo disse. “Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade”. II Tm. 3:7 - II Tes. 2:10.

2 – Tenho visto com freqüência uma atitude de lassidão em relação ao pecado. E isso acontece no meio da liderança evangélica e se espalha pelo corpo de Cristo. Destaco o fato de que pecados cometidos por líderes não são tidos como coisas hediondas, mas normais. Sempre apresentam o mesmo argumento idiotizante que não podemos julgar para não sermos julgados. Fico pensando, se julgar é incompatível com a fé cristã como denunciaremos os erros dentro de nossos arraiais? Se existe incompatibilidade entre julgamentos e o crer em Deus então logo não existe pecado nem erros, pois, os mesmos não podem ser julgados. Atribuem esse julgamento a Deus somente. Se assim fora, teremos que erradicar do Novo Testamento as denúncias de Paulo e Pedro que abertamente apontaram para o pecado e mostraram o que fazer. Eis alguns exemplos: I Cor. 5:1-5; II Tm. 2:14-18; II Pe. 2.

Pecados de lideranças devem ser tratados com a maior intensidade possível, pois, seus exemplos são seguidos por muitos. Cristo disse que “... e, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá”. Lc. 12:48.

Ficou normal um líder se divorciar e permanecer na mesma igreja como se nada tivesse acontecido. A igreja perdoa e tudo continua bem. Isso é uma aberração em nosso meio. Como permanecer na liderança aquele que não governou bem sua casa? Se houve adultério por parte da liderança, que exemplo foi dado para a igreja principalmente para os jovens. Muitos pensarão e agirão assim: “se o pastor pode também nós podemos”.

E o que dizer sobre os pecados contra a Palavra? Afirmações grotescas que ultrapassam e contradizem a Palavra de Deus são tidas como verdadeiras. Quem faz tais afirmações por ter grande visibilidade torna-se oráculo celestial inquestionável e infalível.

Aqui está em foco a igreja, seus membros. Essa tendência de aceitação acrítica de tudo que é exarado dos púlpitos é algo doentio. Pessoas com grandes capacidades mentais em seus segmentos de atuações se anulam dentro das igrejas, pois, têm medo de pecar contra Deus. Vêm as maiores aberrações sendo derramadas sobre suas mentes e nada dizem. Tais pessoas andam no limite da idiotice. Não existe incompatibilidade entre fé e conhecimento. Nunca existiu. Qualquer afirmação que Deus revelou ou falou deve passar pelo crivo, crisol da Santa Palavra de Deus e se se constatar desvio deve ser desprezada por completo.

3 – Tenho visto com freqüência uma insistência em desprezar a Palavra em troca de revelações estapafúrdias.

No meio neo-pentecostal isso é contumaz. Aceitam tudo como sendo de Deus e mesmo que ofenda a Palavra vale mais a pseudo-revelação. Isso da enjôo em qualquer um. Vi uns vídeos postados no youtube onde o pregador advinha a rua, o número da casa e trabalho das pessoas. O pregador dizia o tempo todo assim: “to entendendo Jesus, to entendendo Jesus...”. O que mais me entristeceu foi que pessoas que conheço pessoalmente aceitaram acriticamente tais coisas e achavam que eram revelações de Deus. Esse tipo de revelação já virou coisa comum no meio evangélico. A postura desses pregadores dá a entender que possuem uma comunhão especial com Cristo e que recebem revelações diretas e se intitulam profetas de Deus. Não pregam a Palavra, mas promovem espetáculos para as massas. Como diziam os romanos: “panis et circenses”. As pessoas rodopiam, caem, são arrebatadas, pulam como cangurus, choram e depois percebem que nada mudou. Paulo nos adverte contra tais homens: “Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, É soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, Contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais. Mas é grande ganho a piedade com contentamento”. I Tm. 6:3-6.

Creio firmemente que as igrejas neo-pentecostais e suas lideranças inaptas estão jogando o evangelho ladeira abaixo. Creio que os estragos feitos são irreparáveis. Creio que o desprezo pelo ministério tem trazido mais vergonha do que glória para o nome de Cristo. Creio que o momento da igreja tenha passado no Brasil. Creio que os maiores culpados são aqueles que se calam covardemente diante de tais atrocidades. Creio que cada pastor consagrado sem o devido preparo, guardando as devidas proporções, será uma porta aberta para heresias e comportamentos exóticos e anti-bíblicos.

Por haver uma insistência em desprezar a Palavra o que sobra é a exaltação das emoções. Vale mais o sentir. Vale mais o arrepio. Vale mais o sensorial. Estou cansado de ver idolatria na igreja. Sim, idolatria mesmo. Quantos cultos têm como maior atrativo a entrada de um modelo da arca da aliança com seus querubins etc. Os líderes se vestem com longas batas e o povo e incentivado a tocar neste embuste em forma de arca da aliança. Em uma galeria em Belo Horizonte existe boxe somente para vender coisas ligadas à idolatria como: candelabro de sete pontas, modelos variados da arca da aliança, óleos especiais para unções variadas etc. Fiquei sabendo que em uma cidade do interior mineiro abriram uma loja gospel que vende kits para campanhas nas igrejas. Tudo já vem pronto é só pegar e distribuir. Se os kits não estiverem no balcão abrem um catálogo e você escolhe o que melhor lhe convier.

Precisamos encontrar o equilíbrio entre razão e emoção. Nossos cultos podem e precisam ser vivenciados com emoção, mas nunca emoção desprovida de razão. Paulo aponta para que nossos cultos sejam racionais e íntegros, mas isso virou carência.

4 – Tenho visto com freqüência uma insistência pelo imediatismo e pragmatismo.

Como vivemos em uma sociedade Fast Food, as soluções para vida também devem ter essa característica. As igrejas estão oferecendo soluções milagrosas a qualquer custo. Estão oferecendo soluções que nunca chegarão. Afirmações mentirosas e incabíveis são feitas para atrair os incautos. As pessoas querem o imediato o curto prazo. Daí termos profecias esdrúxulas e mundanas. Quem não se interessa ou quer ter vitória financeira rapidamente? Quem não ofertaria dinheiro para alcançar cura, salvação e libertação financeira. Em um país que tem um governo assistencialista e uma população que quer levar vantagem em tudo, tais promessas ou profecias são juntar o útil ao agradável.

Por pensar somente no curto prazo estamos degradando o meio ambiente, multiplicando os assaltos, matando desavergonhadamente no útero materno. Vi um vídeo onde Edir Macedo defende o aborto como programa de planejamento familiar. Trata o aborto como solução para criminalidade e pobreza. Tais posturas somente apontam para o curto prazo. Quem deveria defender a vida a processa, condena e executa sua sentença de morte em menos de sete minutos de vídeo.

Pastores oferecem soluções mágicas para verem suas igrejas cheias e seus caixas abarrotados de dinheiro, pois, assim ganharão prestígio socialmente. Oferecem ocuidade para o vazio do homem. Fazem das pessoas massa de manobra para alcançarem seus objetivos mundanos. Esquecem-se que prestarão contas das almas a Cristo o Senhor. Perderam o temor do Senhor e tratam a Sua Obra como empresas e não como igreja.

O certo é que esta visão de curto prazo não leva lugar algum. Somente aumenta o vazio do homem e fortifica a desesperança já reinante.

Soli Deo Gloria

Pr. Luiz Fernando R. de Souza