2015/04/14

Deus odeia o pecado, mas ama o pecador! Será?


Podemos aceitar que existe um sentido genérico do amor de Deus. Ele demonstra e fala de amor ao mundo, à humanidade, à sua criação.
Como calvinista, não tenho nenhuma dificuldade em aceitar isso. Temos que entender, porém, que no sentido salvífico (a salvação eterna da perdição e condenação do pecado) o amor de Deus é derramado exclusivamente sobre o seu povo e,individualmente, sobre os que ele eficazmente chama para si. Sobre aqueles que responderão, ao chamado eficaz, abraçando a Cristo como único e suficiente Salvador.
A frase "Deus odeia o pecado, mas ama ao pecador", entretanto, por mais que seja proferida e repetida, é uma forma simplista de expressar uma situação complexa, pois realmente é impossível separar o pecado do pecador, como se o pecado fosse uma entidade com vida independente, que apenas se utiliza do corpo e da mente do praticante.
Tiago (1.12-15) nos ensina que o pecado é gerado dentro das pessoas, partindo da própria concupiscência, externando sua prática em um relacionamento "simbiótico" (de dependência mútua) com o praticante. Sem barreiras e controles, enfim, sem a redenção, leva à morte.
O pecado é algo odioso em suas manifestações. Estas são verificáveis nas pessoas, pecadoras, sem as quais ele é indescritível e amorfo.
Em Romanos 9.11-18 a Bíblia fala do "aborrecimento" (ódio) de Deus contra Esaú, contrastando com o amor derramado sobre Jacó. Mas a Palavra de Deus expressa em outras ocasiões (além desse caso específico, de Esaú e Jacó) o ódio ("aborrecimento") de Deus a pecadores. Isso ocorre, porque ele é tanto JUSTIÇA como AMOR.
Por exemplo, no Salmo 11.5, lemos "O Senhor prova o justo e o ímpio; a sua alma odeia ao que ama a violência". Veja que ele não odeia somente a violência (inexistente, sem o praticante), mas "ao que ama a violência" - uma pessoa, o pecador.
Em Pv. 6.16-18 lemos sobre sete coisas que o senhor abomina (odeia): olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contenda entre irmãos.
Quando lemos essa descrição das "coisas" que o Senhor odeia, vemos que elas não são especificamente "coisas", mas são pessoas que realizam certas ações; a descrição é a de pessoas que Deus abomina. Isso fica bem claro nas duas últimas "coisas" - uma pessoa, ou outra, que é: "testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos".
Não resta dúvida, portanto, que pelo menos nessas instâncias específicas Deus odeia pecadores.

A Religião e suas Gaiolas

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A Religião e suas Gaiolas
Eu acho curioso quando pessoas ligadas à religião tentam patentear Deus. Sim, eles querem um deus domesticado, alguém que siga conceitos teológicos pasteurizados, costumes dietéticos, um deus que se submeta a convenções, que siga liturgias, que cumpra agendas, que consiga ser explicado, ainda que não possa ser compreendido.
Olhando esta geração, e conhecendo a história do cristianismo, penso que chegamos à última fronteira, não posso conceber algo pior. A igreja contemporânea tornou a idade das trevas medievais um parque de diversões. O que se faz hoje, em nome de Deus, reduziu a inquisição e as cruzadas a histórias de jardim da infância.
No Brasil, o fenômeno religioso-cristão é passível de estudo. Ainda que templos e catedrais estejam lotados, as manifestações de fé são cada vez mais patológicas. A quantidade de gente adoecida por causa de crenças perversas e infundadas é alarmante. A religião tem esse poder: quando não sara a consciência, adoece todo o resto. Se Marx fosse vivo, diria que esse tipo de prática é o “Rivotril do povo”.
O cristianismo brasileiro é, na verdade, uma hidra com muitas cabeças. A igreja de Roma tenta sobreviver à secularização, busca de todas as formas preservar heranças moribundas das práticas ibéricas que submergiram no Velho Continente. A igreja Protestante, por outro lado, é a expressão da perversão, resultado da alquimia que simbiotizou doutrinas judaizantes, positivismo filosófico, costumes das religiões Afro e o pentecostalismo americano do início do século XX. Exceções? Sim, existem, mas pouquíssimas!
Diante deste cenário, resta-nos perguntar: o que nós podemos fazer? Bem, penso eu, nada. Não creio que ação de homem algum, ou de instituição, doutrina, ideologia, métodos ou qualquer outra coisa seja capaz de alterar a situação. A solução não está no que se pode fazer, a partir da Terra, mas do que já está sendo feito, a partir dos Céus! Sim, Deus está se movendo há tempos, nós é que, talvez, ainda não tenhamos discernido.
Um bom observador, contudo, vai perceber que estamos diante de algo muito próximo ao que aconteceu nos dias de Jesus. Naquele tempo, a religião de Israel adoecera de morte. As práticas eram lesivas, o sacerdócio havia se transformado em exercício político, a interpretação da Lei era tendenciosa, o Sinédrio estava corrompido, a fé havia se dessignifcado. A corrupção era tal que o lugar da adoração transformou-se em centro de comércio, impulsionava a Nação. Nada do que se fazia ali tinha significados para Deus, até o perdão tornara-se negócio, era vendido e comprado por preço. Tudo tão semelhantes aos nossos dias...
Mas Deus tinha seus próprios planos. Ele irrompeu as tradições, desprezou geografias pseudo-sagradas, ignorou hierarquias, sublevou interesses e enviou João, o batista, para o deserto. Lá, ele pregava o arrependimento e conclamava o povo a mudança de vida, afirmava que o Reino de Deus estava próximo, Reino de consciência e fé, não de aparência e opulência.
Na verdade, o Senhor sabia que Anás e Caifás não se converteriam, que Herodes não se renderia a Graça, nem tão pouco o Sinédrio se sensibilizaria ao Evangelho. Por isso João foi enviado ao deserto, sem Templo, sem utensílios sagrados, sem os rolos da Torá, sem lugar para sacrifícios, sem liturgias, sem levitas, sem nada que não fosse o Espírito Santo, a Voz do que clamava no deserto! Nós sempre imaginamos que a solução para tudo está do “lado de dentro” da igreja, mas Deus, não raro, começa agindo no deserto, do “lado de fora”!
Dali por diante, quebrados os paradigmas, o Galileu foi “destruindo” o que encontrou pela frente, mitos foram caindo, um por um. Ele afirmava as multidões: “Ouvistes o que foi dito aos antigos...” e expunha os preceitos caducos da Lei. Em seguida, todavia, afirmava com autoridade: “Eu, porém, vos digo...”, e dava novo significado a tudo. Com leveza, o Evangelho foi sendo fecundado no coração das pessoas e os simples de coração puderam entendê-lo.
A igreja cristã brasileira pensa ser proprietária da fé em Jesus. Católicos e Protestantes se arvoram como legitimadores do Evangelho. Trancafiados em suas “gaiolas”, imaginam que o Senhor juntou-se a eles. Engano. Deus é claustrofóbico! Saiu da “arapuca” faz tempo. Aqueles que ainda enxergam e são honestos sabem que o “sistema” está condenado! Sim, há muita gente boa na Instituição-Igreja, gente de Deus, mas a luta deles é inglória, não há como salvar aquilo que já nasceu condenado. A igreja de Jesus triunfará! A dos homens, não...
É tempo de perceber o que o está acontecendo! Milhares começam a surgir, de todos os lugares, filhos da Esperança e da Graça, e esses não estão vinculados a nada, são apenas pessoinhas do bem, gente de coração singelo e boa consciência, sem tradições, sem liturgias, credos ou dogmas. Eles vão por aí, estão em pequenos grupos, em ajuntamentos informais, comunidades livres, partem o pão, falam com Salmos, sensibilizam-se com as dores das pessoas, comprometem-se com ações que promovam a dignidade humana e a preservação do Planeta.
O que posso lhe dizer, depois destes mais de 30 anos caminhando com Jesus, é que “O vento sopra onde quer. Você o escuta, mas não pode dizer de onde vem nem para onde vai”. Há, novamente, muitas vozes que clamam no “deserto” e elas estão anunciando o arrependimento e a Salvação. Algo está se movendo, cada vez mais veloz, o Vento está soprando, livre e leve, portanto, discirna para onde está indo e siga junto com ele.
Carlos Moreira

Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes

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“Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tiago 1.22). É motivo de gratidão, de muita gratidão, quando se percebe que o Espírito Santo iluminou o entendimento de alguém, dissipando a névoa do erro, estabelecendo-o na verdade. Contudo isso é só o começo.

 As Escrituras Sagradas são proveitosas não apenas para “o ensino”, mas também para “a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2 Timóteo 3.16). Repare bem na ordem: antes que estejamos prontos para sermos educados “na justiça” (agir corretamente), há muito em nossa vida que Deus “reprova”, e que nós temos de “corrigir”.

 Isso é assim por necessidade, porque antes da conversão tudo em nossa vida estava errado, pois tudo o que fazíamos era para gratificar a nós mesmos, sem nem mesmo pensar em Deus, nem nos preocupávamos com a Sua honra e glória. Por isso, a primeira grande necessidade, e a fundamental obrigação de cada novo convertido não é estudar os tipos do Antigo Testamento, nem confundir a cabeça com profecias, mas diligentemente examinar as Escrituras com o propósito de encontrar o que agrada e o que desagrada a Deus, o que Ele proíbe e o que Ele ordena.


Se você de fato se converteu, então o seu primeiro interesse tem de ser ordenar todos os detalhes da sua vida — em casa, na igreja, no mundo — de forma agradável a Deus. E na prática isso significa fazer o seguinte: “cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer o bem” (Isaías 1.16,17); “Aparta-te do mal e pratica o que é bom” (Salmo 34.14, cfe. 37.27). Antes de se poder construir, tem de ser feita uma demolição (Eclesiastes 3.3). É necessário ocorrer um esvaziamento de si mesmo, antes de haver um enchimento do Espírito. É preciso desaprender, antes que haja verdadeira aprendizagem.

 E é necessário haver um ódio pelo “mal” antes que haja o amor ao “bem” (Amós 5.15, cfe. Romanos 12.9).
Aquilo que determinará em grande parte a medida da bênção que o jovem cristão experimentará na vida, é o grau em que ele aplica as Santas Escrituras na prática, regulando seus pensamentos, desejos, e ações, por meio das suas advertências e incentivos, suas proibições e preceitos. Como Governador moral deste mundo, Deus repara em nossa conduta, e mais cedo ou mais tarde manifesta o Seu desagrado contra nossos pecados, e Sua aprovação ao andar reto, conferindo a medida de prosperidade que é melhor para nosso bem e para a Sua glória. Em guardar os Seus mandamentos “há grande recompensa” (Salmo 19.11) nesta vida (1 Timóteo 4.8).

Oh! Quantas bênçãos — espirituais e temporais — muitos cristãos perdem por causa de conduta negligente e desobediente (veja Isaías 48.18)! A coisa trágica é que, em vez do jovem cristão estudar diligentemente a Palavra de Deus a fim de descobrir todos os detalhes da vontade divina para ele, ele faz de tudo menos isso. Muitos se atracam a alguma “obra pessoal” ou alguma forma de “trabalho” cristão, ao passo que a própria vida permanece cheia de coisas desagradáveis a Deus! A presença dessas coisas desagradáveis na vida atrapalham a bênção de Deus sobre a sua alma, corpo e atividades temporais; e é necessário dizer-lhe: “os vossos pecados afastam de vós o bem” (Jeremias 5.25). A palavra de Deus para o Seu povo é a seguinte: “desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor” (Filipenses 2.12).

Mas como é raro encontrar esse “temor e tremor” em nossos dias! Em vez disso, encontra-se auto-estima, auto-confiança, vanglória e segurança carnal. Há outros que se entregam ao diligente estudo da doutrina, mas em geral falham em perceber que a doutrina da Escritura não é uma série de proposições intelectuais, mas é “a doutrina que é segundo a piedade” (1 Timóteo 6.3 — Versão Revista e Corrigida).

 A “doutrina” ou o “ensino” da santa Palavra de Deus não nos é concedida para instruir nossa cabeça, mas para regular todos os detalhes da nossa vida diária; e isso “a fim de ornarem, em todas as coisas, a doutrina de Deus, nosso Salvador” (Tito 2.10). Mas isso pode ocorrer somente através da constante leitura da Palavra com um propósito dominante — descobrir o que Deus proíbe e o que Ele ordena; através da nossa freqüente meditação naquilo que lemos; e por meio da oração fervorosa suplicando graça sobrenatural que nos capacite a obedecer. Se o jovem convertido não cria logo o hábito de trilhar o caminho da prática da obediência a Deus, ele não será ouvido por Ele quando fizer as suas orações!

1 João 3.22 expõe claramente uma das principais condições para termos nossas orações atendidas, e para a qual temos de constantemente buscar graça: “e aquilo que pedimos dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe é agradável”. Mas se, ao invés de nos submetermos às santas exigências de Deus, seguirmos nossas próprias inclinações, ser-nos-á dito o seguinte: “as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Isaías 59.2). Isso é extremamente solene. Há uma diferença enorme entre ter ou não acesso prático a Deus!

Quando o jovem cristão trilha um caminho de auto-gratificação, ele não só reduz as próprias orações a palavras vazias, mas também traz sobre si mesmo o castigo de Deus, e tudo lhe vai mal na vida. Essa é uma das razões porque, nestes dias difíceis, muitos cristãos sofrem tanto quanto os pobres homens mundanos: Deus Se desagrada dos seus caminhos, e não Se mostra forte em seu favor (2 Crônicas 16.9). A solução é humilhar-se verdadeiramente de coração diante do Senhor, com tristeza piedosa, verdadeiro arrependimento, confissão genuína, com a firme determinação de consertar os nossos caminhos; e então (e não antes disso) fé que conta com a misericórdia de Deus e uma paciente expectação de que Ele vai operar maravilhas por nós, se agora trilharmos o caminho da plena submissão a Ele.

 Helio Kirchheim

As sinagogas de satanás e o evangelho pós-moderno

As sinagogas de satanás e o evangelho pós-moderno
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Pão e circo! Como na Roma Antiga, são os vetores em torno dos quais gira a sociedade hodierna, diz o Bispo Walter McAlister, em seu livro O fim de uma era. “Não há nada a que se atribua mais relevância senão necessidades e prazer: primeiro o que vai encher a minha barriga e depois o que vai me divertir”. E onde entra a igreja nisto? “Está ela sendo fortemente sugada por um redemoinho de forças culturais e não tem mais uma âncora para segurá-la. O que vemos na igreja é uma desorientação profunda. Ela se segura em qualquer coisa para tentar encontrar sua missão”, prossegue o Bispo.
A igreja de nossos dias, de forma majoritária, propugna por uma verdadeira emancipação da reforma protestante, iniciada em 1517 por Martinho Lutero. O objetivo parece ser a aquisição de total independência por parte dos que assim fazem, a fim de que possam dar os rumos que bem quiserem às atividades eclesiásticas. Vemos a inovação interpretativa, a insuficiência das Escrituras, o abandono da sã teologia, o uso de recursos de marketing, a luta por poder e legitimidade, tudo isso em total detrimento dos princípios e postulados, essencialmente bíblicos, deixados como legado pelos reformadores.
A passos largos caminha a igreja pós-moderna rumo à promoção do espetáculo mais inovador que faça os templos se encherem cada vez mais, da estratégia que mais desperte a atenção do público — sobretudo da juventude — e das mais variadas soluções de marketing empresarial. Jesus é a logomarca! “Importa antes ver a igreja cheia! As pessoas estão ‘se
convertendo’”, é o que ouvimos e lemos. Nos EUA, por exemplo, as igrejas chegam até mesmo a promover enquetes com não-crentes, com o intuito de saber o que gostariam eles de ver na igreja para que passassem a participar de suas atividades — quase chegamos a esse ponto! Falta pouco. Penso ser a culturalização do evangelho, a mundanização da igreja. É picadeiro e não púlpito.
“A igreja hoje tem ânsia por poder e legitimidade. Logo, quando um conjunto toca uma música, dizem ‘vocês são tão bons que parecem Os Paralamas do Sucesso’. Ou seja, nossos parâmetros de comparação estão no mundo. Nossos parâmetros de importância também são mundanos. Por exemplo: o pastor que realmente tem uma boa palavra tem de estar na televisão, porque, se não estiver, não deve ter muita importância. E, de fato, a igreja está se perdendo nessa sociedade de aparências e correndo atrás daquilo que não é essencial. A igreja hoje é vítima de si mesma, mas, fundamentalmente, é vítima de sua ignorância da Palavra, da ignorância de quem ela é e a quê veio, do porque da sua existência”, arremata McAlister. Afirmo que essas congregações são verdadeiras sinagogas de satanás. Estão a seu serviço.
“Mas ainda que nós ou um anjo do céu pregue um evangelho diferente daquele que lhes pregamos, que seja amaldiçoado”(NVI)!
É a sentença proferida pelo apóstolo Paulo em Gálatas 1:8.
No verso 6 do mesmo capítulo, o apóstolo, estupefato, diz: “Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que os chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro evangelho”.
As igrejas da Galácia estavam sendo seduzidas e enredadas pelos falsos mestres que traziam ensinos judaizantes. Asseveram que Paulo não era um apóstolo autorizado e que o homem não poderia ser justificado somente mediante a fé em Cristo Jesus, mas que ainda devia fiel observância aos ritos cerimoniais da lei de Moisés (At 15:1,5). Ora, assim quiseram eles tornar a obra de Cristo na cruz insuficiente e, por essa razão ultrajante, de negação do próprio Deus da graça, de forma severa e intrépida, Paulo brande a espada do Espírito contra esses hereges.
Paulo encontra-se perplexo com a atitude das igrejas cristãs da Galácia. Outrora haviam eles acatado com tanto entusiasmo o evangelho de Cristo para logo depois abandoná-lo, e passar a uma outra doutrina, a um outro evangelho, o qual, em verdade, não é outro. Tão rapidamente apostataram eles da fé,
abandonaram o Deus da graça.
O reformador João Calvino, citado pelo Rev. Hernandes Dias Lopes, denuncia esse mesmo desvio em seus dias, ao escrever: “Os papistas decidiram conservar um Cristo pelas metades e um Cristo mutilado, e nada mais, e estão, portanto, separados de Cristo. Estão saturados de superstições, as quais são frontalmente opostas à natureza de Cristo”.
A carta aos Gálatas é absurdamente pertinente à realidade que vivemos nos dias de hoje. Encaixa-se como uma luva no contexto situacional moderno. Traz um tom apologético com profunda necessidade de ser resgatado, a fim de quebrar o mórbido silêncio que impera nos templos de nossas congregações. Silêncio esse oriundo de ministros que zelam mais por sua própria reputação do que pelo anúncio do verdadeiro evangelho e pelo frontal e declarado combate à enxurrada de doutrinas heréticas e humanistas, que assolam a igreja contemporânea. Tais ministros jamais poderão afirmar, como Paulo, que se buscassem agradar a homens não seriam servos de Cristo (Gl 1:10). “São pastores que apascentam a si mesmos. Líderes que se servem das pessoas para erguer um monumento à própria vaidade”, .
Arvoremos a bandeira do evangelho de Cristo, dos apóstolos, dos reformadores, dos puritanos. Resgatemos nossas origens, nossas raízes, pelo Senhor estabelecidas, e nos lembremos do firme fundamento de nossa fé, o qual é Jesus Cristo (1 Co 3:11).

Satanás é o fundador da teologia da prosperidade

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Vi na internet uma frase de A. W. Tozer que dizia o seguinte: “O Diabo é melhor teólogo do que qualquer um de nós, mas continua sendo Diabo.” Gostei tanto do dito que passei um bom período refletindo sobre ele. Um pensamento foi puxando outro até que eu relacionasse com o episódio da tentação de Jesus, onde Satanás usou a Bíblia para pô-lo a prova. Naquela ocasião fica realmente claro que o inimigo de nossas almas é conhecedor das Escrituras, e que a manipula segundo a sua conveniência. Aliás, distorcer e seduzir faz parte de seu ofício e desde o Éden sabemos disso.

Nos dias atuais, não há maior distorção bíblica do que a Teologia da Prosperidade que vem se alastrando através do crescimento do neopentecostalismo. Kenneth Hagin, tido como o pai de tal teologia, também conhecida pela alcunha de “Confissão Positiva”, na verdade plagiou Essek W. Kenyon, que décadas antes havia escrito e divulgado boa parte do que Hagin divulgou para o mundo. Todavia, observando os ensinamentos e a abordagem dos pastores da prosperidade, vemos que muito se assemelham a atuação diabólica presente no Deserto da Judeia.
Aos adeptos da Confissão Positiva: ficar doente, desempregado, ter problemas familiares ou de qualquer outra natureza são resultantes da falta de fé. Esta fé deve ser provada. O jeito melhor de se provar a sua fé é através de uma contribuição financeira. Quanto mais se doa (em cash), mais abençoado (próspero) se é. E se as coisas não saíram do jeito que você gostaria, é porque você não teve fé suficiente, ou seja, você não deu a quantidade de dinheiro que deveria dar.

A barganha descrita no parágrafo acima é a mesma que Satanás usou com Jesus. Isso faz dele o referencial teórico, ou melhor dizendo, fundador da Teologia da Prosperidade. Vejamos a forma com que ele abordou Cristo:
Usando o relato do Evangelho de Lucas 4:1-13, analisemos que Jesus foi impelido pelo Espírito a ser tentado e num momento de debilidade física após 40 dias de Jejum o Diabo se aproxima sutilmente e diz: “Se és o Filho de Deus, manda esta pedra transformar-se em pão.” Ora, é sabido que Jesus estava com fome e que sua natureza humana ansiava por comida. A primeira proposta satânica é a de satisfazer os nossos desejos carnais. A nossa vontade terrena clama por ser alimentada e é isso que Satanás propõe.

 Em seu discurso, põe em cheque a debilidade de Cristo com a sua filiação: Como pode o Filho de Deus passar por tal situação?
De igual modo, assisti pela televisão um pregador dizer que por sermos filhos devemos exigir os nossos direitos e não ficar mendigando benção. E sinto informar-lhes que foram exatamente essas as palavras usadas: exijam seus direitos. No deserto Cristo não se deixou levar por tal argumento. Muitos evangélicos acham que devem se sobressair. Boa parte quer ver Deus “tirar do ímpio” para então lhe honrar com um carro, uma casa ou uma vaga de emprego. Mas a Bíblia diz que o sol nasce para todos e a chuva cai para justos e injustos (Mt 5:45) e que não somos privilegiados, pois éramos como os outros, merecedores da ira (Ef 2:3).

Jesus sabia qual era a sua missão e não faria um milagre em benefício próprio. Ele esvaziou-se de si (Fl 2:7) por amor e obediência ao Pai e não negaria o propósito de sua encarnação. Por isso responde: “Não só de pão viverá o homem.” Fiquemos atentos de que não só das coisas materiais consiste a vida. Se esperarmos em Cristo só nessa vida somos mais que miseráveis (1 Co 15:19). Não adianta ganhar o mundo e em troca perder nossa alma (Mc 8:36). Ajuntemos, pois, tesouros no Céu e busquemos com prioridade o Reino de Deus (Mt 6: 19 e 33) . Confiemos na provisão do Pai, assim como Cristo confiou.

Continuando a sua investida maléfica, Satanás mostra os reinos do mundo e oferece caso Jesus o adore. O Messias diante de todo o esplendor sabia muito bem que, como disse o teólogo Abraham Kuyper, não há um centímetro quadrado do Universo que o Senhor não declare seu. Essa barganha é típica do Inimigo e não pertence a Deus. Por isso que a pregação “toma lá da cá” é herética e obscura. Deus age por graça e misericórdia, quem faz trocas é o Demônio.

Os judeus aguardavam um messias político que governaria universalmente subjugando todos os povos. A segunda tentação usava essa falsa exegese das promessas veterotestamentárias e assediava a Jesus a ter a glória e a aceitação dos homens. Cristo, devotado só ao Pai retruca citando a Lei: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás e somente a ele servirás.” Louvado seja o Senhor, digno de honra pelo que é e não somente pelo que nos faz. Já nos alertava Flavel: “Todo homem ama as bênçãos de Deus, mas um santo ama o Deus das bênçãos.”
Nas duas respostas que Cristo deu ao nosso adversário usou as Escrituras, para ser mais preciso o livro de Deuteronômio (8:3 e 6:13). Satanás ousa guerrear com a “mesma arma” e usa o Salmo 91. Em que consiste o elemento da terceira tentação? Exacerbação da fé. O ato de Jesus se lançar do Templo para que os anjos viessem ao seu favor ao invés de glorificar a Deus O coagiria. O Diabo com isso queria simplesmente que o Filho desafiasse o Pai.

Quantos e quantos irmãos não estão por aí colocando “Deus contra a parede” querendo que Ele realize um conveniente milagre? As igrejas neopentecostais estão cheias disso. Gente que sobe no púlpito e decreta, declara, determina e diz que se Deus é Deus mesmo ele tem que fazer e ponto. Afinal, quem é servo e quem é senhor? Jesus sabia de sua condição servil e não inverteu a ordem. Seu papel seria obedecer e não ordenar e novamente citando Deuteronômio (6:16) põe literalmente o diabo pra correr.

A guisa de conclusão enfatizo que a Teologia da Prosperidade é anátema. Pois prega um Evangelho distorcido da doutrina dos apóstolos e se assemelha muito mais com a metodologia de Lúcifer. Finalizo com a provocação de um escritor inglês chamado Roger L’estrange: “Aquele que serve a Deus por dinheiro servirá ao diabo por salário melhor.” Aqui me disperso. Graça e Paz.
Por Thiago Oliveira

"Toda a água do mar não pode afundar um navio, a menos que ela invada o seu interio

"Toda a água do mar não pode afundar um navio, a menos que ela invada o seu interior. Da mesma forma, a negatividade ao teu redor não pode te derrubar, a menos que tu permitas que ela entre em ti. Não navegues em águas poluídas, e sim em solo firme, em lindos campos de trigo."

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Seu diabo é grande demais!

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Seu diabo é grande demais!
Essa é uma realidade na "igreja" dos nossos dias. O diabo é muito grande, se ficamos fascinados por ele; o diabo é muito grande, se achamos que temos de cumprir um compromisso com ele; o diabo é muito grande se somos vítimas de uma maldição, colocada sobre nós.
O diabo é grande demais se vivemos com medo de que nosso futuro esteja em suas mãos...
O pecado aciona a lei das conseqüências não planejadas. Isso é verdade para nós, como para todas as criaturas de Deus.
Por que Satanás estava fadado ao fracasso? Ele era limitado para alcançar o que desejava.
O que Lúcifer esperava alcançar quando se rebelou contra Deus? Ele queria ser semelhante ao Altíssimo. Mas isso seria possível realmente?
Quando teólogos falam sobre Deus, usam três palavras que começam com o prefixo “oni” – que significa simplesmente “todo”. Deus é Onipresente, pois está presente em todos os lugares; Ele é Onipotente, pois é o Todo-poderoso; Ele é Onisciente, pois tem todo o conhecimento. Esses atributos são a própria essência da natureza de Deus.
Quantos desses atributos Lúcifer receberia, se conseguisse ser “semelhante a Deus”? A resposta é fácil e clara: Nenhum.
Ele jamais seria onisciente, ou seja, nunca poderia saber tudo.
Ele sabia que um homem planejava assassinar o presidente dos Estados Unidos, quando chegasse a Dallas, Texas, no dia 22 de novembro de 1963. Ele não sabia, contudo, se isso realmente aconteceria. O assassino podia mudar de idéia, a arma podia falhar, ou talvez o motorista do carro, no último instante, resolvesse fazer um itinerário diferente. Deus sabe exatamente o que acontecerá, mas Satanás é capaz apenas de fazer uma previsão acurada. Embora conheça os planos, ele não sabe qual será o resultado final.
Ele pode influenciar nas decisões humanas, mas nunca dirigi-las. ( O homem é escravo do pecado em seu próprio coração ) – Suas previsões mais insignificantes sempre envolvem o grande risco de jamais se concretizarem.
Isso explica por que, no Antigo Testamento, o reconhecimento de um falso profeta era feito às vezes pelo erro de suas previsões. Apesar de acertar algumas vezes, somente Deus pode prever o futuro de forma infalível. Portanto, um verdadeiro profeta de Deus sempre acerta 100% das vezes.
E quanto à onipresença? Lúcifer seria capaz de encher todo o universo com sua presença? Poderia estar em todos os lugares simultaneamente? Não, ele jamais conseguiria. Pode viajar rápido, mas quando se encontra na Índia, não consegue estar em Brasília. Quando trava uma batalha no Rio de Janeiro, não pode estar numa reunião de oração na Coréia. Portanto, nunca será onipresente.
É verdade que multidões de demônios estão espalhadas pelo mundo, realizando as obras do diabo, mas cada um desses anjos caídos também não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo.
E quanto a onipotência? Lúcifer nunca seria todo-poderoso. Ele não tem poder para criar nem uma molécula, muitos menos estrelas... Nem pode sustentar o Universo pela “palavra do seu poder”. Quando procura imitar a habilidade criadora de Deus, ele sempre apela para as fraudes e falsificações. Não, ele jamais será onipotente.
Em que sentido então ele poderia ser “semelhante ao Altíssimo”? Apenas nisso: ele achou que se tornaria INDEPENDENTE. Ele sabia que suas realizações sempre seriam apenas uma sombra daquilo que Deus pode fazer. A alegria, contudo, de saber que agiria sem a aprovação de Deus, fazia o risco valer a pena. Então poderia dar ordens e não mais recebê-las. Pelo menos esse era o seu plano.
A IRONIA é que na independência alardeada por Satanás, na realidade, tornar-se-ia outra forma de dependência à vontade e aos propósitos de Deus. Realmente, ele não dependeria da orientação do Todo-Poderoso nas decisões que tomasse, mas cada um dos seus atos de rebelião estaria debaixo do controle cuidadoso e da direção de Deus.
Ele, com certeza, podia desafiar o Criador, mas todas as suas atividades sempre seriam restritas àquilo que Deus permitisse. Sua independência só a muito custo poderia ser digna desse nome. Ele se rebelou para não ser mais um servo de Deus e, apesar disso, jamais conseguiu ou conseguirá sua independência.
Se Milton pensou estar certo ao dizer que Lúcifer preferiu ser rei no inferno do que servo no céu, ele (Lúcifer) estava completamente enganado. Lúcifer descobriu, para seu desgosto, que no final continuaria eternamente SERVO DE DEUS. E, como a Bíblia ensina claramente, NÃO EXISTEM REIS NO INFERNO!!!!
Aquele que odiava a idéia de servir, tornar-se-ia um outro tipo de servo. Ao invés do serviço voluntário, abraçaria uma servidão relutante, um serviço com uma motivação diferente em direção a um final diferente; mas, de qualquer maneira, SEMPRE UM SERVO. Finalmente como fazia quando ambos estavam em harmonia.
Satanás estava condenado a uma existência vazia, interminável, sem descanso, e miserável. Ele sempre seria impelido a desprezar a Deus e tentar agir contra Ele. Ainda assim, no final, seria compelido a promover os propósitos divinos. Ao invés da alegria na presença de Deus, teria eterna humilhação; no lugar do amor de Deus, receberia a ira e o juízo eternos.
O orgulho fez com que Lúcifer perdesse todos os seus privilégios. Ele assumiu um grande risco, ao achar que, se não pudesse destronar a Deus, pelo menos conseguiria estabelecer seu próprio trono, em algum lugar do Universo.
Ele subestimou a Deus e superestimou a si mesmo
ELE ERA LIMITADO NAQUILO QUE PODIA PREVER
Lúcifer sabia que surgiriam algumas conseqüências devido à sua decisão, mas não tinha idéia de como seriam. Lembre-se, até esse momento não havia nenhum tipo de rebelião no Universo. Ele não podia aprender com os erros dos outros; e uma vez que cruzou a linha, era muito tarde pra recuar de seu grande propósito. Mais importante, ele não podia prever o advento de Cristo para redimir o homem, nem podia contemplar sua própria condenação eterna no lago de fogo.
Ele não sabia que apenas um terço dos anjos escolheria se unir a sua causa rebelde (Ap 12.4 diz que a cauda do dragão “levou após si a terça parte das estrelas do céu” ). Se ele pensou que todos os que estavam sob sua autoridade ficariam ao seu lado em sua oferta de independência, teve de engolir essa decepção.
Pense nisso. Para cada anjo que o respeitava, dois continuaram fiéis a Deus! Talvez Satanás tenha ficado surpreso por ver como o Céu funcionava bem sem sua supervisão e autoridade. Não importa quão confiantemente ele exercia seu pode adquirido, pois seu sucesso era apenas parcial.
Durante um determinado tempo, ele só pôde remoer o seu erro. Só lhe restava aguardar que Deus desse o próximo passo.
ELE ERA LIMITADO NO CONTROLE DOS DANOS
Apesar de não termos dito explicitamente, existe pouca dúvida em minha mente de que Lúcifer lamentou profundamente sua decisão, no momento em que a mesma foi tomada. Ele havia atravessado um portal desconhecido, na esperança de que o abriria para um brilhante futuro, contudo, não sabia que havia um abismo do outro lado.
Então, tendo experimentado o pecado em primeira mão, ele sabia que perdera a maior aposta de sua carreira. Ele fez a “roda da fortuna” girar e não percebeu que Deus tinha o controle de cada uma das suas rotações. Em qualquer lugar que ela parasse, ele sempre seria o PERDEDOR – um perdedor por TODA ETERNIDADE.
Rapidamente, ele aprendeu que não é gratificante estabelecer um reino rival, só para descobrir que fatalmente falhar. Por mais agradável que seja a independência, não ajuda muito se você é independentemente DERROTADO, independentemente ATORMENTADO e independentemente ENVERGONHADO.
Se ele soubesse disso!! Ele pegou o trem errado, mas, depois de corrompido, seguiria adiante até o final. O arrependimento era impossível por várias razões:
PRIMEIRO, Satanás era e continua incapaz de se arrepender; O ARREPENDIMENTO É UM DOM DE DEUS, dado às pessoas em cujos corações o Todo-Poderoso já opera.
Para Satanás, arrepender-se significaria que existe algo de bom nele; mas nenhuma virtude pode ser encontrada no mesmo. Então, ele se tornou totalmente mau, irremediavelmente perverso. E Deus resolveu abandoná-lo, para o seu fim bem merecido.
Como já aprendemos, um Lúcifer perfeito deixou o mal brotar dentro de si, mas desde que a corrupção estava completa, o bem nunca mais existiria dentro dele. Quando era uma criatura perfeita, era capaz de cometer o mal, mas, uma vez que foi contaminado, ele jamais seria capaz de fazer o bem. A corrupção seria completa, irreversível e total. O pecado então se tornaria uma necessidade moral.
SEGUNDO e mais importante: mesmo que Lúcifer se arrependesse, ele não seria redimido, pois nenhum sacrifício foi feito pelos seus pecados. Cristo carregou apenas os pecados dos homens (eleitos ) e não os dos anjos. “Pois na verdade ele não socorre a anjos, mas sim à descendência de Abraão
. Pelo que convinha que em tudo fosse semelhantemente aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, a fim de fazer propiciação pelos pecados do povo” (Hb 2.16,17).
Sem uma propiciação disponível, o comportamento rebelde de Lúcifer tornou-se então irrevogável e permanente.
Daquele momento em diante, sua passagem pelo Universo seria em uma linha reta, direto para uma eternidade de vergonha e humilhação. Para ele, não haveria uma segunda chance.
Lúcifer aprendeu uma importante lição: uma criatura pode estabelecer uma confusão, mais jamais pode endireitar as coisas” A lei das conseqüências não planejadas seria sempre aplicada por toda a eternidade. Somente Deus pode, se assim desejar, conter ou reverter as conseqüências da desobediência.
ELE ERA LIMITADA NO CONHECIMENTO DE DEUS
Os atributos primários de Deus é sua santidade. Lúcifer, que desejou ser semelhante a Deus, na verdade permaneceria tão longe desse atributo, quanto seria possível estar.
Não sabemos o quanto Deus se revelava às criaturas angelicais, mas Lúcifer, acredito, devia conhecer suficientemente a Deus pra saber que Ele jamais dividiria sua glória com alguém. Quanto mais algo Lúcifer aspirasse subir, maior seria seu fracasso.
Será que ele julgou mal a Deus, ao achar que o amor do Todo-Poderoso suplantaria qualquer possibilidade de julgamento severo? Não sabemos, é claro, mas tenha em mente que Lúcifer conhecia apenas o perfeito amor de Deus.
O conceito de justiça simplesmente não existia. Desde que não existia desobediência no Universo, não havia necessidade da demonstração da ira divina. Lúcifer não previu até onde Deus poderia ir pra preservar sua honra.
Lúcifer achava que conhecia a Deus, mas ainda tinha muito o que aprender. Se ele simplesmente tivesse confiado no que não conseguia entender e crido no que não podia saber por si mesmo, seu futuro teria sido diferente.Agora que ele sabia mais sobre Deus, ERA TARDE DEMAIS.
ELE ERA LIMITADO PARA ENTENDER A DIFERENÇA ENTRE O TEMPO E A ETERNIDADE.
Lúcifer deveria saber que nenhuma exaltação momentânea pode compensar uma eternidade de HUMILHAÇÃO; ser adorado por um momento não pode compensar uma eternidade de desprezo; nenhum momento de excitação pode compensar uma eternidade de tormento. Uma hora no inferno fará com que a excitação de se opor a Deus se desvaneça no eterno esquecimento.
Eis aqui uma lição para nós. Nenhuma decisão pode ser considerada boa, se a eternidade prova que ela é ruim. Explicando melhor, nenhuma decisão nessa vida pode ser boa a não ser que se torne excelente na eternidade. Somente um ser que conhece o futuro e o passado pode prescrever o que é melhor para nós. Nós julgamos baseados no tempo, mas somente Deus pode revelar os julgamentos baseados na eternidade.
Daquele momento em diante, Lúcifer venceria apenas pequenas batalhas, mas seria forçado a perder a guerra. Se ele apenas tivesse levado Deus mais a sério, não teria subestimado a capacidade infalível do Todo-Poderoso de puni-lo. Se a grandiosidade do pecado é determinada de acordo com a grandiosidade do ser contra quem é cometido, Lúcifer então cometeu um ERRO GIGANTESCO.
Por E. Lutzer