2015/04/12

São João, o «Discípulo do Amor»


 
 
«Eu, João, irmão vosso e companheiro convosco
na aflição, no reino, e na perseverança em Jesus,
estava na ilha chamada Patmos
por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.
Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor,
e ouvi por detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, que dizia:
O que vês, escreve-o num livro,
e envia-o às sete igrejas:
a Éfeso, a Esmirna, a Pérgamo, a Tiatira,
a Sardes, a Filadélfia e a Laodicéia.» (Ap 1:9-11).

ais de meio século havia passado desde a organização da igreja cristã. Durante esse tempo a mensagem do evangelho tinha sofrido constante oposição. Seus inimigos jamais afrouxaram os esforços, e afinal alcançaram êxito em arregimentar o poder do imperador romano contra os cristãos.

Na terrível perseguição que se seguiu, o apóstolo João muito fez para confirmar e fortalecer a fé dos crentes. Ele deu um testemunho que seus adversários não puderam controverter, e que ajudou seus irmãos a enfrentar com lealdade e coragem as provas que lhes sobrevieram.

Quando a fé dos cristãos lhes parecia vacilar sob a feroz oposição que eram forçados a enfrentar, o velho e provado servo de Jesus lhes repetia com poder e eloqüência a história do Salvador crucificado e ressurgido. Mantinha firmemente a fé, e de seus lábios brotava sempre a mesma alegre mensagem: «O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida... o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos.» 1Jo 1,1-3.

João alcançou avançada idade. Testemunhou a destruição de Jerusalém e a ruína do majestoso templo. Último sobrevivente dos discípulos que haviam privado intimamente com o Salvador, sua mensagem teve grande influência em estabelecer o fato de que Jesus é o Messias, o Redentor do mundo. Ninguém poderia duvidar de sua sinceridade, e através de seus ensinos muitos foram levados a deixar a incredulidade.

Os príncipes dos judeus encheram-se de ódio atroz contra JOÃO por sua inamovível fidelidade à causa de Cristo. Declararam que de nada valeriam seus esforços contra os cristãos enquanto o testemunho de João soasse aos ouvidos do povo. Para que os milagres e ensinos de Cristo fossem esquecidos, a voz da ousada testemunha teria de ser silenciada.João foi por conseguinte convocado a Roma para ser julgado por sua fé. Aqui perante as autoridades, as doutrinas do apóstolo foram deturpadas. Falsas testemunhas acusaram-no de ensinar sediciosas heresias. Por essas acusações esperavam seus inimigos levar em breve o discípulo à morte.

João respondeu por si de maneira clara e convincente, e com tal simplicidade e candura que suas palavras tiveram efeito poderoso. Seus ouvintes ficaram atônitos com sua sabedoria e eloqüência. Porém, quanto mais convincente seu testemunho, mais profundo era o ódio de seus opositores. O imperador Domiciano estava cheio de ira. Não podia contrafazer as razões do fiel advogado de Cristo, nem disputar o poder que lhe acompanhava a exposição da verdade; determinou, contudo, fazer silenciar sua voz.

João foi lançado dentro de um caldeirão de óleo fervente; mas o Senhor preservou a vida de Seu fiel servo, da mesma maneira como preservara a dos três hebreus na fornalha ardente. Ao serem pronunciadas as palavras: «Assim pereçam todos os que crêem nesse enganador, Jesus Cristo de Nazaré», João declarou: «Meu Mestre Se submeteu pacientemente a tudo quanto Satanás e seus anjos puderam inventar para humilhá-Lo e torturá-Lo. Ele deu a vida para salvar o mundo. Considero uma honra o ser-me permitido sofrer por Seu amor.

 Sou um homem pecador e fraco. Cristo era santo, inocente, incontaminado. Não pecou nem se achou engano em Sua boca.»
Estas palavras exerceram sua influência, e João foi retirado do caldeirão pelos mesmos homens que ali o haviam lançado.

De novo a mão da perseguição caiu pesadamente sobre o apóstolo. Por decreto do imperador foi João banido para a ilha de Patmos, condenado «por causa da Palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo.» Ap 1,9. Aqui, pensavam seus inimigos, sua influência não mais seria sentida, e ele morreria, afinal, pelas privações e sofrimentos.

Patmos, uma ilha árida e rochosa no mar Egeu, havia sido escolhida pelo governo romano para banimento de criminosos; mas para o servo de Deus sua solitária habitação tornou-se a porta do Céu. Aqui, afastado das cansativas cenas da vida, e dos ativos labores dos primeiros anos, ele teve a companhia de Deus, de Cristo e dos anjos celestiais, e deles recebeu instrução para a igreja por todo o tempo futuro. Os eventos que teriam lugar nas cenas finais da história deste mundo foram esboçados perante ele; e ali escreveu as visões recebidas de Deus. Quando sua voz não mais podia testificar d'Aquele a quem amara e servira, as mensagens que foram dadas nessa costa desolada deviam avançar como uma lâmpada que arde, declarando o seguro propósito do Senhor concernente a cada nação da Terra.

Entre as rochas e recifes de Patmos João manteve comunhão com seu Criador. Recapitulou sua vida passada, e ao pensamento das bênçãos que havia recebido, a paz encheu-lhe o coração. Ele vivera a vida de um cristão, e pudera dizer com fé: «Sabemos que passamos da morte para a vida.» 1Jo 3,14. Não assim o imperador que o banira. Este olharia para trás e encontraria apenas campos de batalha e carnificina, lares desolados, lágrimas de órfãos e viúvas, o fruto de seu ambicioso desejo de proeminência.

Em seu isolado lar, João estava habilitado a estudar mais intimamente do que nunca as manifestações do poder divino como reveladas no livro da natureza e nas Páginas da Inspiração. Era para ele um deleite meditar sobre a obra da criação, e adorar o divino Arquiteto. Em anos anteriores seus olhos tinham-se deleitado na contemplação dos morros cobertos de florestas, dos verdes vales e frutíferas planícies; e nas belezas da natureza sempre se deleitara em considerar a sabedoria e habilidade do Criador.

 Agora estava circundado por cenas que poderiam parecer a muitos melancólicas e desinteressantes; mas para João representavam outra coisa. Embora o cenário que o rodeava fosse desolado e árido, o céu azul que o cobria era tão luminoso e belo como o céu de sua amada Jerusalém. Nas rochas rudes, e ermos, nos mistérios dos abismos, nas glórias do firmamento lia ele importantes lições. Tudo trazia mensagem do poder e glória de Deus.

Em tudo ao seu redor via o apóstolo testemunhas do dilúvio que inundara a Terra porque seus habitantes se aventuraram a transgredir a lei de Deus. As rochas que irromperam da Terra e do grande abismo pelo irromper das águas, traziam-lhe vividamente ao espírito os terrores daquele terrível derramamento da ira de Deus. Na voz de muitas águas - abismo chamando abismo - o profeta ouvia a voz do Criador. 

O mar, açoitado pela fúria de impiedosos ventos, representava para ele a ira de um Deus ofendido. As poderosas ondas, em sua terrível comoção, mantidas em seus limites por mão invisível, falavam do controle de um poder infinito. E em contraste considerava a fraqueza e futilidade dos mortais que, embora vermes do pó, gloriam-se em sua suposta sabedoria e força, e colocam o coração contra o Governador do Universo, como se Deus fosse igual a eles. As rochas lhe lembravam Cristo, a Rocha de sua fortaleza, em cujo abrigo podia ele refugiar-se sem temor. Do exilado apóstolo sobre o rochedo de Patmos subiam para Deus os mais ardentes anseios de alma, as mais ferventes orações.

A história de João fornece uma vívida ilustração de como Deus pode usar obreiros idosos. Quando João foi exilado para a ilha de Patmos, havia muitos que o consideravam como tendo passado do tempo de serviço, um caniço velho e quebrado, pronto para cair a qualquer momento. Mas o Senhor achou próprio usá-lo ainda. Embora banido das cenas de seus primeiros labores, ele não cessou de dar testemunho da verdade. Mesmo em Patmos fez amigos e conversos. Sua mensagem era de alegria, proclamava um Salvador ressurrecto, que no Céu intercedia por Seu povo até que pudesse retornar e tomá-lo para Si mesmo. E foi depois de haver João encanecido na obra de seu Senhor que ele recebeu do Céu mais comunicações que durante todos os anos anteriores de sua vida.

A mais terna consideração deve ser dispensada a todos aqueles cujos interesses da vida estiveram ligados com a obra de Deus. Esses obreiros idosos têm permanecido fiéis em meio a tempestades e provas. Podem ter enfermidades, mas possuem ainda talentos que os qualificam para permanecer em seu lugar na causa de Deus. Embora gastos, incapazes de levar os encargos mais pesados que os mais jovens podem e devem levar, seus conselhos são do mais alto valor.

Podem eles ter cometido erros, mas de suas falhas aprenderam a evitar erros e perigos; e não são ainda assim competentes para dar sábios conselhos? Suportaram provas e aflições, e embora tenham perdido parte de seu vigor, o Senhor não os põe de lado. Ele lhes dá especial graça e sabedoria.

Os que serviram seu Mestre quando a obra era difícil, que suportaram a pobreza e permaneceram fiéis quando poucos havia ao lado da verdade, devem ser honrados e respeitados. O Senhor deseja que os obreiros mais jovens ganhem sabedoria, fortaleza e maturidade pela associação com esses homens fiéis. Que os homens mais jovens sintam que ter entre eles tais obreiros lhes representa um alto favor. Dêem-lhes um lugar de honra em seus concílios.

Quando os que despenderam sua vida no serviço de Cristo se aproximam do fim de seu ministério terrestre, são impressionados pelo Espírito Santo a referir as experiências que tiveram em relação com a obra de Deus. O relato de Seu maravilhoso trato com Seu povo, de Sua grande bondade em livrá-lo das provas, deveria ser repetido aos recém-vindos à fé. Deus deseja que os velhos e provados obreiros permaneçam em seus lugares, fazendo sua parte para livrar a homens e mulheres de serem varridos pela poderosa corrente do mal, e deseja que conservem a armadura até que lhes ordene depô-la.

Na experiência do apóstolo João sob a perseguição, há para o cristão uma lição de maravilhosa fortaleza e conforto. Deus não impede a trama dos ímpios, mas faz que suas armadilhas contribuam para o bem daqueles que em prova e conflito mantêm sua fé e lealdade. Não raro o obreiro do evangelho efetua sua obra em meio a tempestades de perseguições, oposição atroz e acusações injustas. Em tais ocasiões lembre-se ele de que a experiência por alcançar na fornalha da prova e da aflição paga todas as penas de seu preço. Assim traz Deus Seus filhos próximo de Si, para que lhes possa mostrar Sua fortaleza e a fraqueza deles. Ele os ensina a arrimarem-se n'Ele. Dessa forma prepara-os para enfrentar as emergências, ocupar posições de responsabilidades e realizar o grande propósito para o que lhes foram dadas as faculdades.

Em todas as épocas as testemunhas designadas por Deus se têm exposto às perseguições e ao desprezo por amor à verdade. José foi caluniado e perseguido por haver preservado sua virtude e integridade. Davi, o mensageiro escolhido de Deus, foi caçado como um animal feroz por seus inimigos. Daniel foi lançado na cova dos leões por ser leal a sua aliança com o Céu. Jó foi privado de suas posses terrestres e ferido no corpo de tal maneira que o desprezaram os próprios parentes e amigos; contudo manteve sua integridade. Jeremias não pôde ser impedido de falar as palavras que Deus lhe ordenara; e seu testemunho de tal maneira enfureceu o rei e os príncipes que o atiraram num poço asqueroso. Estevão foi apedrejado por haver pregado a Cristo, e Este crucificado. Paulo foi encarcerado, açoitado, apedrejado e finalmente entregue à morte por ter sido fiel mensageiro de Deus aos gentios. E João foi banido para a ilha de Patmos «por causa da Palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo.»

Esses exemplos de humana firmeza dão testemunho da fidelidade das promessas de Deus - de Sua permanente presença e mantenedora graça. Testificam do poder da fé para enfrentar os poderes do mundo. É obra de fé repousar em Deus na hora mais escura, sentir, embora dolorosamente provado e sacudido pela tempestade, que nosso Pai está ao leme. Somente os olhos da fé podem ver para além das coisas temporais e apreciar com acerto o valor das riquezas eternas.

Jesus não oferece a Seus seguidores a esperança de alcançar glórias e riquezas terrestres, de viver uma vida livre de provações. Ao contrário, chama-os para segui-Lo no caminho da abnegação e ignomínia. Aquele que veio para redimir o mundo sofreu a oposição das arregimentadas forças do mal. Numa impiedosa confederação, homens e anjos maus se aliaram contra o Príncipe da paz. Cada um de Seus atos e palavras revelava divina compaixão, e Sua inconformidade com o mundo provocou a mais acérrima hostilidade.

Assim será com todos os que se dispuserem a viver piamente em Cristo Jesus. A perseguição e o descrédito esperam todos os que se imbuírem do Espírito de Cristo. O caráter da perseguição muda com o tempo, mas o princípio - o espírito que a anima - é o mesmo que tem dado a morte aos escolhidos do Senhor desde os dias de Abel.

Em todos os séculos Satanás tem perseguido o povo de Deus. Tem-no torturado e lhe dado a morte, porém tornaram-se eles conquistadores ao morrer. Deram testemunho do poder de Alguém que é mais forte que Satanás. Podem os ímpios torturar e matar o corpo, mas não podem tocar na vida que está escondida com Cristo em Deus. Podem encerrar homens e mulheres nas prisões, mas não lhes podem encerrar o espírito.

Mediante provas e perseguições, a glória - o caráter - de Deus se revela em Seus escolhidos. Os crentes em Cristo, odiados e perseguidos pelo mundo, são educados e disciplinados na escola de Cristo. Na Terra andam em veredas estreitas; são purificados na fornalha da aflição.

Seguem a Cristo através de penosos conflitos; suportam a abnegação e passam por amargos desapontamentos; mas deste modo aprendem o que significam a culpa e os ais do pecado, e olham para ele com repulsa. Tendo sido participantes das aflições de Cristo, podem contemplar a glória além da obscuridade, dizendo: «Tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada» (Rm 8, 18).



Para quê os Santos?

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Uma pergunta interessante estampa a capa da revista Veja, na edição 1997 (28/02/2007): "por que o catolicismo precisa de santos"? Como podemos refletir acerca dessa pergunta, sem adotar uma postura apaixonada ou inflamada? Não nos precipitemos nas conclusões. Convido o leitor a examinar as Escrituras, e a perceber a realidade do pensamento divino quanto à questão apresentada.

Quem é santo, para Deus?

Sem nos aprofundarmos na questão teológica, sobretudo considerando a origem desse ou daquele termo, percebemos à luz da Bíblia que "santo" é alguém separado para Deus, e nesse sentido específico, separado do pecado. Numerosas são as referências bíblicas acerca da necessidade de todo crente ser santo (Lv 11:45, Lc 1:74, 1Pe 1:16, dentre outras).

Todos podem ser santos, e devem sê-lo por se tratar de um mandamento divino. E se é um mandamento, Deus dá condições para cumprirmos com sua ordem soberana. Não apenas a partir de atitudes práticas do dia a dia, podemos garantir a santidade em nossas vidas a partir de algo fundamental: a presença do Espírito Santo.

A vida do crente passa por estágios distintos: eleição - justificação (e redenção) - santificação - glorificação, ensinamento esse baseado nos escritos de Paulo. Podemos perceber também que a santificação, ao contrário do que se pensa sobre a salvação, é um processo, não um ato instantâneo, como a revelação da Palavra ao indivíduo e imediatamente a fé dada por Deus se manifesta em sua vida. A santificação depende da comunhão entre o indivíduo e Cristo, o qual desde o princípio já honrou seu compromisso, ao nos santificar e garantir o perdão de nossos pecados.

Ademais, ela é necessária para que Deus trabalhe através de nossas vidas. Assim como um cozinheiro não usa panelas sujas para preparar comida, da mesma maneira Deus não usa utensílios sujos para sua obra, como vaso de honra (2 Tm 2:21). A purificação veio a partir de Cristo, e Deus Pai nos recebeu, desde então, como filhos adotivos, como ramos enxertados na Videira. Em conclusão, eu e você, crente em Cristo, somos feitos santos, por parte de Deus.

Analisando a postura católica acerca dos santos

O ramo católico dedicado ao estudo da vida dos santos é a hagiografia. Ela trata especificamente de divulgar a vida de pessoas cuja biografia traga aos fiéis elementos que sejam dignos de culto. Com efeito, muitos dos estudos encontrados acerca da vida de santos assim considerados pela igreja romana trazem elementos que identificam o indivíduo como alguém portador de virtudes que mereçam algum tipo de homenagem. Na liturgia católica, há um santo para cada dia do ano - e para os restantes, vale o "Dia de Todos os Santos" (primeiro de novembro).

A origem da hagiografia deve-se ao costume, ainda da igreja primitiva, de reunir as histórias dos mártires que poderiam servir de testemunho da atuação de Deus em tempos de crise. Com a Idade Média, e a difusão do catolicismo a partir de seu atrelamento ao Império Romano, passou-se à predominância de uma religião sobre as demais, não mais perseguida, mas que contivesse membros dignos de honra por suas virtudes e feitos. Outras razões também existiam:

O objetivo destas obras era múltiplo: propagar os feitos de um determinado santo, atraindo, assim, ofertas e doações para os Templos e Mosteiros que os tinham como patronos; produzir textos para o uso litúrgico, tanto nas missas como nos ofícios monásticos; para leitura privada ou como textos de escola; instruir e edificar os cristãos na fé; divulgar os ensinamentos oficiais da Igreja, etc. (Dubois, J., Lemaitre, J-L., 1993, p. 74). Desta forma, tais textos eram importantes veículos para a propagação de concepções teológicas, modelos de comportamento, padrões morais e valores. , Hagiografia.


Desse excerto, dessume-se que existem pessoas cujas vidas foram usadas como referencial para estudos, cooptação de ofertas para templos e mosteiros, e sobretudo para o "marketing" católico, diante de nações ainda não alcançadas pelo império. E mais: a vida de tais pessoas era atraente, até demais, para receberem destaque como patronos de templos e mosteiros.

Ora, patronos nós temos: Duque de Caxias é patrono do Exército Brasileiro, Santos-Dumont da Força Aérea, Tamandaré da Marinha; haveria semelhança entre eles e as virtudes dos patronos exaltadas pelas instituições mencionadas? A resposta se encontra num detalhe que, por vezes, passa despercebido: aos santos católicos presta-se culto como forma de alcançar o favor divino. Atrai-se atenção ao indivíduo, não a Deus.

O cristão verdadeiro conta com a oração de seus pares, também chamada de intercessão. Ele, entretanto, faz sua parte, e mantém contato direto com Deus por intermediação única e exclusiva da parte de Jesus Cristo (1 Tm 2:5): um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens.

Servir de exemplo é uma coisa, servir para culto a fim de se obter graça é algo completamente diferente. Uma justificativa apologética católica está na suposta distinção entre "adorar" e "honrar", ou venerar:

Eis os dois sentidos bem indicados pela própria Bíblia: adoração suprema, devida só a Deus; adoração de reverência, devida a outras pessoas.
 A Igreja católica, no seu ensino teológico, determina tudo isso com uma exatidão matemática. A adoração, do lado de seu objeto, divide-se em três classes de culto: 1. culto de latria (grego: "latreuo") quer dizer adorar - É o culto reservado a Deus 2. culto de dulia (grego: "douleuo") quer dizer honrar. 3. culto de hiperdulia (grego: hyper, acima de; douleuo, honra) ou acima do culto de honra, sem atingir o culto de adoração. A latria é o culto que se deve somente a Deus e consiste em reconhecer nele a divindade, prestando uma homenagem absoluta e suprema, como criador e redentor dos homens. Ou seja, reconhecer que ele é o Senhor de todas as coisas e criador de todos nós, etc. O culto de dulia é especial aos santos, como sendo amigos de Deus. O culto de hiperdulia é o culto especial devido a Maria Santíssima, como Mãe de Deus. (...) Os atos exteriores - como genuflexão, inclinação, etc -, são classificados tendo em vista o "objeto" a que se destinam. Se é aos santos que se presta a inclinação, é claro que se trata de um culto de dulia. Se é a Deus, o culto é de latria. (FRENTE UNIVERSITÁRIA LEPANTO. Em Defesa da Fé - Página de Apologética Católica - Intercessão dos Santos - Vivos após a Morte, Relíquias, Cultos.

Tentar desdobrar a adoração entre dulia, hiperdulia e latria, honestamente, não é a melhor resposta que se podia esperar. Pela explicação dada, não se chega a lugar algum, se não à conclusão de que são todos a mesma adoração dada a indivíduos e a dada a Deus. E sabemos, de antemão, que somente a Deus devemos dar culto, e que nosso Deus é ciumento, não dividindo sua glória a ninguém.

Se há essa distinção entre latria, dulia e hiperdulia, por que então rezar diante de uma imagem e pedir-lhe favores? Tudo isso por conta da crença de que os santos estão vivos, sendo que a Bíblia categoricamente demonstra que estes somente ressuscitarão quando Cristo voltar novamente? Por que então se fazem honrarias a santos, conferindo-se-lhes relíquias, adornos, procissões, incenso, objetos de verdadeira adoração? Por que os adesivos "Tudo por Jesus, nada sem Maria", ou "Peça à Mãe que o Filho atende" são tão difundidos?

Nota-se então algo de errado: tanto a latria, como a dulia e hiperdulia têm a mesma raiz: mascarar a idolatria, não citada propositalmente pelo autor do texto de apologética católica. Idolatria é o desvio do culto a Deus, por quaisquer formas. Não se percebe Deus como o centro de tais práticas, e sim fomentar a crença de que pessoas, que foram tão pecadoras como nós o somos, possuíram algo de "especial" em nosso lugar para interceder por nós.

Mascara-se um politeísmo, herança greco-romana, para afirmar algumas concepções: Deus é tão etéreo que não se preocupa com seus problemas, Deus é tão distante de pessoas sem virtudes e pecaminosas, e que a intercessão de "santos" é necessária para se chegar a Deus. Com essas concepções radicalmente distantes das Escrituras, vê-se que Jesus é novamente deixado de lado, sua obra para eles restou-se incompleta, e os santos de repente são dotados de "superpoderes", maiores que os dos meros mortais.

Acaso o Espírito Santo estaria dividido, operando mais em uns do que em outros? Cristo disse que poderíamos fazer coisas ainda maiores do que ele, pois ele estava indo para o Pai. E quem opera as bênçãos é o Espírito Santo, que distribui seus dons aos crentes, e a ninguém impropera. A origem dos milagres é Deus, sua soberana vontade. Qualquer coisa além disso vem do maligno. O fato, entretanto, de eu poder fazer mais coisas do que Jesus, não me torna maior que ele. Não é o que parece quanto aos santos católicos, por diversas vezes representados, se não em pé de igualdade com Jesus, ainda maiores que este, como nos ícones ortodoxos...

Para pedir favor de Deus sobre determinada questão, devo erguer meus olhos para vê-lo. Por que então fitar uma imagem? Por que prestar adoração a pessoas que falharam como nós falhamos? Qual a origem de tudo isso, senão a idolatria? Acaso podem o barro ou o metal responder?

O problema da edificação de santos: o bezerro de ouro

Em Êxodo, capítulo 32, trata-se especificamente do desvio de foco do homem em relação a Deus. O povo, desejando prontamente uma resposta de Moisés, que tardava em descer do monte Sinai, decidiu construir um bezerro de ouro, que lhes fosse guia em retorno ao Egito. Para o mesmo, prestou-se culto, adornou-se e fez-se festa.

Algo parecido com hoje em dia?

O homem sem Deus, ou que julga que Deus o abandonou, ou que está distante dele tal qual parecia longe o cume do monte Sinai, ergue para si mesmo um deus que não fala, não escuta, mas que representa uma aspiração sua, particular. O bezerro de ouro continha a pretensão máxima, a "graça" que os israelitas queriam ver alcançada: livrar-se do deserto imposto por Moisés e voltarem para a terra do Egito, cujo pão e cebolas não faltavam. Vida essa que lhes traria morte.

De fato, o salmista declara que o idólatra se torna semelhante ao seu ídolo: vazio, inoperante. O ídolo faz para o indivíduo suas vontades, desde que haja uma recompensa na forma de culto. O ídolo é atraente, seu culto é rapidamente difundido, pois ele consubstancia os anseios de toda uma comunidade. O ídolo pode ser visto, tocado, seu poder aparentemente é palpável. Só que ele traz morte, da qual ninguém dos idólatras escapou. Morte física, por vezes, e espiritual também.

Devemos ser como o ídolo? Ou ser santos para com Deus, nós mesmos?

O santo católico precisa de um longo e dispendioso processo para ser considerado como tal. Furos por vezes se encontram em suas biografias, ainda que ele mesmo represente um ideal, uma virtude. Já o santo, para com Deus, é lavado com o sangue mais puro que existe. Ele escapará da segunda morte, pois suas vestes foram lavadas pelo sangue do Cordeiro, Jesus, como se afirma no final de Apocalipse. Ele não requer nem ouro, nem prata, para adentrar à presença de Deus, e com ele conversar livremente em oração, pelos méritos de Cristo já alcançados.

Assim sendo, para quê os ídolos? Para que um "santo", para o Brasil? Um referencial nacional no Vaticano? Alguém a quem os brasileiros devam prestar culto? Não, pois bendito o Senhor que já tem alcançado milhões de vidas no País, que sabem discernir a vontade de Deus para todos nós: a santificação das nossas próprias vidas - não a de Frei Galvão - pois sem isso jamais veremos a Deus, face a face.

Conclusão

Conclamo a você, leitor, para que reflita sobre essas palavras. Precisamos nós de santificação, e que jamais a biografia de quem quer que seja deve tomar o lugar de Deus em nossas vidas. Isto é idolatria, seja ela nas formas de latria, dulia ou hiperdulia.

Que sejamos nós contados com os salvos naquele dia, podendo dar testemunho de que, com nossas atitudes e palavras, pudemos pregar que "feliz é a nação cujo Deus é Senhor", não um "santo" feito assim por dinheiro e interesses, ou uma "senhora", que foi serva eleita de Deus, humana e pecadora, para dar à luz ao nosso Salvador.

Sejamos nós os santos de Deus.



Autor: cleber Olympio
 

Quando solteiros se encontram: namorando para revelar Jesus.

Para aqueles cujos caminhos são mais marcados por erros do que por abnegação, paciência e julgamento são, tenham esperança no Deus que abençoa misteriosamente seu caminho quebrado e o redime a partir dele, e quem pode começar em você uma nova, pura, sábia e piedosa busca pelo casamento hoje.
Aqui estão (alguns) princípios para solteiros. Não é uma lista abrangente nem exaustiva. São simplesmente lições que aprendi e espero que possam ser uma bênção para você, seu namorado ou namorada, e seu futuro cônjuge.
1. É realmente tão simples como dizem
Em uma época em que as pessoas estão se casando cada vez mais tarde e recorrem cada vez mais à busca por parceiros online, nós provavelmente precisamos ser lembrados de que o casamento realmente se trata mais de comprometimento do que de compatibilidade. Afinal, nunca houve um relacionamento menos compatível do que o de um santo Deus e sua noiva pecaminosa, e esse é o modelo que aspiramos em nossos casamentos.
Há uma razão pela qual a Bíblia não tem um livro dedicado a como escolher um cônjuge. Não foi descuido por parte do Deus de toda a história, como se ele não pudesse ver o século 21. As qualificações são maravilhosamente claras e simples: 1) ele deve crer em Deus (2 Coríntios 6:14); e 2) ele deve ser do sexo oposto (Gênesis 2:23-24; Mateus 19:4-6; Efésios 5:24-32).
Ora, é inegável haverá mais coisas envolvidas em seu discernimento durante o namoro. À parte das questões de atração e química, que não são insignificantes, a Bíblia articula alguns papeis para esposas e maridos. Homens devem proteger e prover por suas esposas (Efésios 5:25-29). Mulheres devem ajudar e se submeter a seus maridos (Gênesis 2:18; Efésios 5:22-24). Pais devem liderar suas famílias na palavra de Deus (Efésios 6:4). Pais e mães devem amar e criar seus filhos na fé (Deuteronômio 6:7). Então claramente estamos procurando por mais do que uma pessoa atraente que “ama a Jesus”.
Dito isso, muitos de nós precisamos ser lembrados de que a pessoa perfeita de Deus para mim não é tão perfeita assim. Todas as pessoas que se casam são pecadoras, então a busca por um cônjuge não é uma busca por perfeição, mas uma busca mutualmente falha por Jesus. É uma tentativa cheia de fé de se tornar como ele e, juntos, torná-lo conhecido. Independentemente do crente com quem você se casa, você provavelmente descobrirá em breve que você não se sente tão “compatível” como já se sentiu, mas espero que você se maravilhe mais com o amor de Deus por você em Jesus e com o incrível privilégio que é viver tal amor juntos, especialmente à luz de suas diferenças.
2. Saiba o que faz um casamento valer a pena
Em nossos piores momentos, nossos objetivos são pequenos e enganados. Nós simplesmente não queremos mais ficar sozinhos na sexta à noite. Nós simplesmente queremos postar fotos quase ingênuas e artisticamente emolduradas com alguém em uma ponte em um lugar qualquer. Queremos uma maneira livre de culpa de desfrutar do sexo. Queremos um rapaz ou uma moça que nos diga que somos bonitos, engraçados, inteligentes e bons em nossos trabalhos, etc.
Se o casamento apenas nos oferecesse essas coisas, contudo, ele realmente não valeria a pena. Muitos tentarão negar isso, mas as estatísticas de divórcio são o suficiente para estabelecer que o casamento requer mais de você do que a maioria poderia sequer imaginar no dia do matrimônio. A maioria de meus amigos casados diria que o que parece divertido, belo e inquebrável no altar, não parece tão limpo ou fácil até mesmo dias após passarem a morar juntos. Ainda é intensamente bom e bonito, mas é custoso: custoso demais para pequenos alvos.
O casamento vale a pena porque você tem Deus em seu comprometimento vitalício um com o outro. O casamento se trata de conhecer a Deus, adorar a Deus, depender de Deus, revelar a Deus, ser transformado à semelhança de Deus. Deus criou o homem e a mulher à sua imagem e os uniu, dando-lhes responsabilidades singulares para cuidar um do outro em sua débil, porém linda união.
O que faz o casamento valer a pena é que você, seu cônjuge e aqueles à sua volta veem mais de Deus e de seu amor por nós em Jesus. Se você não está experimentando isso com seu namorado, termine com ele. Se essa não é sua prioridade, precisamos de um novo plano de jogo, e provavelmente um novo cartão de pontos para o próximo.
3. Busque mais por clareza do que intimidade
O maior perigo do namoro é dar partes de nossos corações e vidas para alguém com quem não estamos casados. É um risco significativo, e muitos homens e mulheres têm profundas e duradouras feridas de relacionamentos, porque o casal desfrutou de proximidade emocional ou física sem um comprometimento permanente e durável. Intimidade barata parece real por um momento, mas você recebe aquilo pelo que pagou.
Enquanto o grande prêmio no casamento é intimidade Cristocêntrica, o grande prêmio do namoro é clareza Cristocêntrica. Intimidade é mais segura no contexto do casamento, e o casamento é mais seguro no contexto da clareza. O propósito de nosso namoro é determinar se nós dois deveríamos casar, então deveríamos concentrar nossos esforços lá.
Em nossa busca por clareza, vamos indubitavelmente desenvolver intimidade, mas não o faremos tão rapidamente ou ingenuamente. Sejam intencionais e sinceros um com o outro que, como cristãos, intimidade antes do casamento é perigosa, enquanto que clareza é incrivelmente preciosa.
4. Encontre um noivo na linha de frente
A ideia é procurar amor nos lugares corretos. Concentre-se na colheita, e você inevitavelmente achará um ajudante. Ao invés fazer de casar-se a sua missão, que sua missão seja a causa global de Deus e o avanço do Evangelho onde você está, e procure por alguém que busque o mesmo. Se você espera se casar com alguém que ame Jesus apaixonadamente e o torna conhecido, é provavelmente melhor colocar-se em uma comunidade de pessoas comprometidas com isso.
Isso não significa que deveríamos servir porque podemos encontrar um amor. Deus não é honrado com esse tipo de autosserviço. Não, isso simplesmente significa que se estamos buscando um tipo específico de pessoa, há lugares bons, seguros e identificáveis em tais pessoas vivem, servem e cultuam juntas. Envolvam-se em uma comunidade assim, sirvam uns aos outros, e peçam a Deus para abrir as portas para o namoro.
5. Não deixe que sua mente se case com ele antes que o resto de seu corpo o possa fazê-lo
Embora isso possa parecer mais comum entre as mulheres, eu fui solteiro por tempo suficiente e amigo de solteiros o suficiente para saber que não se trata de um problema exclusivamente feminino. A trajetória de todo romance verdadeiramente cristão deve ser o casamento, então não deveríamos ficar surpresos que nossos sonhos e expectativas, nossos corações, corram à frente de todo o resto.
Simplesmente não é tão difícil imaginar como seus filhos seriam, ou onde vocês passariam férias juntos, ou como funcionariam os feriados familiares, ou que tipo de casa vocês comprariam. E assim como o sexo, todas essas coisas podem ser realmente boas, seguras e belas, mas no contexto de sua aliança. Satanás quer sutilmente ajudá-lo a construir ídolos de família e casamento que são frágeis demais para seu relacionamento de ainda-não-casado.
“Ele me disse que me amava”. “Ela me disse que nunca me deixaria”. Essas são aparentemente frases de muito valor que nem sempre caem na sua conta. São frequentemente ditas com boas intenções, mas sem o anel — e sem um anel, os resultados podem ser devastadores. Guarde seu coração e sua imaginação de ultrapassar seu comprometimento atual.
6. Limite é seu melhor amigo
A pergunta mais feita sobre o namoro entre cristãos pode ser: “Quão longe é longe demais antes do casamento?” O fato de continuarmos fazendo essa pergunta sugere que todos nós concordamos que precisamos definir alguns limites, e que as linhas parecem bem borradas para alguns. Se você não está buscando casamento e está indo bem, você vai experimentar tentação, e muita tentação.
O pecado sexual pode ser a arma escolhida pelo diabo para corromper relacionamentos cristãos. Se você não reconhece seu inimigo se une a ele, você vai acabar se perguntando como se perdeu tão fácil. Alguns de seus melhores amigos na batalha serão os limites que definimos para nos mantermos puros.
Embora mergulhos espontâneos na intimidade pareçam ótimos em comédias românticas e façam vocês se sentirem bem por um momento, eles produzem vergonha, arrependimento e falta de confiança. Vamos tentar falar de toques antes de tocar. Troque as carícias por confiança, as surpresas por clareza e segurança. Tome decisões em oração e seriedade antes de mergulhar.
Limites são necessários porque na estrada para o casamento e sua consumação, o apetite por intimidade apenas cresce conforme você o alimenta. Você é construído biologicamente para isso. Toques levam a mais toques. Ficar sozinhos em certas situações irá dar as boas-vindas a uma tentação feroz. Até mesmo orar juntos ou conversar por horas no telefone pode criar overdoses nada saudáveis de intimidade com aqueles que ainda não são casados.
Sendo honesto, nós mais frequentemente gostamos de errar ao investir demais no amor do que em esperar demais para dar o próximo passo. Você terá dificuldade, contudo, de encontrar um casal se arrependendo dos limites que definiram no namoro, enquanto que você encontrará facilmente aqueles que queriam ter definido mais limites. Como seguidores de Cristo, nós realmente devemos ser mais cuidadosos e vigilantes.
Limites protegem e fornecem a fortificação para a construção de confiança. Conforme estabelecemos alguns limites mútuos, grandes e pequenos, e nos comprometemos a guardá-los juntos, nós desenvolvemos profundos padrões de confiança que servirão nossa intimidade, nossa fidelidade, e nossa capacidade de tomar decisões enquanto Deus nos guia em direção ao casamento um com o outro.
7. Inclua consistentemente sua comunidade
Namoro é uma questão de você fazer seu melhor para discernir a habilidade de uma pessoa de cumprir a visão e o propósito de Deus de casamento com você. Enquanto você pode ser aquele com a última palavra, você pode não ser a melhor pessoa para avaliar cada ponto. Assim como em qualquer outra área de sua vida cristã, você precisa do corpo de Cristo conforme você pensa em com quem namorar, como namorar e quando casar.
Embora raramente seja rápido ou conveniente, ter a perspectiva de pessoas que conhecem você, amam você e têm uma grande esperança por seu futuro, sempre pagará dividendos. Pode levar a conversas difíceis ou profundas discordâncias, mas forçará você a lidar com coisas que você não viu ou que nem poderia ter visto sozinho. Você encontrará segurança em uma abundância de conselheiros (Provérbios 11:14). Convide outras pessoas para investigar seu relacionamento. Gaste tempo junto com outras pessoas, casais e solteiros, que estejam dispostos a apontar o bom, o mau e o feio.
8. Que todo seu namoro seja missionário
Não, eu não estou encorajando você a namorar um homem ou uma mulher que ainda não são crentes. Quando eu digo namoro missionário, quero dizer um namoro que demonstre e promova a fé em Jesus e suas boas novas, um namoro que está no passo do evangelho diante do mundo que o contempla. Quero que ganhemos discípulos através de um namoro radical, confrontando os paradigmas e a busca de prazer do mundo com sacrifício, abnegação e seriedade.
Homens e mulheres no mundo querem muitas das mesmas coisas que você quer: afeição, comprometimento, conversa, estabilidade, sexo, etc. E eles eventualmente verão que a base sobre suas vidas e seu relacionamento é mais firme do que as frágeis tentativas que eles conhecem. Eles verão algo mais profundo, mais forte e mais expressivo entre você e seu par.
As pessoas em cada uma de suas vidas sabem que vocês amam a Jesus mais porque estão juntos? Elas veem a graça e a verdade de Deus trabalhando em vocês e seu relacionamento enquanto vocês caminham juntos na vida? Vocês dois estão pensando pró-ativamente sobre como abençoar seus amigos, sua família e apontá-los para Cristo? Mais e mais, enquanto o mundo dilui o namoro, seu relacionamento pode ser um quadro provocativo de sua fidelidade a Cristo e seu chamado para segui-lo.
Buscando o casamento da maneira certa
Esse namoro é perfeitamente seguro? Não. Ele impedirá que você se machuque ou se desaponte? Não. Ele garantirá que você nunca mais passe por outro término de namoro? Não. Mas, pela graça de Deus, ele pode nos guardar de uma mágoa mais profunda e de um insucesso mais devastador. Minha oração é que esses princípios preparem você para amar seu cônjuge de uma maneira que mais belamente e dramaticamente demonstre a verdade e o poder do evangelho.
Se você é como eu, você pode já ter desistido de muitas batalhas. Talvez você esteja desistindo agora em um relacionamento. Disponha-se a tomar as decisões difíceis, grandes e pequenas, de buscar o casamento da maneira certa hoje. Quer no final das contas vocês casem um com o outro ou não (ou quer casem ou não qualquer pessoa), vocês agradecerão um ao outro.

Lidando com a Comcupiscência

Lidando com a concupiscência

Elas estão tão perto de nós quanto nossa própria pele, a tríade de concupiscências descritas pelo apóstolo João: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos, e a soberba da vida (1 João 2:16). Estes excessivos e proibidos desejos do pecador são a fonte do pecado, como Tiago nos aponta ao ensinar que Deus não nos tenta a pecar, “Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência; então a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte” (Tiago 1:14-15 – AA).
O homem natural é cativo de suas próprias concupiscências (Romanos 3:10-18), mas em nossa conversão, por causa de nossa união com Cristo, somos libertos do domínio das concupiscências: “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para obedecerdes às suas concupiscências; nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado como instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como redivivos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça. Pois o pecado não terá domínio sobre vós, porquanto não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça” (Romanos 6:12-14 – AA).
Deus, contudo, em sua inescrutável sabedoria, determinou deixar dentro de seus filhos e filhas convertidos, um remanescente de pecado; e esse remanescente reside nas concupiscências. Por isso, o mesmo apóstolo que anunciou que estamos mortos para o domínio do pecado, registrou suas lutas: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço” (Romanos 7:18-19).
Estamos todos bem cientes da luta contra os assediantes pecados de nossas concupiscências. Eles vêm em diversas vestimentas diferentes, incluindo materialismo, poder e orgulho. Mas aqui eu irei focar no problema da concupiscência sexual. Todos nós reconhecemos que o pecado sexual é uma epidemia na igreja de hoje. Mal passa uma semana sem que saibamos de outro líder eclesiástico que foi exposto em adultério, fornicação, homossexualidade ou pornografia.
As tentações sexuais estão em todo lugar; somos bombardeados com tentações sexuais via vestuário (ou a falta dele), televisão, outdoors, canções, linguagem sugestiva e convites no Facebook. Tome, por exemplo, a pornografia. Uma pessoa não tem mais que entrar numa loja e comprar material pornográfico — ela está tão próxima quanto a privacidade da tela do seu computador, e é poderosamente viciante.
Mas nós temos que sucumbir? A resposta, como observado acima, é não. Nós não estamos sob o domínio do pecado. Contudo, precisamos tomar precauções diárias. Fundamentalmente, nossas famílias e igrejas precisam nutrir uma cultura de castidade, enfatizando a pureza sexual no pensamento, no vestuário, na linguagem e no comportamento. Tal cultura começa com pais em casa e líderes (pastores e outros líderes com suas esposas) na congregação.
Devemos cuidadosamente usar os meios da graça — adoração pública, pregação, oração, sacramentos, jejum, e culto privado e familiar. Acima de tudo, devemos nos agarrar a Cristo.
Também precisamos desenvolver hábitos que nos ajudarão a guardar o coração. No livreto Impure Lust (Concupiscência Impura), John Flavel deu sete instruções para lidar com a concupiscência:
1. Peça a Deus um coração limpo, renovado e santificado pela graça salvadora.
Nós devemos sempre começar com o coração, pois ele é a fonte de tudo o mais (Mateus 15:19), e Deus promete responder as nossas orações conforme oramos de acordo com sua vontade (João 14:13-14). Devemos buscar o poder santificador do Espírito Santo.
2. Caminhe no temor de Deus o dia inteiro, e com a sensação de que seus olhos oniscientes estão sempre sobre você.
Com quê frequência nosso comportamento é ditado por quem está observado. Nós esquecemos de que ele vê tudo.
3. Evite companhias lascivas, e a sociedade de pessoas impuras; eles são alcoviteiros da concupiscência.
Más companhias corrompem bons costumes. Lembre-se de que esta instrução não apenas inclui nossos contatos pessoais, mas aqueles que encontramos em filmes, música, livros, revistas e computadores.
4. Exercite-se em seu chamado diligentemente; será um excelente meio de prevenir tal pecado.
Você já ouviu o ditado: “Cabeça vazia é oficina do Diabo.”
5. Restrinja seu apetite: não se alimente em excesso.
Esta instrução não significa que não possamos desfrutar dos bons presentes de Deus que são a comida e a bebida e do prazer de festejar com amigos, mas é um sóbrio lembrete de que se exageramos em nossos apetites físicos em uma área, seremos mais inclinados a cair em outras áreas.
6. Escolha um cônjuge e se deleite naquele que você escolheu.
Um dos discernimentos libertadores da Reforma é que dentro do casamento, o sexo é para o prazer e é uma proteção dada por Deus contra desejos ilícitos.
7. Tome cuidado para não entrar em um caminho de pecado, especialmente a superstição e a idolatria; em cujos casos, e como uma punição de cujos males Deus frequentemente entrega os homens a tais vis afeições (Romanos 1:25-26).
Pecado inevitavelmente gera pecado.
Dessas maneiras, a igreja pode guardar seu povo. Pratique e ensine estas coisas.
Joseph Pipa Jr.

Minha Casa, meu Abrigo!

Minha Casa, meu Abrigo!

Eclesiastes 4.8-12
É melhor ter companhia do que estar sozinho (Ec 4.9a).
Os problemas vividos pelas famílias causam desânimo em muitas pessoas, que chegam a pensar que seria melhor viver sozinhas. Acreditam que isso traria liberdade, preservaria sua individualidade, sua casa estaria sempre arrumada e teriam mais dinheiro para gastar. Esta forma de pensar é um engano, pois melhor é serem dois do que um, ter um lar e poder compartilhar com outros, do que viver só, de forma egoísta.
Nosso texto bíblico conta a história de um homem sem ninguém, que trabalhava muito e ganhava bastante dinheiro mas era infeliz, pois não tinha com quem dividir seu ganho e sua vida. Faltava-lhe uma família!
Não podemos esquecer que a nossa família é um grande presente de Deus e nossa alegria neste mundo.
Compartilhando nossa vida com outras pessoas, descobrimos que a felicidade não vem do egoísmo, da realização pessoal, do consumismo e nem da fuga da realidade por meio do uso de drogas e da frequência a festas. Ela vem do temor a Deus e do companheirismo com outras pessoas, encontrado na família. Podemos então dizer que a família representa:
1. Proteção. Se um cair, o outro pode ajudá-lo a se levantar. Nas conversas em família surgem bons conselhos e o auxílio mútuo está presente.
2. Companhia. Quando dois dormem juntos, se mantêm mais aquecidos. Unidos, os familiares podem dividir as alegrias e tristezas, além de ter a presença e o carinho de quem amam.
3. Força. A família é nossa fortaleza. Nela, encontramos força contra a impureza e as incertezas. Dois são mais fortes do que um quando as lutas vierem, os filhos adoecerem ou o desemprego bater à porta.
Por fim, o texto fala de um cordão de três dobras que não arrebenta facilmente, com o qual gostaria de comparar a família. As três dobras podem representar o casal, os filhos e Deus. Sendo Deus o fio principal, a família está segura, pois um lar em que o Senhor ocupa o lugar central não será destruído. – HSG
A união traz vantagens – também nas dificuldades da vida.

2015/04/11

Batistas na política-eu creio que serve para todos os cristãos.

Batistas na política

As relações do protestantismo com a política sempre foram ambíguas. Lutero, por exemplo, não queria uma separação entre igreja e Estado. Já Calvino foi prefeito de Genebra e governou a cidade com mãos de ferro, para ele a cidade seria uma aristocracia dos eleitos de Deus. Apenas um ramo do protestantismo, o inglês naturalmente, e entre no meio dele os batistas, sempre pontuou a separação entre igreja e Estado.
Notadamente, os batistas têm na separação entre igreja e Estado um dos seus principais princípios. Ocorre que a defesa da separação entre igreja e Estado nunca significou omissão e desinteresse pela política. No Brasil os principais fatores que levaram os protestantes a se omitirem da vida política do país foi, e é, uma teologia fatalista, como o pré-milenismo. Pregou-se muito sobre o lar no céu e cantou-se muitos hinos sobre o futuro no paraíso, e a consequência de tais ações foi um completo desinteresse pelo aqui e agora, pela vida cotidiana e suas mazelas. Juntamente com o pré-milenismo há o fundamentalismo bíblico, que só se preocupou em interpretar a doutrina e enclausurar a igreja dentro dela mesma! A igreja se esqueceu de que todo ato humano é ato político e desassociou o discurso bíblico da realidade política e social do país. A igreja, quando deveria se manifestar, se calou, foi conivente e até mesmo entregou teólogos, porque tinham um discurso “subversivo” demais para a igreja, ao regime militar que tanto humilhou, torturou e matou quem era contrário à Ditadura Militar.
Foram feitas inúmeras críticas em relação à Teologia da Libertação e seu engajamento político, e logo muitos protestantes se posicionaram contra esta posição teológica por verem nela uma ligação muito forte com o Marxismo. Mais uma vez, portanto, a igreja ficou de fora de uma efetiva participação política no país.
Muito se ouve sobre a Igreja Católica e sua estreita relação com o Estado. É verdade! A própria Igreja Católica é um Estado. Mas nem por isso eles deixam de atuar politicamente no país. Recentemente, o Congresso Nacional aprovou o Projeto da Ficha Limpa, iniciativa da CNBB que arrecadou mais de um milhão de assinaturas para o projeto entrar em discussão na Câmara dos Deputados e ser aprovado, impedindo assim que diversos candidatos com processos, até mesmo criminais, se candidatassem. A Igreja Católica não apoia candidato X ou Y! Enquanto isso pentecostais e neopentecostais apoiam abertamente candidatos e fazem reuniões com candidatos para fechar número de votos! Eles detêm uma ideologia sobre o grupo que os qualifica a dizer quem deve votar em quem! Quando surgem os escândalos como o dos “sanguessugas”, o do dinheiro em cuecas, ou de deputados orando “agradecendo a Deus” a propina recebida, todos são colocados no mesmo pacote.
Estou acompanhando candidatos batistas. É salutar a iniciativa, até porque algum tempo atrás se ouvia muito nas igrejas a seguinte afirmação: “Crente não se mete em política”. Enquanto este discurso predominou, muitos entraram nas esferas do poder e não representaram de fato o povo. Porém, pelo contrário, buscaram o seu interesse em primeiro lugar, o que não é nenhuma novidade.
É legítimo pleitear uma vaga, quer a nível municipal, estadual ou federal. Uma das coisas que gosto na Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira é o item Ordem Social, que diz: “Como sal da terra e luz do mundo, o cristão tem o dever de participar em todo o esforço que tende ao bem comum da sociedade em que vive”. Uma dessas formas de buscar o bem comum da sociedade é ver a política como ferramenta. Aliás, ela é a única ferramenta de transformação numa sociedade democrática que tem no sistema de governo republicano a eleição de representantes. Portanto, nada mais natural do que servir à população com um mandato sério e competente.
O que se espera de candidatos, batistas, naturalmente, é que façam valer o voto não para defender interesses corporativos, muito menos com um discurso de que “tem que ter gente nossa lá”. Temos que ter candidatos com diferencial, não nos moldes dos pentecostais ou neopentecostais, que movem céus e terras para eleger gente que irá defender os interesses da igreja X ou Y. O candidato batista precisa ter em mente que o seu mandato irá contribuir para o avanço dos valores do Reino de Deus na sociedade e que a sua governabilidade é para todos, e nunca, em hipótese alguma, para batistas, mas para uma sociedade que está cansada de mentiras e promessas fraudulentas. Somente assim é possível justificar apoio, do contrário será mais um tentando usar da política como trampolim para o poder, para o foro privilegiado, para os benefícios enormes que a classe política desse país usufrui.

ALONSO GONÇALVES

REFLEXÃO - TROCAR CHAFARIZES POR ALICERCES


Foto de um usuário.
Eu ainda criança ouvia falar que os prefeitos eleitos na minha cidade só construíam chafarizes — realmente, a cidade era uma gracinha — contudo, quando necessitávamos de assistência médica e odontológica era uma calamidade[...] Bem, todo esse preâmbulo é para descrever um fenômeno ainda muito comum em nossos dias, e também em nossas igrejas: a necessidade de mostrar, de aparecer e de viver de aparências.
No ministério de música de nossas igrejas, tal fenômeno, o dos chafarizes, podem ocorrer com frequência, e até ouso afirmar que algumas igrejas exigem isso de seus ministros. Espetáculos musicais, músicas alegres e dançantes, que promovem mais euforia que alegria — me refiro àquela de Sl 26.13. Cito aqui a célebre frase do missionário-músico americano Bill Ichter autor de vários hinos que cantávamos: “desejo uma música que mexa com o meu coração, e não com os meus pés”.
Uma frase que completa a reflexão suscitada pelo fenômeno político do chafariz. Muito brilho, beleza, encantamento e pouca utilidade. De que me adianta o brilho dos chafarizes, quando as necessidades básicas não são supridas? Gostaria de transpor esse questionamento para a realidade do ministério de música:
de que adianta musicais, sonorização de última geração, festas e belos instrumentos — ou até mesmo bons instrumentistas — se o povo continua padecendo por falta de entendimento? (Os 4.6)
Nossa proposta para o ministério de música ou de artes é de que ao invés de construirmos chafarizes, prefiramos os alicerces. Devemos investir na formação de artistas que sejam servos, que não só toquem bem e com júbilo (Sl 33.3) contudo, toquem e cantem com entendimento (1Co 14.15).
Que através da música tragam as pessoas a Deus e também levem Deus às pessoas, com música de qualidade técnica, mas sobretudo com conteúdo espiritual — não esqueçam: música sacra é essencialmente letra, portanto, se as pessoas não entenderem o que cantamos como dirão amém? Conteúdo que identifica o nosso Salvador Jesus Cristo, que revele Jesus: seu amor, seu modo de viver e seu poder que nos transforma e nos aperfeiçoa a cada dia.
Portanto, amados, orem e apoiem o ministério de música mesmo que às vezes não os encantem com frondosos chafarizes, mas que está trabalhando na construção de vidas que antes da bela aparência, estejam firmes e alicerçadas na rocha que é Jesus.