2015/04/06

O uso e abuso da transmissão do culto

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"De todo o coração renderei graças ao SENHOR, na companhia dos justos e na assembleia" (Salmos 111.1).

Uma das áreas mais populares do site da minha igreja é o link para a transmissão ao vivo que conecta as pessoas ao culto de Domingo enquanto ele está acontecendo. Somos agraciados por podermos possibilitar isso, especialmente para nossos membros que estão doentes em casa, que precisam ficar em casa com seus filhos adoecidos ou que estão em situações similares.

Recentemente, fiquei sabendo até de um membro da igreja que conseguiu assistir ao culto em seu smart phone enquanto estava preso em casa graças a uma falta de luz. Uma quantidade surpreendente de pessoas assiste aos nossos cultos pela internet e nós esperamos que isso esteja abençoando a todos. Ficamos principalmente felizes se não-cristãos conseguem ouvir a voz de Deus e são encorajados a se juntarem conosco presencialmente a partir disso.

Mas mesmo com todas as bênçãos desse tipo de tecnologia, existem algumas limitações importantes para o uso da adoração por vídeo que os cristãos deveriam saber e que nos chamam a fazer um uso sábio desse recurso. De modo simples, nossa transmissão ao vivo é programada para aqueles que não podem vir à igreja e não como um substituto para aqueles que podem vir. Com isso em mente, apontarei algumas razões para o porquê devemos preferir ir aos cultos presencialmente e algumas sugestões para essa prática.

1 - Nossa presença física é essencial para a plena participação na adoração e na vida da igreja. Quando a Bíblia ordena “Congregai-vos” (Hebreus 10.25), isso envolve tanto a nossa presença física quanto espiritual. Não estamos congregando na igreja se a igreja não pode nos ver! Jesus disse que estaria presente onde “estiverem dois ou três reunidos em meu nome” (Mateus 18.20). Sem dúvida, sua intenção tinha o sentido de uma presença física das pessoas com corações compartilhados. É por isso que não devemos nunca prover a participação em sacramentos através dessas transmissões viainternet e é por isso que os presbíteros da igreja se reúnem presencialmente e não simplesmente através da internet (note que Mateus 18.20 se dá em uma passagem acerca da disciplina).

2 - Precisamos vir à igreja para podermos contribuir com nossos dons e graças a outros cristãos. O Senhor provê muitas coisas importantes através do encontro semanal da igreja. Por exemplo, os dons espirituais de cada membro são empregados nas mais diversas formas sendo cada uma delas essenciais. Paulo escreveu que “nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros” (Romanos 12.5). Ele acrescenta que nossos dons espirituais são dados a nós “visando a um fim proveitoso” (1 Coríntios 12.7). Por isso, seus companheiros cristãos precisam da sua presença: para servir, encorajar, escutar, apoiar, rir, abraçar e amar. Nos reunimos no domingo como uma comunidade na igreja e isso requer comunhão! Então, enquanto a transmissão ao vivo é boa para casos excepcionais, ela não deve se tornar a norma para um cristão.

3 - Há uma dimensão autoritativa na pregação da Palavra de Deus que envolve estar sentado fisicamente sob a pregação do púlpito. É uma benção podermos ouvir a voz de Deus mesmo quando não podemos ir à igreja. Ainda assim, ouvir ao sermão fisicamente faz uma diferença significativa na maneira como Deus ministra a sua Palavra.

Deus ordenou que a Bíblia fosse pregada por embaixadores e arautos vivos e a experiência de se estar integralmente sob um púlpito ministerial envolve estar fisicamente presente. A pregação é um evento vivo e comunal e o pregador precisa ver e interagir espiritualmente com a congregação, assim como a congregação precisa ver e interagir espiritualmente com o pregador. É uma benção poder ter boas pregações através de mecanismos eletrônicos e eu te encorajaria a se valer deles, mas nenhum deles é um substituto para se estar presente debaixo de uma ministério pessoal de seu próprio pastor junto de uma igreja no qual você é membro.

 É por isso que me oponho tanto às “igrejas satélites”, onde um vídeo de um pregador-celebridade é passado à congregação sem ele estar fisicamente presente. E é por isso que você precisa frequentar as pregações de sua própria igreja, mesmo que pregadores melhores possam ser ouvidos pelo rádio ou pela internet. A pregação é uma parte importante da liderança espiritual de um pastor e estar sob essa pregação é uma boa forma de obediência. Hebreus 13.17: “Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.

4 - Na adoração, precisamos dar toda a atenção para o Senhor, o que é difícil de acontecer quando não estamos fisicamente no santuário da igreja. A experiência no templo é programada para atrair toda a nossa atenção para o Senhor e para a sua Palavra. Fora do templo, especialmente se estamos sozinhos, nós simplesmente estamos mais propensos a não nos entregarmos totalmente a Deus em nossa adoração. Isso se assemelha à minha preocupação quanto ao uso de tablets esmartphones no lugar de Bíblias físicas. Não há nada de errado com uma versão eletrônica das escrituras, mas eu sei que meu próprio smartphone está repleto de distrações eletrônicas para que eu desvie minha atenção de Deus e de sua adoração. Há algo de errado em checar seu email e mensagens durante o sermão? Sim, há. O Salmo 111.1 diz: “De todo o coração renderei graças ao SENHOR, na companhia dos justos e na assembleia”.

Como cristãos, devemos ser os últimos a perdermos nosso senso de pessoa completa como Deus nos criou e não devemos deixar a tecnologia distorcer nossa visão da pessoa humana. Assim, mesmo  estando gratos por fornecermos o culto ao vivo em algumas situações excepcionais, não façamos da exceção a norma e não permitamos que a tecnologia dite nossa experiência espiritual na adoração.

Deixe-me concluir com algumas sugestões relacionadas ao assunto:

1) Quando você estiver viajando durante o Dia do Senhor, faça todo esforço possível para frequentar uma igreja local ao invés de assistir ao culto de sua própria igreja pela internet. Todos os cristãos fazem parte da igreja universal tanto quanto fazem de sua igreja local e essas são boas oportunidades para que nós expressemos e experimentemos nossa participação cristã mais ampla. Deus usa conexões feitas nesses momentos para nos unir em seu trabalho. Mesmo que não haja uma igreja de sua preferência no local, você deve ir na que seria a melhor opção. Vivenciar uma “adoração ruim”, seja como for a forma como nós a definimos, ou uma “pregação diferente” nos acrescentará sabedoria e perspectiva. Seja qual for a experiência, devemos geralmente preferir adoração física na companhia de irmãos crentes do que uma experiência em vídeo com nossa própria igreja.

2) Se você disser para si mesmo “Eu vou só assistir o culto pela internet” ao invés de ir fisicamente à igreja, você estará traindo a si mesmo e, mais importante do que isso, aos seus companheiros crentes. Esse problema (que deve acontecer mais ainda no caso do culto noturno) deve ser evitado o máximo o possível.

3) Quando você estiver em uma conferência ou grande evento em que a transmissão por vídeo é usada para projetar a imagem do pregador, sente-se na frente onde você possa ver ao palestrante diretamente. Eu creio que onde há uma tela grande, meus olhos naturalmente se distanciarão da pessoa de verdade para a imagem do vídeo. Isso reduz o senso de um encontro real com um pregador real e nós devemos evitar isso.

Espero que esse conselho nos faça usar os dons de Deus com sabedoria e responsabilidade. Cristãos devem sempre vigiar acerca de consequências indesejadas e oportunidades para o diabo (Efésios 4.27). A perda da igreja quanto à presença física do povo de Deus é terrível. Que não permitamos que a tecnologia nos transforme de discípulos em consumidores e de uma comunidade da igreja em uma mera fonte de provisão.

 Rick Phillips

A adoração em sua igreja é mais pagã do que cristã?

A adoração em sua igreja é mais pagã do que cristã?

 A adoração em sua igreja é mais pagã do que cristã?

Há um grande mal-entendido nas igrejas sobre o propósito da música na adoração cristã. Igrejas rotineiramente anunciam um culto “dinâmico” e “transformador”, o qual “levará você para mais perto de Deus” ou “que irá mudar a sua vida”. Certos CD’s de adoração prometem que a música irá “levá-lo para dentro da presença de Deus”.  Até mesmo um panfleto, anunciando uma conferência para líderes de adoração, dizia:
Junte-se a nós para essa dinâmica aula, a qual irá colocar você no caminho certo e inspirador, onde você poderá se encontrar com Deus e receber a energia e o amor que você precisa para ser um agente e um agitador no mundo de hoje… Além disso, nossos programas de ensino são eventos de adoração que irão colocar você em contato com o poder e o amor de Deus”.
O problema com o panfleto e com muitos anúncios de igrejas é que esse tipo de promessa revela um significante erro teológico. A música é vista como um meio para facilitar um encontro com Deus. Ela irá nos levar para perto de Deus. Nesse esquema, a música se torna um mediador entre Deus e o homem. No entanto, essa ideia está mais próxima das práticas pagãs do que da adoração cristã.
Jesus é o único mediador entre Deus e o homem. Somente Ele é quem nos leva para Deus. A noção popular – porém errônea – relativa à música de adoração mina a fundamental verdade da fé cristã. É irônico que muitos cristãos neguem o papel das ordenanças sacramentais, as quais o próprio Senhor deu para sua igreja (batismo e a Santa Ceia), mas anseiem em dar poderes sacramentais para a música. A música e a “experiência da adoração” são vistas como meios pelos quais nós entramos na presença de Deus e recebemos seus benefícios salvíficos. Não há simplesmente nenhuma evidência na Escritura que diga que a música media diretamente encontros ou experiências com Deus. Essa é uma noção comum no paganismo. Está bem longe do Cristianismo.
Em seu útil livro “True Worship” (Verdadeira Adoração), Vaughan Roberts mostra quatro consequências de se ver a música como um encontro com Deus. Vou resumí-los.

1. A palavra de Deus é marginalizada

Em várias igrejas e encontros cristãos, não é incomum a Palavra de Deus ser deixada de lado. A música dá uma elusiva sensação de “entorpecimento”, enquanto a Bíblia é algo mundano. Os púlpitos têm diminuído e até mesmo desparecido, enquanto as bandas e as luzes têm crescido. Mas a fé não vem da música, experiências dinâmicas ou supostos encontros com Deus. A Fé nasce por meio da proclamação da Palavra de Deus (Rom. 10.17).

2. Nossa certeza é ameaçada

Se associarmos a presença de Deus com uma particular experiência ou emoção, o que acontecerá quando não sentirmos mais isso? Nós procuraremos igrejas cujas bandas de louvor, orquestras ou órgãos produzam em nós os sentimentos que nós estamos procurando. Mas a realidade de Deus em nossas vidas depende da mediação de Cristo, não de experiências subjetivas.

3. Músicos ganham status sacerdotais

Quando a música é vista como meio de encontro com Deus, os líderes de louvor e músicos começam a exercer o papel de pastor. Eles se tornam aqueles – no lugar de Jesus Cristo, o único que já cumpriu esse papel – que trazem até nós a presença de Deus. Dessa forma, quando um líder de louvor ou banda não me ajuda a experimentar Deus, então ele falhou e deve ser substituído. Por outro lado, quando acreditamos que eles tiveram sucesso em nos levar à presença de Deus, então eles terão em nossa mente um status elevado.

4. A divisão aumenta

Quando nós identificamos um sentimento como um encontro com Deus, e apenas uma determinada música produz esse sentimento, então nós insistiremos que aquela música deverá ser tocada regularmente em nossa igreja e reuniões. Se todos tiverem o mesmo gosto que o nosso, não haverá problema. Mas se outros dependem de outra música para produzirem esse sentimento, então é importante para eles que a divisão seja cultivada. E porque nós rotineiramente classificamos esses sentimentos como encontros com Deus, nossas demandas para que esse sentimento seja produzido se tornam rígidas. Esse é o motivo pelo qual muitas igrejas sucumbem ao oferecerem múltiplos estilos de culto. Fazendo isso, eles, sem querer, sancionam a divisão e a centralização do ego no meio do povo de Deus.
A Escritura é cheia de exortações para o povo de Deus cantar e fazer músicas para o Senhor. Nosso Deus foi gracioso em nos dar esse meio de adorá-lo. Mas é importante entender que a música, em nossa adoração, é para dois propósitos específicos: honrar a Deus e edificar a comunidade dos crentes. Infelizmente, muitos cristãos tendem a dar à música um poder sacramental sobre o qual a Escritura jamais falou.
 Todd Pruitt

O que é orar?

Por que orar se Deus já sabe de tudo? Por que orar se somos tão pequenos e ignorantes quanto ao que é melhor para nós? Se Deus é soberano e sabe o que precisamos, por que apenas não descansamos? Aliás, orar não seria silêncio?

Pois bem. Esse foi o tema das duas últimas aulas que dei na Escola Bíblica Dominical da Igreja Batista Liberdade. Aqui, postarei apenas um breve resumo das ideias e colocarei abaixo os dois estudos sobre o assuntos, feitos nos dias 10 e 17 de novembro do presente ano.
Orar é buscar. Quando oramos a Deus, buscamos a Ele e àquilo que dEle esperamos receber. Quando não estamos orando a Deus, estamos a orar para outros seres/deuses quaisquer. Nunca ficamos sem orar. Ou oramos a Deus, ou a outros seres criados. Quando não buscamos a Deus, estamos a buscar algo que se coloque em Seu lugar, algo que nos preencha e satisfaça.
Assim, orar é buscar. Se buscamos o dinheiro como fonte de satisfaça, estamos a orar, buscar, o dinheiro. O dinheiro está a satisfazer tal indivíduo. Já aqueles que buscam na imoralidade sexual sua satisfação, tais estão a orar à imoralidade sexual.
É importante que se lembre: orar diz respeito à uma ação. Os termos constituintes de uma oração são, basicamente, sujeito e predicado. O sujeito é sempre você; o predicado sempre será Deus ou aquilo que ocupa o lugar dEle.
Por isso, cuidado para não continuar buscando em outras fontes a paz e satisfação que somente Deus pode lhe dar. Mas, CUIDADO, pois há algumas proibições quanto às suas orações.
No segundo áudio abaixo, trabalho apenas com este ponto: proibições quanto às nossas orações. R. C. Sproul escreveu:
“Nas Escrituras, há poucas proibições referentes à oração. Em Salmos 66.18, o salmista Davi escreve estas palavras divinamente inspiradas: ‘Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido’. O versículo no hebraico poderia ser traduzido: “Se eu tivesse iniquidade no meu coração, o Senhor não teria ouvido”.
Estas palavras de Davi resumem tudo o que a Bíblia diz sobre o que impede que nossas orações sejam ouvidas e atendidas. Nada, a não ser o pecado, pode nos afastar e separar de Deus. Nada, a não ser nossas iniquidades, podem tapar os ouvidos de Deus às nossas orações.
Neste contexto, o correto é confessarmos. Arrepender-nos, confessarmos nossos pecados, e assim corrermos a buscar novamente prazer em Deus. Somente a vaidade é proibida àquele que deseja orar a Deus. O que é vaidade? Tudo aquilo que é passageiro, fútil, bobo, mas que tem o poder de nos seduzir a ponto de acreditarmos que podem nos satisfazer.
Não nos enganemos, fora de Deus, tudo é vaidade, tudo é passageiro, tudo é como a erva que seca, ou como a chuva que vai.
Por isso, apesar de sabermos e crermos que há um Deus que tudo sabe, tudo vê, tudo determina e tudo governa, orar significa buscarmos a este Deus não apenas para lhe pedirmos coisas, mas para, de sua destra, recebermos todo o prazer e satisfação capaz de preencher nossa alma definitivamente.
Ouça e reflita nas mensagens abaixo. Nelas, vamos mais fundo no estudo destes temas.
Fiquem na paz do Senhor.
Wilson Porte

A questão do método Pressuposicionalista

A questão do método Pressuposicionalista

A questão do método Pressuposicionalista

No livro Apologética Cristã do Cornelius Van Til, traduzido pelo Dr. Davi Charles Gomes, tem um capítulo específico sobre a questão do método. Esse pequeno texto é um resumo do capítulo, devo dizer que tudo escrito aqui é apenas uma pequena repetição do texto do Van Til. O autor nesse capítulo leva o leitor a investigar a forma pela qual devemos levar alguém ao conhecimento da verdade. Indicar a natureza de uma apologética verdadeiramente protestante, isto é, uma apologética reformada, com a busca para a defesa de uma cosmovisão reformada de acordo como o cristianismo é. O autor afirma que a visão do católico romano e do arminiano sobre a questão do método e ponto de partida é um assunto neutro, a fim de juntar-se legitimamente ao cientista ou filósofo incrédulo, quando, através de seus métodos reconhecidos, investiga certas dimensões da realidade.

O apologeta reformado acredita que toda realidade criada, incluindo os campos da pesquisa com a qual as várias ciências lidam, revela o mesmo Deus acerca do qual as Escrituras falam. A própria essência da realidade criada é seu caráter revelacional. Já os apologetas católicos e arminianos acreditam que devem usar o método do homem natural, crendo até certo ponto na autonomia e supremacia da personalidade humana. O arminianismo pode, de certa forma, concordar, na questão do ponto de partida, com aqueles que consideram o homem o ponto de referência final de toda predicação humana. Assim também, crendo até certo ponto na existência de fatos que não são totalmente controlados e dirigidos pelo conselho de Deus, é possível ao arminianismo concordar, na questão do método, com aqueles para quem o objeto do conhecimento não tem ligação alguma com o plano de Deus.

Em contraste com católicos romanos e arminianos, entretanto, o apologeta reformado, de forma nenhuma, pode concordar com a metodologia do homem natural. O apologeta reformado deve buscar seu ponto de contato com o homem natural naquilo que está abaixo do limiar de sua consciência ativa, isto é, no senso de divindade que ele busca suprimir, discordando assim da idéia que o homem natural faz de si mesmo, como ponto de referência último. A forma como o apologeta reformado faz isso é conforme uma busca do ponto de contato com os sistemas construídos pelo homem natural. Deve haver uma colisão frontal com os sistemas do homem natural, para que exista o ponto de contato por meio do senso de divindade no homem natural.

Van Til entende que de acordo com a doutrina da fé reformada, todos os fatos da natureza e da história são o que são, fazem o que fazem e sofrem o que sofrem em conformidade com o conselho único e abrangente de Deus. Tudo o que deve ser conhecido pelo homem já é conhecido por Deus. E já é conhecido por Deus porque é controlado por Deus, chama-se isso de antítese.

1. Argumentando por pressuposição

O método vantiliano significa unificar a cosmovisão e o método, pois são intercambiaveis. Argumentar por pressuposições é ressaltar os princípios epistemológicos e metafísicos que sustentam e controlam cada método. Não pode deixar sua cosmovisão cristã de lado a fim de ganhar credibilidade com um incrédulo. A metodologia do apologeta reformado tem como pressuposição a verdade do teísmo cristão. Os apologistas reformados irão apelar para o conhecimento do verdadeiro Deus que o homem natural conhece porém suprime. Em seu âmago o homem natural sabe que é criatura de Deus, sabe também que é responsável diante de Deus, como sabe que deve viver para a Sua glória. Contudo, ele suprime o conhecimento de si mesmo, tal como ele é. Ele é o homem da mascara de ferro, um método verdadeiro deverá ser aplicado para buscar destruir essa máscara.

2. Escrituras

Assim, a Bíblia, como revelação inspirada infalível de Deus ao homem pecador, figura diante de nós como aquela luz pela qual todos os fatos do universo criado devem ser interpretados. Devemos afirmar que um protestante aceita a Escritura como o que a própria Escritura diz ser, em sua própria autoridade. A Escritura se apresenta como a única luz através da qual a verdade sobre os fatos e suas relações podem ser descobertas. Não podemos sujeitar os pronunciamentos normativos da Escritura sobre a realidade ao escrutínio da razão, pois é a própria razão que descobre sua função a partir da Escritura. O método com respeito à Escritura (cristianismo) e com respeito à existência de Deus (teísmo) deve ser o método indireto de raciocínio por pressuposição.

3 Metodologia de Blocos

 Tendo em vista que o método apropriado para a apologética protestante é o método pressuposicional, em vez do método da aproximação direta, discordando assim a teologia arminiana e católica romana, podemos entender que: o método pressuposicional requer apresentar o teísmo cristão como uma unidade. Sem a pressuposição da verdade do teísmo cristão, nenhum fato pode ser distinguido de qualquer outro fato. Associando o princípio cristão de continuidade com o princípio cristão de descontinuidade, obtemos o princípio cristão de argumentação por pressuposições. A existência real do Deus do teísmo cristão e a autoridade infalível da Escritura que fala aos pecadores acerca deste Deus, é o que deve ser tomado como pressuposto para inteligibilidade de qualquer fato no mundo.

É parte da essência do método de argumentação tanto romanista como arminiana concordar com o incrédulo que proposições individuais acerca de diversas dimensões da realidade sejam verdadeiras, independentemente da veracidade do cristianismo. Nem o apologéta católico romano nem o arminiano se encontram em posição adequada para desafiar o procedimento atomista do homem natural, suas próprias teológias são atomistas; não são construídas de forma consistente com o sistema cristão. Suas doutrinas individuais não, são, portanto, apresentadas como sendo aquilo que são, exclusivamente em virtude de sua relação com os princípios centrais da posição cristã.

O argumento do apologéta católico romano e do arminiano de que a fé reformada esteja errada em considerar todas as coisas no mundo como sendo o que são, basicamente em virtude do plano de Deus com respeito a elas, os compele a admitir a precisão essencial do atomismo não cristão. Com isso, eles perdem todo poder de desafiar a metodologia não cristã desde o início de sua jornada.

Recomendo a leitura do livro todo, pois o que foi escrito aqui são apenas partes pequenas do que o livro tem a dizer e ensinar. Nenhum mérito tenho aqui, pois lendo o livro fiz minhas anotações e organizei nesse simples resumo. Concordo com esse método pois entendo que seja o mais apropriado, qualquer discordância, será Van Til o questionado e nesse livro você pode encontrar quem sabe, as respostas.

"O pregador reformado descasa no poder do Espírito Santo quando fala aos homens que eles estão perdidos em pecado e necessitam de um Salvador. O pregador reformado não reduz sua mensagem para que ela tenha a aceitação do homem natural. Ele não diz que sua mensagem é menos verdadeira por ser rejeitada pelo homem natural. O homem natural está, em virtude de ter sido criado à imagem de Deus, sempre acessível à verdade; acessível à penetração da verdade pelo Espírito Santo" Apologética Cristã, Van Til, p.102.
Por Morgana Mendonça dos Santos

Sobre Pregadores Engraçadinho

Sobre Pregadores Engraçadinho

  Sobre Pregadores Engraçadinho

Hoje estamos vivendo um período em que as pessoas acham que a Igreja deve fazer de tudo para agradar os fiéis. Mudar antigas convenções não tem a motivação de glorificar a Deus. Absolutamente! Mudam-se as coisas para atrair mais pessoas.A Igreja precisa ser ao gosto do freguês. O segmento evangélico transformou-se num bandejão, onde você degusta o que quiser e por fim escolhe o prato que mais lhe agrada. Nesse afã de querer agradar a gregos e a troianos, o culto tem se transformado num verdadeiro circo. Além de aparecerem diversas manifestações artísticas de qualidade duvidosa, temos também as pregações transformadas em palestras motivacionais, e o que é pior: apresentações humorísticas.

Estava eu no Facebook e me aparece uma sugestão de página para curtir. Tratava-se da página de um Senhor que tem por slogan: "Um Pastor Cheio de Graça".Eu já conhecia o sujeito, pois o vi dar uma entrevista num talk show. Ele costuma ministrar para casais e sua peculiaridade é fazer piadas. Depois que ele apareceu na TV, muitos foram os vídeos do YouTube que apareceram na timeline de amigos meus, nas redes sociais, elogiando a sua forma engraçada de transmitir a Palavra.

Francamente,não vejo com bons olhos um pregador que coloca um slogan de humorista para projetar o seu ministério, se é que posso chamar assim. Não quero aqui dizer que este homem não é cristão. Também não digo que ele está mal intencionado. O grande problema é que também erramos com boas intenções. Faço minhas as palavras do Dr. Martyn Lloyd-Jones quando ele diz em seu livro (Pregação e Pregadores, p.224) que: “O indivíduo que força a si mesmo para ser divertido é uma abominação e jamais deve ter permissão de ocupar o púlpito. Esta opinião se aplica ao homem que faz isso deliberadamente, para obter as boas graças de seus ouvintes”.

Muitos de nós esquecemos que o culto é para Deus, e este deve ser o princípio regulador.Não devemos nos pautar em princípios sentimentais, estéticos e mercadológicos.O culto é uma demonstração de fé, gratidão e louvor ao Deus que nos amou primeiro e nos transportou das trevas para o Reino do Filho do seu amor. Só o SENHOR é digno de ser adorado e para isto a Igreja se reúne periodicamente. O culto feito ao nosso bel-prazer, para nosso deleite, não é aceito por Deus. Ele só se compraz da adoração que O glorifica, não sendo assim, Ele rejeita a nossa maneira de cultuar, por mais agradável que ela nos pareça.

Quando moldamos o culto segundo as nossas preferências, corremos o risco de contrair a ira divina sobre nossas cabeças. Se não obedecermos o que Deus predeterminou em sua Palavra, estamos em apuros. Um exemplo claro é o que aconteceu com Uzá (leia 2 Sm 6. 1-11). Ele foi fulminado porque tocou a arca da aliança. A arca estava sendo transportada num carro de boi, quando na verdade, ela deveria estar sobre os ombros dos sacerdotes, tal como Deus havia estabelecido. Uzá morreu, mesmo bem intencionado, por causa do amoldamento que foi feito a uma questão litúrgica. E nós, porque achamos que podemos moldar o culto da forma como bem entendemos?

Deus é glorificado através da séria exposição da Sua Palavra. Ele é glorificado a cada vez que o pregador deixa claro que não está levando uma mensagem que é fruto de sua imaginação, e sim a própria voz divina que é capaz de converter os pecadores de seus maus caminhos. Não é preciso muito. Importa sermos fiéis as Escrituras e deixar que o Espírito Santo trabalhe para edificar, consolar e converter os que ali se fazem presentes. O pregador precisa ter cuidado com gracejos, anedotas e ilustrações, pois muitas vezes, eles tiram o foco na Palavra e os ouvintes se acostumam a ouvir o pregador apenas porque se identificam com seu apurado senso de humor, ou pela sua aguçada imaginação .

Não estou dizendo que no púlpito o mensageiro deve ser carrancudo e enfadonho. Ele pode ser alguém simpático, de aparência leve e até vibrante. Todavia, precisa compreender que sua missão não é fazer com que as pessoas o considerem engraçado ou atraente, mas sim levar cativas ao SENHOR a mente dos seus ouvintes. Todos precisam olhar para si, enxergar sua pequenez diante da grandeza e da glória de Cristo e humildemente se aproximarem do trono da graça com orações e súplicas.

Charles Haddon Spurgeon, um dos maiores pregadores que passou por este mundo, era alguém muito bem humorado e que contava algumas histórias engraçadas em seus sermões. Certa vez, uma irmã o repreendeu por isso. Spurgeon não ficou ofendido e confessou aquela senhora que se ele não se controlasse e podasse a si próprio, corria o risco de contar muito mais gracejos. O que esse episódio nos ensina? Que é necessário podar nossa personalidade (Spurgeon era alguém engraçado por natureza) para que não seja ela a maior evidencia em nossos sermões. A glória deve ser exclusiva para Deus, é necessário que Ele cresça e que nós diminuamos.

Termino alertando a você – pregador - que busque a Deus em oração, pedindo para que Ele venha moldar sua maneira de estudar, preparar e pregar o seu sermão, de uma forma que suas mensagens sejam tão cristocêntricas que você seja sempre ofuscado pelo brilho do Filho de Deus. Alerto também aos crentes de modo geral a se perguntarem: Estou cultuando a Deus ou estou satisfazendo as minhas preferências?Se a resposta for a primeira, então amém. Se for a segunda, ore para que o SENHOR venha mudar o teu coração e que você se encontre satisfação na Palavra de Deus, sem necessitar de nenhum subterfúgio a mais.


A Deus,somente, toda a glória!
 Thiago Oliveira

Provérbios e o Facebook

Alguns pensamentos nesses dias trouxeram-me a uma análise, foi sobre a desonestidade afetiva (pode ser escolhido outro termo) que o facebook nos proporciona. É Muito comum nas redes sociais, principalmente no facebook  - postagens sobre questões que provocam divisões, bloqueios, amizades desfeitas e até afrontas e/ou ofensas. Na verdade são ambientes onde sentimentos, emoções e afeições não conseguem ser manifestos com clareza.
Tudo pode ser julgado por qualquer critério, palavras em negrito e/ou caixa alta, frases ambíguas, declarações indiretas, enfim, há uma ampla e distorcida maneira de interpretação. Não existe um padrão, tudo pode aparentar noviço ou doce demais. Nas redes sociais, é necessário muita cautela, no entanto, creio ser um ambiente que nos leve às Escrituras. E como deve nos levar, necessitamos de uma teologia na "veia" mesmo, isto é, na prática.
O livro de provérbios pode muito bem nos orientar dentro de ambientes virtuais com excelência, muito pode fazer para que tenhamos uma mente apta para agirmos e reagirmos de modo que Deus seja glorificado. Evitar divisões no corpo de Cristo, rachas e corações feridos, e até mesmo adquirir uma sabedoria mais centrada em Cristo e no temor DEle. Creio que deve haver outros textos, artigos e livros que de forma científica, social, cultural e até bíblica tratou desse assunto. A questão é a comunicação, essa relação com o mundo virtual entre pessoas que sentem, pensam e tem emoções. Não são máquinas que escrevem, curtem ou comentam, são pessoas do outro lado que podem ou não está compreendendo o que é escrito ou vice versa.
Os danos estão visíveis, o que devemos fazer é evitá-los e contorná-los. No livro de provérbios há conselhos para internautas, vamos escolher alguns, por hora, para identificar na prática o que devemos e não devemos fazer. Sabemos que o livro de provérbios é um livro sapiencial - livro de sabedoria. Os temas são diversos, o livro contém 31 capítulos. Assuntos atribuídos a sabedoria, conselhos paternos, Deus e o homem, amigos, o caráter do preguiçoso, insensato e escarnecedor. Trata sobre o poder das palavras, família, a vida e a morte, armadilhas para incautos, enfim é um livro de conselhos e sabedoria. O meu objetivo não é discorrer sobre contextos, autorias, possíveis datas ou gêneros literários. É um propósito mais aplicativo, sobre essa realidade virtual que vivemos. Podemos citar alguns versos e tentar compreender o que o texto propõe ao cristão. Listamos dez versos a seguir:
Provérbios‬ ‭14‬:‭29 - O homem paciente dá prova de grande entendimento, mas o precipitado revela insensatez.‬ Não é difícil encontrar a insensatez do precipitado em redes sociais, observe que o homem paciente prova a sua sabedoria. O livro de provérbios nos aconselha a ser paciente, então caro leitor, comece a repensar se sua conduta dá evidências de entendimento.
Provérbios‬ ‭15‬:‭1‬ - A resposta calma desvia a fúria, mas a palavra ríspida desperta a ira. Observe esse verso, releia outra vez (fiz isso várias vezes), o que você consegue entender? Diversas vezes o assunto é tão simples, as palavras poderiam ser escritas de forma mais suave, despertar a ira tem sido algo comum entre os internautas. Atentemos para que sejamos mais suaves (isso a começar em mim), antes de digitar qualquer coisa, pare e pense: prefiro desviar o furor! Inclusive o livro de Provérbios nos aconselha com muito zelo sobre o poder das palavras.
Provérbios‬ ‭15‬:‭12 - O zombador não gosta de quem o corrige, nem procura a ajuda do sábio. De forma bastante nítida encontramos zombadores de todos os tipos em redes sociais, com intenções cruéis, muitos estão compelidos a incendiar nos comentários. Muitos usam de desonestidade afetiva e intelectual, zombam e escarnecem de modo que somos agitados e movidos a defesa ou a correção. O autor de Provérbios, nos orienta a entender que são pessoas que não tem interesse por ajuda nem gosta de ser repreendido. Mas ele não é tão corajoso quanto o finge ser. Muita cautela!

Provérbios‬ ‭15‬:‭18 - O homem irritável provoca dissensão, mas quem é paciente acalma a discussão. E quem nunca viu ou se envolveu em discussões no facebook ou whastssap? Se devemos realmente nos envolver, façamos isso com sabedoria e temor. No entanto, sejamos pacificadores. Existem aqueles que estão ali muitas vezes ascendendo a fogueira, depois tira o corpo fora, e causa sérios danos. Ao entrar, se for o caso, façamos para acalmar a discussão!
‭Provérbios‬ ‭15‬:‭23 - ‬Dar resposta apropriada é motivo de alegria; e como é bom um conselho na hora certa! Desabafos, pedidos de oração, pedidos de ajuda, sempre existe alguém que precisa de um conselho nas redes sociais. Não estou falando das postagens manipuladas e viciadas por comentários e curtidas. Estou falando das questões sinceras, que tem haver com sentimentos, situações e emoções. Quantas vezes sua resposta apropriada foi motivo de alegria para alguém? Será que seu conselho redentivo não ajudou alguém em alguma questão? Que sejamos, mais humanos e menos máquina (tenho aprendido e tem sido gratificante), que sejamos cristãos!
Provérbios‬ ‭15‬:‭33‬ - O temor do Senhor ensina a sabedoria, e a humildade antecede a honra. Nunca esqueça disso, todas as vezes que estiver online, humilhe sua inteligência, abra mão dos seus direitos de respostas. As vezes não é preciso contra- argumentar, nosso objetivo deve ser a glória de Cristo, que isso seja demonstrado também em cada pôster que possa ser publicado. O temor do Senhor não é apenas a porta da sabedoria, mas todo o caminho a nossa frente.
Provérbios‬ ‭16‬:‭21 - O sábio de coração é considerado prudente; quem fala com equilíbrio promove a instrução. O glamour, a soberba, os sofismas, os argumentos intelectuais, a vaidade teológica, tem sido o caminho que muitos trilham nas redes sócias. E isso não promove ensinamento nem significa ser sábio! Precisamos de internautas prudentes, que promova instrução, que fale moderadamente, que se faça entendido e seja fiel às Escrituras.
Provérbios‬ ‭17‬:‭14‬ - Começar uma discussão é como abrir brecha num dique; por isso resolva a questão antes que surja a contenda. Quem pode discernir nossas motivações ou intenções? Não podemos expressar com tanta clareza sentimentos ou afeições. Mas devemos ter o discernimento para resolver questões antes que a situação piore. Pense bem nisso, uma porta aberta tudo pode entrar como tudo pode sair. Muitas vezes somos devastados, a brecha aberta pode causar uma falta de controle que nós não podemos prever, controlar ou recuperar. Devemos antes, resolver tal questão, recuperar aquilo que não poderia ter sido dito, será mais complicado.
Provérbios‬ ‭17‬:‭27‬ - Quem tem conhecimento é comedido no falar, e quem tem entendimento é de espírito sereno. Observe que antes de digitar é necessário pensar, (quantas vezes já apaguei respostas e quantas vezes me arrependi por escrevê-las) ser comedido no digitar qualquer coisa sobre qualquer assunto. A serenidade pode deixar nossos dias cibernéticos mais tranquilos. Use seu conhecimento, ponha guardas nos seus dedos, do mesmo jeito que o salmista pediu nos seus lábios.
Provérbios‬ ‭18‬:‭13‬ - Quem responde antes de ouvir comete insensatez e passa vergonha. Tenho impressão diversas vezes que as nossas postagens ou comentários não são bem entendidos, alguns não compreendem e facilmente somos julgados precipitadamente. Do mesmo jeito, que podemos não fazer a devida leitura das postagens de outros em nosso feed. O que é natural, diante da correria do mouse. Mas há algo aqui interessante, não devemos tirar conclusões precipitadas, muitas vezes algo não foi expressado como deveria ser. Acho que por isso existe o imbox, tenho feito uso dele, quando me vejo nessa situação. Procurar o irmão (a), buscar entender melhor, seria mais prudente do que há vergonha da precipitação. Como já foi dito, não há afeições que possam demonstrar exatamente o que palavras significam em situações diversas.
Na era cibernética, nesse tempo virtual, há uma certa urgência em ler o Livro de Provérbios, nos alertando com verdades para o nosso dia a dia em nossos relacionamentos, de qualquer tipo que seja. Para defender a verdade, lembre-se também do conselho de 1Pedro 3.15: "antes santificai em vossos corações a Cristo como Senhor; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós". Não esqueça do que quer dizer mansidão e temor. E para responder questões poderíamos também lembrar do conselho de Paulo, em Colossenses 4.6: "A vossa palavra seja sempre com graça, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um".
Se você agiu como tolo e exaltou-se a si mesmo, ou se planejou o mal, tape a boca com a mão!
Provérbios‬ ‭30‬:‭32‬
A Deus toda a glória, Rm 11.36.



COMO ADMINISTRAR O NOSSO TEMPO DE ACORDO COM OS PLANOS DE DEUS


"15 Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios,
  16 Remindo o tempo; porquanto os dias são maus" (Efé 5:15-16).

Há uma frase que dois especialistas em administração do tempo ouvem com muita freqüência: "Queria saber como administrar melhor o meu tempo."
E há uma outra que raramente eles ouvem: "Queria saber como me administrar melhor."
Estas duas frases são importantes, porém sabemos que para sabermos remir nosso tempo e administrá-lo melhor é necessário que, antes, eu aprenda a administrar a minha vida.

Algumas vezes, sentimos que o nosso dia não rendeu como gostaríamos. Ele simplesmente voou. Enquanto o dia dos outros parecem ter 40 horas, o nosso parece que só tem 20. Na verdade, nem o dia voou, e nem o tempo encolheu, o que nos faltou foi não saber colocar as prioridades na ordem certa, nem termos planejado o nosso dia.
O dia continua tendo 24 horas... cada hora tendo 60 minutos... cada dia tendo 1440 minutos... 168 horas em cada semana. Podemos, então concluir que as horas, os minutos e os segundos continuam os mesmos e, provavelmente, o problema deve ser mesmo conosco.

Posso, então, me fazer a seguinte pergunta:
"O que devo fazer para saber como me administrar melhor a fim de que eu possa administrar de maneira correta o meu tempo?"
Saber dirigir a vida sabiamente é a condição necessária que necessitamos para alcançar o nosso objetivo.

Quando aplicamos as verdades de Deus, contidas na Bíblia Sagrada, à nossa vida diária, então, adquirimos a sabedoria que vai nos fazer colocar as nossas prioridades na ordem certa. Ao fazer isto, notamos que o nosso tempo não encolheu mas dilatou.

Em seu estudo sobre o "Meu Tempo", Elizabeth George, no seu livro "A Sabedoria de Deus na Vida da Mulher, nos apresenta algumas qualidades estranhas que o tempo tem:
"O tempo não pode ser comprado ou alugado.
O tempo não pode ser guardado - você não pode armazenar, congelar ou envasar o tempo.
O tempo não pode ser fabricado.
O tempo se expande antes do seu bebê chegar e se contrai após o parto.
O tempo é mais lento para seus filhos do que para você.
O tempo é mais lento para você do que para o seu dentista.
O tempo é mais lento para você quando estudante do que para os seus professores.
O tempo é mais lento para você na igreja do que para seu pastor."

E ainda acrescento:
O tempo é mais lento para você na igreja, irmã, do que para mim quando estou transmitindo alguma mensagem que Deus colocou em meu coração.

Vemos, então, que o grande vilão não é o tempo mas sim a maneira como administramos a nossa vida.


Como Administrar a Minha Vida

Cuidado, irmã, com o modo como você administra a sua vida, pois "a personalidade de uma pessoa é, inevitavelmente, moldada de acordo com a imagem de suas prioridades".

Como, então, saber qual é a ordem das prioridades?
Sigamos a seguinte ordem e, com certeza, ela irá agradar ao nosso Deus e a nossa vida será administrada de modo que possamos "remir o tempo".
1- Tempo com Deus;
2- Tempo com o marido;
3- Tempo com os filhos;
4- Tempo com a família e amigos;
5- Tempo consigo mesma;
6- Tempo para o inesperado;
7- Tempo para planejar;
8- Tempo para o trabalho.

1- Tempo com Deus

Devemos dar a Deus o melhor tempo do nosso dia.
Ao abrir os olhos, bem cedinho - de preferência antes dos filhos e do marido se levantarem - devemos agradecer a Deus por mais um dia de vida que Ele nos dá. Devemos ler a Bíblia e ver o que Ele tem para nos ensinar. Devemos orar, derramar o nosso coração e sentir o perfume daqueles momentos de comunhão. Devemos dar a Deus o nosso melhor.

A Bíblia nos diz em Mateus 6:33 que devemos buscar "primeiro o reino de Deus, e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas." Deus acrescentará à nossa vida sabedoria para administrá-la bem, sabedoria para saber remir o tempo e sabedoria para saber colocar as prioridades no lugar certo.

2- Tempo com o marido

Depois de darmos este primeiro passo - colocando Deus em primeiro lugar em nossa vida -, devemos dar o segundo que é não só dedicarmos tempo a nosso marido mas priorizá-lo acima de tudo e de todos.

Uma passagem da Bíblia que sempre tocou e toca em meu coração é Provérbios 31:12 que diz: "Ela só lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida." É esta mulher virtuosa que devemos querer ser - que ama o marido (tesouro que Deus nos deu), que quer ser sua amiga e ajudadora nos bons e maus momentos da vida.
Agindo assim, certamente, estou sabendo administrar a minha vida e sabendo remir o tempo.

3- Tempo com os filhos

Até agora, aprendemos quais são as prioridades que devemos ter em nossa vida para agradar ao Senhor: Deus em primeiro lugar, depois nosso marido e, logo em seguida, nossos filhos.

Aproveitemos com sabedoria o tempo que Deus nos deu junto a nossos filhos, pois quando menos esperamos, o tempo já passou e nos encontramos naquela fase do "ninho vazio", sem mais nenhum filho conosco.
Eu e meu esposo estamos nesta fase da nossa vida mas ainda cuidamos de cada filho em suas necessidades. E ainda agradecemos a Deus por ter acrescentado às nossas vidas dádivas tão preciosas - nossos sete netos. Existe presente melhor do que este?

Este é o terceiro passo que temos que dar para mostrar ao Senhor que estamos sabendo administrar a nossa vida com sabedoria e, com sabedoria, sabendo remir o tempo.

4- Tempo com a família e amigos

Não devemos esquecer de orar ao nosso Deus, pedindo-Lhe sabedoria para este quarto passo que temos que dar - tempo com a família e amigos.
Dentro deste tempo que temos que dar à nossa família e amigos, temos também que saber priorizar quem vem primeiro. Podemos seguir a seguinte ordem:
* Primeiro nossos pais;
* Segundo nossos irmãos;
* Terceiro nossos amigos.

Temos que ter muito cuidado para não acharmos que nossos amigos são mais importantes que, por exemplo, nossos pais, nem mais importantes que nossos irmãos.
Temos que, com sabedoria, saber priorizar os que, realmente, devem receber parte do nosso tempo - com atenção, cuidado, amor, camaradagem... e explanação da Palavra de Deus.

5- Tempo consigo mesma

"Se quiser ter influência sobre os outros, planeje um tempo para você mesma."

Duas áreas da nossa vida que temos que cuidar com sabedoria:
a) Vida material;
b) Vida espiritual.

a- Vida material

A Bíblia nos diz que somos o templo do Espírito Santo:

"Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?" (1Co 3:16)

"Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?" (1Co 6:19)

Se somos o templo do Espírito Santo de Deus, então, temos que cuidar do nosso corpo fazendo, diariamente, caminhada, natação ou exercícios; tomando os medicamentos necessários à nossa saúde...

b- Vida espiritual

Do mesmo modo que o exercício físico é importante para não termos o nosso corpo atrofiado e anêmico, o exercício espiritual, também é importante para não termos a nossa vida espiritual anêmica e fraca.
Crescer espiritualmente agrada a Deus, pois a Sua Palavra nos diz em 2Pe 3:18 o seguinte: "Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo."

Que instrumentos podemos usar para crescermos espiritualmente?
* Leia, diariamente a Palavra de Deus e se deleite naquilo que o Senhor está falando ao seu coração.
* Separe o versículo que mais lhe tocou e procure copiá-lo, decorá-lo, estudá-lo... coloque na porta da geladeira, no espelho do banheiro... comente com seu marido, com uma irmã... compartilhe as bênçãos...
* Leia livros realmente bíblicos, de autores fundamentalistas, que zelam pela Palavra e que a façam crescer em sabedoria.
* Obedeça a Deus e você estará crescendo e agradando-O.

Chegamos, então, à conclusão que devemos também dar mais este passo, colocando-o como sendo a quinta prioridade em nossa vida.
Fazendo assim, estamos crescendo em sabedoria e, conseqüentemente, aprendendo a administrar a nossa vida e aprendendo, também a remir o tempo.

6- Tempo para o inesperado

Quando tudo está caminhando como planejamos, todas as nossas prioridades vão se encaixando e a nossa vida e tempo são administrados sabiamente. Mas quando aparece o inesperado (um telefonema de algum irmão pedindo para orarmos por algum problema; uma visita inesperada...), então, muitas vezes, nos desesperamos porque, agora, sabemos que é impossível cumprir o planejado. Muitas vezes, este inesperado é algo que Deus coloca em nosso caminho e, por isso, não devemos nos desesperar mas dar graças a Deus, pois a Bíblia nos diz que: "Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para conosco" (1Te 5:18).
Vejamos o inesperado como uma oportunidade que Deus está nos dando para servir a outras pessoas.
Se conseguirmos encarar os fatos deste modo, então, conseguiremos dar mais um passo e conseguiremos ser sábias, sabendo administrar nossa vida e sabendo remir o tempo.

7- Tempo para planejar

Não existe nada melhor do que planejarmos o nosso dia a dia; planejarmos o que podemos fazer semanalmente, mensalmente e, até mesmo, anualmente. Mas, para que tudo caminhe de acordo com o plano de Deus para a nossa vida, coloquemos nas mãos do Senhor toda a nossa vida e tudo e todos que nos cercam.
Coloquemos os nossos joelhos no chão e oremos ao Senhor, pedindo-Lhe sabedoria e orientação para que possamos planejar toda a nossa vida à maneira dEle.

Com nossa vida toda planejada, com certeza, teremos tempo para colocar as prioridades em seus devidos lugares: Deus, marido, filhos, família e amigos, eu mesma e o inesperado. É aí que notaremos que a nossa vida está sendo sabiamente administrada e que estamos remindo o tempo do jeito que Deus quer.

8- Tempo para o trabalho

Este é o último passo que temos que dar - tempo para o trabalho.
Existem dois tipos de trabalho que temos que ter tempo:

a) Trabalho no lar, onde você é esposa, mãe, motorista, professora, médica, dentista, orientadora sentimental, emplacadora de carros, costureira, jardineira, cabeleireira...

b) Trabalho fora de casa, onde você tem que enfrentar, muitas vezes, 6 ou 8 horas trabalhando para outras pessoas.

Deus é o único que nos pode dar sabedoria para sabermos administrar bem e corretamente as outras 16 horas que nos restam.
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Irmãs, peçamos a Deus sabedoria para sabermos:

I) Ser mais eficientes como a mulher virtuosa de Provérbios (31:10-31) que fazia bem as coisas certas.

II) Aprender a eliminar o que não é importante.

"... se estamos realmente levando a sério a melhor administração do nosso tempo e da nossa vida, as coisas secundárias devem ser eliminadas."

Consultemos ao Senhor! Leiamos a Sua Palavra e, então, descobriremos como nos tornar mulheres sábias e nosso tempo, nossa vida, nossas prioridades e nossos objetivos estarão enquadrados nos planos de Deus para cada uma de nós.