Ataque pós-moderno – A mente pós-moderna condena a afirmação de verdade que as Escrituras fazem, devido o relativismo que acreditam. Eles rejeitam a ideia de que um livro religioso seja o certo e todos os demais errados.
Ataque ateu/neoateu – Os ateus e neoateus tem zombado de todos aqueles que acreditam na bíblia e no sobrenatural.
Ataque de outras religiões – Com seus gurus, profetas e líderes iluminados que reivindicam sonhos, visões e revelações
Ataque liberal – O pior tipo de ataque, pois vem de dentro. Eles desacreditam a Bíblia. Fazem distinção entre a Escritura e a Palavra de Deus, afirmando que a bíblia não pode ser identificada como Palavra de Deus absoluta, infalível, confiável e autoritativa, mas um livro de religião como qualquer outro. O resultado do liberalismo é que Cristo não é mais o único caminho para Deus e que não há regras morais e ensinamentos teológicos que sejam absolutos e permanentes.
Palavra de Deus e Escritura
Os neo-ortodoxos disseram que a Escritura não é mas contém a palavra de Deus. Contudo, os cristãos históricos sempre creram que as duas coisas são idênticas, baseados nas palavras de Jesus em João 10:35 e outras passagens.
Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e aEscritura não pode ser anulada), João 10:35
Por causa disto, os liberais chamam tais cristãos de fundamentalistas. Diante disto é importante: entendermos bem por que confiamos na Bíblia e termos respostas para estes ataques.
O que Entendemos por Escritura
No período de 250 a.C. a 250 d.C. muitos outros livros foram produzidos como Macabeus (250 – 150 a.C.) e escritos Pós-apostólicos (100 – 250 d.C). Todavia, a Igreja reconheceu (reconheceu, não determinou) como inspirados por Deus, infalível, confiável e autoritativa somente os 66 que hoje compõe o cânon (39 + 27) usando critérios como apostolicidade e ortodoxia. Contudo, esse conceito foi sendo perdido ao longo da Idade Média, especialmente com a questão católica do magistério, da infalibilidade papal e da revelação progressiva (após o fechamento do Cânon).
A Autoridade da Escritura
Os Reformadores recuperaram a doutrina da autoridade das Escrituras canônicas que havia sido soterrada durante a Idade Média. Ele rejeitaram a autoridade e infalibilidade papal e re-estabeleceram a autoridade e infalibilidade das Escrituras. Entenderam que este conceito é derivado da própria escritura e tem raízes nos profetas do AT, no Senhor Jesus e seus apóstolos.
Assim, a Escritura passou a ser o Juiz Supremo nas Igrejas protestantes e na vida individual, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas, todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos escritores e as doutrinas de homens e opiniões particulares têm de ser examinados.
A Necessidade de Escrituras Confiáveis
Qual a base teológica para uma revelação escrita que fosse infalível, confiante e autoritativa?
Temos a revelação de Deus na natureza que é suficiente para mostrar sua existência e sua natureza e deixar os homens indesculpáveis (Romanos 1), mas insuficiente para salvar. Temos também a revelação de Deus na consciência, resultante da Imago Dei (imagem de Deus), que é suficiente para mostrar que existe certo e errado, mas também insuficiente para salvar.
Deus revelou-se e declarou sua vontade ao seu povo e depois a fez escrever toda através de homens que escolheu ao longo de dois milênios e os inspirou para melhor preservação da verdade, propagação da verdade e estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo. Com isto cessaram os modos antigos de Deus se revelar aos homens. Por ser a revelação escrita e inspirada de Deus, as Escrituras são portanto confiáveis e autoritativas.
A Inspiração e Infalibilidade das Escrituras
Agora precisamos definir com mais clareza o que é inspiração – pois ela é a base para a autoridade da Bíblia e para nossa confiança nela. O que queremos dizer é que o Espírito de Deus supervisionou o processo de escrituração da revelação de tal maneira que:
- Tudo o que os autores humanos escreveram é verdadeiro. Isto se estende até a escolha das palavras.
- Eles foram preservados de registrar informações e conceitos errados, geográficos, históricos, morais ou espirituais.
- Não podemos separar informações históricas de doutrinas. Ex: a ressurreição de Jesus é um evento histórico e o ponto doutrinário central.
- Portanto, a Bíblia é a própria Palavra de Deus, confiável e autoritativa e infalível e inerrante.
O que a Inerrância Não Nega
Ao afirmarmos a inerrância da Bíblia:
- Não estamos falando que a Bíblia não tenha um lado humano. Reconhecemos isto, mas como Jesus Cristo, a Bíblia é humana e não têm erros.
- Não estão falando que as traduções são inerrantes – a inerrância está nos originais. Não os temos, mas podemos ter quase plena certeza do conteúdo pela manuscritologia.
- Não estamos falando que não existem cópias contendo variações e redações diferentes – existem, mas secundárias e em pontos que não comprometem em nada as principais doutrinas da Bíblia.
- Não estamos falando que a Bíblia seja um livro científico escrito em linguagem científica. Ela usa a linguagem do observador – morcego, lebre, sol se movendo.
- Não estamos falando que não existam aparentes contradições – há várias, mas elas são aparentes. Exemplos: harmonia da cura do cego; números diferentes entre Crônicas e Reis.
- Não estamos falando que algumas informações da Bíblia não são por vezes vagas e imprecisas – as vezes os autores fazem referências vagas a números e medidas arredondados. Imprecisão não significa erro. Ex: “eu moro a vários quilômetros do meu trabalho”.
- Não estamos falando que não há passagens difíceis de entender. Não compreendemos plenamente tudo o que a Bíblia diz – sua mensagem central é clara, mas há passagens difíceis, como o próprio Pedro reconhece (2 Pe 3:15-16)
- Não estamos falando que não é preciso estudá-la para melhor compreendê-la – sua mensagem central está disponível a todos os crentes. Mas sendo um livro humano, escrito há tanto tempo em outra cultura e língua, os estudos ajudam. Calvino: orare et labutare (ore e labute).
Provas da Inspiração das Escrituras
Ao longo da sua história, os cristãos sempre foram chamados a defender a sua confiança nestes 66 livros, que consideram como Palavra de Deus. Os argumentos geralmente usados são estes:
- As reivindicações dos autores do AT e NT de que estão escrevendo a palavra de Deus;
- O testemunho Jesus Cristo sobre as Escrituras;
- As evidências da ciência: Design Inteligente, etc.;
- As evidências da arqueologia;
- A suprema excelência do seu conteúdo (quem somos; de onde viemos; para que existimos; há vida após a morte? Quem é Deus? como posso me relacionar com ele; como resolvo o problema da culpa?)
- A eficácia da sua doutrina nas vidas transformadas;
- A harmonia de todas as suas partes;
- O seu alvo escopo do seu todo (que é dar a Deus toda a glória);
- As profecias cumpridas;
- Sua preservação em meio aos ataques.
Todavia, estes argumentos só serão persuasivos e convincentes mediante a iluminação e a convicção do Espírito Santo. Sua autoridade não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma verdade) que é o seu autor.
A Interpretação da Escritura
A doutrina da inspiração e infalibilidade das Escrituras conduzem logicamente a um método de interpretação que se coaduna com a natureza divina das Escrituras. Esse foi o problema dos liberais com o método crítico pretensamente científico e neutro.
Princípios de interpretação:
- Escritura com Escritura
- Harmonização
- Sentido único – natural e óbvio
- Necessidade de estudo do contexto cultural, histórico e das línguas originais.
- Dependência do Espírito.
Implicações Práticas
Podemos confiar plenamente em tudo o que a Bíblia diz, pois é a Palavra de Deus. Devemos nos submeter à sua autoridade, reivindicações, promessas, advertências, orientações e instruções. Devemos guiar nossa conduta, decisões, escolhas e toda nossa vida pelos seus ensinamentos, normas, promessas e encorajamentos. Podemos anunciar o Evangelho com convicção, sabendo que Deus honrará a sua própria Palavra aqui registrada.
Conclusão
“Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido. Os ímpios não são assim; são, porém, como a palha que o vento dispersa. Por isso, os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. 6 Pois o SENHOR conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá”. (Salmo 1)
“A Bíblia não adula o ego humano.” – Augustus Nicodemus #CongressoVidaNova