2015/04/14

É DEUS QUEM RESPONDE AO CLAMOR DO SEU POVO


Para refletir: Os Israelitas sabiam que nada adiantaria escolher um homem para lutar contra a opressão do inimigo. Era preciso que Deus interviesse. De igual maneira, de nada adianta tentarmos lutar com a força de nosso braço humano. Quem luta por mim é Deus! Por isso, é preciso dobrarmos os joelhos e buscarmos ao Senhor de todo coração, com fé, aguardando a resposta vinda dos céus.

PRA REFLETIR


O verdadeiro sucesso na vida é alcançado não por aquele que satisfaz suas vontade imediatamente dando atenção aos maus conselhos, ou seguindo às próprias ideias imediatistas, dando ouvidos à falsa sabedoria, mas por aquele que busca e encontra a sabedoria do temor ao Senhor e por ela pauta toda a sua conduta.
"Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; escudo é para os que caminham na sinceridade"
(Provérbios 2.6,7)

A Bíblia contra “ideia dos crentes”


Um dos grandes identificadores dos evangélicos, ou do “povo crente”, como dizem alguns, é a sua apreciação pela Bíblia. Houve até mesmo época quando os conhecidos crentes eram chamados de “bíblias”. No entanto, apesar da tradição que vincula os evangélicos à Bíblia, será que essa realidade é verificável? Surpreendentemente, parece que grande parte da tradição evangélica nada tem a ver com o estudo sério das Escrituras.
Muitas ideias e práticas sagradas e supostamente bíblicas têm outras origens: a cultura norte-americana, brasileira, europeia, africana etc. Certa ocasião, fiquei atônito quando tentei compartilhar o Evangelho com um homem numa viagem de ônibus. Ele, ao perceber minha linha de pensamento, perguntou: “Você é crente?”. E prosseguiu: “Mas é crente mesmo?”. Confuso, respondi: “Sim”. E, mais do que depressa, ele disse, com firmeza: “Você bebe café?”.
Sem entender, respondi afirmativamente, e, então, esboçando largo sorriso, o homem reverberou: “Então não é! Porque o crente que é crente mesmo, nem café bebe!” Perplexo, fiquei a pensar que tipo de Evangelho se divulga em nossos dias! O cristianismo de alguém é avaliado pelo café ingerido?!
Durante muito tempo envolvido com a área da literatura, principalmente a teológica e acadêmica, posso atestar que o tipo de livro menos procurado pelo mercado evangélico chama-se “comentário bíblico”. Apesar de termos cerca de meio milhão de pastores e líderes no Brasil, parece que a maioria deles não entende que o estudo aprofundado da Bíblia é tarefa urgente e indispensável.
Esse distanciamento das Escrituras, presente no meio evangélico, tem facilitado o surgimento de outras tradições, marcadas por ideias e costumes que levam a comunidade para uma outra direção, para longe de uma teologia fundamentada na Bíblia.
Infelizmente – é verdade –, há muita “ideia de crente” que é contra a Palavra de Deus. Não faz tanto tempo assim, numa comunidade cristã ouvi uma multidão aplaudir a seguinte frase enfatizada por um de seus líderes: “Deus precisa de você”. O discurso prosseguiu sugerindo que Deus nada poderia fazer sem a atuação humana.
Que tipo de Deus é esse? Pode ser de algum grupo evangélico! Mas não é bíblico! Afinal, como lemos em Atos 10.25 e 26, Deus, por definição, não precisa de nada: “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há é o Senhor dos céus e da terra, e não habita em santuários feitos por mãos humanas. Ele não é servido por mãos de homens, como se necessitasse de algo, porque ele mesmo dá a todos a vida, o fôlego e as demais coisas”.
Em muitos cultos evangélicos é comum ouvir o povo agradecer a Deus por estar reunido na “casa do Senhor”. A ideia particular dos crentes até existe nas Escrituras, só que não no cristianismo do Novo Testamento. Havia um tabernáculo e um templo no Antigo Testamento. Mas Jesus mudou o enfoque, afirmando que Deus não está restrito a templos.
A verdade é que Deus não habita no prédio da igreja! Em João 4, a mulher samaritana queria saber se Deus dava prioridade a Jerusalém ou a Samaria como “casa de Deus”. Jesus deixa claro que a adoração deve ser em espírito e em verdade (Jo 4.23). O Novo Testamento, ao contrário dos crentes, ensina que a casa de Deus somos nós, onde o Espírito Santo habita. Em 1 Pedro 2.5 descobrimos que somos “as pedras vivas” e “a casa espiritual”.
Outra tradição evangélica, que assusta até descrentes, é que para Deus “não há pecadinho nem pecadão”. Todos os pecados são iguais para Deus! É possível imaginar que um canibal e um pedófilo assassino sejam equiparados a quem não ora sem cessar (1Ts 5.17)? É absurdo! É provável que a má interpretação tenha surgido de Tiago 2.10, que afirma que “quem tropeça num só ponto da lei é culpado de todos”.
Na verdade, o texto apenas nos mostra que apenas um pecado é suficiente para nos deixar numa condição de pecadores perante Deus. Como Deus é santo, um simples pecado nos classifica como condenáveis. No entanto, isso não quer dizer que todos os pecados são iguais. Em João 19.11, Jesus diz a Pilatos que aquele que o havia entregado a Pilatos tinha “maior pecado”. O texto é explícito! A própria Bíblia faz diferença entre pecado e abominação (algo detestável, repugnante), como vemos em Levítico 18.22.
ERROS “INOFENSIVOS”
No quadro de avisos de alguns templos evangélicos não é difícil encontrar a seguinte frase: “Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder”. Apesar do impacto do refrão, devemos perguntar: “Onde vemos isso na Bíblia”? Poderíamos fazer um gráfico estatístico e matemático da oração e estabelecer sua performance? É irônico. Jonas, o profeta que foi usado para trazer o despertamento de Nínive, aparentemente não fez nenhuma oração! Deus é soberano! Ele faz como quer.
Certamente, muitos irão dizer que nosso padrão deve ser Elias. Jonas é exceção! Voltemos à Bíblia. Desde quando as orações de Elias funcionaram pela quantidade? Jesus criticou a repetição de orações (Mt 6.7), e em Tiago 5, onde Elias é mencionado, sua oração não é “muita”, mas fervorosa (v. 17). O texto enfatiza que a oração que funciona é a de um “justo” (v. 16), e isso não tem a ver com “quantidade”.
Estes são apenas alguns exemplos de tradições evangélicas não fundamentadas nas Escrituras. O problema é que esses erros “inofensivos” acabam nos afastando do que importa e nos levando a perder tempo com coisas desnecessárias e secundárias. Temos a doutrina do sábado, da gravata, do paletó, da unção etc.
Corremos o risco de criarmos tradições humanas que tomam o lugar da Palavra de Deus (Mc 7.9). Hoje, quando se fala em cristão evangélico, imaginamos que se trata de uma pessoa sem vícios, que não bebe, não fuma, não dança, não joga etc. Ora, ninguém precisa ser cristão para viver assim. Há ateus que não fumam nem bebem. Isso não é questão de espiritualidade, mas sim de inteligência! Estamos criando uma caricatura do Evangelho. Ao contrário, Deus deseja pessoas salvas por Cristo, misericordiosas, justas, incorruptíveis, dispostas a perdoar e capazes de amar.
Parece que os profetas enfrentaram algo semelhante em sua época. Ainda hoje, as santas palavras de Miquéias ecoam bem alto: “Com que eu poderia comparecer diante do Senhor e curvar-me perante o Deus exaltado? Deveria oferecer holocaustos de bezerros de um ano? Ficaria o Senhor satisfeito com milhares de carneiros, com dez mil ribeiros de azeite? Devo oferecer o meu filho mais velho por causa da minha transgressão, o fruto do meu corpo por causa do pecado que eu cometi? Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige: pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus” (Mq 6.6-8–NVI).
Pr. Luiz Sayão:

-Orar


Orar não é uma atividade que visa mover a mão de Deus, não é um recurso para colocar Deus em movimento, uma vez fustigado pela fé,como se ele fosse um inrresponsável indolente sentado sobre um trono de má-vontade. Jesus ensinou que seu Pai trabalha até o dia de hoje.

Orar é estar com Deus a portas fechadas para que ele que nos vê em secreto,dê a recompensa da oração. Não depende da agenda de quem ora,mas do amor,da misericórdia e da bondade eterna de Deus e sua plena sabedoria.

O ATEÍSMO PRÁTICO

Um homem pode ser um ateísta de coração sem que o seja de cabeça. Ele pode não questionar a existência de Deus, e até mesmo defendê-Lo, enquanto o seu coração se encontra vazio de emoções para com Ele
Isso se chama ateísmo prático, ou seja, ateísmo em prática. O próprio diabo é um ateísta prático, pois ele sabe que existe um Deus, mas age como se não houvesse.
No mundo, são poucas as pessoas que negam a existência de Deus, mas nenhum homem naturalmente o reverencia em seu coração. Todos os homens são ateístas práticos.
Eles são descritos em Tito 1: 16 que diz: Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras. Desde que ações falam mais alto do que palavras, aqueles que dizem conhecer a Deus, mas vivem como se Ele não existisse, são mais dignos de receberem o título de ateísta,
do que aqueles que negam a Deus e vivem como se Ele existisse.
Esse ateísmo secreto é o espírito de todo pecado. Toda ação pecaminosa despreza a lei e a soberania de Deus, declarando-O indigno de ser o que é. Se nos fosse permitido chegar a sua conclusão lógica, cada pecado da humanidade iria impugnar, destronar, e aniquilar a Deus, enquanto promovesse o pecador ao status de a mais sábia das autoridades.
Quando pecamos, no fundo desejamos que Deus não existisse, ou que Ele não possuísse Suas qualidades e perfeições, o que seria o mesmo que dizer que Deus não existe. Além disso, aqueles que somente o adoram exteriormente, por causa de um temor escravizador, murmurando o tempo todo, manifestam o mesmo desejo.
Qualquer desejo que houver para que Deus mude, ou para que Ele mude a maneira de tratar conosco, é a própria essência do ateísmo prático.

Evangelização versus Proselitismo

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Evangelização versus Proselitismo
Acredito que muitas pessoas confundem evangelização com proselitismo imaginando ser a mesma coisa ou apenas sinônimos. E por este motivo resolvi escrever este breve texto para explicar suas diferenças gramáticais e teológicas. E também observar como o entendimento errado entre estas duas ações podem influênciar a igreja.

O proselitismo é o ato de fazer com que a pessoa abrace uma religião diferente da sua. Então antes ele era católico, mas agora é protestante, antes era espírita, mas agora é budista, antes era protestante, mas agora é muçulmano. É possível inclusive outras formas de proselitismo, tipo antes ele era flamenguista, mas agora é vascaíno, antes era cliente do Mac Donalds, mas agora do Burger King.
A palavra prosélito aparece quatro vezes no Novo Testamento. Em Mateus 23:15: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós!” Como podemos observar a palavra aparece de forma negativa. Nos dias de Jesus o prosélito era um não judeu que recebia a permissão para passava a viver numa comunidade judaica, através de alguns rituais de entrada na religião judaica, como a circuncisão e batismo, além de outras coisas, o prosélito precisava reunir três vizinhos que lhe serviriam de testemunhas de que ele abraçara os costumes judaicos e obedecia a lei e as tradições do judaísmo. Na perspectiva de Cristo, este ato era algo mecânico, uma decisão por conveniência, medo ou persuasão, mas não algo vindo do coração como uma atitude de fé.

A palavra aparece outras três vezes no Novo Testamento: Atos 2:10; Atos 6:5; Atos 13:43. Observamos portanto, que esta palavra nunca foi usada para descrever pessoas que haviam experimentado o novo nascimento através da fé em Cristo. Atos 6:5 refere-se a um certo Nicolau, que fora prosélito em Antioquia, isto é, antes de conhecer o evangelho e de ter nascido de novo, Nicolau, que era grego, havia se tornado um prosélito judeu. Daí a descrição usada por Lucas ao escrever o livro de Atos. A situação é semelhante em Atos 13:43 na forma como a palavra é usada.

A evangelização é o ato de pregar o evangelho, como podemos ver em Marcos 16:15: “E disse- lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.” Neste caso, não é uma questão de conveniência, nem de uma mera mudança de religião, nem a aceitação de alguns padrões ou regras, é algo muito mais profundo, que penetra no íntimo do homem e todas as mudanças necessárias acontecerão de dentro para fora. Este “algo” chama-se “fé”, e as mudanças geradas por ela no ser humano têm apenas uma direção: “ser imitadores de Cristo Jesus através da sua natureza enxertada em nós.” O Novo Testamento chama esta experiência de “nascer de novo” (João 3:3). É uma diferença distinta do proselitismo, em especial no fato de que o proselitismo ainda que religioso, era na nação de Israel um ato civil, mas o novo nascimento um ato espiritual. Como bem explicou Jesus: “O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito.” (João 3:6).

Chegamos a parte prática da nossa reflexão, o que vemos hoje acontecendo nas igrejas é muitas vezes proselitismo e não evangelização. As pessoas são convencidas e não convertidas, convidadas e não transformadas, entram na igreja, mas cristo não entra nelas. Aderem aos costumes protestantes, compram uma Bíblia, lêem três capítulos por dia, entregam dízimos, vão a igreja aos domingos, tocam, cantam e até pregam, mas não são nascidas de novo. Vejamos o que disse Jesus: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.” (Mateus 7:21-23).

Esta real diferença entre prosélitos e evangelizados nos permite entender alguns dos comportamentos que vemos na igreja. Na verdade, é a velha e cansativa frase: “A igreja não cresceu, inchou.”

Resolvi não ir além em descrever aqui uma série de comportamentos que temos assistido por ai à fora, mas ao contrário, gostaria de concluir com alguns conselhos sobre como evangelizar ao invés de proselitizar. Eli Stanley Jones em seu livro “O Cristo de Todos os Caminhos, Estudo sobre o Pentecostes”, escreveu algo interessante sobre aqueles que nasceram de novo: “…nasceu a Nova Humanidade. Um novo tipo humano começou a existir, tão diferentes do ser humano ordinário, como este é diferente do animal.” [1] Esta é uma descrição profunda daquilo que deve acontecer com todo aquele que se torna um novo seguidor de Jesus. Estes são os meus conselhos no que diz respeito à evangelização. Seja qual for o método, modelos ou meios utilizados na evangelização, este deverá conter alguns elementos fundamentais:

1.Conscientização do estado pecaminoso do homem e seu destino final no pecado.
2.Conscientização sobre o sacrifício vicário de Cristo em lugar do pecador.
3.Conscientização do arrependimento do pecado e confissão.
4.Conscientização dos atos da graça de Deus na regeneração do pecador salvo.
5.Conscientização da obra santificadora no crente pelo Espírito Santo.
6.Conscientização sobre a segurança da salvação do crente em Jesus.
Deixo-lhes o desafio de refletir sobre cada uma destas conscientizações e aplicá-las nos seus projetos evangelísticos. Se assim fizermos, nossas igrejas serão comunidades saudáveis e empenhadas na causa de Cristo.
Luis A R Branco

PREGAÇÃO DA PROSPERIDADE: ENGANOSA E MORTÍFERA


Quando leio sobre pregação de prosperidade nas igrejas, minha resposta é: “Se não estivesse dentro do Cristianismo, eu não desejaria estar.” Em outras palavras: se essa é a mensagem de Jesus, não, obrigado!Atrair as pessoas a Cristo prometendo riqueza é tanto enganoso como mortífero. É enganoso porque quando o próprio Jesus nos chamou, ele disse coisas como:

 “Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo” (Lucas 14:33). E é mortífero porque o desejo de ser rico faz com que as pessoas caiam “na ruína e perdição” (1 Timóteo 6:19). Assim, aqui está o meu apelo aos pregadores do evangelho.

1. Não desenvolva uma pregação que torne difícil as pessoas entrar no céu.

Jesus disse: “Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!” Seus discípulos ficaram estupefatos, como muitos no movimento de “prosperidade” deveriam ficar. Assim, Jesus aumentou ainda mais o assombro deles dizendo: “É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus”.

 Eles responderam em descrença: “Então, quem pode ser salvo?” Jesus disse: “Para os homens é impossível; contudo, não para Deus, porque para Deus tudo é possível” (Marcos 10:23-27). Minha pergunta para os pregadores da prosperidade é: Por que você desejaria desenvolver um foco ministerial que torna difícil as pessoas entrar no céu?
2. Não desenvolva uma pregação que atice desejos suicidas nas pessoas.

Paulo disse: “De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores” (1 Timóteo 6:6-10).

Assim, minha pergunta para os pregadores da prosperidade é: Por que você desejaria desenvolver um ministério que encoraja as pessoas a se atormentarem com muitas dores e se afogarem na ruína e perdição?

3. Não desenvolva uma pregação que encoraje a vulnerabilidade à traça e à ferrugem.
Jesus adverte contra o esforço de ajuntar tesouro na terra. Isto é, ele nos manda ser doadores, e não guardiões. “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam” (Mateus 6:19).

Sim, todos nós guardamos algo. Mas dada a nossa tendência inerente em todos nós para com a ambição, por que deveríamos tirar o foco de Jesus e invertê-lo totalmente?
4. Não desenvolva uma pregação faça trabalho duro significar acúmulo de riqueza.
Paulo disse que não deveríamos roubar.

 A alternativa era trabalhar duro com as nossas próprias mãos. Mas o propósito principal não era meramente acumular ou mesmo ter.

 O propósito era “ter para dar.” “Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado” (Efésios 4:28). Isso não é justificação para ser rico a fim de dar mais. É um chamado para fazer mais e acumular menos, para que possa dar mais. Não há razão pela qual uma pessoa que ganha R$ 500.000,00 por ano deva viver diferentemente de uma pessoa que ganha R$ 200.000,00. Descubra um estilo de vida moderado; corte os seus gastos supérfluos; então, dê o restante.

Por que você desejaria encorajar as pessoas a pensar que elas deveriam possuir riqueza para serem um doador generoso? Por que não encorajá-las a manter suas vidas mais simples e serem um doador ainda mais generoso? Isso não adicionaria à generosidade deles um forte testemunho que Cristo, e não as possessões, é o seu tesouro?

5. Não desenvolva uma pregação que promova menos fé na promessa de Deus ser para nós o que o dinheiro não pode ser.

A razão do escritor aos Hebreus nos mandar estarmos contentes com o que temos é que o oposto implica menos fé nas promessas de Deus. Ele diz: “Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei. Assim, afirmemos confiantemente: O Senhor é o meu auxílio, não temerei; que me poderá fazer o homem?” (Hebreus 13:5-6).

Se a Bíblia nos diz que estarmos contentes com o que temos honra a promessa de Deus nunca nos abandonar, por que desejaríamos ensinar as pessoas a desejarem ser ricas?

6. Não desenvolva uma pregação que contribua para que o seu povo fique sufocado até a morte.
Jesus adverte que a palavra de Deus, que tem o intento de nos dar vida, pode ser sufocada pelas riquezas. Ele diz que isso é como uma semente que cresce entre espinhos, e é sufocada até a morte: “A que caiu entre espinhos são os que ouviram e, no decorrer dos dias, foram sufocados com os cuidados, riquezas e deleites da vida; os seus frutos não chegam a amadurecer” (Lucas 8:14).
Por que desejaríamos encorajar as pessoas a buscar a própria coisa que Jesus adverte que nos sufocará até a morte?

7. Não desenvolva uma pregação que tire o sabor do sal e coloque a candeia debaixo da vasilha.
O que existe nos cristãos que os torna o sal da terra e a luz do mundo? Não é a riqueza! O desejo e a busca por riqueza têm o mesmíssimo sabor e aparência do mundo. Isso não oferece ao mundo nada diferente daquilo que ele já crê. A grande tragédia da pregação da prosperidade é que uma pessoa não tem que ser espiritualmente vivificada para abraçá-la; a pessoa precisa ser apenas gananciosa. Ficar rico em nome de Jesus não é ser o sal da terra ou a luz do mundo. Nisso, o mundo simplesmente vê um reflexo de si mesmo. E se funciona, eles comprarão.

O contexto do discurso de Jesus nos mostra o que é o sal e a terra. Eles são a disposição alegre de sofrer por Cristo. Aqui está o que Jesus disse: “Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós. Vós sois o sal da terra…Vós sois a luz do mundo” (Mateus 5:11-14).

O que fará o mundo provar (o sal) e ver (a luz) de Cristo em nós não é que amamos a riqueza da mesma forma que eles o fazem. Antes, será a disposição e a capacidade dos cristãos amarem os outros mesmo durante o sofrimento, enquanto se regozijam porque a recompensa deles está no céu com Jesus. Isso é inexplicável em termos humanos. É sobrenatural! Mas atrair as pessoas com promessas de prosperidade é simplesmente natural. Essa não é a mensagem de Jesus. Ele não morreu para assegurar isso.

Texto de John Piper