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2015/06/13
Um engano chamado M.D.A. (O que está por detrás deste método)
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
Um engano chamado M.D.A. (O que está por detrás deste método)
“...mantendo a fé e a boa consciência que alguns rejeitaram e, por isso, naufragaram na fé.” 1 Timóteo 1:19
1. Introdução
A alguns anos, algo tem revolucionado as igrejas pentecostais e neopentecostais no Brasil. Estou falando do Modelo de Discipulado Apostólico, o M.D.A. Este suposto método de evangelismo está embasado no que chamam de “discipulado um a um”. Trata-se de um trabalho em células para a igreja local e com isso, um maçante trabalho de “cobertura espiritual”, um elo entre duas pessoas que se chama de discipulador e discipulado.
Muitas igrejas pentecostais pioneiras e tradicionais no Brasil estão mudando completamente seus métodos de ensino e evangelismo, como a igreja Assembleia de Deus, alegando terem descoberto “a roda”; ou seja, afirmando que agora conhecem o verdadeiro evangelho e as implicações da grande comissão de Cristo. Muitos Pastores chegam a dizer que por décadas pastoreando estavam completamente errados na forma de trabalho, mas agora com este modelo estão convictos que esta é a verdadeira comissão deixada por Jesus para a evangelização do mundo nesta última hora. Grande engano!
É incrível como tais pastores se rebaixam na ignorância e insensatez de dizerem que tudo o que viveram e aprenderam estava raso e sem conteúdo. Na verdade tais Pastores precisam entender que o grande problema de suas igrejas e de seus ministérios sempre fora a ignorância, principalmente de usos e costumes e da liberdade em Cristo Jesus. São igrejas amarradas no tradicionalismo exacerbado, que viram vazar fieis ao longo dos anos e desesperados por estarem em igrejas frias e apáticas, abraçam tal método com unhas e dentes.
Sabemos que as empresas de marketing multinível sabem como atrair suas presas. É fácil ludibriar alguém para entrar em algo que não conhecem com promessas de dinheiro fácil. Em nosso caso, também sabemos que o grande desejo de qualquer Pastor com certeza é ver sua igreja cheia. É exatamente aí que o M.D.A. se aproveita; da ganancia Pastoral de ver sua igreja alegre, vibrante, com muitos crentes e automaticamente com mais dízimos. Infelizmente é assim. Antes as inovações que chegavam nas igrejas vinham por crentes (ovelhas) mas logo eram descartadas pela liderança. Neste caso é diferente, a rede é armada para nossos Pastores.
“Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.” Mateus 24.24. Na maioria das vezes olhamos este versículo e logo pensamos em outras pessoas. Mas lhe digo que você pode ser a pessoa encaixada neste texto. Espero que tenhas coragem e lhe desafio a ler até o final deste artigo para tirar suas próprias conclusões. Se você é alguém que não gosta de leitura e de reflexão, então lhe digo para ficar no seu mundinho e não perca seu tempo de ler até o final. Pois bem, vamos começar do começo.
2. Os objetivos do M.D.A.
“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”. 2 Coríntios 5:17
Antes de falar da gênese do MDA falaremos sobre os objetivos deste método. Espero que você leitor, seja reflexivo para um bom entendimento. Analisando com cuidado todo aparato do M.D.A. percebemos que seus objetivos transcendem ao que de início nos é apresentado. Com certeza você se deparará neste artigo com modismos e formulas que não sabias que era deste método. Mas entenda que esta é a ideia, o terreno (você) é muito bem preparado para sempre receber novas ideias. Eles não implantam tudo de uma vez. Pois bem, vamos aos objetivos do M.D.A., segundo a visão do Rev. Onézio Figueiredo da Igreja Presbiteriana quando este fala sobre o G12 em seu livro: Os segredos do G12, cultura cristã:
Angariar a simpatia dos pastores e membros das igrejas estabelecidas e institucionalizadas.
Colocar e manter como posição primaria de suas pregações, enquanto lhe convier e lhe for útil, os
temas mais evidentes da Igreja: Família, evangelização e santificação. (esta é a forma mais atrativa para implantarem suas ideias, pois do contrário seriam negados).
Tentar estabelecer, pela presença de seus “encontristas” no interior de cada denominação, a diferença “qualitativa”, em termos carismáticos, entre os seus membros normais e os “melhorados” pelo MDA e seus encontros. (Nem todos sabem, mas no M.D.A. assim como no G12 se tem os famosos “encontros com deus”, dizem que uma pessoa somente é transformada quando passam por estes encontros).
Impedir, pelo maior tempo possível, a exteriorização de suas doutrinas e objetivos. (Muito parecido com os cultos televisivos do R.R. Soares. Quem vê somente ele pela televisão, não sabe quanto seus cultos em suas igrejas são cheios de adereços como rosa ungida, sabonete ungido, fogueira santa e outras coisas).
Recolher membros das igrejas para atividades religiosas paralelas secretas, às escondidas. E não apenas “sigilo de atividades”, pois o “sigilo de conteúdo” é o mais cuidadosamente preservado: nada de apostila distribuída e nada de gravação e filmagem por qualquer participante.(São os Encontros com “deus”)
Deslocar a obediência e a fidelidade devidas a Cristo para os líderes do M.D.A. e para aqueles pastores que “rezam pela sua cartilha”.
Buscam até enganar os pastores mais conservadores que acham que podem fazer uma divisão do que é bom no M.D.A. e do que não é. Estes estão enganados quando acham que alguma coisa pode se aproveitar. O que acredita ser a parte boa, na verdade é a porta que entra tudo o que não presta.
3. Conheça a fundamentação do M.D.A.
Antes de nos aprofundamos na fundamentação do M.D.A. vamos deixar claro qual é a simpatia do Abe Huber acerca de métodos que fora condenados por várias igrejas no passado. Confira o texto feito pelo Pr. Abe Huber da igreja da Paz. Este material você pode encontrar no seguinte endereço: http://pt.scribd.com/doc/60169252/A-IMPORTANCIA-DA-IGREJA-LOCAL-NA-VISAO-DO-MDA, ou clique aqui - Apostila Abe Huber.
Fiz questão de deixar marcado alguns pontos para verificação.
Percebam que antes de tudo ele deixa claro que estudou diferentes modelos de igrejas em células, observou de perto, gastou tempo com líderes que já trabalhavam o assunto e encontrou vários bons modelos. Para legitimar todo o empreendimento e dedicação, na sina de montar algo pessoal, diz mais tarde que teve uma revelação de cerca de duas horas para o que chamamos hoje de M.D.A. Veja o vídeo clicando aqui.
Estudou e passou um tempo com o modelo 5x5 do Reverendo David Yonggi Cho, estudou o Modelo dos Grupos de Interesse, do Dr. Ralph Neighbour Jr., e também estudou o Modelo do Governo dos 12,
passando um tempo com o Pastor Cesar Castellanos, da Colômbia; ou seja, foi catequisado e possuiu o aprendizado no G12. Aí você poderia dizer, mas ele simplesmente foi conhecer, mas veja que ele ainda diz que “todos eles são bons e funcionáveis nos contextos em que são aplicados, para aqueles que seguem seus princípios”. Abe Huber pescou em cada modelo o que se tinha de “melhor”, ou
pior, e deixou com a cara das igrejas pentecostais. O resultado? Muitas igrejas adotaram o processo. As consequências? Você verá daqui uns 3 anos (Muitos já estão colhendo).
4. A gênese do M.D.A. (Do Opus Dei à visão celular dos 12 “G12”)
Acredito que uma das bases que todo crente precisa ter é a base histórica, seja da igreja, seja da história geral. Entender a história nos ajuda a evitarmos erros já evidenciados no passado. A igreja peca quando não olha a história e peca ainda mais quando nega a história. Quem conhece a história da igreja, dificilmente cairá em erros que já foram analisados e condenados pela igreja.
Partindo desta premissa analisaremos a história para que você entenda que tal modelo ou método evidenciado aqui, não tem nada de novo. Pelo contrário, o M.D.A. é uma cópia quase que exata de modelos antigos e que foram negados pela igreja, porém agora com uma forma inovadora, uma nova roupagem, e empolgante com floreios e maquiagem que tem enganado a muitos pastores. Alias, estes modelos celulares não eram trabalhados pelas igrejas 25 anos atrás. Só não me venha dizer que faz 25 anos que a igreja “achou a roda”. Nós somos frutos desta igreja que hoje dizemos que não caminha. Viajemos na história para um melhor entendimento.
Josemaria Escrivá
Tudo começou com o Padre espanhol chamado José Maria Escrivá de Balaquer. Nascido no dia 09 de janeiro de 1902 e falecido em Roma no dia 26 de junho de 1975, este sacerdote católico foi o fundador de uma estrutura institucional da igreja católica que se dedicava à atividades pastorais especificas chamada “Opus Dei” do latim “Obra de Deus”. É desta estrutura montada que encontramos a fundamentação também do G12 (grupo dos 12 de César Castellanos). No dia 02 de Outubro de 1928, na festa dos “santos anjos da guarda” durante os dias de um retiro espiritual, muito comum na igreja católica, surge o Opus Dei como um caminho para a santificação.
A origem do Opus Dei, aconteceu após a junção de 13 clérigos, com votos do romanismo: Obediência, castidade e pobreza, quando entre eles um acabou saindo e se casando, restando apenas 12 padres, estes acabaram sendo fieis e submissos ao movimento. Estes 12 acabaram se comparando a Cristo e seus 12 apóstolos. Os objetivos era recrutar leigos nos mais diferentes esferas sociais, e trabalhar neles o silêncio. Mas para realmente terem a certeza de que estes leigos, em determinado momento, eram fieis seguidores, ao participarem destes retiros, e alguém perguntando a eles o que acontecia nestes encontros: eles deveriam responder que não havia nenhum segredo. Na verdade a intenção era exatamente, provocar a curiosidade nas pessoas, para que o Opus Deis fosse cada vez mais divulgado.
O plano desses “12”, ou do “G12” do Padre Josemaría Escrivá, era um plano de marketing: provocar curiosidade aos que seriam futuramente novos adeptos e automaticamente nunca revelariam o que de fato acontecia nestes encontros. Porém as manifestações ou obras externas que este grupo deixava transparecer eram os Cursilhos da Cristandade: um sistema de evangelização, que ainda hoje é usado dentro da igreja católica. “Trabalhavam” especialmente os casais, retirados de seus filhos e demais parentes e levados para lugares por eles completamente ignorados. A quebra de vínculos familiares implicava o rompimento das “raízes tribais” e consequentemente implantava nos participantes destes encontros o comprometimento com o clero engajado na Opus Dei, a quem deveriam devotar irrestrito amor, respeito, obediência e submissão. O M.D.A. é somente uma cópia dos Cursilhos da Cristandade. Um recrutamento.
Da Espanha o Opus Dei passou à América Latina, aportando-se na fragilíssima e, por isso mesmo, catolicíssima Colômbia, onde encontrou campo fértil. Dominou todo clero e penetrou fundo no mundo leigo. O “G12” até então não era aquele que chegou ao Brasil por volta do ano de 1991, mas um “G12” católico, uma idealização do Padre Josemaría Escrivá. O “G12” evangélico como conhecemos, na verdade é uma junção e adaptação do Opus Dei do sacerdote Escrivá e também na igreja em célula do Evangelho Pleno do Pr. David Young Sho (como veremos a seguir).
A cerca de 16.000 km da Colômbia, temos Seoul, Coréia do Sul. É ali que o Pr. David (Paul) Yonggi Sho por volta do ano de 1961, criou um método revolucionário de crescimento de igreja. Sho tinha o padrão de célula de 10 fieis, reunido em grupos de cinco, sendo cada célula com um líder, e o conjunto de 5 células ficava ao comando de um supervisor. Eles descobriram o poder de uma igreja em células, mas não somente em células, também outros adereços que serviriam para regimentar ainda mais o trabalho. Que é a corrente que precisa ser criada, no caso do M.D.A., chamado de discipulado. Aqui abro um parêntese para dizer que creio no método de grupo familiar e também acredito que a igreja se originou desta forma. O problema é que tais métodos como conhecemos tem crescido não pelo evangelho, mas pelo poder piramidal de marketing multinível a exemplo de Herba Life, Mary Kay, Telexfree, BBOM, ou coisas do gênero. Os créditos para o crescimento tem sido dado ao método, ao líder, ao Pastor, menos ao Espírito Santo, quem convence o homem.
Pr. César Castellanos
Em 1983 surge outro movimento de crescimento de igreja. César Castellanos Dominguez, um Pastor evangélico colombiano, fundador da igreja Missão Carismática Internacional, foi tremendamente influenciado pelo modelo e a forma de trabalho do Pr. David (Paul) Younggi Cho na Coreia. Impactado com o crescimento da Igreja Coreana, Castellanos percebeu que aquele era o “passo” certeiro. Ele iniciou copiando o modelo do Pr. David e implantando este modelo em seu ministério. Porém o método da Coreia não funcionou como César esperava. Ele queria um modelo ainda mais eficaz de crescimento. Então resolveu buscar em outras fontes respostas para que numa mesclagem ainda mais ousada, obtivesse melhores resultados. Castellanos busca no movimento do Opus Dei de Josemaría Escrivá o G12, mais especificamente os Cursilhos da Cristandade. Então entre os anos de 1991 e 1992, César Castellanos implantou o movimento G12 evangélico como conhecemos. Que nada mais é do que a união da igreja celular da Coreia e também o movimento de Josemaría Escrivá, os Cursilhos da Cristandade do Opus Dei. Confira pelo próprio César Castellanos:
“…o princípio dos doze é um revolucionário modelo de liderança que consiste em que a cabeça de um ministério seleciona doze pessoas para reproduzir seu caráter e autoridade neles para desenvolver a visão da igreja, facilitando assim a multiplicação; essas doze pessoas selecionam a outras doze, e estas a outras doze, para fazer com elas o mesmo que o líder fez em suas vidas” (FRANÇA, 2011)
Resumindo, o que foi nos apresentado como modelo celular do G12 evangélico no Brasil, na verdade é uma mistura. Ele aproveitou do que considerava ser melhor entre Cho e Escrivá. Do modelo Cho, Castellanos retirou a “célula”, embasada na família e liderada por um líder subordinado ao supervisor e
ao chefe geral. Do modelo Escrivá, o G12 romano, aproveitou: A) O sigilo rigoroso de programação e de conteúdo. B) A concentração de atividades, para não permitir reflexão ou desvio de atenção, isto é, fuga mental do “esquematizado” e o hermético/fechado “Encontro”. C) O psicologismo pelo qual se faz a “conquista” do encontrista (quem faz o encontro) ou, em outras palavras, sua lavagem cerebral. D) A triagem e o preparo da clientela pelos pré-encontros. E) A implantação da ideia de que nada existe melhor que o “Encontro”: a Igreja não é capaz de, pelas atividades comunitárias, fazer igual. Tal ideia é “plantada” no encontrista e, por meio dele, implantada na Igreja institucional de que “fazia” parte.
Fonte: http://graca-irresistivel.blogspot.com.br/
Fonte: http://edsonricardo.blogspot.com.br
O conhecido atualmente como Paipóstolo Renê de Araújo Terra Nova, fundador do Ministério Internacional da Restauração, após participar de um encontro da MCI em Bogotá, conheceu o trabalho do colombiano César Castellanos, e logo arrumou uma forma de trazê-lo ao Brasil. No ano de 1998 implantou no Brasil o movimento G12. Com o passar dos anos, e percebendo que ele precisava ter autonomia de adaptação do modelo para o Brasil, em 2005, Renê abandonou a cobertura de Castellanos, e adaptou o G12 para o Modelo dos Doze (M12), que assim como o G12 é praticado em centenas de igrejas no Brasil e no exterior. A razão da alteração de nome aconteceu, pois Castellanos impediu Terra Nova de usar a logomarca G12. Por isso Terra Nova criou o termo M12. Neste blog você poderá ver esta separação http://visao12.blogspot.com.br/2010/08/rompimento-entre-terra-nova-e.html
Fonte: http://diariotorah.blogspot.com.br/
Fonte: http://equipeish.blogspot.com.br/
As primeiras igrejas a receberem estas novas estratégias de célula de Rene terra nova foram as igrejas de Valnice Milhomens, Igreja nacional do Senhor Jesus Cristo, e a igreja Sara Nossa Terra de Robson Rodovalho. Muitos foram os problemas apresentados e muitas foram os apontamentos de erros teológicos destes movimentos que na verdade tinham outras intenções. Mas de uma coisa ninguém negava, a capacidade de crescimento ou inchaço destas igrejas. Percebe-se uma gradativa forma de trabalho, porém sempre com a mesma essência. Resumindo: Tudo se inicia com o padre Josemaría, em seguida o Pr. Coreano Cho, depois César Castellanos, e no Brasil Rene Terra Nova, Valnice e Robson Rodovalho, até chegarmos num novo nome e numa aparente nova proposta de crescimento, o Apóstolo Abe Huber e consequentemente uma “nova forma” de ser igreja.
Fonte: http://cirozibordi.blogspot.com.br/2014/02/o-evangelho-show-do-mda-do-m12-e-do-g12_10.html
Caso você queira conhecer mais sobre o G12 diretamente dos nossos irmãos Colombianos, veja os vídeos abaixo:
· A manipulação da seita g12 - https://www.youtube.com/watch?v=vvCWz4jvoZs
· Trágico testemunho de um ex g12 - https://www.youtube.com/watch?v=lhdeEurVl8k
· Desmascarando o g12 - https://www.youtube.com/watch?v=wWF-qBMcj_E
· Testemunho de ex lideres do g12 - https://www.youtube.com/watch?v=FQkvX7iArqQ
· A verdade oculta detrás do g12 - https://www.youtube.com/watch?v=_rUKgyTFlik
6. Analisando o M.D.A.
Você que aderiu ao método de crescimento M.D.A. provavelmente está irritado ou duvidoso com algumas afirmações deste artigo. Pode ser que tudo o que lhe foi apresentado ainda não lhe convenceu da armadilha que é o M.D.A. Porém lhe digo, que daqui para frente lhe apresentarei provas que vão lhe convencer.
Tudo se inicia dentro da visão do M.D.A. como um “inocente” “encontro”, algo que “pretende” agir como “apoio” das igrejas, “cooperar” com elas, “entusiasmar” seus membros, “evangelizar” para elas. Conseguindo a “simpatia” de pastores e a adesão dos membros mais proeminentes das várias denominações, o M.D.A. implanta-se, fixa-se, adquire sede, monta esquema definitivo, divulga endereço e telefone, institucionaliza-se. Pronto, a igreja foi fisgada.
Você Pastor, pare e pense como foi que você conheceu este inovador modelo de evangelismo. Reflita e verás como você caiu no “conto do vigário”
Se você possui a apostila de iniciação do M.D.A. da Igreja da Paz escrita por Abe Huber, quero lhe pedir que esteja com ela em mãos para analisarmos alguns pontos. Caso não tenha, clique aqui para acessa-la. Analisemos alguns pontos desta apostila para entendermos melhor a real intenção da visão M.D.A.
Na página 3, no tópico A IGREJA EM CÉLULAS NA VISÃO DO M.D.A. está escrito:
Todas as maiores igrejas locais do mundo já estão neste novo paradigma promovido pela Segunda Reforma, todas são Igrejas em células. Existem, porém, diversos modelos de Igrejas em Células. O modelo 5x5 é usado pelo Pr. Davi Yonggi Cho [...]. Este modelo organiza cada 5 grupos debaixo de um supervisor e assim por diante. Talvez, mais que qualquer outro homem, Deus tem usado o Pr. David Yonggi Cho para motivar muitas e muitas igrejas, para entrarem na visão de células. [...] Ultimamente muitas igrejas estão implantando um modelo que se chama “G12” (Grupo de discipulado de 12 pessoas) que tem tido um sucesso impressionante na igreja evangélica “missão carismática internacional” de Bogotá, Colômbia. A visão é de que todos sejam líderes, e uma das vantagens deste modelo é que o discipulado tem vínculos mais duradouros (HUBER, 2012)
Você ainda tem dúvidas que o M.D.A. tem um altíssimo grau de parentesco com o “G12”? O próprio Abe Huber afirma isso. E não vá achando que ele pegou só o que era bom e deixou o que não prestava. Ainda chegaremos lá. Por enquanto só quero fundamentar as bases de que assim como o G12 de César Castellanos é uma cópia fiel do G12 e do Opus Dei de José Maria Escrivá, o M.D.A. é uma versão melhorada de todos estes métodos que até agora apresentamos (G12 católico, G12 de César, Células de Cho, e M-12 de Renê Terra Nova).
Ao continuarmos a analisar a apostila, Abe Huber ainda diz:
Um modelo ainda mais recente que tem surgido é o A.D.M. (Apostolio Discipleship Model), que em português é o M.D.A. (Modelo de Discipulado Apostólico). Este modelo prioriza o discipulado um a um e também procura aproveitar as vantagens dos outros modelos. (HUBER, 2012)
Aqui está o diferencial do método e o segredo ao mesmo tempo. O próprio Abe diz que a diferença do M.D.A é a priorização do discipulado um a um e o melhor dos outros métodos (Opus Dei e também o G12 de César Castellanos). Perceba que o foco do M.D.A é que todos sejam líderes (uma forma atraente de chamar as pessoas, para que elas queira fazer parte de algo) Muito semelhante as empresas de marketing multinível. Sempre com palavras que “encham” os olhos das pessoas. É o politicamente ou religiosamente correto. É a mudança da palavra “funcionário” para “colaborador”, de “empregada” para “secretária do lar”, de “mantenedor” para “patrocinador”, enfim, neste modelo não é diferente. Líder aqui não tem nada haver com a liderança bíblica de fazer discípulos, mas é o que encaixa perfeitamente nos moldes da igreja e é o que é religiosamente e atrativamente correto.
Vamos perceber ainda mais a semelhança com as empresas piramidais, quando “sacamos” que em todo M.D.A., ou em toda empresa de marketing multinível, tem-se frases de efeito. O Pr. Abe, sempre usa “isso é só o começo”. Ou no encontro “O encontro foi: tremendo!” Ou em términos de pregações “Que palavra”. Tudo isso são estratégias. Sempre com a ideia de vem algo melhor, e pela curiosidade humana as pessoas ficam esperando. Nos encontros (o que nos aprofundaremos mais tarde) também, a cada ministração, sempre é enfatizado que “só está começando”. O que também nos chama atenção, além da falta de conteúdo teológico para os que já estão engajados neste processo, é que todos os fundadores destes modelos possuem a mesma conversa de que tais métodos vieram por revelação divina. Josemaría Escrivá afirmou isso, assim como Castellanos que diz ter recebido uma revelação que levou cerca de 45 minutos. Algo que está registrado em seu livro: “Sonha, porque os sonhos são a linguagem do meu Espírito. A igreja que tu pastoreias será tão numerosa como as estrelas do céu ou como a areia do mar, que, de tanta gente, não poderá contar” (CASTELLANOS, 1999).
Abe Huber não é diferente, também afirma em seu vídeo que se encontra no site (http://www.visaomda.com/a-visao-mda/) que recebera uma revelação divina. É estranho que muitos homens que apareceram com uma nova visão ou uma nova forma de culto, todos precisaram legitimar suas mentiras com sonhos ou revelações. Pense nisso!
7. As cores do M.D.A.
É nítido para quem já possui um certo contato com a visão mda, o grande uso das cores. Mas não se trata de um uso indiscriminado. É um uso consciente e com propósitos definidos. Seja no logo, no site ou nas festas de celebração, as cores são sempre nítidas nas bandeiras, camisetas e balões. São elas, o vermelho, o azul, o verde e o amarelo. O que é espantoso no uso destas cores pelo M.D.A é a semelhança com os Cursilhos da Cristandade e do G12. Os Cursilhos, sendo caracterizado pelos retiros, algo originado pelo Opus Dei de Escrivá, primavam por cores e pelos encontros espirituais. A cada novo encontro e com a volta dos que lá estiveram, eram realizados festas, ou a festa das cores. Não somente as cores era algo padrão, mas também a canção que era entoada “Decolores”. Veja o que diz o site do movimento Cursilhos de Cristandade de Curitiba (http://www.cursilhocuritiba.com.br)
De Colores é uma canção de origem espanhola, tradicional e de autoria desconhecida, cuja letra contempla as belezas da natureza e da criação. Desde os primeiros Cursilhos, ainda na Espanha, esta música é cantada nos retiros.
Junto com a música temos as cores que expressam o Cursilho.
No M.D.A. encontramos a celebração das cores, assim como nos cursilhos da cristandade.
Veja a semelhança de festas nestes vídeos:
Festa de célula com Abe Huber – veja as cores
Cursilhos da Cristandade – veja as cores
8. A fundamentação teológica do M.D.A.
Sempre que escuto acerca de um novo movimento, ou método ou sistema, minha preocupação é saber quem é a pessoa por detrás, ou quais são as fundamentações que sustentam tal ideia. É como você ver um livro e apesar da beleza deste, você procurar saber quem é o autor, e não somente isto, mas quais são os referencias que legitimam tal obra. A ideia pode ser assemelhada ao cuidado que qualquer um precisa ter ao fazer uma compra na internet; antes de comprar você procura saber se o site é confiável e outras coisas mais. Se formos aplicar estas mesmas regras ao M.D.A. você terá uma grande decepção. Se formos pensar de forma lógica, o correto seria pensar. “Algo tão revolucionário e tão divino, deve ter sido visto ou ensinado pelos pais da igreja, ou pelos grandes nomes da teologia”. Não posso negar a história da igreja quando nos falam de tantos nomes que deram tantas contribuições a teologia. Isto quer dizer que, quem sabe tal método fora ensinado por Tertuliano, Atanásio, Agostinho, ou por Tomás de Aquino, João Wycliff, ou quem sabe Zwínglio, ou Martinho Lutero, John Knox, ou João Calvino, Jacó Armínio, Jonathan Edwards, John Wesley, Charles Spurgeon, Louis Berkhof, F.F. Bruce, Emílio Conde, C.S. Lewis, Francis Schaeffer, John Stott, Augustus Nicodemus Lopes, Caio Fabio, Norman Geisler, Russell Shedd, Wayne Grudem, ou ainda Hernandes dias Lopes, ou Ed Renê Kivitz, Luis Sayão, Jonas Madureira, Hermisten Maia, Paulo Romeiro ou ainda dentro das Assembleias de Deus, Elienai Cabral, Ciro Sanches, Antônio Gilberto, Esequias Soares, Claudionor de Andrade, aprovação de alguma convenção, ou de algum líder de expressão com sensatez. Mas para nossa tristeza, não temos nenhum referencial destes dentro do M.D.A.
Quem são os referenciais então? Você já fez esta pergunta? Para início de conversa de uma olhada para a apostila do Abe Huber no capítulo 7 “discipulando com eficácia – materiais de discipulado”. Veja quais são os referenciais do M.D.A. pelo próprio Abe Huber:
Além destes materiais, é provável que o Espírito Santo lhe dirija a estudar um livro da Bíblia com seu discípulo. As vezes você se sente direcionado por Deus para estudar um bom (ele disse bom) livro evangélico. Livros do Pastor David Yonggi Cho, Kenneth Hagin, Watchman Nee, Benny Hinn e outros autores de confiança. (HUBER, 2012)
Fonte: http://informativo-cristao.blogspot.com.br/
Fonte: http://projeto-mobilizacao.blogspot.com.br/
Kenneth Hagin? Benny Hinn? Você sabe quem são estes? Kenneth Hagin, chamado de “papai” pelos adeptos da confissão positiva é alguém que diz possuir mais poderes do que Jesus para expulsar demônios (ROMEIRO, 1993, p. 31) e que Jesus ao morrer assumiu a natureza de satanás. E quanto ao Benny Hinn? Alguém que levou os membros da igreja a dizerem “Eu sou um deus-homem”, que disse que o Espírito Santo falou a ele que o plano original de Deus era que as mulheres dessem a luz pelos lados, e quando pressionado, admitiu que havia tirado esta besteira da Bíblia de referência anotada Dake, um mentiroso que dizia ter sido curado de gagueira, quando nunca havia sido gago, também falou que Adão foi o primeiro super-homem, pois ele voava para o espaço e podia mergulhar sem perder o folego e que Eva fazia tudo isso também; Este mesmo homem disse, segundo o Jornal Mensageiro da Paz em 1992, que existem nove deuses na Trindade. Estes são os referenciais de Abe Huber? Que Deus tenha misericórdia dos leitores destas aberrações. Para você entender melhor isso lhe convido a conhecer o trabalho do Dr. Paulo Romeiro “Super Crentes”, um livro prefaciado pelo Dr. Russell Shedd e que embasa este paragrafo.
Vá para qualquer livro da mda publicações e você verá. Abaixo estão fotos da bibliografia do livro “Treinamento de líderes de células” escrito pelos “grandes nome” da teologia: Abe Huber e Ivanildo Gomes. E olha que foi somente este que eu encontrei bibliografia. Nos livros Discipulado um a um, e no livro grupo de evangelismo de Rone Feijão não se tem referências. Pelo amor de Deus, como isso?
Veja quais são as referências do próximo livro. Será que conhecemos alguém?
Até Parece piada estas referências. Nem vou comentar.
9. Os famosos “Encontro com Deus” na visão M.D.A.
Em qualquer sistema piramidal, ou no Opus Dei de Josemaría, ou nos sistemas G12 de Cesar Castellanos ou no sistema M12 de Renê Terra Nova, tudo precisa acontecer ou existir exatamente como está na apostila elaborada por Abe Huber. A partir de agora iremos ver os processos de introdução do modelo M.D.A. na igreja, segundo o Pr. Abe. Tudo é metodologicamente arquitetado, minuciosamente elaborado, hermeticamente executado. As etapas não podem ser quebradas, um ponto vem atrás do outro, nada é verificado seguindo a individualidade de cada um, mas todos precisam estar encaixados exatamente como manda o “figurino”. Era assim que Jesus trabalhava? Lidou com todos da mesma forma?
Olhando a apostila iremos perceber uma ordem e um objetivo, tudo se converge para “um tal” encontro. Na visão M.D.A. alguém se batiza somente após o famoso encontro. Mas o que é este encontro? O que acontece de tão especial? Qual o valor deste encontro para que somente após este, uma pessoa esta gabaritada para se batizar? Antes de analisarmos o encontro continuemos a verificar na apostila o valor que é dado ao evento.
Ainda na apostila do mda, Abe diz os degraus da escada para o sucesso são cinco e são os seguintes: Ganhar, Consolidar, Edificar, Treinar e Enviar. Aqui mais uma vez vemos a importância dada para tais “encontros”. Encontros que, os que ali adentram são proibidos de contarem o que viram e ouviram. Como uma empresa piramidal, o MDA se vale de métodos engessados para um sucesso avassalador, porém que tem prazo de validade (3 à 5 anos).
O suposto sucesso do Opus Dei (cursilhos da cristandade), G12 e M12 era exatamente os “encontros”. O ponto alto e chave do MDA também é o encontro. Trata-se de retiro de 3 dias com cristãos de várias igrejas e que normalmente acontece após um pré-encontro. Um evento que sublinha o arrependimento, perdão, quebra de maldição, libertação e cura interior e toda “presepada” que você possa imaginar. Pulação, pacto de silêncio, adoração a suposta “arca da aliança”, anotação de pecados, apelo emocional, conversas em língua-estranha, unção do riso, unção com óleo “à rodo” e muito mais. Ali todos, até os pastores se lá estiverem, precisam de libertação. Um pastor que vai a vários encontros destes, já está comprado pelo movimento. Quanto mais encontros, mais envolvido se estará. Depois de catequizado no encontro do MDA, o “adepto” passa a negar a Igreja comunitária tradicional e a vê como: ineficiente, desatualizada, apática e descompromissada coma evangelização.
Este encontro assim como em toda visão celular, seja no G12, o M12 ou no M.D.A, trabalham a proposta, segundo eles, inovadora para alcançar a muitos para o reino de Deus. Uma espécie de um rito de passagem, que acaba vendo todos que ali estão como perdidos e impuros que precisam de limpeza espiritual para o trabalho da grande comissão. Como já dito, mas é importante ser frisado que o “encontro” era uma prática dos Cursilhos da Cristandade de Josemaría Escrivá e também muito usado por César Castellanos no G12, no M12 e agora no MDA, enfim, todos com algumas mudanças, mas com os mesmos métodos e efeitos do G12 do Opus Dei. Efeitos estes que buscam a neutralização da razão e do pensamento, mesmo que é dado grande ênfase em Romanos 12, acerca do culto racional. A simples menção repetidas vezes, acaba gerando no encontrista a sensação de que aquilo é realmente algo racional.
Quem já foi para o encontro sabe que a concentração de intensas informações, palestras, meditações, orações, reflexões individuais e coletivas, reuniões litúrgicas com muitos cânticos “apropriados”, horários rígidos, monitoramento implacável, momentos de emocionalização, “surpresas” de ordem conjugal, declarações “inesperadas” de amor, confissões de pecados, regressões psíquicas, “separações” de cônjuges para auto-avaliação, isolamentos sociais (tudo em curtíssimo tempo), contribuem para a irracionalização, por um lado, e intensíssima emoção, por outro, dando ao participante a sensação de um “antes” ruim, um “durante” angélico”, indescritível, e um “depois” restaurado, maravilhoso. Era exatamente esta a técnica dos cursilhos da cristandade, e de César Castellanos no G12 e também agora usada pelo MDA, entrado como um rolo compressor nas igrejas Assembleias de Deus.
9.1. As técnicas usadas no “Encontro com Deus” na visão M.D.A.
Segundo o Rev. Onézio Figueiredo (2000) é apropriado as técnicas de emocionalização; esta leva ao condicionamento, à submissão passiva; resultando, finalmente, na “lavagem cerebral” ou “reconversão” do “paciente”. Quem cai no “encontro secreto” pode desencontrar-se, e sem perceber, apassivar-se. O cérebro que se habitua a somente receber, perde a capacidade de ação e reação. O emocional, o lúdico, o prazeroso, o apelativo ao imediato, são excelentes “iscas” para atrair e prender os latinos/brasileiros, “quentes” e emotivos por natureza e cultura; muitos, necessitados e abandonados por governos eclesiásticos ditatoriais e ruins. Fica fácil entender como assembleianos de berço, se submetem a tais
Fonte: http://www.hermesfernandes.com/
“cirurgias espirituais” de forma tão passiva. Viviam numa igreja na qual era valorizado mais a severidade de Deus do que Seu amor, numa igreja que estagnou com o tempo, numa igreja que na verdade é um reduto de mau-amados, amargurados e radicais. Caindo num encontro como este, a “libertação” que sempre buscavam, aparentemente está ali. Ambiente que se tem a falsa ideia de soltura das amarras dos usos e costumes, ficam “livres” do ostracismo, e ali podem receber do Espirito Santo, o que sempre buscavam em suas igrejas. Desta forma são facilmente enganados mais uma vez, pois não somente agora estão errados, mas já possuíam uma visão completamente equivocada de Deus e sua forma de agir.
Como uma cópia fajuta do Opus Dei e do G12, Abe Huber tem a preocupação de que tudo seja como ele direciona. Veja o que ele diz em seu livro “Discipulado um a um, crescimento com qualidade” sobre o encontro.
Em menos de 24 horas após sua decisão, começa o cuidado do novo convertido; [...] No decorrer da primeira semana, ele já está na célula e já começa a ser discipulado, envolvido no relacionamento um a um; já está vindo para a reunião; já está sendo preparado para o final de semana que chamamos O Encontro com Deus, nos moldes da visão do MDA. (HUBER, 2012, p. 74).
Este encontro do M.D.A. é caracterizado pelo alto grau de espiritismo, mistura de psicologia, psicanalise e terapia de vida passada (espiritismo), técnicas psicoterápicas, budismo, seixo-no-ie, técnica de marketing e de auto-sugestão. Quando se entra é proibido a comunicação entre os presentes e também não se pode falar o que aconteceu lá dentro. Você consegue enxergar algo de Deus em algo tão obscuro? “Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas.”1 Tessalonicenses 5:5.
O encontro é um lugar na qual o Espírito Santo é completamente banalizado e um lugar que cantam sempre os mesmos hinos. Quanto a proibição da fala, dizem que na verdade é para que o encontrista escute somente a voz de Deus. Mas com um pouco de reflexão logo iremos perceber o que na verdade está por detrás. Quando muitos chegam ali, no primeiro dia já desejam ir embora, logo no início já percebe-se erros e equívocos, porém por não poder conversar com um companheiro, nunca se sabe se ele está gostando ou não, portanto todos acabam se submetendo a todo o processo. O budismo possui uma técnica parecida que a chamam de nobre silencio, para esvaziar o corpo. Os crentes precisam parar de serem estúpidos ao pensarem que algo aparentemente tão bom é algo perigoso. E quando uma seita irá falar que o que acontece ali é perigoso? Quando uma heresia se mostra como errada? Desculpe-me, mas é “burrice” pensar assim.
Algo muito importante a ser dito é que sem música os organizadores teriam dificuldade de fazer o evento. A música tem um papel importantíssimo no encontro. Sabemos o quanto a música influencia em nossas emoções: Musicoterapia. Ali em momentos estratégicos, após ignorantes ministrações, apagam-se as luzes e com uma música apropriada e ligada ao tema da ministração as emoções vão “a mil”. Quanto mais descompensada é pessoa, mais está será influenciada: gritam, urram: Os maiores problemas do ser humano se afloram, evidenciando com a estrutura deste trabalho é hipnótica.
Além de todo “apetrecho” utilizado, algo muito comum nestes encontros são os jargões utilizados. Desde o “vire para seu irmão e diga” até o “só está começando” ou “isso é só o começo”, tudo como forma de inculcar as supostas benesses do evento. O jargão mais enfatizado nesses encontros, conta com a participação do dirigente (animador de torcida) e dos encontristas (ovelhas que vão ao matadouro). Ele diz: O encontro foi? E as tietes pentecostalizadas respondem: TREMENDO! Os encontristas também são orientandos a terem uma única resposta, quando lhes forem perguntados sobre o evento: Foi tremendo. (na verdade foi uma tremenda enganação).
Abaixo a chegada na igreja Batista Shalon, de um "Encontro com deus" em Abril de 2013
Futuramente postarei mais coisas sobre o que acontece no encontro. Por enquanto não gastarei mais tempo refutando. Mas gostaria que você refletisse a partir do acabou de ler e tire suas conclusões em Cristo Jesus. Quanto a mim, faço uso das palavras de Martinho Lutero caso você ache que eu estou equivocado.
A menos que vocês provem para mim pela Escritura e pela razão que eu estou enganado, eu não posso e não me retratarei. Minha consciência é cativa à Palavra de Deus. Ir contra a minha consciência não é nem correto nem seguro. Aqui permaneço eu. Não há nada mais que eu possa fazer. Que Deus me ajude. Amém. (MARTINHO LUTERO)
10. Discipulado um a um, o que está por detrás desta aparente verdade Bíblica de cobertura espiritual.
Até quando, ó simples, amareis a simplicidade? E vós escarnecedores, desejareis o escárnio? E vós insensatos, odiareis o conhecimento? Provérbios 1:22
Algo muito enfatizado na visão M.D.A., além do que já foi apresentado, é a questão da liderança que todos precisam se submeter. É dever de cada um ter uma cobertura espiritual. Utilizam-se de textos Bíblicos descolados e fora do contexto que aparentemente dão a ideia de que realmente isso é algo benéfico e divino. Porém na verdade esta cobertura tem uma outra finalidade: um direcionamento passivo para cada membro, uma vez que você não poderá ir contra sua liderança.
Afirmam-se como uma nova “face” da igreja. Levando a ideia de que qualquer um pode exercer liderança espiritual, ou ser um líder. Cuidado com isso. Jesus deixou pessoas especificas para cuidar da igreja. Deus levantou pastores, homens capacitados para cuidar do povo. Deus nunca deixou o cuidado da igreja, na mão da igreja, mas dos apóstolos especificamente escolhidos. Jesus nunca deixou o cuidado eclesiástico na mão do povo, mas de seus discípulos.
Olha o que acontece quando pega-se o ministério e coloca na mão do povo. Este é um dos trabalhos da igreja da paz de Santarem, igreja que era pastoreada pelo Pr. Abe Huber:
Em sua apostila Abe Huber diz: “...ninguém pode abusar da autoridade a ele conferida”. Se referindo ao líder e a obediência passiva que o discípulo precisa ter, na verdade ele está fechando um cerco. Este elo, ou esta ligação submissa, faz com que automaticamente todos estejam envolvidos de uma forma cega e sem reflexão. Mesmo que seu discipulador seja um menino na fé, ou leigo, você no máximo poderá ir ao discipulador do seu discipulador, mas nunca quebrar a corrente montada. Basta o do topo falar e todos irão obedecer. E não ache que no topo está você Pastor, porque na verdade quem manda neste caso é a cúpula do MDA.
Vamos encontrar este método de elo, em Josemaría Escrivá o criador da Opus Dei. Em 1939 ele publicou um livro chamado “caminho”. Este livro revelava o projeto espiritual de Josemaría e do Opus Dei. Falava de caráter, oração e tática, sem se esquecerem da privacidade quase que absoluta do grupo e do que ali faziam. Um livro com 999 sentenças ou pontos de reflexão. Veja alguns:
941 – Obediência um caminho seguro. Obedecer cegamente o superior é caminho de santidade.
643 – Não exiba facilmente a intimidade do seu apostolado. Não ves que o mundo esta cheio de incompreensões egoístas? (ESCRIVÁ)
Ou seja, uma das técnicas deste Padre é criar um ambiente seguro, sem reflexões, muito sigilo, e acima de tudo, uma forma de blindar os líderes maiores de falarem exatamente o que é aquilo. Tudo a partir de uma explicação aparentemente coerente. Jesus não veio apresentar algo que deveria ser obscuro. Ele é a luz do mundo. Claridade em tudo, sempre foi o objetivo de Jesus. Lc 8.17.
Vamos verificar um pouco mais o que a apostila do centro de treinamento de líderes de Abe diz sobre discipulado:
As vezes, acontece que um irmão mais antigo na fé de repente se encontra debaixo da cobertura espiritual (na hierarquia da Célula) de alguém bem menos experimentado, ou que até conhece menos da Palavra de Deus. E aí? Normalmente a vontade de Deus é que este irmão (que é mais experimentado, etc) se humilhe debaixo da soberania de Deus e seja discipulado pelo irmão menos experiente. Deus vai usar estes momentos para tratar profundamente com o ego de todos os dois, e ajuda-los a crescerem ainda mais. Lembre-se: Discipulador não é discípulo que escolhe. É Deus! (HUBER, 2012)
Em outras palavras, você não tem o “direito” de escolher o seu discipulador. E precisará se submeter a pessoas néscias e que não possuem bagagem nem maturidade Cristã. Agora eu pergunto. Qual a base bíblica para isso? Você viu Timóteo discipulando a Paulo, ou João Marcos discipulando a Pedro? Você não percebe que tem algo por detrás disto?
Aqui esta uma imposição clara. Toda organização sabe que para crescer e se alastrar precisa do comprometimento de seus adeptos. Aqui não é diferente. Nosso irmãos mais velhos, tem sido coagidos dentro da igreja e são chamados de insubmissos e orgulhos, por não se submeterem ao discipulado de neófitos da fé. As vezes pessoas que possuem pouquíssimo tempo de crente estão discipulando anciãos na igreja. Não é isso que vemos biblicamente. Olhe o caso dos anciãos, ou presbíteros que eram colocados na igreja, eram pessoas idôneas e experientes. Diferentemente no caso do chamado Pastoral. A exemplo disto temos Timóteo, que solteiro pastoreou a igreja em Éfeso, porém fora advertido a saber trabalhar com os presbíteros.
A Bíblia aqui é usada como pretexto. Imagine o que será da igreja daqui a uns anos quando as pessoas idôneas ao invés de instruir as que vão chegando, agora são os néscios que discipulam os mais velhos. E mais, Abe ainda diz... “O importante é lembrar que nada serve de desculpa para você não se submeter alegremente ao discipulador que Deus na Sua sabedoria colocou sobre você.”
Biblicamente vamos ver a importância do estudo para o exercício do ministério. Jesus se preparou 30 anos para exercer um ministério de 3, Moisés se preparou 80 anos para exercer um ministério de 40, Paulo também se preparou muito tempo para ir ao campo, assim como muitos outros. Em nossas igrejas, uma pessoa passava um bom tempo se preparando para exercer um ministério ou para ensinar. Paulo sempre condenou a falta de preparo. Mas na visão M.D.A. com a prerrogativa que todos podem ser líderes, muitos tem ocupado de liderança espiritual (pastorado – pastorear é exercer liderança espiritual) sem serem chamadas ou sem serem preparadas. Se você que está lendo isto diz, mas o Pastor está observando, então você é mais “inocente” do que imaginas. Quando isto toma proporções maiores, não existe controle. E o resultado é palhaçada, invencionices, e crentes machucados.
Na visão, o importante para exercer uma liderança espiritual sobre outro, não é sua índole, ou seu chamado, basta ser obediente ao seu superior. Meu irmão isso é doutrina do Hare Krishna. Observe Atos 6.3 “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.” Veja a necessidade de se ter pessoas preparadas e veja que aqui não existe imposição. Não estou falando de chamado para salvação, mas para o ministério. Se não fizermos algo, II Tm 3.6 continuará se cumprindo em nossos dias: “São esses os que se introduzem pelas casas e conquistam mulheres instáveis sobrecarregadas de pecados, as quais se deixam levar por toda espécie de desejos”.
Na visão do M.D.A. cada cristão deve estar sendo e fazendo discípulos (a ideia Bíblica é outra, já falaremos), participar de uma célula, abraçar a visão da igreja local, buscar a unidade da igreja mundial e colocar em primeiro lugar o reino de Deus. Você praticamente é obrigado a tudo. E aqui percebemos a obrigatoriedade da visão e no final o “buscar o reino de Deus”. Acontece com o M.D.A. a mesma coisa que acontece com o sistema de pirâmide. O povo é atraído pelo dinheiro, pela vontade de ficar rico. Agora siga esta mesma dinâmica na igreja. O que mais um pastor quer? Ele quer crescimento na sua igreja. É por isso que o M.D.A. tem entrado, porque ele inicia não com as ovelhas, mas com os Pastores. Pela “ganancia” em ver o crescimento e o fruto do seu trabalho, os pastores tem entrado de cabeça neste sistema. De uma olhada neste quadro abaixo da apostila.
Fonte: http://dc380.4shared.com/doc/wAgyQ5xa/preview.html
É nítido que o sistema todo se resume a regras e formulas, como se o reino de Deus fosse uma formula mágica. Sendo assim o êxito ou a conversão não está mais no Espirito Santo, mas no seguir rigorosamente as regras do modelo MDA. Como: cumpra isso e tenha resultados. O contrário também se aplica ao modelo. Quando não se vê os resultados, achamos que o problema está na fórmula ou no líder. O Pastor Ciro Sanches Zibordi em seu blog disse:
Jesus sempre prezou a liberdade do ser humano. Vemos isso claramente na parábola do semeador (Mt 13). Este saiu a semear, e uma parte da semente caiu à beira do caminho, outra, entre os espinhos, outra, entre os pedregais, e outra, em boa terra. Apenas 1/4 — ou 25% — do que foi semeado prosperou (v. 8). Ou seja, digamos que dentre 400 pessoas que receberam a Palavra do Senhor, durante algum tempo, apenas 100 delas permaneceram firmes, obedientes à sã doutrina. Mas veja que interessante. Jesus não disse que o semeador é o culpado pelos 3/4 que não produziram. Ele não afirmou, por assim dizer, que a maioria se desviou por falta de discipulado! Na verdade, o Mestre deixou claro que a nós, pregadores do Evangelho, cabe pregar e ensinar a verdade, e as pessoas que nos ouvem são responsáveis diante de Deus, uma vez que já receberam a “boa semente” (Mt 13.18-23). http://cirozibordi.blogspot.com.br/2014/02/o-discipulo-de-cristo-e-o-discipulado.html
Quer ainda ver coisas mais absurdas? Deus nos obriga a alguma coisa? A bíblia sempre primou pela liberdade e sempre pregou a liberdade e o livre arbítrio. Porém na visão M.D.A. as pessoas não são livres para escolherem seus líderes. Veja.
Fonte: http://dc380.4shared.com/doc/wAgyQ5xa/preview.html
Percebes a maquinação por detrás? A aparente bondade e mansidão primária se transformam num jogo de imposição ditatorial.
Mas ainda tem mais. Você verá nesta mesma apostila do Pastor Abe Huber ele colocando no lixo, todo investimento que as igrejas fizeram até hoje com relação ao cuidado pastoral e no treinamento de novos líderes.
Fonte: http://dc380.4shared.com/doc/wAgyQ5xa/preview.html
Aqui ele faz afirmações ainda mais fortes. Segundo a pesquisa do Dr. Carl, porém com aprovação ou simpatização dele (pois tal pesquisa se encontra em sua apostila). Ele afirma que NENHUM líder foi produzido pelos púlpitos em reuniões públicas de ensino ou pregação. Ele está dizendo que nenhum líder até hoje das igrejas tradicionais ou pentecostais fora produzido por Escolas Bíblicas, Simpósios, Palestras, Cultos, etc. Percebeu? E nossos seminários teológicos? Seminários como IBAD, que existe a mais de meio século, ou escolas como EETAD, SETAD, IBADERJ, FAETAD, ou ainda instituições de outras denominações que trabalham o ensino teológico. Nenhum tem valor? Ainda diz que NENHUM líder foi produzido pelas Escolas Dominicais que até hoje funcionam em nossas igrejas. Você entendeu isso? Concorda? A EBD não gerou frutos? “Robert Kalley deve ter se mexido no túmulo”.
12. Cobertura Espiritual e confissão de pecados, a Verdade Bíblica.
Se você chegou até aqui, acredito que você terá a coragem de ver até o final. Veremos o que a Bíblia fala sobre cobertura espiritual.
Paulo mostra que a relação dele era com Jesus. Não foi com um apostolo, não teve um discipulador, o que teve foi uma orientação por Barnabé. Sobre os detalhes desta orientação a Bíblia se cala, evidenciando assim a falta de interesse da Bíblia pelo assunto. A relação de Barnabé com Saulo é a relação que a Bíblia nos orienta quanto aos que vão chegando para caminhar na fé conosco, orienta-los como bebes recém-nascidos e com o passar dos dias ir dando alimento mais sólido. Não vejo Jesus dizendo para João discipular Pedro, ou para Tomé discipular Judas, ou para Tiago discipular Bartolomeu. Nada de confessionário pessoal ou particular. Se fossemos seguir a risca o que Abe Huber fala quanto a proibição de nos separarmos do discipulador, como explicaríamos o fato de que Paulo discordou de Barnabé a acabaram se separando?
A Bíblia diz, “eis que vos envio como ovelhas para o meio dos lobos”. Não diz nada sobre cobertura espiritual. O evangelho é nossa cobertura. Fico me perguntando nesta visão do M.D.A. como um crente em Jesus que mora sozinho num lugar longínquo faria? Ele estaria sem cobertura espiritual? Estaria ele sem a benção divina? Pelo amor de Deus. Jesus é nosso mediador. Ele é nosso acesso a Deus, e não um discipulador.
12.1. Confissão de pecados segundo a Bíblia
O Pr. Abe Huber usa o texto de Tiago 5.16 para fazer suas afirmações sobre a necessidade de cada um ter um discipulador para que cada discípulo possa se confessar. E ainda possuem um jargão: Quem confessa tentação, não confessa pecado! Meu Deus! Para estes, tenho um texto para meditação.
“Mas agora, conhecendo a Deus, ou melhor, sendo por ele conhecidos, como é que estão voltando àqueles mesmos princípios elementares, fracos e sem poder? Querem ser escravizados por eles outra vez?” Gálatas 4:9.
Percebe-se a tamanha falta de compreensão bíblica, hermenêutica e exegética, o esticamente e forçação “de barra” num texto que não quer dizer nada disto. O Pr. Abe tira completamente o texto do contexto e aplica de forma forçada ao que lhe convém. Para nossa compreensão vamos para o que o Dr. Douglas J. Moo, professor de Novo Testamento na Trinty Evangelical Divinity Scholl, diz quando faz seu comentário de Tiago. Ele diz que acima de tudo precisamos analisar todo o contexto e que o versículo 16 aqui referido trata-se de uma resposta a promessa de Deus de responder a oração. Para isso é preciso confessar uns aos outros. Tiago está dizendo que a mútua confissão de pecados incentiva a prática habitual e é benéfica para a vitalidade espiritual da igreja.
Mas, de que pecados estamos falando? Que o irmão olhou para a mulher do outro? Que o jovem tem a prática da masturbação? Que o discípulo desejou a mulher do discipulador? Que a irmã tem sonhos eróticos? Que a pessoa tem desejos de morte? Imagine o que não será de uma igreja, onde tais pecados são trabalhados deforma tão leviana por discipuladores inexperientes e místicos. Imagine que uma vez que este ciclo é iniciado dificilmente volta atrás, pois ninguém desejará se desvincular de seu líder, pois este conhece todos os seus “podres”; Pronto! Todos caíram na rede. Este ambiente é mais do que propício para estratagema do mal, leviandade, lascívia, maquinação de pensamentos eróticos, borbulhação de homossexualismo, etc. Então, de que pecados Tiago fala?
Os versículos anteriores deixam claro de que pecados se tratam. Tiago está falando dos pecados que podem ter causado a doença que levou ao chamamento do presbítero. Apesar de alguns trabalharem ou acreditar que tal cura venha de questões espirituais, quando vemos no texto original, a palavra cura “iaomai” consistentemente é aplicada para aflições físicas. Trabalhando aspectos psicológicos, não podemos negar que muitas pessoas acabam sofrendo no físico, aquilo que é uma doença na sua alma. Muitos por problemas de discórdias, amargura, ou brigas, acabam desenvolvendo doenças, como resultado da falta de comunhão e de acerto entre os irmãos. Aqui é como se fosse uma roda familiar ou numa terapia de grupo, na qual por muito tempo as pessoas não se conversam ou desenvolveram problemas psicossomáticos por pecados e práticas erradas, e ali começam a colocarem os pingos nos “is”; ou seja, abrindo os corações para que pela exposição de seus erros, haja paz e cura de sua enfermidade física, que na verdade tem como causa seus erros.
Portanto, uma vez que o propósito da confissão e oração é a cura física, é melhor entender a confissão como estando a envolver quaisquer pecados que possam colocar obstáculo à cura, e as orações como sendo especificamente em favor da cura das aflições corporais. Com tal explicação do texto, fica claro que o “discipulado um a um” de Abe Huber, fere completamente a essência do texto e sua aplicação. Ei irmão, só uma lembrança: O véu do templo já se rasgou!
Nas páginas 114 e 115 do referido livro do Pr. Abe Huber ele diz:
Poderia usar o exemplo de pessoas que tem o hábito de falar mal dos outros. Elas prometem a Deus não falar mais assim mas numa oportunidade em que têm que escolher entre ficarem quietas ou falar dos outros, acabam ressurgindo o pecado. Ou então, o exemplo de quem tem dificuldades com os olhos. Ele chega a casa e todos já estão dormindo. Então ele liga a televisão ou entra na Internet para ver as notícias, mas numa propaganda, vê uma mulher bonita, com apelo para a sensualidade. Ao invés de mudar de canal ou sair daquele site, ele fica olhando. Ele bebe uma pouco daquela fonte de impureza, o que gera em seu espírito a sensação desagradável do pecado. Ele se arrepende e pede perdão a Deus. E Deus o perdoa, conforme nos é dito em I João 1.19. Passa algum tempo e este fato acontece de novo. Mas agora ele fica um pouco mais olhando aquilo e, talvez segue olhando o filme que vem depois, como mais cenas de sensualidade. Ele bebe mais um pouco daquela mesma fonte. Novamente vai e pede perdão a Deus por ter deixado que, pelos seus olhos, entrasse a impureza. Deus perdoa novamente. O problema é que isto poderá piorar para pecados que geram consequências cada vez mais graves. Se este homem cometer mil vezes o mesmo pecado e mil vezes pedir perdão a Deus, o Senhor o irá perdoar, por causa do sangue de Cristo e de sua palavra, [...]. Mas Deus não quer que isto continue assim. (HUBER, 2012)
Esta exposição esboça a podridão e o ciclo vicioso que estão em nossas igrejas. Um maior problema é acreditar que tudo isso será resolvido quando eu me confessar à alguém. Meus queridos, a transformação e cura vem pela Palavra. Muitas igrejas tem pregado tradição, dogmas, usos e costumes, um besteirol sem limites e não tem visto resultado e depois acredita que isto será a salvação de todos os crentes; pelo amor de Deus! Prega a palavra pura e simples e você verá a transformação que cada um buscará em Deus. Veja só a incoerência e o cúmulo da hipocrisia: Numa igreja, se o Pastor ouvir a confissão de um crente que ele “pulou a cerca”, ou que se masturbou ou coisa do gênero, automaticamente já coloca a pessoa em disciplina, leva o caso para a reunião, expõe para a igreja e assim por diante (o que não concordo). No discipulado “um a um”, quando alguém confessa (e não serão poucos os pecados), tudo fica como está, o tratamento é outro. Parece até uma piada.
Não acredito que a primeira ou a segunda forma estejam corretas. Acredito que a Palavra purifica, molda, transforma e exorta. A transformação acontece de dentro para fora e não ao contrário. Tudo isso é a demonstração fiel de como muitos Pastores estão equivocados e pregando um evangelho particular e baseado na sua forma mesquinha de analisar a Bíblia e o evangelho. A Bíblia nos informa que a forma de sermos curados é seguirmos os passos de Jesus, ou fazermos o que ele fez, andarmos pisando em suas pisadas. “E pelas suas pisadoras fomos sarados” Isaías 53:5. Outro caso a se pensar é a grande ênfase de pecados de ordem sexual. Todo líder espera ouvir problemas sexuais e até forçam seus discípulos a confessarem isto. O que mais é falado nos livros do M.D.A. no diz respeito a confissão são questões eróticas e sexuais. Isto revela a pobreza intelectual, teológica e do evangelho que estes homens possuem. Na verdade o que mais lhes afligem são tais problemas, eles provavelmente vivem com esta “maquinação”. Ainda não foram libertos por Jesus e vivem se confessando uns aos outros. Isto é macabro e insuportável para um ser humano. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.
Outro texto que usam para fundamentar o carro chefe do M.D.A. (o discipulado um a um) é versículo que está em Mateus 28.19 “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Aqui se agarram na certeza de que tal texto sublima a ideia do discipulado como estipularam. Você não percebe que assim como qualquer movimento repetido na história, todos precisam de um diferencial atrativo e que pareça bíblico?
De acordo com o Professor R. V. G. Tasker, no texto de Mateus 28.19 a palavra discípulo no grego é “matheteuo”. É encontrada também em Mateus 27.57. “E, vinda já a tarde, chegou um homem rico, de Arimatéia, por nome José, que também era discípulo de Jesus”. A tradução do discípulo nestes textos é “aprendiz de”. Quando Jesus nos manda ir (ide) e fazei discípulos, precisamos entender que: 1. O “ide” está no gerúndio, ou seja, “indo”; é um ato continuado. 2. Fazer discípulos a quem? Os discípulos são de Jesus. Somente pregamos, instruímos e fazemos discípulos de Jesus ou para Jesus. Não se trata do que tão comumente ouvimos no M.D.A.: O discipulador diz “meu discípulo” ou o discípulo diz “meu discipulador”. Como se ser discípulo é ser de uma pessoa que a mim fora imposta por um superior. Meu Deus! Fazer discípulos, é sair de nosso comodismo e anunciar o evangelho nos bairros, nas casas, na internet, nas cidades, é fazer menos shows e ter mais amizades e comunhão para ministrarmos, é não estarmos engessados com lugares, mas abraçar a todos em qualquer lugar, é fazer menos prédios e termos mais companheirismo, é dar o exemplo de como amamos a Jesus através de nossos atos, é priorizamos as pessoas como são, ao invés de priorizarmos prédios e angariação de fundos para benefícios denominacionais, fazer discípulo é amar ao próximo, é liberta-lo da culpa do pecado pela cruz, fazer discípulos é servir, é enviar outros, é fazer menos festas e darmos mais instruções a cada um em sua profissão, para que o padeiro seja um professor do evangelho, que o médico seja um pacificador, para que a criança seja um profeta da salvação, que a professora seja uma evangelizadora, para que o operário seja um apascentador. Enfim, como Jesus fez, como Paulo fez, como os apóstolos fizeram. Esta é nossa missão, este é nosso chamado: amar, libertar, servir e ir onde se fazer necessário: Isto é fazer discípulo, isto é ser IGREJA, e não este reduto pregado pelo Abe Huber, esta bolha exclusiva de proliferação de doenças na alma do “discipulado um a um” do M.D.A. Minha oração é que você se liberte em nome de Jesus.
13. Conclusão
Creio que o trabalho em células pode ser feito com eficácia e com conteúdo bíblico, porém acredito que cada igreja poderá desenvolver a melhor forma de trabalho, baseado nas afirmações Bíblicas. Mas caso você queira insistir com a visão M.D.A. veja o futuro da sua igreja abaixo. Todas estas fotos são igrejas que possuem a visão.
https://www.youtube.com/watch?v=eNKC9ao3yw4
Fonte: http://igshalon.com
14. Referências
Bíblia Sagrada
BORCHET, Otto. O Jesus Histórico. Ed. Vida Nova, 1985
CASTELLANOS, César. Sonha e ganharás o mundo. São Paulo. Palavra da Fé,1999.
FEIJÃO, Rone. Grupo de evangelismo: A plataforma para o crescimento da igreja. Fortaleza: Mda Publicações, 2012. 128 p.
FERREIRA, Franklin; MYATT, Alan. Teologia Sistematica: uma análise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual. São Paulo: Vida Nova, 2007. 1218 p.
FRANÇA, Cami. G12: Conheça e saiba o que é este controverso modelo de igrejas evangélicas. 2011. Disponível em: . Acesso em: 08 ago. 2014.
GOMES, Adílio S.. Rompimento entre Terra Nova e Castellanos. 2011. Disponível em: . Acesso em: 08 ago. 2014.
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HUBER, Abe. A importância da igreja local na visão do mda: um pouco da gênese do mda. 2013. Disponível em: . Acesso em: 08 ago. 2014.
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Vídeos
Visão celular_A verdadeira origem_Do Opus Dei ao M.D.A: https://www.youtube.com/watch?v=XAynb-ZGFgw
Festa das células mda - igreja da paz - fortaleza: https://www.youtube.com/watch?v=KmhzPVu9mrE
Eternos radicais: https://www.youtube.com/watch?v=eNKC9ao3yw4
Tràgico Testimonio de Ex G12 Ambar Diaz: https://www.youtube.com/watch?v=lhdeEurVl8k
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Testimonio de Ex lideres G12: https://www.youtube.com/watch?v=FQkvX7iArqQ
Teatro do 3º Encontro com Deus da rede Piedade e Paixão: https://www.youtube.com/watch?v=fhwryCWaRVA
La Manipulación de la secta G12: https://www.youtube.com/watch?v=vvCWz4jvoZs
Desenmascarando al G12: https://www.youtube.com/watch?v=wWF-qBMcj_E
Cursilhos de Cristandade: 50 anos em Portugal: https://www.youtube.com/watch?v=BtRgxljgo4M
La verdad oculta detras del g12: https://www.youtube.com/watch?v=_rUKgyTFlik
Pr. Abe Huber fala sobre os 15 anos da Visão MDA: https://www.youtube.com/watch?v=zVSv3wJ7DME&feature=youtu.be
Encontro face a face com Deus para Homens na Shalon Paranavaí: https://www.youtube.com/watch?v=z8m0KRXwecc
Eternos radicais igreja da paz santarem: https://www.youtube.com/watch?v=FBdh3wKyWrs
Autor: Em Breve.
2015/06/12
Eus Criou O Ser Humano Homem E Mulher: O Que Significa Ser Complementarista?.
Por John Piper
“Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais grandes de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão. Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Deus os abençoou, e lhes disse: Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra. Disse Deus: Eis que lhes dou todas as plantas que nascem em toda a terra e produzem sementes, e todas as árvores que dão frutos com sementes. Elas servirão de alimento para vocês. E dou todos os vegetais como alimento a tudo o que tem em si fôlego de vida: a todos os grandes animais da terra, a todas as aves do céu e a todas as criaturas que se movem rente ao chão. E assim foi. E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo havia ficado muito bom. Passaram-se a tarde e a manhã; esse foi o sexto dia.” - Gênesis 1:26–31
Uma das marcas teológicas dos 30 anos de Bethlehem é a forma como entendemos os propósitos de Deus para que homens e mulheres se relacionam em família e igreja e sociedade. Se você quiser um nome para nomear este entendimento, nós diríamos que somos complementaristas — baseados na palavra “complemento”. Em outras palavras, nós cremos que quando se trata de sexualidade, a maior demonstração da Glória de Deus, e a maior alegria dos relacionamentos humanos, e os maiores frutos no ministério, surgem quando as profundas diferenças entre homem e mulher são aceitas e celebradas como complemento umas das outras. Elas completam e embelezam umas as outras.
O que “complementarismo” significa?
A intenção com a palavra “complementarismo” é a de situar o nosso modo de vida entre dois tipos de erros: De um lado os abusos de mulheres sob a dominação masculina, e de outro lado a negação das diferenças de gênero onde elas possuem uma significado belo. O que significa que, por um lado, complementaristas reconhecem e lamentam o histórico de abusos pessoais e sistemáticos de mulheres, e o presente mal global e local na exploração e degradação de mulheres e meninas. E, por outro lado, complementaristas lamentam os impulsos feministas e igualitários que minimizam as diferenças entre homens e mulheres dadas por Deus e desmantelam a ordem que Deus projetou para o florescimento de nossas vidas em conjunto.
Portanto, complementaristas resistem aos impulsos de uma cultura chauvinista, dominadora, e abusiva, de um lado, e uma cultura que não distingue diferenças entre homem e mulher, niveladora de gêneros, unissex, do outro lado. E nós nos posicionamos entre estes dois tipos de vida não por que é um lugar seguro (que enfaticamente não é), mas porque nós pensamos que este é o plano de Deus na Bíblia para os homens e as mulheres. “Muito bom”, como Ele diz em Gênesis 1.
Na verdade, eu diria que a tentativa pelo feminismo de remediar o abuso do sexo masculino contra as mulheres ao anular diferenças de gênero, sai pela culatra e produz milhares de homens que não poderão ser admirados pelas mulheres por causa de sua falta de masculinidade, ou não poderão ser suportados por elas devido a sua masculinidade distorcida e selvagem. Em outras palavras, se nós não ensinarmos meninos e meninas sobre a verdade e a beleza e o valor de suas diferenças, e como viver com elas, essas diferenças não amadurecerão de maneira saudável — mas de maneira disfuncional. E uma geração de jovens adultos virá a se formar que simplesmente não sabe o que significa ser um homem maduro ou uma mulher madura; e o preço cultural que pagamos por isso é enorme.
O modo pelo qual gostaria de abordar essa questão é indo do genérico para o específico: uma palavra sobre o ser humano, uma ilustração sobre ser homem e mulher, e então um texto específico para mostrar as raízes bíblicas.
Sobre ser humano
Em primeiro lugar, uma palavra sobre ser humano. Em meu primeiro Domingo em Bethlehem, 13 de Julho de 1980 a tarde, preguei uma mensagem intitulada “A Vida Não É Banal.” Nela eu disse:
Todo ser humano de vez em quando gostaria que suas vidas não viessem a ser gastas como as gotas de um torneira que vaza. Todos vocês já provaram o desejo de que o dia-a-dia deva ser mais do que uma série de eventos insignificantes. Isso pode ocorrer quando você está lendo um poema, quando você está ajoelhado em seu quarto, quando você está parado à beira do lago no pôr do sol. Isso acontece muito frequentemente no nascimento e na morte.
Eu citei Moisés, de Deuteronômio 32:46, “Aplicai o vosso coracão a todas as palavras que hoje testifico contra vós, para que ordeneis a vossos filhos que cuidem de cumprir todas as palavras desta lei. Isso não é para vós coisa de menor importância; pois é a vossa vida.”(SBBri) No fundo de cada ser humano criado por Deus, carregando o símbolo da humanidade na imagem de Deus, existe um desejo para que a vida não seja insignificante. Para que não seja banal, fútil, sem importância.
Eu li recentemente essa frase da romancista policial Agatha Christie (1896-1976).
Gosto de viver. Algumas vezes me sinto muito, desesperadamente, loucamente miserável, atormentada pela aflição, mas mesmo diante disso tudo eu compreendo que estar viva é uma coisa grandiosa.
Eu acho que isso é maravilhosamente verdadeiro. Ser um ser humano verdadeiro é uma coisa grandiosa. Vocês todos não têm tido aqueles raros e maravilhosos momentos quando estão parados perto de uma janela, ou porta, ou em qualquer lugar, e de repente, espontaneamente, e poderosamente ocorre o despertar: Eu estou vivo. Eu estou vivo. Não como um árvore ou um coelho, mas como um ser humano. Eu estou pensando, sentindo, desejando, lamentando, chorando. Vivo. Feito na própria imagem de Deus. E isso é uma coisa grandiosa.
É uma coisa grandiosa. E parte dessa grandeza de ser um ser humano vivo criado à imagem de Deus é que você é homem ou mulher. “Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gênesis 1:27). Ninguém é um ser humano genérico. Não existe tal coisa. Deus nunca pretendeu que houvesse. Deus cria seres humanos do sexo masculino e seres humanos do sexo feminino. E isso é uma coisa grandiosa.
Seria uma distorção dessas naturezas humanas pensar que o único projeto de Deus nessas diferenças era o de fazer e cuidar de bebês. As diferenças são muitas e profundas demais para uma explicação tão superficial. Uma mulher é uma mulher na plenitude de sua humanidade. Um homem é um homem na plenitude de sua humanidade. Essa é um coisa grandiosa. Então, meu primeiro ponto é que Deus fez uma coisa grandiosa ao nos fazer seres masculinos e femininos em Sua imagem. Não deprecie isso. Deleite-se nisso. Glorie-se em estar vivo como o homem ou mulher que você é!
Ilustrando as nossas diferenças
Em segundo lugar, deixe-me criar uma ilustração para retratar algumas das diferenças entre a masculinidade e a feminilidade. Uma imagem pode valer mais que mil palavras — até mesmo a imagem de uma palavra. Suponha que entre jovens adultos no campus no centro da cidade, um rapaz e uma moça — digamos com seus 20 anos de idade — estão conversando entre si antes do culto de adoração. Ele gosta do que ouve e vê, e diz: “Você está sentando com alguém?” Eles sentam-se juntos. Eles observam como cada um interage com Deus durante o louvor.
Quando o culto se encerra, enquanto estão se retirando, ele diz: “Você tem algum plano para o almoço? Eu adoraria te levar para almoçar.” Nesse momento, ela pode indicar que não esta interessada: “Eu tenho sim alguns planos. Mas, obrigada.” Ou ela pode indicar o contrário: “Eu tenho planos, mas deixe-me fazer uma ligação. Eu acho que posso mudá-los. Eu adoraria ir.”
Nenhum deles tem um carro, por isso ele sugere que eles caminhem até o Maria’s Café, descendo a avenida Franklin, que fica cerca de 10 minutos da igreja. Conforme eles vão caminhando, ele descobre que ela é faixa preta em artes marciais, e que ela é uma das melhores do estado. Na Rua 19º dois homens bloqueiam o caminho deles de forma ameaçadora e dizem: “Que bela amiga você tem. Nós queremos a bolsa dela e a sua carteira. Na verdade, ela é tão bonita que nós queremos ela.” O seguinte pensamento passa pela cabeça dele: “Ela pode acabar com esses caras.” Mas, ao invés de ficar atrás dela, ele pega o braço dela, puxa ela para trás dele, e diz: “Se você vai tocá-la, será sobre o meu cadáver.”
Quando eles começam a agir, ele avança contra eles e diz para ela correr. Eles batem nele até que ele fique inconsciente, mas antes de saber o que os atingiu, ela os fez ficarem um de costas pro outro com seus dentes quebrados. E uma pequena multidão surgiu. A polícia e a ambulância aparecem e ela entra na ambulância com o jovem rapaz. Ela tem um único pensamento no caminho pro hospital: Este é o tipo de homem com quem eu quero me casar.
Não é sobre competência
O ponto principal dessa história é ilustrar que as diferenças mais profundas da masculinidade e da feminilidade não são competências superiores ou inferiores. Existem, na verdade, disposições ou inclinações mais profundas escritas no coração, embora muitas vezes distorcidas. Observe três coisas cruciais.
Primeiro, ele tomou a iniciativa e perguntou se poderia se sentar com ela e se ela gostaria de almoçar e sugeriu o lugar e como chegar lá. Ela viu claramente o que ele estava fazendo, e respondeu livremente de acordo com os desejos dela. Ela entrou na dança. Isso não diz nada sobre quem tem competências superiores em planejamento. Deus escreve no coração do homem o impulso da liderança. E a sabedoria para discernir-lo e apreciá-lo no coração de uma mulher.
Segundo, ele disse que queria levá-la para almoçar. Ele está pagando. Isso emite um sinal. “Eu acho que isso faz parte da minha responsabilidade. Neste pequeno drama da vida, eu dou a iniciativa, eu que pago.” Ela entende e aprova. Ela apoia a iniciativa e graciosamente aceita a oferta de que ele pagará para ela. Ela dá o próximo passo na coreografia. E isso não diz nada sobre quem é mais rico ou mais capaz de ganhar. Isso é o que o homem de Deus sente que deve fazer.
Terceiro, é irrelevante à alma masculina que uma mulher com quem ele esteja possua maiores competências sobre a auto-defesa. É o seu profundo impulso masculino, dado por Deus, de protegê-la. Não é uma questão de competência superior. É uma questão de masculinidade. Ela viu isso. Ela não se sente menosprezada por ele, mas honrada, e ela adorou.
No centro da madura masculinidade está o bom senso dado por Deus (disposição, inclinação) de que a responsabilidade primária (não responsabilidade exclusiva) encontra-se com ele quando se trata de liderança vinculada à iniciativa, a provisão, e a proteção. E no cerne da madura feminilidade está o bom senso dado por Deus (disposição, inclinação) que nada disso acarreta em sua inferioridade, mas vai ser uma coisa maravilhosa ver tais atributos atrelados em um homem, o que a levará a alegremente aceitar e receber esse tipo de liderança e provisão e proteção.
O testemunho bíblico
O que nos leva agora a Bíblia. Para aqueles que discordam dessa visão complementarista a provável crítica seria: Isso é tudo culturalmente determinado. Não é inato e não é vindo de Deus. Você está apenas refletindo a casa em qual você cresceu e os preconceitos de sua infância. É possível. Todos trazem pressupostos e preferências a esta questão. A questão é: Deus revela a Sua vontade sobre essas coisas em sua palavra?
Vamos olhar primeiro para um texto que trata do casamento e, em seguida, um lidando muito brevemente com a igreja. Em ambos os textos, homens humildes, amorosos, que se sacrificam e que se parecem com Cristo, devem tomar a responsabilidade primária sobre a liderança, sobre a provisão e sobre a proteção. E as mulheres são chamadas para acompanharem esses homens, apoiar a liderança, e avançar o Reino de Cristo com toda a amplitude de seus dons nos caminhos estabelecidos nas Escrituras.
O Casamento e o Lar
Em primeiro lugar, um texto sobre o casamento e o lar:
“As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido. Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito. Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja; porque somos membros do seu corpo. [Portanto, citando Gênesis 2:24] Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja. Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido.” - Efésios 5:22-33
Quatro Observações deste Texto
O casamento é uma dramatização do relacionamento de Cristo com Sua igreja. Versículo 32: “Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja.”
Neste drama, o papel do marido vem de Cristo e o da esposa vem da vontade de Deus para com a igreja. Verso 25: “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela.” Verso 22: “As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor.” 23 “Porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja.”
Portanto, a principal responsabilidade pela iniciativa e liderança no Lar deve vir do marido que está fazendo sua parte no papel de Cristo, O Cabeça. E está claro que isso não é sobre direitos a poder, mas sobre responsabilidade e sacrifício. Verso 25: “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela.” Sem abusos. Sem prepotência. Sem autoritarismo. Sem arrogância. Aqui está um homem cujo orgulho foi quebrado pela sua própria necessidade por um Salvador, e ele está disposto a suportar o fardo da liderança dado a ele pelo seu Mestre, não importa quão seja pesada a carga. Mulheres tementes a Deus observam isso e se alegram.
Essa liderança no Lar envolve o sentido de responsabilidade pela provisão do sustento e a proteção atenciosa. Verso 29: “Porque ninguém jamais odiou a própria carne (isto é, a sua esposa); antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja.” A palavra “alimenta” implica provisão do sustento. E a palavra “cuida” implica a proteção atenciosa. Isso é o que Cristo fez pela sua noiva. Isso é o que o homem temente a Deus sente ser sua principal responsabilidade para com sua esposa e família.
Então um complementarista conclui que liderança bíblica é o chamado divino do marido para tomar a responsabilidade primária de liderança baseada na servidão conforme foi a de Cristo, uma liderança que provê a proteção e a provisão no lar. E submissão bíblica é o chamado divino da mulher para honrar e confirmar a liderança do seu marido e apoiá-lo de acordo com os seus dons. “Alguém que o auxilie e lhe corresponda”, como diz em Gênesis 2:18.
Aplicação na Igreja
Nós não temos tempo para desenvolver argumentos de como isto se aplica à igreja. Portanto, eu apenas farei alguns comentários resumidos, para que então, vocês possam saber como nós, complementaristas, vemos isso. Em 1 Timóteo 2:12: “Não permito que a mulher ensine, nem que tenha autoridade sobre o homem.” No contexto, o versículo significa: A responsabilidade principal pelo governo e ensino na igreja deve ser realizada por homens espirituais. Essas são as duas funções que distinguem os líderes da igreja dos diáconos: Governo (1 Timóteo 5:17) e Ensino (1 Timóteo 3:2). Então, a aplicação mais clara dessa passagem é dizer que os líderes da igreja devem ser homens espirituais.
Em outras palavras, uma vez que a igreja é a família de Deus, as realidades de liderança e submissão que vimos no casamento (Eféios 5:22) tem seus correspondentes na igreja.
“Autoridade” (em 1 Timóteo 2:12) refere-se ao chamado divino de homens espirituais e talentosos para assumir a responsabilidade principal de líderes que possuem uma liderança baseada na servidão semelhante à de Cristo e também a responsabilidade pelo ensino na igreja.
E “submissão” refere-se ao chamado divino do restante da igreja, ambos homens e mulheres, para honrar e apoiar a liderança e o ensino dos líderes, e serem discipulados por eles nas centenas e centenas de ministérios disponíveis para os homens e mulheres no serviço de Cristo.
O último ponto é muito importante. Para os homens e mulheres que possuem um zelo para ministrar — para salvar almas e curar vidas destruídas, e resistir ao mal e suprir às necessidades — existem campos de oportunidade que são simplesmente infinitos. Deus deseja que toda a igreja participe do ministério, o homem e a mulher. Ninguém deve simplesmente ficar em casa assistindo novela e jogos de bola, enquanto o mundo é consumido por chamas.
Concluindo o chamado para os homens
Este é um apelo para que homens e mulheres percebam que é uma coisa grandiosa ser um homem criado à imagem de Deus, e é igualmente grandioso ser uma mulher criada à imagem de Deus. Mas, uma vez que o fardo da responsabilidade principal recais sobre os homens — permita-me principalmente desafiá-los:
Homens, vocês possuem uma visão moral para com sua família, um zelo pela casa do Senhor, um compromisso magnífico pelo o avanço do reino, um sonho articulado pela missão da igreja e um tenacidade compassiva de torná-lo real? Você não pode liderar uma mulher temente a Deus sem isso. Ela é um ser grandioso.
Existem centenas de tais homens na igreja nos dias de hoje. E muito mais são necessários. Quando o Senhor visita Sua igreja e cria um poderoso exército de homens profundamente espirituais, humildes, fortes, semelhantes a Cristo e comprometidos com a Palavra de Deus e a missão da igreja, o vasto exército de mulheres se regozijará com a liderança destes homens e entrará em uma alegre parceria. E isso será uma coisa grandiosa.
Fonte: DesiringGod
O velho namorado fala de namoro
Você conhece aquela do cachorro que corria atrás de carros e que, um dia, conseguindo pegar um, não sabia o que fazer com ele? A coisa do namoro vai por aí. Há quem realmente deseje “encontrar um amor” e nesse sentido, o namoro é um processo de conhecimento mútuo dos enamorados. A Bíblia não menciona a palavra “namoro” no sentido de oficialização de um pacto, mas descreve a ideia de atração e compromisso afetuoso entre um homem e uma mulher, como no caso de Jacó e Raquel (“Assim, por amor a Raquel, serviu Jacó sete anos; e estes lhe pareceram como poucos dias, pelo muito que a amava” – Gênesis 29.20). No entanto, há quem queira namorar – uma ânsia de afeto, de proximidade bem natural –, mas não sabe com quem. De fato, esse tipo de pessoa quer namorar o “namoro”, isto é, sentir o gelo na espinha, a borboleta no estômago, ou ter com o que desfilar por aí, ou, ainda, achar oportunidade para “umas carnalidades” consentidas. Nisso é que dá correr atrás de namoro sem saber o que fazer com ele. Nesse caso, o alvo de namorar vem primeiro, como um culto a um ídolo desconhecido, que depois leva a cara das pessoas que “cabem” no andor.
Aí é que se adéqua minha versão do ditado: devagar com o santo que o andor é de barro. Primeiro deveria vir o encontro de pessoas, depois o desejo de namorar. Mas como o nosso coração prefere mais sentir ânsias de paixão a viver anseios de amor, a gente acaba pondo o andor do namoro no lugar do santo. Tal como tem de existir água antes que haja o desejo de nadar, assim também deveria haver alguém que despertasse o desejo de “namorar”. Como consequência dessa inversão, ocorre um tríplice engano. Primeiro quem põe à frente o alvo de namorar antes conhecer a pessoa objeto do encontro, tem de criar uma imagem dela, até mesmo para que a possa reconhecer, acaba criando a cara do santo à sua própria semelhança e torna o encontro que deveria ser gracioso em uma transação egoísta. Segundo, para que possa vir antes do encontro, o namoro (que deveria ser um termo descritivo da arte desse encontro especial) vira substantivo, quer dizer, torna-se um termo designativo de uma instituição, como pequeno noivado ou casamento. Terceiro, nessa condição, o namoro é assumido como um ídolo com poderes para satisfazer as necessidades dos pares e, consequentemente, torna-se um encontro por necessidade e não por expressão de amor. Em vez de ser um encontro que promova o bem do outro, vira um encontro para derivação de “benefício” próprio (“Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros” – Filipenses 2.4-5).
O namoro cristão – no sentido de um período de atração e de conhecimento mútuo entre um homem e uma mulher com vistas a um compromisso de amor – é uma relação entre irmãos com o propósito de agradar a Deus por meio do conhecimento da vontade de Deus caracterizado pela devida santidade. Paulo, instruindo os tessalonicenses sobre essa matéria, diz: “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição; que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra” (ver 1Ts 4.3-4; ver vv 1-9). A palavra “possuir” (gr., ktaomai) tem o sentido de “adquirir”, “obter uma esposa”, e a expressão “próprio corpo” (gr., skeuos, vaso) tem o sentido de “implemento”, que lembra o texto de Efésios 5.31: “Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne”. Nessa linha de pensamento, Paulo realça que o empenho de buscar o “par de vaso” implica em um relacionamento entre irmãos. Assim, namoro deveria ser um relacionamento entre irmãos com vistas a uma união íntima. Essa união íntima exige o conhecimento de Deus em santidade de vida e o conhecimento mútuo dos envolvidos com base no conhecimento da vontade de Deus e no exercício da pureza do amor.
Do jeito que as coisas estão, hoje, o namoro dispensa o conhecimento da vontade de Deus e opta pela busca experimental do “par de vaso” por meio de uma intimidade exacerbada e não própria de irmãos. A jovem ou o jovem “namora” um, depois outro, e outro, até se esgotarem as possibilidades na igreja ou ao redor. Um dia, aparece uma cara nova e, no dia seguinte, os namorados dão-se e exigem todos os direitos de uma falsa intimidade – em nome do amor! Falsa, digo, porque não há intimidade sem conhecimento. Na verdade, toda intimidade sem conhecimento é abuso e violência. Não é fato que todos somos pudicos por natureza? Somos protetores de nossa intimidade assim como jogadores de futebol que, na barreira para um chute a gol, protegem “a cara”? Não é apenas que a menina e o menino foram socialmente condicionados a proteger a intimidade talvez por causa de expressões como: “Só a mamãe pode lavar aí até que você aprenda a se lavar” ou “Tira a mão daí, menino; tá com coceira?” Sobretudo, isso é porque Deus disse que as partes mais honradas foram estrategicamente protegidas por fortes partes do corpo (ver 1Coríntios 12.22-14). É verdadeiro também que as meninas crescem dotadas de um senso de sua missão de mulher, tanto como ninho da humanidade quanto de espelho da glória de Deus, refletindo ao homem a dependência que essa humanidade tem em relação à providência de Deus. E os meninos, da mesma forma, crescem dotados de um senso de sua missão masculina de refletir a glória de Deus tanto na proteção do ninho quando na honra a Deus, refletindo a imagem de Deus na vida da mulher. Tudo isso, como Paulo disse, com um propósito maior: “Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne” (Efésios 5.31).
Agora, um dia, vem o completo desconhecido, cheio de beiço e com quatro mãos, murmurando amores e gabando-se de virtudes protetoras, tais como: “Deixa comigo” e “Confia em mim”, e a mocinha tímida ou atrevida, sedenta de experiências de alguma forma de amor – e, no dia seguinte, são os mais íntimos da vida. Nem pai nem mãe nem irmãos sabem mais ou querem mais. Contudo, ocorre que, uma vez que, sem conhecimento e compromisso, intimidade é abuso e violência, os namorados enfrentam um dilema: amar a Deus e ao próximo ou negar o amor a Deus e “fazer” amor com o próximo? Isso é assim porque a intimidade antes de o compromisso com Deus ser selado no compromisso com o “par de vaso” é, de fato, defraude, como disse Paulo: “e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão” (1Ts 4.6).
Poderá ser que ela pense: “Se eu não ceder, perco a oportunidade” ou “o corpo é meu, faço o que quero”. E poderá ser que ele pense: “Se eu não aproveitar, outro aproveita” ou “Se eu não for afoito o que é que vão (ou ela vai) dizer de mim?” O fato é que, ele e ela estarão se rebaixando e rebaixando um ao outro, de um grau de dignidade que Deus deu a todos os homens como parte da graça comum, pois todos temos consciência do bem e mal (ver Romanos 2, esp. vv 14-21).
Seja um namoro consequente ou inconsequente, os resultados virão. No caso de um namoro inconsequente (como a saída do moço arguido pelo pai da moça, se estava namorando a filha pra casar ou pra que é, respondeu: “Pra que é”), lembre-se de que os namorados sempre preparam o marido ou a esposa de outro irmão ou irmã em Cristo, e o defraude, guardando culpa e medo, diminuirá as possibilidades de futuros relacionamentos bem sucedidos. No caso de um namoro que acabe em casamento, o defraude gerará culpa e ciúme. A qualquer hora ele se perguntará se o chefe, colega ou amigo da esposa terá mais “lábia” do que ele; ou ela se perguntará se a secretária, amiga ou o que for do marido será mais atraente do que ela. Certamente, para os consequentes, haverá sempre a esperança firme de redenção por meio do arrependimento e da confissão, em Cristo Jesus. Para os inconsequentes, ainda que prevaleça a redenção, a restauração será sempre mais difícil e dolorosa.
O namoro, em moldes bíblicos, portanto, é oportunidade para uma amizade fraterna que visa o conhecimento de Deus e propicia o conhecimento próprio e o conhecimento mútuo. Isso implica a orientação da Palavra de Deus:
Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo; pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado. Porque nos temos tornado participantes de Cristo, se, de fato, guardarmos firme, até ao fim, a confiança que, desde o princípio, tivemos (Hebreus 3:12-14).
Uma boa regra para o namoro será: lembre-se de que o beijo cala a boca. Por isso, fale, converse, instrua, aconselhe. Permita que o conhecimento em Cristo seja a intimidade que oriente a maravilha do caminho “do homem com a donzela” (Provérbios 30.19). Conheça a história do coração (memórias) do irmão ou irmã, mas conheça com discernimento, lembrando coisas que transmitam graça, não murmuração, amarguras, maledicências, impurezas e impudicícias. Dignifique o irmão ou irmã com a dignidade de servos de Cristo.
Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração. E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai (Colossenses 3.16-17).
Bom namoro!
Wadislau Martins Gomes
Se não escaparmos do pecado, não escaparemos do choro
Se quisermos chorar menos, temos de pecar menos. Existe uma relação entre choro e pecado. Seja pecado próprio, seja pecado dos outros. Seja pecado recente, seja pecado remoto. Naturalmente, o pecado de grande vulto provoca muito mais lágrimas que o pecado de menos gravidade. Mas, se não escaparmos do pecado, não escaparemos das lágrimas.
Em suas memórias, ao saber em primeira mão que a cidade de seus antepassados ainda estava em ruínas, Neemias escreve: “Quando ouvi isso, eu me sentei e chorei. Durante alguns dias, eu fiquei chorando e não comi nada” (Ne 1.4). No ano 586 antes de Cristo, o exército de Nabucodonozor, rei da Babilônia, entrou em Jerusalém e incendiou o Templo de Salomão, o palácio do rei e as casas das pessoas mais importantes da cidade, além de derrubar suas muralhas e levar para fora do país boa parte de sua população (Jr 52.12-34). Essa tragédia sem igual aconteceu por causa do pecado dos reis e do povo de Israel, como os profetas anunciaram repetidas vezes e com bastante antecedência.
Personagens importantes choraram amargamente depois de terem pecado contra Deus. O que aconteceu com Pedro quando o galo cantou na casa de Caifás? Marcos conta: “Então Pedro caiu em si e começou a chorar” (14.72). Os dois outros Evangelhos Sinóticos são mais enfáticos: “Então Pedro saiu dali e chorou amargamente” (Mt 26.75; Lc 22.62).
O advérbio “amargamente”, relacionado com o sofrimento causado pelo pecado, aparece pelo menos mais uma vez na Bíblia. Na época dos juízes, todas as tribos de Israel choraram amargamente na presença de Deus (Jz 21.2). E não era para menos, pois o povo cometeu uma longa série de erros para corrigir o brutal abuso contra uma mulher em trânsito pela cidade benjamita de Gibeá, a ponto de deixá-la morta em frente à porta da casa onde ela havia se hospedado. O pecado dos rapazes que cometeram a violência sexual acabou provocando uma guerra civil que matou 65 mil soldados e a população masculina de Gibeá (Jz 19.1--20.48). Depois de tal pecado, o que se poderia fazer, senão chorar amargamente?
Chora-se imediatamente após o pecado ou algum tempo depois por causa do peso da mão do Senhor sobre a cabeça do pecador, por causa do remorso, por causa do arrependimento, por causa das consequências naturais, por causa da vergonha do pecado cometido diante da família, da igreja e da sociedade, por causa do castigo infligido em vida pelos homens e por Deus.
Quanto mais vincularmos o pecado ao choro, melhor será para o gênero humano. É um benefício que se presta ao pecador. É uma prova de amor que se lhe dá. É uma pregação do evangelho. Porque, além de todos os choros que acontecem dentro do tempo, há outro choro, do outro lado da vida terrena. Um choro diferente, que não passa, não acaba, não termina. É o choro eterno, provocado pelo pecado não assumido, não confessado, não colocado nos ombros do “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, não perdoado, não redimido. É impressionante o fato de Jesus se referir seis vezes a esse choro em seus discursos e parábolas (Mt 8.12; 13.42, 50; 22.13; 24.51; 25.30). Em todos esses versículos, Jesus declara que na eternidade os não salvos serão jogados fora, na escuridão, na fornalha de fogo, “onde vão chorar e ranger os dentes de desespero”!
Se em nossa presente caminhada quisermos chorar menos, temos de pecar menos. Mas, se o pecador não redimido não quiser chorar para sempre na eternidade, que ele seja humilde hoje e aceite o evangelho!
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