2015/06/12

Por que você parou de correr?




Depois de quarenta anos caminhando pelo deserto, o povo de Israel chegou defronte à terra prometida. Só faltava atravessar o rio Jordão, cujas águas haviam coberto as margens. O Deus que, no início da jornada, havia aberto o mar Vermelho fez outro milagre. Quando os sacerdotes chegaram ao Jordão e puseram os pés dentro d’água, “ela parou de correr e ficou amontoada na parte de cima do rio até a cidade de Adã” (Js 3.16).

Referindo-se a este fato histórico, o poeta personaliza o mar e o rio e lhes pergunta: “O que aconteceu, ó mar, para que você fugisse assim? E, você, rio Jordão, por que parou de correr?” (Sl 114.5).

Esta segunda pergunta tem um paralelo na carta de Paulo aos Gálatas: “Vocês estavam correndo muito bem! Quem os convenceu a se desviar do caminho da obediência?” (Gl 5.7).

Em vez de usar palavras duras com as ovelhas que não voltam ao aprisco, poderíamos apenas perguntar ternamente: “E você, fulano de tal, por que parou de correr?”. É como se Paulo falasse com Demas: “E você, Demas, por que me abandonou e se apaixonou por este mundo?” (2Tm 4.10). É como se Jesus falasse com a igreja de Éfeso: “E vocês, irmãos de Éfeso, por que não me amam, como antes?” (Ap 2.4).

Não são poucos os que corriam e agora não correm mais. Essas pessoas não são necessariamente cínicas. O que acontece com elas é o que aconteceu com Davi. Quando se desprendeu do rebanho, o salmista não era um estranho na casa de Deus. Ele conhecia os mandamentos. Ele tocava harpa e dançava diante do Senhor. Ele regia a banda e o coro. Ele apenas fraquejou, deu-se ao luxo de ter uma aventura qualquer lá fora. Mas o profeta Natã lhe perguntou: “E você, Davi, por que parou de correr?”.

Se eu parar de correr – Deus me livre! –, alguém precisa me perguntar: “E você, rapaz, por que parou de correr?”. No caso de Davi, a pergunta deu certo. Pouco depois dela, o salmista teve saudade das verdes pastagens e das águas tranquilas, da vara e do cajado do Pastor, da mesa farta e do cálice transbordante, da unção com óleo, da bondade e da fidelidade diárias do Senhor. Então clamou ao Senhor em uma das mais ternas de suas orações: “Andei vagando como uma ovelha perdida; vem em busca do teu servo, pois não me esqueci dos teus mandamentos!” (Sl 119. 176).
Ultimato

2015/06/10

É MARCHA, MAS NÃO É PARA JESUS.


Eu fico a me perguntar, a quem interessa essa tal marcha para Jesus? Em meu entendimento, para Jesus ela não serve de nada. O Deus Todo Poderoso lá precisa de que façamos marcha para Ele e gritemos a plenos pulmões slogans ufanistas? Que contribuição social, espiritual, ou de qualquer outra monta essa tal marcha produz?


Todo movimento populista deve ser analisado com microscópio. Todo governo que faz discurso populista (vide o que impera no Brasil), é tão eficaz como Jean Eugene Robert-Houdin o pai do ilusionismo. A multidão não tem razão e nem coração e quando tem que optar entre um e outro tende sempre a ser mais coração. Todo indivíduo cede sua personalidade para a personalidade da multidão. Ele se torna vulnerável plural e é capaz de enormes loucuras, juras de fidelidade, de amor eterno.


Jesus evitou as multidões. E quando não foi possível evitá-la Ele viveu a experiência de seu acolhimento em Jerusalém quando o aclamaram "Hosana ao filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas!" (Mateus 21.9), mas poucos dias depois a multidão, instigada pelas autoridades religiosas de Jerusalém preferiu Barrabás à Jesus e quando foi questionada sobre o que deveria ser feito com Jesus, vociferou: "Seja crucificado!" (Mateus 27. 23b) ou pior: "Caia sobre nós o seu sangue e sobre nossos filhos" (Mateus 27.25).


Essa tal marcha para Jesus é realizada há 22 anos. Muito bem! Eu questiono: Onde estão os seus benefícios práticos? O quanto esse país é mesmo de Jesus? O quanto Deus é Senhor dessa nação? A resposta é óbvia. Olhemos os políticos que temos e que, muitos deles, participam dessa tal marcha. Não generalizo, mas os números e as notícias estão aí para provar que a melhor marcha de que os políticos brasileiros evangélicos poderiam promover era dar um testemunho vivo e eficaz a respeito de Jesus sendo exemplo de ética onde atuam.


A melhor e mais eficaz marcha que poderíamos realizar era resgatarmos a Escola Bíblica Dominical. A avenida da marcha para Jesus estava cheia de gente que não conhece a Bíblia porque a Igreja se esqueceu de que a Educação Cristã é de absoluta importância. A maioria dos nossos jovens que entram nas universidades abandonam a fé e a Igreja seduzidos pelo evolucionismo e filosofias existencialistas. A grande e massacrante maioria dos cristãos não lê e nem medita nas Escrituras Sagradas. Eles gostam de "shows gospel" e nessa marcha os tais artistas aparecem. Sem Bíblia na mão e no coração, o negócio mesmo "é ir para a avenida".


A multidão que rodeou Jericó não falou e nem fez nada durante seis dias, mas no sétimo dia eles fizeram o que Deus ordenou, o que aparentemente parecia algo que não resultaria em nada de positivo, mas de fato as muralhas foram abaixo.


Na Bíblia encontramos em I Samuel 4.5-11 o seguinte: "Assim que a Arca da Aliança do Senhor chegou ao acampamento, todo Israel começou a gritar tão alto, que o chão ao redor estremeceu. Os filisteus ouviram aquele brado extraordinário e exclamaram: 'Que significa esse forte grito no acampamento dos hebreus?' Quando foram avisados de que a Arca da Aliança do Senhor havia chegado ao acampamento dos hebreus, grande temor tomou conta dos filisteus e comentavam entre si: 'Deus veio ao acampamento dos hebreus! Ai de nós! Nunca aconteceu algo assim!. Ai de nós! Quem poderá nos salvar destes poderosos deuses? São os mesmos deuses que feriram os egípcios com toda espécie de pragas no deserto'. E concluíram: ' Sede fortes, ó filisteu, e sede homem corajosos, a fim de que não vos torneis escravos dos hebreus, como eles foram vossos escravos no passado. Sede homens e lutai bravamente!". E assim, os filisteus partiram para a luta e Israel acabou sendo vencido; cada israelita teve que fugir correndo para a sua tenda. O massacre doi enorme e horrível: Israel perdeu trinta mil soldados a pé. Então os filisteus se apossaram sa Arva de Deusm Hofni e Finéis, os filhos de Eli, foram mortos".


Nestes dois casos, vemos a diferença entre ser usado por Deus e usar a Deus. Israel foi usado por Deus e derrotou a inexpugnável fortaleza Jericó, mas ao tentar usar a Deus foi fragorosamente derrotado pelos filisteus.


Precisamos de multidões nas Escolas Dominicais, nos Cultos de Verdadeira e Espiritual Adoração, nos Estudos Bíblicos no meio da semana. Precisamos exercitar comunhão (Koinonia Verdadeira). Precisamos de mais Igrejas com menos número de membros para que eles possam interagir e se servir um do outro e o Pastor possa conhecer sua ovelha mais intimamente, e não de Igrejas Populosas onde entramos para pagar nossos votos, ouvir boa música, um bonito dircurso (seria Sermão Bíblico?), onde se busca entretenimento e não entendimento, solução para os problemas e não sabedoria bíblica para conviver com os problemas ou mesmo evitá-los. O número de gente que quer Igreja numerosa (da hora) só perde para o número de desigrejados, mas pode acreditar que tanto um quanto o outro não contribuem em absolutamente nada para a transformação da sociedade.


Temos que marchar para Jesus todo dia; no relacionamento conjugal, no relacionamento pais e filhos e filhos e pais, no nosso testemunho cristão no ambiente de trabalho, onde praticamos esporte ou fazemos nossos exercícios (academias), diante dos nossos vizinhos, parentes não crentes, nos negócios que fazemos. Se marcharmos para Jesus desse jeito, não precisaremos de agrupamentos seduzidos pelo açúcar da emocionalidade.


Marcha para Jesus? Não. Absolutamente, não! Não, definitivamente, não. E eu sei que haverá uma multidão que, se ler esse meu escrito vai gritar pensando em mim. - Crucifica-o, crucifica-o. 

Mauro Sergio

2015/06/09

PASTORES, PAREM O CONSUMISMO.



Usei o texto do Flávio Gikovate, “O CONSUMISMO DA ELITE É DESESPERO", para pensar no consumismo de nossas elites evangélicas.

"...
 "O consumismo é muito mais fonte de infelicidade do que de felicidade. O prazer trazido é efêmero, uma bolha de sabão – e em seguida vem outro desejo. Ele gera vaidade, inveja, uma série de emoções que estão longe de qualquer tipo de felicidade. E tudo vira comparação".
...
"Em países de Terceiro Mundo – e, intelectualmente, aqui é quase Quarto Mundo –, a elite só piorou nesse tempo. É uma elite medíocre, ignorante, esnobe. Na Europa e nos EUA, o exibicionismo da riqueza é muito menor.

 Na Europa, as pessoas consomem qualidade, não quantidade. Elas têm uma bolsa cara, mas não mil bolsas, para fazer disputa. Aqui há um comportamento subdesenvolvido e medíocre. E totalmente competitivo. As festas de casamento e de 15 anos são patéticas. A próxima festa tem de ser maior. Isso é sem fim.

 É sofrimento, é infelicidade. A quantidade e o volume com que as pessoas correm atrás dessas coisas é desespero."
Temos vivido dias realmente difíceis. Há uma exibição disfarçada entre homens e mulheres por mostrar que estão bem.

E mostram isso através de roupas exuberantes, vistosas, caras. Sapatos, bolsas, mil acessórios. Homens com camisa cujo preço de uma sustentaria uma família, mulheres com bolsas que o valor daria para sustentar 3 famílias ou mais".

Para onde estamos indo?
O que buscamos?
Li o artigo do Flávio Gikovate há alguns dias e fiquei pensando no que ele disse sobre o desespero da elite (grande elite!) e na conexão entre boas relações e diminuição no consumismo.

Isso me confirma o que vejo nas ruas, no consultório, nas igrejas, simplesmente observando as pessoas, homens, mulheres, adolescentes e até crianças. Eles estão super conectados em seus aparelhos e com péssimas relações interpessoais.

 Pessoas sem amigos verdadeiros, mal educadas, atrevidas, altivas, distantes de todos. Pessoas que se sentem perseguidas, sozinhas, sem que percebam que elas mesmas se isolam.
Fazer o que? Como compensar esta dor? Oras, vamos comprar. Comprar dá uma sensação de poder, e dá a falsa impressão de que você está sozinho porque está sentado num lugar muito alto e não porque você é esnobe.

O Apóstolo Paulo tremeria na base se entrasse em alguns lugares "santos" em nossos dias. Quando Paulo escreveu a Timóteo dizendo "Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes", ele falava a um jovem no ministério. Paulo, vem ver hoje, vem! Vem dar uma olhada em nossas igrejas, vem!

Já não há simplicidade nas igrejas, claro, pense numa pirâmide, eu estou falando da pontinha lá de cima. É um verdadeiro festival de moda, caras, bocas, maquiagem, postura altiva, distanciamento do povo.
Como se o povo contaminasse. E contamina mesmo. Contamina com seus carrapichos, com suas dores, com seus ais. Mas não é para isso mesmo que nós existimos? Para carregarmos as dores uns dos outros?

Lendo Provérbios no final de janeiro, encontrei esta pérola, uma oração feita pelo sábio Agur:
Eu te peço ó Deus, que me dês duas coisas antes de morrer: Não me deixes aparentar aquilo que não sou, e não me deixes ficar nem rico nem pobre. Dá-me somente o sustento que preciso para viver. Porque, se eu tiver mais do que é necessário, poderei dizer que não preciso de ti. E, se eu ficar pobre, poderei roubar e assim envergonharei o teu nome, ó meu Deus. (30:7-9)

É tempo de voltarmos a uma vida simples, sem ostentação. Uma vida em que a maneira como nós falamos, nos vestimos, tratamos as pessoas, olhamos para elas, não as ofenda por causa da altivez que está em nós.

É tempo de visitarmos os que sofrem, chorarmos com os enlutados, fazermos festa a quem deseja tanto alguma coisa e não tem, ao invés de contribuirmos para, tornar-se verdade a frase que diz que dinheiro chama dinheiro. Precisamos sair da casa dos ricos, porque eles sempre nos dão alguma coisa, e visitarmos os pobres, de quem jamais receberemos coisa alguma.

É tempo de fazermos as festinhas dos invisíveis, e não daqueles que podem fazer festas maravilhosas que são citadas nas revistas.

É tempo de pegarmos no colo aquelas ovelhas ardidas, fedidas, feridas, em quem teremos que usar os nossos cremes importados para serem limpas, ao invés de  cuidarmos somente daquelas que nos trarão novos cremes do exterior.

É tempo de darmos lugares de honra àqueles que diante de Deus são exatamente iguais a nós, mas para os homens eles são pequeninos, e não para àqueles que diante dos homens são mais, são grandes, são ricos, são empregadores, são investidores, são presenteadores. É tempo de dar para quem só pode receber.

Tanto um como o outro precisam e merecem nosso cuidado, mas o que tem acontecido é que aquele que muito tem, recebe mais atenção e cuidado. Isso é pecado.

Outra pérola do Gikovate é que “boas relações = menos consumismo”. E eu fiquei pensando que nossa elite evangélica precisa de boas relações para assim conseguir diminuir o gasto fútil e supérfluo, na horizontal e na vertical. 

Precisamos nos dar bem com os homens (horizontal), a quem servimos, sim, somos servos, e ter um excelente relacionamento na vertical com o Pai, o Deus criador, aquele que preferiu nascer numa casa simples do que em um palácio, aquele que sempre andou a pé e quando usou um jumentinho foi pra anunciar que seu tempo estava chegando. 

Aquele que usou uma coroa, mas era de espinhos, e que foi cuspido, mal tratado, difamado, chutado e não abriu a sua boca.
Para que tanto? Para compensar o que?

A igreja clama por pastores que saiam das quatro paredes, não das igrejas apenas, mas de seus belos carros, de suas poderosas mansões de seus caros aviões, e ande entre o povo. É tempo.

Sandra Botelho.

Doutrinas Autoritárias

Doutrinas Autoritárias


Tem se tornado comum os ditadores religiosos chamarem de rebeldes os que escapam de seu sistema de controle, apesar de a Bíblia definir a rebeldia como o ato de desobediência aos mandamentos de Deus.

 Isso não passa dum meio de manipulação no sentido de pressionar as pessoas, e não deve ser levado em conta, pois na Escritura, Deus chama de rebeldes exclusivamente àqueles que desobedecem aos preceitos éticos divinais.

Se uma pessoa decide deixar uma organização religiosa, não estando em falta à vista de algo mal feito que paire contra si, ou em virtude de algum descumprimento de seus compromissos, então, onde está a rebeldia? O termo “rebelde” vem se aplicando ultimamente a pessoas que tem se negado a se tornarem cúmplices de manipulações doutrinais e de atos ilícitos de líderes autoritários.

É surpreendente que os ministros e seitas que estão fora de autoridade espiritual, tenham o cinismo de chamar rebeldes àqueles que, tendo se cingido das Escrituras, os questionam, pedindo reformas de práticas autoritárias, se negando a participar em ilicitudes e os denunciando.

 Dito de outro modo, há sistemas religiosos que estão em rebeldia, e chamam de rebeldes àqueles que atuam em consonância com a autoridade dos ensinamentos de Jesus. Incrível!

Ironicamente, o próprio Novo Testamento é quem qualifica de rebeldes àqueles ministros e grupos religiosos que, com suas inumeráveis fraudes, imoralidades e desobediência ao Evangelho de Cristo, condenam inocentes taxando-os de “rebeldes”.

Jamais deveríamos temer tais acusações de “rebeldia” provindas de ministros que vivem de forma imoral ou desonesta ou que se afastam dos ensinamentos de Cristo. Eles não têm nenhuma autoridade divina.

O mito de que não se devem questionar os ungidos.

Um dos ensinamentos favoritos para infundir medo e manter cativas as consciências das pessoas, afastando-as da utilização da sua razão, está baseado neste texto do Antigo Testamento: “... não toqueis os meus ungidos...” (Salmo 105:15)

Com esta passagem os líderes autoritários pretendem, em primeiro lugar, eles próprios se estabelecerem como os tais ungidos. Em segundo lugar, ensinam que ninguém em sua congregação pode questionar com base nas Escrituras o ministro, nem assinalar que são más determinadas práticas ou doutrinas, tampouco dizer que esteja em pecado, ainda que seja comprovável e que esteja prejudicando alguém! Pois, isso seria “tocar no ungido” e segundo dizem, “se lhes acarretará o castigo de Deus sobre sua vida”.

Desta maneira eles podem ensinar o que querem, e assim também se conduzirem como melhor se lhes apetecerem, sem temer a obrigação de responderem diante de alguém por qualquer coisa que façam.

Esta doutrina de “sujeição à autoridade” não somente é falsa, como também é contrária aos ensinamentos de Jesus, pois o Novo Testamento ensina que se o “nosso próximo” cai em pecado ou ensina algum erro, temos a obrigação de exortá-lo: “ Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão” (Mateus 18:15)

O Novo Testamento ensina que se o nosso próximo está em pecado, temos o dever e o compromisso de confrontar sua falta. O negar-se a fazer isso que é pecado. É falta de amor.

O mito de que não se deve questionar aos autodenominados ungidos é falso, pois contradiz estes claros mandamentos do Novo Testamento.

A interpretação correta do texto: “"Não toqueis, disse, nos meus ungidos”. O que realmente significa a passagem de Salmos 105:15?
Em primeiro lugar se refere, no contexto, a Abraão e à sua descendência em sua etapa inicial como “os ungidos”, não a um líder em particular. Nesse caso uma aplicação moderna da passagem seria que não se deve tocar em qualquer membro do povo de Deus.

Mas o que significa “tocar”? Bem, a passagem foi dada para que as poderosas nações vizinhas do povo hebreu, até então um pequeno grupo de nômades, não o saqueasse, o matasse ou o roubasse, enquanto seguia em suas peregrinações.
 “Tocar” significava, no contexto, não prejudicar fisicamente a Abraão e a família. Isso é tudo o que diz a passagem, e se nos damos conta, isso não tem nada a ver com a proibição de confrontar, repreender, denunciar, questionar ou afastar-se de um líder religioso que se delinqüe ou que torce os ensinamentos de Cristo.

Se como os líderes autoritários nos dizem, “tocar” num ungido é questionar um ministro e isso está proibido, então com que razão Paulo questionou e repreendeu a Pedro e logo depois registrou o fato em uma carta como exemplo aos cristãos da Galácia? (Gálatas 2:11-16)

Aprendamos isso: A Bíblia nos permite tanto questionar os ministros, como também confrontá-los, quando vemos que há um sério erro doutrinário ou da práxis ética em suas vidas. Isso está claramente estabelecido na Palavra de Deus:
- “Este testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os severamente para que sejam sãos na fé” (Tito1:13).

- “Que pregues a palavra; que instes a tempo e fora de tempo; redarguas, repreende, exorta com toda paciência e doutrina” (2 Timóteo 4:2-3)
- “Como te roguei, quando parti para a Macedônia, que ficásseis em Éfeso para advertires a alguns, que não ensinassem outra doutrina” (1 Timóteo 1:3)

De fato, não somente temos o direito de questioná-los. Temos também o direito de abandoná-los e sair de sua esfera de influência caso se recusem a corrigir a sua conduta imoral ou ensinamentos torcidos.

Leiamos o que Cristo ensina a respeito:

- “Deixe-os; são condutores cegos; ora se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova” (Mateus 15:14).

- “Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão; mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada. E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano” (Mateus 18:15-17).

Diante de tudo o que foi exposto, podemos constatar que os grupos autoritários manipulam as Escrituras para evitar prestar contas de seus atos aos fiéis.

Recebi este texto, via e-mail, sem a indicação da autoria.

Ou você tem um bom caráter, ou não!



ABRAÃO E LÓ
Dois tipos de caráter, heranças diferentes.

Abraão era rico, mas Ló também era muito rico.
Gênesis 13.5-6 "E também Ló, que ia com Abraão, tinha rebanhos, gado e tendas. Ora, a terra não podia sustentá-los, para eles habitarem juntos; porque os seus bens eram muitos; de modo que não podiam habitar juntos".

Mas, apesar de Ló ser um homem rico, ele demonstrou uma ambição sem medida e fez escolhas baseadas na sua maneira de pensar.

"Pelo que houve contenda entre os pastores do gado de Abraão, e os pastores do gado de Ló. E nesse tempo os cananeus e os perizeus habitavam na terra. Disse, pois, Abraão a Ló: Ora, não haja contenda entre mim e ti, e entre os meus pastores e os teus pastores, porque somos irmãos. Porventura não está toda a terra diante de ti? Rogo-te que te apartes de mim. Se tu escolheres a esquerda, irei para a direita; e se a direita escolheres, irei eu para a esquerda. Então Ló levantou os olhos, e viu toda a planície do Jordão, que era toda bem regada (antes de haver o Senhor destruído Sodoma e Gomorra), e era como o jardim do Senhor, como a terra do Egito, até chegar a Zoar. E Ló escolheu para si toda a planície do Jordão, e partiu para o oriente; assim se apartaram um do outro. Habitou Abraão na terra de Canaã, e Ló habitou nas cidades da planície, e foi armando as suas tendas até chegar a Sodoma. Ora, os homens de Sodoma eram maus e grandes pecadores". 
Gênesis 13.7-13

Ló cobiçou o que aos seus próprios olhos era melhor, mais bonito, mais perto da civilização. A ambição é pecado sério.
A Palavra de Deus nos fala em Êxodo 20.17, "Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo".

A Bíblia nos fala claramente que devemos nos acomodar às coisas humildes 
àRomanos 12.16 "...não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes..."
Em se tratando de homens de DEUS, pessoas sobre quem está o IDE  do Pai, os perigos são maiores, pois em Marcos 4:19 vemos que a atração pelo poder, por ser mais, ser maior, sufocam a Palavra e ela não frutifica. Ou seja, a pregação é morta.
Marcos 4.19 "Mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e a cobiça doutras coisas, entrando, sufocam a palavra e ela fica infrutífera".

Ló foi demasiadamente egoísta. Ele não pensou em Abraão, não pensou que aquela benção estava sobre a vida de Abraão, seu tio, ele só pensei em si, no seu ego.
Os egoístas buscam coisas para si, sem levarem em conta o que DEUS quer para eles. O egoísta ama primeiro a si, depois a si, e no final a si, de novo.

Mas Ló era mundano de coração e não era servo. Um cristão de coração mundano vive de aparências, corre atrás de fantasias, de coisas que só existem em sua cabeça. O coração mundano não tem nada a ver com ir a baladas, beber, e fazer outras coisas que são publica e declaradamente consideradas erradas. O mundanismo pode estar bem escondido em seus sonhos, seus desejos, sua ira, sua vingança, sua busca determinada por algo que ele tem que ter.
Ló foi para os lados de Sodoma e Gomorra, porque lá era mais verde, mais bonito, deixou –se levar pela facilidade aparente.
Sua escolha foi feita por ambição e egoísmo, Ló era um homem comprometido com o mundo e com seu reinado pessoal.

Mas Abraão sabia a quem servia. Ele tinha comunhão com o seu DEUS, e ouvia a Sua voz.
Ele sabia que sobre a sua vida havia uma promessa dada em Gênesis 12.7, "Apareceu, porém, o Senhor a Abraão, e disse: À tua semente darei esta terra. Abraão, pois, edificou ali um altar ao Senhor, que lhe aparecera".

Quando Ló se comporta de forma inescrupulosa e escolhe a melhor parte, roubando de Abraão este privilégio, o seu tio Abraão fica quieto, não briga pelo local, não faz nada, apenas toma posse daquilo que sobrou.
Quando estamos debaixo da promessa de DEUS, debaixo de sua proteção e de sua força, podemos ter o pior, o mais feio, o mais pobre, o mais esquecido, humilde, simples, abandonado, nada disso importa, pois com certeza teremos a presença do Rei dos reis.

Imagino que Abraão deve ter ficado muito chateado, afinal de contas, Ló não tinha nenhuma promessa sobre si, ele estava se escorando nas promessas que estavam sobre a vida de Abraão. Mas para Abraão isso não é problema, não há risco em perder, pois ele conhecia o DEUS que havia lhe dado a promessa.
Abraão, pai de uma multidão. Essa é a promessa de DEUS para sua vida. Espere no Senhor, somente Ele pode lhe dar um final muito mais precioso do que o seu começo.
Leia a história, está na Bíblia, em Gênesis, veja como terminam Ló e Abraão, e seja sábio em suas escolhas. Com quem você escolhe andar? Ló ou Abraão? Sua escolha vai determinar o fracasso ou o sucesso de sua carreira.

Sandra Botelho.

Egos obesos, espíritos moribundos.


Egos obesos, espíritos moribundos.

Charge: Laerte
Agora vou para ti, mas digo estas coisas enquanto ainda estou no mundo, para que eles tenham a plenitude da minha alegria. Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, pois eles não são do mundo, como eu também não sou.

Não rogo que os tires do mundo, mas que os protejas do Maligno.

Eles não são do mundo, como eu também não sou.
João 17:13-16

Vivemos dias difíceis, dias em que homens e mulheres perderam o senso do que é bom e adequado para um cristão.

Não somos deste mundo, mas infelizmente nosso povo está cada vez mais parecido com o povo da terra.

As festas ditas cristãs são cópias das festas dos clubes. Decoração, estilo de dança (claro que tudo com letra gospel) festas de casamento e vestimentas. Ah! As vestimentas...

Nossas moças usam as mesmas roupas que todas as moças, as mesmas transparências, os mesmos decotes, o mesmo comprimento das saias. 

Nossos rapazes olham para as moças com o olhar lascivo do mundo e exibem seus corpos musculosos, ou não, do mesmo jeito que o povo da terra. Mulheres mais velhas que usam roupinhas de adolescentes. Homens se comportando como jovenzinhos, cheios de brincadeirinhas infantis.

Falta modéstia, falta senso.

Alguns cultos trouxeram também a linguagem de grandes bandas baianas: “tire os pés do chão!”, e a turma tira mesmo, e pula pra valer. São mega shows e alguns são mega inclusive no valor que é cobrado pelo “adorador” para aquela “adoração”.

E as fotos, as fotos que são colocadas no novo planeta, o Facebook, fariam Jesus ficar corado. E imagino Jesus pensando: este homem, esta mulher, nos cultos levantam as mãos, falam em línguas, choram, dão ofertas e dízimos, mas o que eles fazem com esta cara de bêbados nesta foto, com esta garrafa de bebida nas mãos? Ou ainda: que roupa é esta que esta mocinha está usando? Este biquíni não cobre nada!

Mas as pessoas acreditam que podem e devem se vestir de acordo com o local e não de acordo com a santidade que nos é pedida por Deus, porque devemos ser santos “como Ele é Santo”.
Amados, atenção, Deus não suporta vida dupla. Você não pode ser santo na igreja e impuro no seu dia a dia, nos seus negócios, em seus relacionamentos, casamento, amigos, família.


A palavra do momento é EU.

É pra mim, eu quero, é meu, me dá, não largo enquanto não me deres, e vai por aí afora. Nossos louvores não pedem, dão ordens.
Deus passou a ser um servo correndo todo o tempo com uma bandeja nas mãos para nos servir e satisfazer nossos desejos.

Quase não se adora (pular, virar pra lá e pra cá, rodar, pode até ser adoração), mas não é adoração no sentido de contrição. E não há tempo para contrição. É tanta dança e remelexo que na hora de adorar estamos cansados e o tempo é bem curtinho.

Já não vemos nosso povo chorar. Aliás, vemos, sim, quando estão passando necessidade. Mas chorar diante de Deus por reconhecer que somos pecadores, fracos, incapazes e que carecemos dEle e da presença dEle e que isto é suficiente, não vemos mais.
Porque esta geração entronizou o seu próprio umbigo.

Somos uma geração de religiosos que acreditam que ir ao culto e falar palavras proféticas vão nos trazer as bênçãos de Deus, independente da vida que levamos. Isso é uma mentira.
A Palavra diz que precisamos “nos arrepender de nossos maus caminhos”.

Mas as igrejas não ensinam santidade, que devemos ser santos como Ele é santo, não falam de nossos pecados que levaram o Cristo à morte na cruz por nossas vidas, nem de arrependimento e mudança de vida e sobre vivermos como Ele viveu, porque há o grande risco de uma fuga de membros de nossas igrejas. E quando acontece destas coisas (pecado, arrependimento, santidade), serem ensinadas, elas trazem junto uma palavra de receber, de vitória financeira, de prosperidade, e a grande vitória, que é a salvação, acaba indo para segundo plano.

Hoje o Evangelho é pregado pelo que Jesus Cristo pode dar, como se Ele ainda não nos tivesse dado tudo, Sua própria vida, e assim a nossa salvação. Já não se lembra do que Ele é, Santo, Santo, Santo. Buscam-se as bênçãos do Senhor, mas ninguém quer o Senhor da benção.
Somos um povo comprometido cada um com seu próprio reino, crescer a qualquer custo, sermos conhecidos a qualquer preço. Ninguém quer ser pequeno, todos querem ser grandes.Vivemos a era do Eu. Uma pena.

Sandra Botelho.

Sete marcas de um pecado PROFUNDAMENTE mortal


Nem todo pecado significa a mesma coisa. Apesar de todo pecado te colocar sob a ira de Deus, e enquanto qualquer pecado é suficiente para criar um eterno abismo entre Deus e o homem, nem todo pecado é idêntico. No capítulo 9 do seu livro Overcoming Sin and Temptation [Vencendo a Tentação e o Pecado], John Owen quer que você pense sobre aquele pecado presente em sua vida, para analisar se é um pecado “ordinário”, ou se é um daqueles que são particularmente mortais e que, portanto, requerem algo mais do que o padrão comum de mortificação. A letalidade de um pecado não está tão relacionada à categoria desse pecado, mas a quão profundamente enraizado ele está em sua vida, e a como você tem respondido a Deus à medida que Ele tem revelado-o para você.

Aqui estão sete marcas de um pecado profundamente mortal:

1. Seu pecado é profundamente enraizado e habitual. Talvez haja alguns pecados que estão na sua vida por tanto tempo e com tanta incidência que você nem o acha mais chocante ou particularmente incômodo. Sua mente e consciência se endureceram para esse pecado e agora ele está profundamente entranhado em seus pensamentos e hábitos. Você, meu amigo, está em um lugar perigoso quando você se torna indiferente em relação a esse pecado. “A não ser que algum curso de ação extraordinário seja tomado, tal pessoa não tem base para esperar que o seu fim tardio seja pacífico”.

2. Você proclama a aprovação de Deus, mas sem combater o pecado. Você sabe que um determinado pecado é prevalente em sua vida, e mesmo assim você continua dizendo que é aceito em Cristo. Mesmo que Deus tenha revelado aquele pecado à você, e mesmo que você não tenha feito nenhum esforço real para mortificá-lo, você continua proclamando a graça de Deus em relação a você e você continua se confortando na paz do evangelho. Owen deseja que você saiba que não se pode pregar a paz de Deus para você mesmo enquanto abraça aquele grande pecado. O evangelho não oferece conforto àqueles que dançam lentamente com seu pecado favorito.

3. Você aplica a graça e a misericórdia àqueles pecados que você não planeja mortificar. Você não pode afirmar que o evangelho cobriu o seu pecado se você não planeja lutar contra ele. “Aplicar a misericórdia a um pecado que não é vigorosamente mortificado é fazer prevalecer os desejos da carne em sobreposição ao evangelho”. Algumas vezes o coração deseja paz com Deus, mas ao mesmo tempo deseja a satisfação naquele pecado. Nesses casos, você pode até rapidamente olhar para o evangelho para aliviar sua consciência, mesmo que não tenha nenhuma intenção de parar de pecar. No entanto, o evangelho não nos permite a aplicar a misericórdia e graça de Deus a um pecado que você ama e ao qual pretende se prender.

4. O pecado é frequentemente bem sucedido em seduzir os seus desejos. Há momentos em que seu coração se deleita em um pecado, mesmo que, na verdade, você não cometa esse pecado externamente. Se um pecado começa a ser seu deleite e começa a ocupar uma posição importante em sua alma, é um perigoso sinal de que esse é um pecado particularmente mortal. Isso é verdade até mesmo se você não comete aquele pecado. Se seu deleite é no pecado, não em Deus, sua alma está sendo levada para longe do seu Salvador.

5. Você debate contra o pecado apenas por temor de receber a punição. Esse é um sinal de que o pecado apoderou-se significativamente da sua vontade, quando você debate contra o pecado ou não comete esse pecado apenas por temer a punição. Nesse caso, seu deleite não é fazer a vontade de Deus, mas você apenas teme as consequências da sua desobediência. Um verdadeiro cristão combate o pecado como um desejo de agradar a Deus e de encontrar deleite em nEle.

6. Você percebe que Deus está permitindo um pecado na sua vida apenas para alertá-lo de outro pecado. Há vezes em que Deus permite que você lute contra um pecado para expô-lo a um pecado mais profundo. “Um novo pecado deve ter sido permitido, bem como uma nova aflição enviada, para trazer um velho pecado à memória”. Nesse caso, Deus está exercendo sua disciplina paternal. Se Deus está te disciplinando por meio de permitir outro pecado ou trazendo a você algum tipo de aflição, Ele está mandando uma mensagem sobre a dureza do seu coração e a profundidade do seu pecado. Considere o aviso!

7. Você endureceu seu coração contra Deus enquanto Ele estava expondo seu pecado a você. Deus graciosamente revela seu pecado por meio de Sua Palavra, por meio da consciência, por meio de outros cristãos e por vários outros meios. Quando Ele revela o seu pecado, Ele também o instiga a agir contra esse pecado. Se você continuamente rejeita a ajuda dele e endurece seu coração em relação a esse pecado, você está em um estado muito, muito perigoso. “Indescritíveis são os males aos quais o coração nesse estado está sujeito. Cada aviso em particular para um homem em tal estado é inestimável misericórdia; como então ele despreza o Deus que o confronta com esses avisos? E que paciência infinita é essa de Deus, tal que não expulsa esse alguém e não jura em sua ira que ele nunca entrará em Seu descanso!”

Cristão, analise seu pecado, e lute fortemente contra ele. É a graça de Deus que revela seu pecado, e é a Graça de Deus que te fornece tudo que você precisa para mortificar o seu pecado.
Fernanda Vilela