2015/06/05

POSSO SER UM CRISTÃO SEM IGREJA


Maturidade ou Sofisma?

caminho banner_edited-1INTRODUÇÃO
Um pensamento muito comum em nossos dias é o achar que podemos ser cristãos sem precisarmos freqüentar uma igreja ou sem termos um compromisso regular. A justificativa se aperfeiçoa dizendo que são muito mais corretos e possuem um melhor testemunho que muitos freqüentadores de igreja. Contudo, apesar da aparente razão, será que este pensamento é biblicamente fundamentado? É sobre este assunto que eu gostaria de conversar com vocês neste dia.
ELUCIDAÇÃO
Neste contexto, a primeira vertente a se considerar é a necessidade e relevância da Igreja. De acordo com as Escrituras ela é parte essencial da vida cristã.
  • Ela é o Corpo de Cristo; a Noiva de Cristo;
  • Reunião dos que são chamados por Jesus para herdar a Salvação;
  • Representante do Reino dos Céus na Terra;
  • Razão pela qual o mundo não é consumido mal;
  • Voz profética em meio a uma geração cega pelo pecado;
  • Porta do caminho estreito que conduz à Salvação;
  • Lugar onde somos batizados e alimentados da Palavra de Deus;
  • Aonde somos auxiliados e socorridos;
  • Lugar onde se manifestam os dons do Espírito Santo;
  • Lugar onde temos comunhão com outros salvos;
  • Onde nos estimulamos mutuamente no caminho da Salvação;
  • Lugar onde nos alegramos e choramos;
  • Onde praticamos o amor de Cristo;
  • Onde Sua Graça é manifesta em nós;
  • Tantos outros valores e méritos.
Hoje em dia existe uma forte tendência à banalização da Igreja. Muitos a desprezam, zombam, escarnecem, julgam, consideram-na dispensável. Pensam poder dividí-la em pequenos fragmentos, manipulá-la como fonte poder, utilizá-la como fonte de recursos, etc. Porém se esquecem de que esta é a menina dos olhos do Senhor. Jesus tem forte ciúme desta. Ele é um Noivo Zeloso. Ele nunca deixou nem deixará impune os que prejudicam, desmerecem ou desprezam-na. Jesus nunca deixou de lutar por sua Igreja. Esta é Sua Noiva e Ele prometeu estar com Ela todos os dias até a consumação dos séculos, guardada e guiada pelo Espírito Santo.
PROPOSIÇÃO
Deus planejou a Igreja para preparar individualmente as pessoas que herdarão a salvação
Vamos fazer uma breve análise do plano de Deus para compreendermos melhor a importância da Igreja
TÓPICOS
A)-Jesus planejou a Igreja (Mt 16.18-19) A Igreja era um plano não revelado no período do Antigo Testamento. Contudo, profecias apontavam para uma nova organização do povo de Deus a partir da vinda do Messias.
E todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo, pois, conforme prometeu o Senhor, no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento para os sobreviventes, para aqueles a quem o Senhor chamar. E, depois disso, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os velhos terão sonhos, os jovens terão visões. Até sobre os servos e as servas derramarei do meu Espírito naqueles dias.  Joel 2.28-29 e 32
Paulo declarou que Jesus construiu sua Igreja sobre o fundamento dos apóstolos e profetas. Não especificamente sobre Pedro, mas sim sobre o trabalho de todos, liderados por Pedro.
“edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo Jesus Cristo como pedra angular” Efésios 2.20
Esta igreja é a reunião de todos os santos, de todas as eras e forma um corpo invisível. Contudo, este corpo invisível aponta para um corpo visível que são as igrejas locais; lugar onde os santos se reúnem para colocarem em prática a sua fé em Cristo. As igrejas locais, que são a manifestação visível da Igreja invisível, são muito amadas por Jesus. Ele as conhece individualmente, em seus detalhes e peculiaridades.
Ao anjo da igreja em Laodicéia escreva: Conheço as suas obras! Apocalipse 3.14-15
Seu amor é tão profundo que Ele morreu para sua salvação. A Igreja é o Seu próprio corpo. Jesus disse;
“Isto é o meu corpo, que é dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim”. “Este cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isto, sempre que o beberem, em memória de mim” I Coríntios 11.24-25
Desta forma compreendemos que é impossível ter um relacionamento com Deus sem estarmos em harmonia com o Corpo de Cristo.
uniaoB)-Jesus planejou a unidade da Igreja
A unidade como parte essencial da estrutura (I Co 12.12 e 26-27)
A unidade da Igreja é estrutural. Deus a criou para ser unida. Não há como pensar em igreja sem unidade. Seria como tentar separar a umidade da água ou o calor das chamas. Como sabemos isto? Porque a Igreja é chamada de Corpo de Cristo. Os membros do corpo humano não foram projetados para terem vida autônoma. Não vemos pernas andando sozinhas. Isso seria uma aberração. Da mesma forma, os ramos de uma árvore não foram projetados para sobreviverem sem estarem ligados à raiz.
Desta forma, todos aqueles estão em Cristo se harmonizam na unidade do Corpo de Cristo, pois, separado do corpo não há vida. A isto denominamos unidade orgânica; uma composição unificada com vida dinâmica. O apóstolo João disse; como posso dizer que amo a Deus que não vejo se não amo a meu irmão a quem vejo? Nós precisamos vitalmente uns dos outros.
Se a minha ação individual ou minha qualidade de vida influencia de alguma forma a comunidade cristã local é porque fazemos parte deste corpo. Se não somos afetados ou não influenciamos em nada é porque estamos fora do corpo.
Por outro lado, se a atmosfera espiritual de nossa comunidade é cheia da presença de Deus, ao fazermos parte deste corpo nós somos igualmente influenciados e abençoados. A atmosfera de vitória, paz e prosperidade entra no seu lar e na sua vida espiritual. E nesta dinâmica reversa, nesta sinergia, quando você é abençoado, todo o corpo é abençoado também!
A Importância de cada membro (I Co 12.21-25)
Nesta unidade o Senhor planejou a colocação de cada membro de tal maneira que todos sentissem a sua importância, o seu valor. Aqueles que possuem uma função estrutural não foram providos de uma imagem impactante, pois seu valor está em sua necessidade imprescindível. Não precisam ser vistos para se sentirem relevantes. Aqueles que possuem uma função complementar foram providos de beleza exterior, aparência, impacto, para que se sintam valorizados (comparação da importância funcional e cuidado entre cabelo e do coração). Desta forma todos encontram o seu espaço com satisfação dentro do Corpo de Cristo.
A graça da unidade (Ef 4.1-3)
Unidade não é Uniformidade: unidade vem de dentro, é uma graça espiritual; enquanto uniformidade é o resultado de uma pressão de fora. Unidade não é a adoção de um padrão ou um perfil, mas sim uma qualidade de relacionamento.
A unidade não é criada, mas preservada (vs.3). Ela já existe, por obra de Deus e não do homem. Portanto, a unidade da igreja não é construída pelo homem, mas pelo Deus Triuno.
A unidade não é produzida em atividades sociais; um churrasco, uma festa nunca produzirá unidade. Esta é uma propriedade original da Igreja. Somente podemos mantê-la, cultivá-la.
Ilustração: a planta da orquídea. Forte, mas ao mesmo tempo frágil. Frágil, pois sua flor não dura muito tempo. Forte, pois se cuidada, surgirão novas flores no período certo da floração. Ao cair da flor pensamos que a vida se foi, mas se perseveramos no cuidado sempre haverão novos períodos de floração. Há tempo de beleza, há tempo de poda e estes ciclos são necessários para que a vida continue a existir (Jo 15.1-6).amizadePreservando a unidade do Espírito no vínculo da paz: a unidade precisa ser preservada. Precisamos lutar para preservar a unidade da família. Mas como? Humildade (húmus/terra): A palavra humildade foi cunhada pela fé cristã. A humildade era desprezada pelos romanos. Era sinal de fraqueza.
  • Humildade é o oposto do orgulho. O orgulho fundamenta-se na ética da negação; o erro nunca é meu, é sempre dos outros; eu não machuco somente sou machucado, eu sou o exemplo os outros devem se amoldar a mim. Os outros são bons, mas eu sou um pouco melhor.
  • Humildade é reconhecer que somos pó. Que nada temos de nós mesmos. Não há razão para a vã glória.
  • Humildade significa colocar Cristo em primeiro lugar, os outros em segundo lugar e o eu em último lugar.
  • Cristo apresentou-se como alguém manso e humilde de coração. A primeira bem-aventurança cristã é ser humilde de espírito.
  • Quem sabe que veio do pó, é pó e voltará ao pó não pode orgulhar-se.
  • Não podemos pensar de nós mesmos além do que convém (Rm 12:3). Jesus é o exemplo máximo de humildade: ele esvaziou-se a si mesmo.
Mansidão: uma pessoa mansa é aquela que abre mão dos seus direitos. Ela prefere sofrer o dano (I Co 6.7). Assim como Abraão, ele prefere deixar Ló fazer a melhor escolha (Gn 13.7-18).
  • A mansidão é poder sob controle. É a virtude de não perder o controle. Moisés era manso e, no entanto ele exerceu um tremendo poder. Jesus era manso e virou a mesa dos cambistas. Você tem poder, mas esse poder deve estar sob controle.
  • Este era o termo usado para um animal adestrado: controlar seu temperamento, impulsos, língua, desejos. É a pessoa que possui completo domínio de si mesmo. A verdadeira mansidão se transparece quando somos investidos de poder (dinheiro, autoridade, escalada social). Poder para nos vingarmos, mas escolher fazer o bem.
Longanimidade: palavra aqui é paciência com pessoas. É um ânimo espichado ao máximo. É a pessoa que suporta o insulto sem amargura nem lamento. Esquece-se do mal sofrido. O amor tudo suporta! O amor que suporta: a palavra suportar aqui não é aguentar o outro, mas servir de amparo e suporte. Não por um dever amargo, mas com amor.
A unidade como base para o crescimento (Jo 17.20-23)
A unidade da Igreja faz o mundo entender que Jesus Cristo é Deus e Senhor de todas as coisas. Portanto, a obra de evangelização, que é a tarefa primária da Igreja, passa pelo trabalho de edificação da unidade.
Significa que todos aqueles que virão a crer na mensagem do Evangelho terão que passar inevitavelmente pela porta da santificação pela verdade (17.17 / normalmente é o foco principal – eu faço tudo certo), mas também pela porta da unidade (estar em harmonia com o Corpo de Cristo).
Uma igreja travada na unidade não cresce. Tende a atrofiar e morrer. E esta é a estratégia de satanás. Destruir a obra de salvação destruindo a unidade da Igreja. Pois nosso inimigo sabe que quando estamos unidos em amor, a Presença de Deus se manifesta entre nós e desta forma nada pode deter nossa marcha, pois se Deus é por nós quem será contra nós!Portanto, a comunidade que cresce é porque a força da unidade é maior que a força de desunião. Os dois vetores sempre existirão, mas a unidade deve prevalecer para que a Igreja permaneça viva, ativa e crescente.river-stones,-water-151860C)-Jesus planejou o aperfeiçoamento dos santos (I Sm 17.40)
Analisando além do contexto histórico desta passagem bíblica, encontramos Davi retirando 5 pedras lisas do ribeiro para fazer delas munição contra Golias. As melhores pedras para serem utilizadas em uma funda seriam as lisas, pois escorregariam perfeitamente dando precisão no arremesso. Onde estas pedras poderiam ser encontradas? Somente em um ribeiro. Lugar onde a força da água provocaria um atrito continuo entre elas tirando-lhes as arestas, a aspereza, e as transformando em belas pedras ovais e lisas.
Esta figura é perfeita para ilustrar o processo de amadurecimento dos relacionamentos entre cristãos e a edificação da Igreja. Deus planejou o amadurecimento dos cristãos por meio de seus conflitos, divergências e necessidades.
O objetivo é aperfeiçoar em nós a paciência, a bondade, o perdão, a misericórdia, a generosidade, o amor, entre outros sentimentos altruísticos. Este amadurecimento somente é alcançado por meio dos relacionamentos.
Assim como a unidade da Igreja é reflexo da triunidade de Deus, de igual modo o ser humano foi criado para viver em comunidade. E de um modo especial os cristãos, criados para viver no Reino de Deus. Em Gênesis, nos primeiros momentos da concepção criativa de Deus, Ele mesmo declarou que o homem não foi planejado para ser sozinho.
“Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda”. Gênesis 2.18
Nós somos seres relacionais. Acerca do isolamento provérbios declara; “Quem se isola, busca interesses egoístas, e se rebela contra a sabedoria”. Provérbios 18.1
O ser humano é por natureza egoísta, voltado somente para suas necessidades, tendo a si como centro do universo. Isto é compreensível visto que é uma técnica de sobrevivência; uma maneira de nos preservarmos de desgastes emocionais, conflitos e decepções. A esta habilidade de auto-defesa nossa cultura denomina maturidade.
Contudo, a contra-cultura bíblica afirma que a verdadeira maturidade é tudo sofrer, tudo padecer e não deixar de crer que o amar o próximo é bom, mesmo quando há grandes chances de nos machucarmos.
Maturidade pela visão bíblica também é ser paciente e forte para esperar Deus transformar as feridas em cicatrizes fechadas, indolores, e não guardar amargura, mas perdoar.
O objetivo do perdão não é apagar os fatos da memória, mas ser curados na alma ao ponto de não reviver a dor do que passou. Estes sentimentos, esta maturidade, esta grandeza de alma, somente se alcança no contexto dos relacionamentos. O Senhor deseja formar em nós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus; não fazer a sua própria vontade, mas a de Deus e entregar-se por amor do próximo.
“Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito”. Colossenses 3.12-14
Somos aperfeiçoados quando nos revestimos de profunda compaixão; compreender o estado emocional de outrem e desejar profundamente lhe aliviar o sofrimento. Ser bom quando há motivos para não sermos, ser humildes (desprovidos de orgulho) reconhecendo que tudo o que somos e temos é por que Deus nos deu por sua Graça e não por mérito. Ser mansos quando somos tentados a agir com ira, rispidez. Ser pacientes quando as pessoas abusam de nossa boa vontade. Suportar quando somos ofendidos. Estar disposto a perdoar assim como fomos perdoados, pois somos miseráveis pecadores. Estar dispostos a nos revestirmos de amor, pois o amor não busca motivos para amar, apenas ama (não porque, mas apesar de). Este é o elo perfeito (o vínculo da perfeição). Nenhuma destas qualidades serão desenvolvidas se fugirmos dos relacionamentos e conflitos que naturalmente surgirão.
Não adianta sairmos de uma igreja para outra como meio para solucionar os problemas relacionais. Nós levaremos os mesmos problemas conosco, pois estão em nós mesmos e pior; levaremos muitas feridas.
A fuga é impulsionada pela dor, e isso é compreensível. Por trás de toda aparência de força, auto-suficiência e segurança existe uma alma frágil que criou toda espécie de escudos e cavernas para se refugiar do sofrimento. O Senhor entende. Mas esta estratégia que desenvolvemos não é a melhor para nós. Por isso Ele insiste tanto que nos libertemos deste medo.
Nós não precisamos ser transferidos de igreja, mas sim transformados na igreja que Jesus nos plantou. Somente assim seremos aperfeiçoados conforme a imagem de Jesus, de acordo com Seu plano perfeito. E se a dor de alma for o caminho, que doa se preciso for, para que eu seja cada vez mais parecido com meu Mestre!worshipCONCLUSÃO
O objetivo desta mensagem é apresentar duas importantes lições;
1-Pensar que podemos viver a vida cristã sem estar na igreja, ou apenas frequentá-la esporadicamente sem envolvimento, é um grande engano. Nós somente temos vida quando estamos bem ligados ao Corpo de Cristo.
2-Problemas de relacionamento não devem ser a causa para mudança de igreja local.
  • Podemos ser transferidos por mudança de endereço, diferente posição teológica ou outras necessidades e motivações que fujam do nosso controle. Porém, não é aconselhável deixar a igreja por causa de divergências nos relacionamentos.
  • É por meio dos conflitos e necessidades mútuas que amadurecemos o mais sublime aspecto do caráter de Cristo; o amor, a bondade, o perdão, a compaixão, a misericórdia, a generosidade.
  • Ao fugir dos conflitos os levaremos conosco além das muitas feridas.
Que o Senhor nos ajude para não cairmos nestes sofismas (pois é um mal que visita a todos) e ajudemos outros a se libertarem deste mal.
Pr.Luís Kendji G.Yasumura

Leandro Lima-videos


Lutando Contra a Ansiedade

Lutando Contra a Ansiedade
John Piper 07 de Maio de 2014 - Vida Cristã
Devemos seguir o modelo de Jesus e Paulo. Devemos combater a incredulidade da ansiedade com as promessas de graça futura. Quando estou ansioso sobre algum novo empreendimento arriscado ou reunião, eu luto contra a incredulidade com uma das minhas promessas mais frequentemente utilizada, Isaías 41:10. O dia em que saí para passar três anos na Alemanha, meu pai me ligou de longa distância e me deu essa promessa ao telefone. Ao longo dos três anos, eu devo ter citado isso para mim quinhentas vezes, para conseguir passar por períodos de tremendo estresse. “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Isaías 41:10). Quando o motor da minha mente está em ponto morto, o sussurro das engrenagens é o som de Isaías 41:10.
Quando estou ansioso quanto ao meu ministério ser inútil e vazio, eu luto contra a incredulidade com a promessa de Isaías 55:11. “Assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei”.
Quando estou ansioso quanto a ser muito fraco para fazer o meu trabalho, eu luto contra a incredulidade com a promessa de Cristo: “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Coríntios 12:9).
Quando estou ansioso quanto a decisões que tenho que tomar em relação ao futuro, eu luto contra a incredulidade com a promessa: “Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho” (Salmo 32: 8).
Quando estou ansioso quanto a encarar adversários, eu luto contra a incredulidade com a promessa: “Se Deus é por nós, quem será contra nós”? (Romanos 8:31).
Quando estou ansioso quanto ao bem-estar das pessoas que amo, eu luto contra a incredulidade com a promessa de que, se eu, sendo mau, sei como dar boas coisas aos meus filhos, quanto mais “vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem” (Mateus 7:11). E eu luto para manter meu equilíbrio espiritual com a lembrança de que não há ninguém que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou terras, por amor de Cristo, que “não receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna” (Marcos 10:29-30).
Quando estou ansioso quanto a estar doente, eu luto contra a incredulidade com a promessa: “Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR de todas o livra” (Salmo 34:19). E eu tomo a promessa com tremor: “a tribulação produz perseverança; a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Romanos 5:3-5).
Quando estou ansioso quanto a estar envelhecendo, eu luto contra a incredulidade com a promessa: “Até à vossa velhice, eu serei o mesmo e, ainda até às cãs, eu vos carregarei; já o tenho feito; levar-vos-ei, pois, carregar-vos-ei e vos salvarei” (Isaías 46:4).
Quando estou ansioso quanto a morrer, eu luto contra a incredulidade com a promessa de que “nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor. Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu: para ser Senhor tanto de mortos como de vivos” (Romanos 14:7-9).
Quando estou ansioso de que eu possa naufragar da minha fé e me afastar de Deus, eu luto contra a incredulidade com as promessas: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Filipenses 1:6) e “também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hebreus 7:25).
Esse é o modo de vida que eu ainda estou aprendendo, enquanto entro na minha sétima década. Eu escrevo este livro na esperança, e com a oração, de que você se unirá a mim. Façamos guerra, não contra outras pessoas, mas contra a nossa própria incredulidade. Ela é a raiz da ansiedade, a qual, por sua vez, é a raiz de tantos outros pecados. Por isso, liguemos os nossos limpadores de para-brisa e usemos o jato de água, e mantenhamos os olhos fixos nas promessas grandes e preciosas de Deus. Tome a Bíblia, peça ajuda ao Espírito Santo, coloque as promessas em seu coração e combata o bom combate – viver pela fé na graça futura.
Fonte: Trecho do livro Lutando Contra a Incredulidade, lançamento de Maio de 2014 da Editora Fiel
Tradução: Ingrid Fonseca

2015/06/04

QUANDO ENFRENTAMOS DESERTOS



“Logo após, o Espírito o impeliu para o deserto” (Marcos 1:12).



Existem épocas em nossa vida que nos marcam profundamente, com uma forte impressão de estarmos absolutamente sozinhos. Momentos de tribulação, de profunda solidão, angústia e, por que não dizer, de desespero e desassossego da alma. Quem já não enfrentou tais emoções? Certo pregador disse, com sabedoria, que tribulação na vida de um crente é cíclica. Ou seja, estamos entrando, ou no meio, ou saindo de uma. O fato é que, se pesarmos na balança da vida os momentos que vivemos, iremos descobrir que boa parte de nossa existência foi forjada em meio às tribulações.


Analogamente, tribulação é comparada na Bíblia com momentos de deserto. Aqueles momentos cinzentos em que parece que Deus nos levou para o exílio. Ali, no deserto, somos tratados, provados, purgados, esvaziados de nós mesmos, para depois sermos cheios por Deus, encorajados, fortalecidos, amadurecidos e devolvidos à rotina do mundo que vivemos.


Vários personagens bíblicos experimentaram tempo de deserto em suas jornadas. Abraão, Jó, Jacó, José, Moisés, Davi, Jeremias, Isaías, João Batista, Jesus, Paulo e outros. Todos esses foram provados, aprovados, desafiados, treinados, fortalecidos e encorajados. O “deserto” é o seminário de Deus para treinamento de seus obreiros, alguém já disse.


Por que temos medo do deserto?


Porque ninguém gosta da sensação de impotência, de sentir-se sozinho, de não ter respostas rápidas e eficientes para as crises da vida. O sentimento de independência está entranhado na natureza humana, e o reverso, que é depender de outrem, nos assusta, principalmente quando esse outrem é invisível, silencioso e aparentemente distante.


No entanto, é justamente no meio do deserto que experimentamos as mais belas evidências de que não estamos sós. Deus fala, e fala muito, no meio do silêncio de nossa angústia. O salmista bem disse que para ouvir a voz divina é preciso aquietar-se. “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus...” (Salmo 46.10a − ARA). Deus falou com Elias no silêncio da caverna (I Reis 19.13), e com Moisés em meio à sarça que ardia, no deserto ocidental. (Leia Êxodo 3.1-12). O apóstolo Paulo só pôde começar seu ministério de Apóstolo aos gentios depois de ser levado ao deserto para formar-se no seminário de Cristo, seu novo Mestre. E ficou ali, em Damasco, por três anos! (Cf. Gálatas 1.17,18.)


O deserto é lugar de tribulação − o método de Deus para formar homens fiéis e comprometidos com sua obra. “Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração” (Romanos 12.12 −NVI). Ninguém está perfeitamente apto ao serviço cristão enquanto não for depurado pelo fogo do deserto. Deus não faz isso como punição, mas como purificação de um povo exclusivamente seu. O deserto é tribulação? Sim! Mas o deserto é bênção também. Quantas vezes Jesus se retirou para lugares desertos com o propósito de estreitar os laços de comunhão com seu Pai? Diversas vezes conforme nos relata os Evangelhos (cf. Mt 4.1; 14.13, 23; Mc 1.12; 1.35; Mc 6.32, 47; Lc 4.1; Jo 6.15; 11.54; 16.32).


Creio, que o mais importante não é como entramos no deserto, mas como nos comportamos nele, e, principalmente, como saímos dele. O que fará verdadeira diferença serão as preciosas lições de vida que levaremos juntos em nossa biografia tão curta na existência deste mundo. Em segundo lugar, até mais importante que o primeiro aspecto mencionado, é que, mesmo com a sensação de vazio e solidão que o deserto provoca em nossas percepções, é digno de consolação saber que nunca atravessamos esses períodos sozinhos. O Senhor Jesus prometeu que sempre, sempre, estará conosco, até a consumação dos tempos. Jesus está conosco! Podemos louvá-lo como Davi e dizer com plena confiança: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo” (Salmo 23.3).


O filho que nasce no deserto da tribulação é a perseverança, que, por sua vez, gera outro filho que é a experiência. E a experiência trará um lindo “bisneto”, a esperança. Ninguém compra nem adquire esses atributos sem passar pelo deserto.

E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança” (Romanos 5.3,4).

Rev. Afonso Celso de Oliveira




A administração do Fundo Geral da Igreja

Não é tudo teria ainda mais a dizer.


Introdução: Ser tesoureiro de uma igreja local para administrar os seus recursos financeiros se trata de uma tarefa de muita importância e responsabilidade, pelo menos por estas três razões:
1. Os recursos que vão administrar são do Senhor – Por isso há o peso da responsabilidade em administrar da melhor maneira possível aquilo que é de Deus e que deverá ser aplicado em Sua obra.
2. Os valores são dádivas da igreja local – Quando um irmão oferta para o fundo geral da igreja, ele o faz para o Senhor, não visando benefícios humanos como glórias e elogios. Cada ofertante ficará mais satisfeito, e até se animará mais em contribuir, quando os administradores trabalham de forma séria e transparente e a igreja toda sabe que esses recursos estão sendo bem aplicados.
3. Incentivadores da igreja para o esvaziamento do caixa – Como são os tesoureiros que administram o fundo financeiro da igreja, eles sabem quanto ele é necessário para a manutenção mensal das despesas da igreja. O que passar disso eles têm a obrigação de incentivar a igreja, através da sua liderança, a destinarem todos os recursos do caixa porque o dinheiro que foi ofertado para o Senhor é para ser repassado, de imediato, à Sua obra.

A ADMINISTRAÇÃO DO FUNDO FINANCEIRO DA IGREJA

De acordo com os exemplos bíblicos, para administrar o fundo financeiro de uma igreja local é necessário a participação de mais de um irmão e que eles sejam de caráter irrepreensível, como podemos ver em alguns exemplos:
  • O exemplo da igreja em seus primeiros dias – (Atos 4:32-35; 6:1-2). No começo da igreja os primeiros cristãos demonstravam ser generosos e abriam mão de muitos de seus bens materiais e vendendo as suas propriedades traziam os valores aos pés dos apóstolos e então “se repartia a qualquer um que tivesse necessidade”. Na medida em que a igreja foi crescendo, aumentou também o serviço dessa administração a ponto de alguns membros da igreja se sentirem prejudicados na distribuição e como houve reclamações foi necessária uma tomada de posição por parte dos apóstolos.
  • A sugestão dada pelos apóstolos – (Atos 6:3-7). Os apóstolos ouviram as reclamações, mas não podiam assumir a responsabilidade desse serviço. Eles sugeriram que houvesse a escolha de sete homens para administrar os recursos financeiros da igreja enquanto eles se dedicavam à oração e ao ministério da Palavra (v. 4). Todavia, a escolha desses homens para esse serviço tinha que ser segundo as qualificações dadas pelos apóstolos: “Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço” (v. 3). Era, portanto, indispensável que:
1 – Os escolhidos deveriam ter “boa reputação”. Apesar de alguém estar bastante disposto para fazer essa tarefa isso não é o bastante, é preciso que tenha um bom nome e seu caráter seja intocável.
2 – Os escolhidos deveriam ser ”cheios do Espírito”. Quando a pessoa se converte ao Senhor ela “nasce de novo” e no mesmo instante é selada com o Espírito Santo (Efésios 1:13). Isto independe do que tenha feito ou deixado de fazer. Em seguida cabe ao convertido a responsabilidade de encher-se do Espírito Santo (Efésios 5:18). Isto quer dizer que ele deve estar, ou permanecer, sob o controle do Espírito Santo, ou que o Espírito Santo tenha total controle sobre ele. Se o crente não tiver esta qualificação não estará apto para este serviço.
3 – Os escolhidos deveriam ser “cheios... de sabedoria”. Não se trata de sabedoria humana ou capacidade intelectual, mas a qualidade que inclui o bom senso, atitudes e ações corretas cuja fonte emana lá do alto conforme escreveu Tiago: “A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento” (Tiago 3:17). Sem a verdadeira sabedoria é impossível um bom cuidado dos fundos financeiros de uma igreja local.
Estas exigências dadas por Deus através dos Seus apóstolos precisam ser incontestavelmente seguidas, hoje e sempre, porque a igreja precisa ter total confiança nos seus tesoureiros e eles precisam gozar dessa confiança por parte da igreja para que façam um bom trabalho.
Os administradores das ofertas de uma igreja precisam para o desempenho do serviço:
  • Trabalhar junto com a liderança da igreja – Os tesoureiros da igreja devem sempre estar informando aos irmãos que fazem parte da liderança da igreja como está o montante dos recursos em caixa, para que juntos planejem a distribuição.
  • Trabalhar com transparência – Muitos políticos em campanha prometem, caso eleitos, fazer uma administração transparente à população, mas isto posteriormente não acontece. No caso dos servos que são os tesoureiros de uma igreja local devem ter postura de transparência plena e, portanto, precisam de:
1. Prestar contas– Os responsáveis pelas finanças devem prestar contas da movimentação dos recursos do caixa para que toda a igreja saiba onde e em que estão sendo aplicadas as ofertas e o saldo existente em caixa.

2. Discernimento para distribuir o dinheiro das ofertas– Os irmãos responsáveis pela contagem das ofertas, e de depositá-las em alguma conta bancária, deverão, juntamente com os anciãos da igreja, ter o discernimento para uma boa distribuição desses recursos. O dinheiro do Senhor não é para ficar engordando contas bancárias, mas para ser aplicado na Sua obra, e nem para gastar em coisas fúteis (bens que a igreja não necessita), mas naquilo que seja útil para a Sua obra. Eis algumas sugestões:

(a) Necessidades do trabalho local: Atendimento social aos crentes menos favorecidos inclusive as viúvas, ou descrentes; compra de móveis e imóveis; construção e reformas do templo; pagamento das contas de consumo de água, luz, telefone, material de limpeza e, se for o caso, aluguel do imóvel, salário dos empregados, manutenção de veículos etc.

(b) Cada igreja local deve ter visão missionária: Contribuindo para creches e abrigos para idosos; ofertar para edição de literaturas, aquisição e distribuição de folhetos e Bíblias; manutenção de programas de evangelização; ofertar aos servos do Senhor em tempo exclusivo, que não trabalham como assalariados. Quem tem responsabilidade de sustentar os trabalhadores na Seara, em regime de tempo integral, é o povo de Deus, Em 1 Coríntios 9:11-14 somos ensinados que quem trabalha no Evangelho tem direito de viver do Evangelho. TEMPO INTEGRAL E DEDICAÇÃO EXCLUSIVA,EXCLUSIVA AO TRABALHO DA IGREJA.ISTO INCLUI DESDE A VISITAÇÃO EM LARES ATÉ A ORIENTAÇÃO NA AJUDA AOS MECESSITADOS.INCLUSIVE DEVE-SE DAR PRIORIDADE COM OS RECURSOS ANGARIADOS.
I

 Severo Miguel de Olivaira





O CRUZAMENTO DO RIO JORDÃO

O CRUZAMENTO DO RIO JORDÃO

Josué capítulos 3 e 4

O cruzamento do rio Jordão pelo povo de Israel foi um dos acontecimentos mais representativos na tomada da terra prometida.
Quarenta anos antes eles haviam cruzado o mar Vermelho para sair do Egito, sob a direção de Moisés, que representa a lei. Agora eles atravessavam o rio Jordão, comandados por Josué, que representa Cristo. Era um passo decisivo, pois uma vez do outro lado estavam pisando a terra prometida, e teriam que enfrentar os seus moradores, em batalha com seus exércitos. Não podiam voltar para trás, pois ali ficava o deserto.
Desta vez, a arca tomou a vanguarda, carregada pelos levitas sacerdotes. A arca era o símbolo da presença e do poder de Deus, e toda ela nos fala de Cristo, tanto a sua estrutura como o seu conteúdo. O povo foi instruído a ficar espalhado a uma distância de um quilômetro da arca, para que todos a pudessem ver e saber o caminho a seguir.
Josué mandou que o povo se santificasse em preparação para o milagre da passagem do rio Jordão. Era um ato de purificação e consagração antes de entrar na presença de Deus, geralmente feito antes de oferecer sacrifícios, ou, como neste caso, presenciar as maravilhas de Deus.
A impureza interior, resultado do pecado, era simbolizada por comer certos alimentos proibidos (Levítico 11), o parto (Levítico 12), doenças (Levítico 13,14), tocar um cadáver (Números 19:11-22), etc. A cerimônia da santificação simbolizava a importância de ter um coração puro antes de qualquer pessoa aproximar-se de Deus. Como os israelitas, precisamos ter o perdão dos nossos pecados, pelo sangue de Cristo, antes de nos aproximarmos de Deus.
Josué tinha fé que o SENHOR iria operar algum milagre, pois o rio Jordão, normalmente pouco volumoso, naquela época estava alagando as suas margens, tendo transbordado sobre todas as suas ribanceiras.
Sem uma vau, ou uma ponte, parecia impossível conduzir todo este povo e os seus pertences e animais para o outro lado. O perigo era grande. O SENHOR escolheu esta ocasião para engrandecer Josué diante de todo o povo, mostrando que estava com ele.
O milagre que seria efetuado, serviria também para demonstrar ao povo de Israel o poder do SENHOR, dando-lhes a certeza que o Deus vivo estava entre eles, e que destruiria diante deles os cananeus que habitavam a terra. Os cananeus tinham que ser destruídos por causa da sua profunda iniqüidade (Gênesis 15:16, etc.), e para evitar que os israelitas fossem contaminados por eles.
Seguindo as instruções do SENHOR, transmitidas através de Josué, os sacerdotes que levavam a arca da aliança avançaram para dentro do rio, e, à medida em que seus pés tocavam na água, as águas que vinham rio abaixo se amontoaram deixando em seco o seu leito a partir daquele ponto até o mar Morto onde o rio desemboca. Os sacerdotes pararam no meio do leito do rio, e o povo todo passou em seco para o outro lado, com tudo o que tinham.
Antes dos sacerdotes saírem, dois monumentos de pedra foram construídos, de doze pedras cada um, cada pedra sendo levantada do fundo do rio por um representante de uma tribo.
O primeiro monumento foi construído no ponto em que os sacerdotes se encontravam, com a arca, por ordem de Josué: era um memorial aos filhos de Israel para lembrarem que as águas do rio Jordão foram cortadas diante da arca da aliança do SENHOR.
O segundo, por ordem do SENHOR, foi erigido em Gilgal, o local em que os israelitas haviam se alojado para passar a noite depois de atravessar o rio:
  1. Para que seus filhos (e descendentes) soubessem que Israel havia passado em seco aquele Jordão,
  2. Para que todos os povos da terra conhecessem que a mão do SENHOR é forte, e
  3. Para que temessem ao SENHOR seu Deus todos os dias.
Tendo em vista o simbolismo do rio Jordão em relação a Cristo, não é difícil estender a analogia para os dois monumentos de doze pedras cada um:
- As doze pedras colocadas no leito do rio, por instrução de Josué, representam a morte de Cristo, que deu a sua vida por todo aquele que nEle crê. Também representam a morte para o pecado de todo o crente em Cristo (Romanos 6:2-3). As doze pedras foram colocadas nas águas da morte. O crente em Cristo é também batizado por imersão nas águas da morte.
- As doze pedras tiradas do Jordão por ordem do SENHOR e empilhadas em Gilgal ("rolando") nos lembram do poder de Deus que ressuscitou da morte o seu Filho, Jesus Cristo. Da mesma forma, é pelo Seu poder que somos ressuscitados com Cristo, feitos nova criação, para andar em novidade de vida, justificados do pecado, vivendo para Deus (Romanos 6:4-11).
O significado principal do substantivo batismo e do verbo batizar, examinando sua origem grega, é identificação. Somos identificados com Cristo na Sua morte; quando Ele morreu, foi por nós; Sua morte foi a nossa morte; quando Ele ressuscitou da morte, nós ressuscitamos da morte; e hoje estamos ligados a um Cristo que vive. É somente na medida em que estamos ligados a Ele, que gozamos das bênçãos espirituais que Ele nos dá.
Quando os israelitas atravessaram o rio, eles passaram a ter sua pátria na terra prometida, eternamente identificados com ela. Também o crente em Cristo está assentado nos lugares celestiais em Cristo Jesus (Efésios 2:6), e tem a sua pátria nos céus (Filipenses 3:20). Estamos eternamente identificados com ela, sendo seus embaixadores no mundo (2 Coríntios 5:20).
O rio Jordão é um tipo da morte de Cristo - não da nossa morte física!


2015/06/02

“Aquele pastor acredita no casamento... já vai no terceiro!”

“Aquele pastor acredita no casamento... já vai no terceiro!”


Foi assim que um conhecido meu se referiu em tom de gozação a um pastor evangélico que, por sinal, é seu amigo. Desconfio que tal pastor não é o único da sua espécie. Não tenho estatísticas para provar, mas meu “achômetro” registra um crescimento nas igrejas evangélicas da aceitação de pastores que já vão no segundo ou terceiro casamento. Ouvi dizer que tem alguns já no quarto casamento, mas eu não quis acreditar.

Afinal, qual a importância de um casamento sólido e duradouro para o ministério pastoral? Paulo escreveu que “é necessário que o bispo ... seja esposo de uma só mulher” (1Tm 3.2). Podemos ler essa passagem de duas ou três maneiras diferentes, mas todas elas, ao final, falam da necessidade de um casamento exemplar para os líderes cristãos. Bom, creio que há vários pontos que podem ser mencionados aqui. O primeiro é a paz e o sossego que um casamento estável oferece e que se refletem inevitavelmente na lide pastoral. Não sei como pastores que enfrentam a separação, o divórcio, um novo casamento e a adaptação à nova realidade (se tiver filhos, é ainda mais difícil), encontram tranqüilidade para pastorear, ao mesmo tempo em que vivem as angústias da crise. O segundo ponto é o exemplo, para os filhos, se houver, e para os casais da igreja que pastoreia. Todos esperam que o casamento do pastor seja uma fonte de inspiração e exemplo. Casamentos que dão certo e duram a vida toda funcionam como uma espécie de referencial para os demais casamentos, especialmente se for o casamento do pastor.

O terceiro ponto é a questão da autoridade. Não era esse o receio de Paulo, que após ter pregado a outros não viesse ele mesmo a ser desqualificado? (1Co 9.27). Qual a autoridade de um pastor divorciado já pela segunda ou terceira vez para exortar os maridos da sua igreja a amarem a esposa e a se sacrificar por ela? Essa história aconteceu com um pastor que foi colega meu de seminário. Certo dia, falando na igreja sobre os deveres do marido cristão, sua própria esposa se levantou no meio do povo e disse, “É tudo mentira, ele não faz nada disso em casa!”. O pastorado daquele colega acabou ali mesmo.

Mas tem um quarto ponto. Pastores que já vão no segundo ou terceiro casamento estão passando a seguinte mensagem para os casais da igreja: “O divórcio é uma solução legal e fácil para resolver os problemas do casamento. Quando as coisas começam a ficar difíceis, o caminho mais rápido é o da separação e o recomeço com outra pessoa”. Essa mensagem é também captada pelos jovens, que um dia contrairão matrimônio já pensando no divórcio como a saída de incêndio.

Não que eu seja absolutamente contra o divórcio. Como calvinista, entendo que o divórcio é permitido naqueles casos previstos na Escritura, que são o adultério e a deserção obstinada (Mateus 19.9; 1Coríntios 7.15; ver Confissão de Fé de Westminster XXIV, 6). Sou contra a sua obtenção por quaisquer outros motivos, mesmo que fazê-lo seja legal no Brasil.

Fico me perguntando se, ao final, tudo isto, não é uma versão moderna e evangélica da velha poligamia. Como ela é proibida no Brasil e rejeitada pelas igrejas, alguns pastores acharam esse meio de ter várias mulheres durante o seu ministério, embora não ao mesmo tempo, que é casar-se várias vezes em seqüência, com mulheres diferentes. É legal e é mais barato.