2015/05/20

Seitas e heresias G12,M12,MDA

Créditos para Glauber ERoseli Manfredini   e para  Pica Pau Reformado


Estudos sobre Seitas e Heresias #10 (FINAL)

No G12 esses grupos são chamados de C.A.F.E - Célula de Adestramento Familiar e de Evangelismo. O sistema usado pelo G12 não é nenhuma novidade, o que está errado são as heresias e os conteúdos que são apresentados e ensinados nas reuniões familiares do G12.
O que é o G12
Uma das seitas que atualmente mais tem causado confusões, polêmicas e divisões entre os evangélicos em geral. É um movimento que propõe crescimento das igrejas através de células. A proposta é a realização de reuniões nos lares (casas) a partir de 12 pessoas, baseado no caráter dos 12 apóstolos. Segundo o seu fundador esse será o modelo para crescimento da igreja para o futuro.
Suas falsidades tem enganado muitas pessoas desprovidas de raízes no evangelho e sua existência é o cumprimento das profecias sobre a apostasia que a igreja de nosso Senhor Jesus Cristo viveria neste tempo. (Leia Mateus 7:15-23, Mateus 22:29, Romanos 16:17-18, Gálatas 1:6-12, Colossenses 2:8, II Tessalonicenses 2:1-4, I Timóteo 1:3-7 / 4:1-2 / 6: 3-5, II Pedro 2:1-3, I João 4:1).
G12 é um movimento neopentecostal que tem assumido práticas esotéricas e espíritas tais como: regressão, psicologia e liberação de perdão a Deus.
Os conceitos teológicos do G12 acerca do homem diante de Deus, Pecado, Igreja e Santidade são ensinos antibíblicos.
O G12 emprega métodos psicológicos (Controle da mente), sendo um movimento extremamente perigoso porque pode trazer inúmeros problemas psicológicos a médio e longo prazo aos participantes.
Fundador
O "pr." César Castelhanos Dominguez, da Colômbia, fundador da "Missão Carismática Internacional", a qual declara-se uma igreja evangélica, com sede em Calle 22C Nº 31-01 - Bogotá Colômbia e, segundo Castelhanos, conta com 170 mil membros e 15 mil células ou grupos familiares.
Origem
O movimento surgiu de uma "Visão" que o "pastor" César Castelhanos diz ter recebido de Deus em 1991: consistia numa orientação para que ele trouxesse ao mundo o "novo modelo" de crescimento de igreja para o futuro. Veja a tônica da visão de Castelhanos: - "Nesta ocasião, escutei o Senhor dizendo-me: Vais reproduzir a visão que tenho dado em doze homens, e estes devem fazê-lo como outros doze, e estes por sua vez em outros doze".
O Movimento no Brasil
O movimento é representado no Brasil na voz da "pastora" Valnice Milhomens e na do "pastor" René Terra, e vem se espalhando por todo o Brasil.
No ano de 1999, a "pastora" Valnice Milhomens trouxe o "pr." César Castelhanos ao Brasil para uma convenção em São Paulo, onde 3500 pastores de todos os segmentos evangélicos, representando todos os estados da federação, fizeram-se presentes. A partir daí a visão de Bogotá tornou-se conhecida no Brasil, sendo aderida por muitos.
Métodos do G12
"O encontro é tremendo!" Este é o chavão usado entre as pessoas que participam dos encontros do G12. Os encontros, retiro de três dias, são a forma utilizada pelo movimento do G12 para alcançar adeptos. Os tais não são nada mais do que uma lavagem cerebral. Dividem-se em encontros e pré-encontros e são realizados periodicamente. O candidato a adepto só participa depois de superar as fases iniciais que poderão capacitá-lo a ser membro do movimento. O que acontece nos encontros é expressamente proibido de ser divulgado pelos participantes, dando ao movimento idéia de uma sociedade oculta. Quando recebemos algo bom o que mais queremos é anunciar a todos, o próprio Cristo disse que anunciássemos as boas novas, porém no G12, a prática é totalmente contrária: as experiências lá vividas não podem ser divulgadas a ninguém. Obs. Segundo Josué Mello Salgado, na apostila Desmistificando o G12: "Os métodos de persuasão usados no encontro, em muitos casos, estão chegando às raias de uma lavagem cerebral".
Regressão
Existe um manual de realização de encontros, porém os adeptos só têm acesso após participarem do encontro. Neste manual ensinam que para a libertação de traumas passados é necessário fazer uma espécie de regressão a qual deve estender-se até a vida intra-uterina, visualizando o encontro do espermatozóide do pai com o óvulo da mãe, numa espécie de flash-back. A pessoa deve ir lembrando de todos os acontecimentos e pessoas que lhe causaram dor, até o momento presente, depois deve perdoar a todos.
A Bíblia diz no evangelho de João capítulo 3 acerca do nascer de novo. O nascimento ali referido é nascer da água e do Espírito e não nascer de uma regressão intra-uterina. A Bíblia ainda diz que "as coisas velhas se passaram, eis que tudo se fez novo". (II Co 5.17).
Toda e qualquer tentativa de cancelamento de pecado por regressão, quebra de maldição ou cura interior invalida o sacrifício vicário de Cristo.
Vale ressaltar que a regressão é uma prática psicoterapêutica e não um meio espiritual de libertação.
Figuras semelhantes às utilizadas pela seita Nova Era são utilizadas no manual, como uma roda de oração contendo trechos da Bíblia que se colocada lado a lado com um mapa zodiacal a roda de oração tem a estrutura deste símbolo esotérico, confundido-a com métodos ocultistas.
Heresias, Bizarrices e Esquisitices
Os encontros são marcados por manifestações emocionais como gritos, urros, desmaios, ataques incontroláveis de riso (unção do riso ou riso de Isaque), confissões de pecados e liberação de perdão até para Deus. Líderes do G12 ensinam que o homem precisa despertar para uma "nova consciência", e que Deus é uma fonte geradora de óvulos pensantes e multiplicadores do bem. Para um bom relacionamento com o criador, no entanto, propõe a observância de 5 códigos sagrados: consciência, inovação, intenção, proposta e juramento.
O Número 12
O G12 inculca idéias supersticiosas com relação ao número 12, fazendo-o parecer um número da sorte. Crêem que o mesmo tem poder de abrir supostos caminhos para o sucesso e o crescimento instantâneo da igreja, em detrimento a todos os demais números existentes na Bíblia Sagrada, admitindo o número 12, de certa forma, como um número mágico, supersticioso. As células não podem ultrapassar 12 membros.
Os líderes do G12 afirmam inclusive que as igrejas que não participarem da nova visão para crescimento de igrejas serão substituídas e estão fora da "visão" de Deus. Nesse ponto o G12 em nada difere das demais seitas.
Quebra de Maldição
Nos encontros são feitas confissões de pecados cometidos até mesmo no ventre materno, afim de que se quebrem todos os vínculos do passado: bons e maus. Para isso submetem-se a uma oração chamada "quebra de vínculo". Refutação (II Co 5.17).
Enfatizam muito nos encontros a maldição hereditária, sua renuncia e quebra, não importando como ela entrou, se através dos pais, avós, etc. Quebra-se a maldição do nome (pois alguns nomes podem ser oferecidos a ídolos, demônios e etc).
Palavras de uma Testemunha Ocular
"O preletor fez explanações sobre corpo, alma, espírito, com as possíveis feridas emocionais e suas diversas causas, depois foi colocado uma música envolvente, iniciando então a regressão até a fecundação. Seguindo para adolescência, puberdade e suas conseqüências pecaminosas, logo após aconteceu o que chamo de "fenômeno do cai-cai". O preletor ministrou a unção com óleo em cada participante e estes caiam no chão (recebendo uma pequena ajuda, sendo empurrados na testa). Foi então entregue um pedaço de papel e uma caneta para que escrevêssemos todas as transgressões que lembrássemos. Depois fomos separados em grupos de doze pessoas, para lançar todos estes papéis pecaminosos em uma fogueira".
Os líderes de células
São escolhidos os que mais se destacam entre os próprios participantes. Mas como são preparados estes líderes? Recebem um treinamento de seis meses onde aprendem técnicas de manipulação e persuasão e após o curso já estão "aptos" para organizar e dirigir uma célula, onde irão pregar, ministrar ceia, batizar e até ouvir a confissão de pecados de seus discípulos.
Objetivo do G12
Com base no que foi apresentado acima, conclui-se que o G12 é uma tentativa diabólica de enfraquecer lideranças e igrejas, pois cria um novo método de evangelização, de liturgia e até uma nova linguagem de pregação, pois nas células o número de pessoas não pode ultrapassar 12. Nestas células são os líderes fazem recolhimento dos dízimos e de ofertas e há autonomia de batizarem os novos cidadãos do grupo, levando em conta algumas situações como distância e tempo. Mas isso deixa claro que o objetivo do movimento é enfraquecer as lideranças e a igreja em massa , pois não havendo grandes igrejas, não há grandes líderes.
Quem são os que aderem ao G12
São crentes ingênuos ou desconhecedores da doutrina bíblica da salvação, que não lêem a Bíblia e nem participam da Escola Bíblica; pessoas em busca de novas experiências fora da Bíblia e que não conseguem ter essa realização "espiritual" em suas igrejas, tornando-se presas fáceis destes movimentos; pastores ambiciosos por status e dinheiro e frustrados com a liderança de suas igrejas, sem perspectivas, sem projeção.
Erro do G12 (Conclusão)
O grande erro do G12 é querer ser a revelação única e exclusiva de Deus na terra. Outro grande erro é querer que o encontro produza santificação a todo custo, e ainda os confunde com conversão. Com isso não cremos que tal movimento seja uma opção sadia para igrejas comprometidas com a doutrina e a Palavra de Deus.
O que fazer diante do G12 e de outras inovações que por certo vão aparecer?
Deveríamos ser como os Bereanos que segundo Atos 17.11 "eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim." Não há dúvidas que trará divisão e problemas. A Bíblia nos diz, em 1 Ts 5:21, que devemos examinar tudo e reter o que é bom. A Bíblia não diz para nós experimentarmos tudo. Eu não preciso fumar, beber e adulterar para saber se é mal. Existem duas maneiras de você conhecer alguma coisa; por experiência própria ou por informação. Imagine se tivéssemos que experimentar tudo para sabermos se é bom ou mal? A Bíblia é o manual do crente, se você quer saber se alguma coisa está certa ou errada, confira na Bíblia Sagrada. Vamos fazer igual aos crentes de Beréia, que examinavam tudo que os apóstolos falavam, e não eram como Tessalônica que engoliam qualquer coisa.
"O espírito que introduz qualquer doutrina ou novidade que vá além do Evangelho, é um espírito de mentira, e não o espírito de Cristo." (João Calvino)
"Qualquer ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que faça chover milagres todos os dias." (Martinho Lutero)
"Fiz uma aliança com Deus: que Ele não me mande visões, nem sonhos, nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida quanto para o que há de vir." (Martinho Lutero)


MANOEL BASÍLIO

O que está por trás do G-12?

O que está por trás do Grupo dos Doze?



    Preliminarmente, queremos tecer algumas considerações a respeito do tão propalado e comentado Grupo dos Doze (G-12), a fim de que o leitor fique inteirado sobre a origem desse movimento. Na qualidade de cristão sincero, não poderia deixar de abordar esse tema (I Co. 11.19). Também sabemos que é dever de todo cristão batalhar pela fé que uma vez nos foi dada (Judas 3). É dever nosso, seja homem ou mulher salva por Jesus Cristo, procurar mostrar a nossos irmãos, que têm uma fé pura e baseada na Palavra de Deus, os ensinos e práticas antibíblicos que têm surgido em nosso meio, sobretudo no que diz respeito às heresias proferidas pelos adeptos do G-12, a partir de seu criador, o visionário e sonhador pastor colombiano César Castellanos Dominguez, que vem. difundindo suas falsas visões pelo mundo todo.

       Não é pretensão nossa descer a detalhes, nem dizer com a profundidade que o caso requer – até porque já temos livros na praça sobre o assunto - mas tão somente informar de maneira concisa o que é o movimento e em que pilares se fundamenta o Modelo dos Doze.

       Após a edição de nosso primeiro trabalho, em junho/2000, continuamos pesquisando bem como nos atualizando com relação ao assunto e, por isso, resolvemos reestruturá-lo e apresentá-lo aqui totalmente revisto e atualizado. Minha preocupação não é com o crescimento numérico desse movimento –até porque tem crescido às custas de crentes incautos de outras denominações, que têm sido assediados por seus adeptos - mas com os desvios teológicos que têm contaminado de forma decisiva diversos irmãos que se dizem ser cristãos.
       Em mais de trinta e quatro anos de fé cristã, salvo pela graça e misericórdia de Deus, nunca vi tanta confusão doutrinária no meio do povo de Deus em nosso país, como tenho visto nesses últimos anos. O Brasil é um país místico, obcecado pelo sobrenatural. Certamente esta é uma das razões por que seitas como Testemunhas de Jeová, mormonismo, espiritismo e Nova Era têm proliferado tanto aqui. E justamente agora, quando os cristãos deveriam unir-se para enfrentar a fase mais difícil da Igreja, diante da iminente volta de Cristo e a conseqüente revolta de satanás, surge um movimento desse, dizendo-se ser cristão, mas que está mais para o judaísmo, espiritismo, etc., do que para o cristianismo. Muitas pessoas, por não terem alicerce bíblico, embasamento das doutrinas do Evangelho, portanto, têm sido enganadas, tendo passado a viver em escravidão espiritual. Tendo aparência de cristão e não sendo como afirmam. Pois têm relegado o sacrifício vicário de Cristo e adotado práticas totalmente em desacordo com o que a Bíblia ensina. Julgam-se salvas por métodos e rituais criados por homens e desprezam ou não dão valor à graça divina. Têm renegado a graça de Cristo, adotando rituais da lei, que nada têm a ver com a dispensação em que vivemos.

       Por se tratar de um movimento herético, queremos apontar algumas referências bíblicas, que alertam a Igreja do Deus Altíssimo sobre o que ocorrerá antes da volta de Cristo, para arrebatar a Sua noiva, que O aguarda com grande expectativa:

Surgirão ventos de doutrinas (Ef. 4.14, Hb. 13.9, 2 Tm. 4.3-4);
Surgirão falsos cristos e falsos profetas (Mt. 24.24);
Devemos ter cuidado com os falsos profetas (Mt. 7.15);
Haverá apostasia (2 Ts. 2.3);
Alguns apostatarão da fé (I Tm. 4.1-2);
Não devemos mudar nosso entendimento (2 Ts. 2.2);
Devemos ficar firmes e guardar as tradições (2 Ts. 2.15);
Devemos permanecer naquilo que aprendemos (2 Tm. 3.14);
Devemos reter a Palavra, que é igual à doutrina (Tt 1.9);
Quem não permanecer na doutrina não é de Deus (2 Jo 9).

Ao ler os assuntos que colocamos em tela neste trabalho, lembre o leitor que não estamos julgando, de forma nenhuma, a subjetividade de qualquer um e nem tampouco a legitimidade da fé de quem quer que seja, mas por desencargo de consciência, sentimo-nos impelidos a invocar a razão dos fatos.

Perdoe-me o leitor por se sentir constrangido ao tratar deste assunto, mas não podemos confundir o bem com o mal, o certo com o errado, mesmo que haja algumas vezes aparente semelhança. Até porque nós devemos lutar pela fé que nos foi dada (Judas 3).



 

COMO TUDO COMEÇOU

COMO ENTROU NO BRASIL

       No Brasil o movimento baseado nesse princípio está com o Pastor Renê Terra Nova (Ministério Internacional da Restauração), ex-Pastor da Igreja Batista (Manaus-AM); com a Pastora Valnice Milhomens (Igreja Nacional do Senhor Jesus), ex-membro, também, da Igreja Batista (São Paulo-SP); e com o Pastor Robson Rodovalho (Comunidade Sara Nossa Terra), de Brasília-DF. Recentemente também aderiu a esse movimento a Igreja Quadrangular, além de outros líderes de somenos importância.

Segundo o Pastor César Castellanos, na "visão" Deus lhe teria dito: "Sonha, sonha com uma grande Igreja, porque os sonhos são a linguagem do meu espírito. A Igreja que hás de pastorear será tão numerosa quanto as estrelas do céu e a areia do mar, que de multidão não se poderá contar". Nessa mesma "visão"Deus teria lhe perguntado: que Igreja gostarias de pastorear? De acordo com suas experiências, observou que os que têm êxito são os que apreenderam a ter esperança, a "sonhar", a projetar-se (seu livro citado pág. 20, 21 e 34).

César Castellanos ensina que, pela utilização dos sonhos, todos nós podemos provocar transformações no mundo real, trazendo à realidade aquilo que incubamos em nossas mentes. Ao afirmar que o "mundo é dos sonhadores", ele coloca uma condição para que recebamos tudo de Deus: atrever-nos a sonhar. Esta afirmação contrasta com o que a Bíblia diz: "e esta é a confiança que temos nEle, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos ouve" (I Jo 5:14). Não existe absolutamente passagem alguma na Bíblia que se possa usar para endossar a afirmação de que os sonhos são a linguagem do Espírito de Deus. Há uma gritante diferença entre receber visões e sonhos de Deus e desenvolver os seus próprios.

Este evangelho pervertido, como afirmou o Pr. David Wilkerson, busca transformar homens em deuses. É-lhes dito: "seu destino está no poder da mente (...), transforme seus sonhos em realidade usando o poder da mente". Fique sabido de uma vez por todas que Deus não abdicará de Sua soberania em favor do poder de nossas mentes, seja ele positivo ou negativo. Devemos buscar a mente de Cristo, e Sua mente não é materialista; não se focaliza no sucesso ou na riqueza. A mente de Cristo se focaliza na glória de Deus e na obediência à Sua Palavra.

Foi assim que surgiu a "Visão" para implantar o Modelo dos Doze, o conhecido G-12, com Igrejas em Células de multiplicação, resultado de um visionário sonhador. Veja como ele se expressa: "Deus dá visões, revelações e ‘sonhos’ àqueles que se submetem integralmente à sua vontade" (SONHA e Ganharás o Mundo, pág. 33). Cremos, sim, nessa afirmativa, porém desde que tudo seja de conformidade com a Palavra de Deus e não de acordo com desejos e caprichos pessoais.

É, no mínimo, curioso o fato de o Pastor César Castellanos enfatizar tanto as suas "Visões" dadas por Deus (?) e que o levaram a criar esse movimento espiritual. Aliás, pelo que se sabe, todos os movimentos gnósticos e seitas e heresias até agora surgidos sempre foram com base em "Visões e Revelações", conforme afirmaram, dados por Deus. O que dizer de Joseph Smith (fundador da Igreja dos Mórmons), Ellen G. White (Mãe da Igreja Adventista), Kenneth Hagin (Teoria da Prosperidade), Peter Wagner (Guerra Espiritual), David Berg (Os meninos de Deus), Marilyn Hickey (Maldição Hereditária), Essek Willian Kenyon (Confissão Positiva) e outros mais.

Entendemos ser bastante ridículo e, até, antibíblico, dizer que "os sonhos são a linguagem do Espírito de Deus". O Espírito Santo não nos traz sonhos, traz-nos realidade e poder para proclamarmos o Evangelho de Cristo (At 1.8) e termos comunhão com Jesus Cristo (Jo 14.26). É o Espírito Santo quem nos convence do pecado (Jo 16.18), revela-nos a verdade a respeito de Cristo (Jo 14.16-17), realiza o novo nascimento (Jo 3.5-6) e faz-nos membros do corpo do Senhor Jesus (I Co 12.13).

Pelo que se vê, o Pastor César está envolvido numa redoma de vaidade, quer na multidão de seus sonhos, quer nas suas muitas palavras (Ec 5-7).

Porém Deus disse: "Tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, profetizando mentiras em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei. Até quando sucederá isso no coração dos profetas que profetizam mentiras, e que são só profetas do engano do seu próprio coração (Jr 23.25-26)?". Não é demais relembrarmos que o último profeta desta era foi João Batista (Lc 16.16) e foi Cristo quem disse. E se foi Cristo, Ele tem autoridade! E como vem esse ‘profeta’de última hora?

Lendo o livro do Pastor César, na pág. 88, deparamo-nos com a afirmação de que Abraão, aos 99 anos, tinha muitas feridas não tratadas. Tal alegação não procede e falta com a verdade ao proclamar tamanha aberração, distorcendo os fatos bíblicos. O que a Bíblia nos revela é que Abraão foi obediente ao chamado do Senhor e era homem de muita fé em Deus. Foi-nos o exemplo (Gn 12.4 e Rm4.12).

Para o Pastor César, somente após participar do "Encontro", cujo assunto abordaremos mais adiante, é que o crente recebe a cura interior e é liberto de qualquer maldição que tenha imperado em sua vida, bem como experimenta o verdadeiro arrependimento e o novo nascimento. O "Encontro", afirma ele, é mais importante do que os batismos na água e no Espírito Santo e eqüivale a todo um ano de assistência fiel à Igreja (livro citado, pág. 91).Sobre a chamada cura interior e maldição também abordaremos adiante.

Ele afirma, ainda, que qualquer "rejeição" de uma pessoa que tenha ocorrido durante a gravidez, na infância ou na adolescência, é o tema de maior tratamento dispensado durante o "Encontro" e cortar todas as maldições que venham por descendência e compreender com exatidão quem é Deus é um dos temas principais. (pág. 92). Biblicamente não há respaldo para essas heresias do colombiano. Se o tivesse, José, filho de Jacó, teria que ter passado por um tratamento, promovido um "Encontro" para livrar-se de tudo que passou nas mãos de seus irmãos, bem como quando esteve preso no Egito. E o que dizer de Jó, que perdeu tudo o que possuía em um só dia, inclusive seus filhos? O Apóstolo Paulo também precisaria desse "Encontro", para quebrar as maldições, porque além de ter perseguido a Igreja de Cristo, também consentiu na morte de Estêvão. Portanto, não há sustentação bíblica para tais rituais.

É incrível o relato que o Pastor César faz na página 113, onde ele afirma que para libertar uma mulher possuída pelo espírito de lesbianismo, teve que orar por ela desde que se encontrava no ventre de sua mãe. Fez uma regressão em toda a vida passada, a partir da concepção. Isto baseado, segundo ele, em Efésios 1.4. Ora! Ficamos abismados com essa narrativa! E nos perguntamos: o que tem a ver a libertação da endemoniada com a passagem bíblica citada? Senão vejamos o que a Bíblia nos diz no versículo citado: "como também nos elegeu nEle antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dEle em caridade". Onde o Pastor César Castellanos aprendeu essa prática? Baseada na Bíblia, certamente, não! Não há um só versículo que nos dê margem para "regressão". Essa prática faz parte de sua visão pessoal, fundamentada em técnicas psicoterápicas e espíritas. A palavra de Deus nos mostra bem claro como o crente deve proceder nesses casos: Mateus 17.21 (oração e jejum) e Marcos 16.17 (em nome de Jesus). Esta, sim, é a maneira correta e bíblica de expulsarmos os demônios, e não fazendo levantamento da vida passada da pessoa endemoniada. Simplesmente ele distorce a Palavra de Deus.

E as aberrações não ficam só no que já comentamos. Para ele o "Pastor da Igreja é o Espírito Santo", enquanto que ele (o Pastor César) "é apenas o colaborador" (livro citado, pág.107-108). Mas que inversão de valores! A Bíblia Sagrada nos afirma que o Pastor é o "apascentador do rebanho de Deus" (At 20.28) e responsável pela "pregação e doutrina da Igreja" (II Tm 4.1-4), enquanto que o Espírito Santo é o que habita em todo crente salvo (Jo 14.16-17 e I Co3.16) e adverte a Igreja contra a apostasia (I Tm 4.1-2), além de outros atributos. Em lugar algum das sagradas escrituras encontramos Jesus, os apóstolos, ou o próprio Deus dizendo que quem pastoreia a Sua igreja seja o Espírito Santo. São homens, sim, escolhidos por Ele (Deus) para tomar conta do rebanho dEle, apascentar os salvos por seu Filho Jesus (Ef 4.11-12). Esse pastor gosta de inverter as coisas. E como gosta!

Diz ainda o Pastor César que o que "ele mais tem estudado na Bíblia" é a vida de Jesus Cristo (livro citado, pág. 103-104). Não nos parece verdadeira esta afirmativa. Onde ele encontrou no Novo Testamento Jesus ou seus apóstolos ensinando sobre maldição hereditária, quebra de maldição e regressões desde a vida intra-uterina? Onde ele encontrou Jesus ensinando que a pessoa que O recebesse como Senhor e Salvador fosse participar de um "Encontro", a fim de nascer de novo? Foram as "Visões" que lhe revelaram? Aliás, impossível acreditar.

Porém, os devaneios do Pr. César, que para ele foram palavras de Deus que lhe foram dirigidas, não ficaram no que já relatamos. Conta ele em seu livro retromencionado, na pág. 83, que "ganhávamos e ganhávamos multidões de uma forma sem precedentes na Colômbia, mas muitos deles não ficavam na igreja. Em várias oportunidades encontrei-me com alguns dos convertidos em diferentes lugares, que me diziam: ‘Pastor, eu conheci o Senhor na missão, mas estou congregando em tal igreja’. Eu dizia: ‘Amém, glória a Deus, esta alma não se perdeu, está sendo edificada!’. No entanto, chegou o dia em que Deus chamou minha atenção, dizendo-me: ‘Estás errado: essa alma Eu a trouxe à tua igreja; se tivesse querido mandá-la a outra igreja tê-lo-ia feito. Enviei-a para ti para que cuides dela e espero que me respondas’." Para quem conhece Deus e a Sua Palavra, cremos que aqui não cabe qualquer comentário sobre o relato do pastor colombiano. Primeiro porque Deus não faz acepção de pessoas, nem de igreja, porque para Ele há uma só Igreja, nem tampouco igreja nenhuma pertence a esse ou àquele pastor. A Igreja é do Senhor Jesus Cristo e não uma exclusiva para o pastor César Castellanos.

Como afirmamos inicialmente, o movimento nasceu na Colômbia; no Brasil tem como um de seus braços fortes a Igreja Nacional, que é pastoreada por Valnice Milhomens. Esta escreveu o seu mais recente livro intitulado "Plano Estratégico para Redenção da Nação". Nele, ela descreveu com riqueza de detalhes o que é a "Igreja em Células" adotada por ela em nosso país, e como funciona o Modelo dos 12. Quer dizer que o plano para redenção do Brasil e do mundo não é de Deus, em Cristo, mas o do G-12?



 

PRINCÍPIOS BÁSICOS DO G-12

       Abordaremos a seguir os princípios básicos adotados pelo movimento, que norteiam seus ensinos e práticas diárias de todos os seus adeptos. Julgamos, assim, estar contribuindo para esclarecer o leitor, principalmente o público evangélico, a respeito do movimento G-12.

Enfatizamos mais uma vez que a Igreja é em Células e não com Células (pág. 60 do livro supracitado). A diferença é que na "Igreja com células", estas estão intimamente ligadas à igreja, trabalhando para a Igreja e têm todo o apoio pastoral da Igreja, enquanto que na "Igreja em células", na forma adotada pelo G-12, estas são autônomas, independentes e funcionam como verdadeiras igrejas.

Nesse sistema de ‘Igrejas em Células’:

      Os crentes cuidam uns dos outros (não há pastor, mas um líder) nas células;
      A Igreja tem dois componentes básicos: a celebração e as células;
      A Celebração é a reunião no Templo (observe o leitor que não é chamado de culto, mas celebração);
      A Célula (em casas), porém, é a mais importante;
      Na Célula são recolhidos os dízimos e as ofertas e celebram até a Santa Ceia;
      Na Célula pode fazer o batismo em águas, desde que a pessoa não tenha condições físicas para ir ao Encontro, onde são batizados os seus membros;

Pelo que se vê, o trabalho nas casas, onde as células reúnem-se, está acima de todo e qualquer trabalho realizado no Templo. Ao contrário do que ocorre nas demais Igrejas, que possuem ‘grupos familiares’, de ‘discipulado’, etc (e não as conhecidas células do G-12), que desenvolvem trabalhos de aprendizado da Palavra de Deus, e que estão totalmente ligadas e dependentes de suas matrizes, sejam templos centrais ou congregações.

Na Igreja em Células, nesse modelo, seus membros participam da Igreja unindo-se às células. Nelas os crentes são responsáveis uns pelos outros. (pág. 63). A Bíblia nos ensina que quem vela (cuida) dos crentes é o anjo (pastor) da Igreja, e não essa cumplicidade pregada pelo G-12.

Segundo afirma a "Pastora" Valnice, "um Pastor não pode discipular mais do que doze pessoas. Se isso fosse possível, Jesus o teria feito". E continua:"Ele (o Pastor) não pode cuidar bem de uma Igreja com mais de cem membros". Por isso é que "o pastoreio e discipulado acontecem no contexto da célula" (pág. 63).Mas que absurdo! Trataremos do assunto mais adiante.

No modelo dos Doze, o descrente, após sua decisão para Cristo, vai para a célula (e não para a Igreja), onde permanece por dois meses até participar do "Encontro" (pág. 85). Assim, o novo convertido, após um ano de sua decisão, torna-se um Líder de Célula (Pastor?) e começa então a formar seu grupo de doze (pág. 86).

Após a decisão, o novo crente deve (pág. 87):

Fazer um mapeamento espiritual, onde lhe dá uma visão de sua jornada espiritual até então. Esse mapeamento está mais para o ‘mapa do zodíaco’, utilizado pelos espíritas e os astrólogos, do que para pessoas que se dizem cristãs;

Receber treinamento sobre novos relacionamentos, incluindo princípios básicos da vida cristã;

Integrar-se à célula como seu membro;

Fazer o pré-encontro, composto de quatro palestras semanais, para então poder habilitar-se a fazer o "Encontro";

Participar do "Encontro", que é um retiro espiritual de três dias, onde recebe ministração de arrependimento, perdão, quebra de maldições, libertação, cura interior, batismos no Espírito Santo e nas águas, bem como a "visão da Igreja";

Participar do "Pós-Encontro", que consiste em quatro palestras semanais, a fim de consolidar o que aprendeu no "Encontro".
Durante o "Encontro" (ou Desencontro?) todos ficam em absoluto silêncio, sem se comunicar com ninguém (apenas durante as refeições é que podem se comunicar, mas mesmo assim nada deve ser comentado sobre o que está ocorrendo). Trata-se de prática chamada de "nobre silêncio", que há muitos séculos (mais de 400 anos) antes de Cristo já era praticada por Buda. Hinos são cantados por repetidas vezes e sempre há uma música de fundo sem letra durante todos os trabalhos. Desta forma é feita uma verdadeira "lavagem cerebral" nas pessoas. São técnicas psicoterápicas, em que há até catarse. Um ato teatral é encenado, para que todos entendam o sofrimento na cruz, o quanto Cristo sofreu por nós. Há uma apelação muito forte para o emocional. Lidam com a emoção e o sentimento das pessoas.

Pelo que se vê, observa-se que o novo convertido é levado a seguir múltiplos rituais, alguns bons e até dignos de observações, porém outros sem qualquer fundamento bíblico, a exemplo do que é chamado de "pré-encontro" e de "Encontro". Cremos no que está escrito na Bíblia, que o pecador é perdoado, liberto de todo o seu passado mal e perverso, no momento em que aceita a Jesus Cristo com sinceridade, arrependendo-se e se convertendo ao Evangelho do Reino. Vejamos o que o Apóstolo Pedro nos disse em Atos 3.19: arrependei-vos, pois, e convertei-vos para que sejam "apagados os vossos pecados". Compare ainda Jo 3.16, Rm 8.1, Jo 1.12-13, Cl 2.13-14, Gl 3.13, Hb 8.12 e 10.17-18. Portanto, não vemos razão alguma para participar desse Encontro. Aliás, o Pastor César também comenta em seu livro (Pág. 91) que somente após o "Encontro" é que o crente recebe a cura interior e é libertado de qualquer maldição que tenha imperado em sua vida. O que equivale dizer que a Palavra de Deus, o Evangelho, o Sangue de Cristo, não foi suficiente para retirar do crente tudo o que havia contra ele, no dia em que aceitou o Senhor Jesus como Salvador?!

No Modelo dos Doze, todo crente recebe treinamento durante um ano para ser Líder (Pastor?) de Célula e de Doze (pág. 88), onde:

O treinando recebe o ensino para ser "sensível" ao Espírito Santo, bem como ensinar a outros através dos dons espirituais, ministrando cura e libertação;

Todos os líderes de células têm que formar seus Grupos de Doze e estes, também, devem ser treinados para se tornarem igualmente líderes de células.
Como se pode perceber, por esse modelo o Líder de Célula é um super crente, que tem todos os dons ministeriais e todos são aptos a pastorear. Ora, as Escrituras ensinam que Deus deu "uns" – não são todos, portanto – para Apóstolos, outros para Profetas, outros para Evangelistas e outros para Pastores e Doutores (Ef 4.11). E como é que vem um movimento desse fazendo de todos os seus adeptos pastores, vez que cada um deles deve liderar um grupo de doze, e que limitação é essa, visto que o grupo não pode ultrapassar doze pessoas? Não, não é isso o que ocorre com a Igreja de Cristo, senão vejamos o seu início: no pentecostes quase três mil pessoas se converteram (At 2.41). Posteriormente, quase cinco mil também abraçaram o Evangelho (At 4.4). Depois já não se podia contar os novos crentes, pois eram "multidões" que aceitavam a Cristo (At 5.14). Desta forma, os apóstolos eram ‘pastores’de incontáveis crentes e não de apenas um grupo ou grupos de doze pessoas!

Afirma a Pastora Valnice, na pág. 99 de seu livro, que o Senhor está fazendo uma "virada na unção ministerial". E continua: "a unção não vai estar somente em um homem, e sim, numa equipeA visão dos doze é uma visão de romper esquemas". Relata, também na pág. 10: "É preciso romper as velhas estruturas…ficamos absolutamente convencidos de que a Igreja em Células ou nas casas, sem deixar as grandes celebrações de todo corpo no Templo, era caminho de volta, no que concerne à estrutura". Assim, esse movimento deixa de lado toda a estrutura eclesiástica da Igreja, como ela é atualmente em todas as denominações evangélicas, e passa a existir de forma desestruturada. É bom que se diga, inclusive, que até seminários são condenados por seu criador. É tanto que a Pr. César Castellanos, ao criar esse movimento, acabou com os que existiam em sua igreja, alegando ser desnecessário o preparo do Líder em uma escola convencional, mas que após um ano, apenas, de treinamento na ‘escola de líderes’seria suficiente para prepará-lo.

Pelo que se observa e compreende, o modelo é para todo o crente (Líder de Célula) ser um Pastor e nada de um só Pastor para o rebanho (Igreja). E o Pastor César Castellanos afirma textualmente em seu livro retrocitado: "há necessidade de inovar de forma radical e contínua. Toda a visão implica em inovação. Estar disposto a romper com os moldes tradicionais, faz parte do risco" (pág. 48). Ainda: "a lista de mudanças é quase infinita... tudo porque decidimos por em prática o poder da inovação, romper os velhos moldes. Definitivamente devemos ser criativos, o mundo é daqueles que inovam." (pág. 52). Acrescenta ainda o Pastor César ao falar sobre o nome de sua Igreja (Missão Carismática Internacional): "...parecia-nos estratégico não colocar nenhum termo que associasse com o evangélico, para que não produzisse rejeição, ou apatia, e a estratégia funcionou" (pág. 51).

Diante das "inovações", "rompimento dos modelos tradicionais", "virada na unção ministerial" e assim por diante, na visão dos Doze, cada pessoa do grupo (Célula) tem a capacidade de pastorear doze crentes. Estes também têm a condição de pastorear outros doze.

Pelo que se vê, todos têm a unção (e a capacidade) e a chamada de Deus para ser Pastores, nessa visão. Essa filosofia vai de encontro ao que o Senhor Jesus Cristo ensinou sobre os diferentes talentos que são concedidos aos crentes. Nem todos têm a mesma capacidade, portanto. Compare Mateus 25.15, onde Cristo afirmou textualmente: ‘e a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade’. Deus deu "uns" – não são todos, portanto – para algumas funções ministeriais (Ef 4.11-12), visando ao aperfeiçoamento dos santos e à edificação do corpo de Cristo (Igreja), e não apenas para um grupo de "doze pessoas".

Vamos tratar sobre o "Encontro" (ou Desencontro?), que consiste num retiro de três dias e que, conforme a "Visão", assim como ocorreu com o Apóstolo Paulo (At 9.1-9) que passou três dias separado de seu contexto familiar e cultural, também todos precisam, após dois meses da entrega a Cristo, participar. Era preocupação do Pastor César Castellanos a retenção "dos frutos", permanência dos novos convertidos na Igreja, já que nem todos os que abraçavam o Evangelho permaneciam na Igreja. Daí por que julga que somente através desses Encontros é que podem continuar sendo crentes (Plano Estratégico para a Redenção da Nação, pág. 111, 118, 120 e 121).

Ao que nos parece, data venia, há um certo desconhecimento quanto ao assunto ventilado. Como sabemos, nem todos os que crêem na Palavra de Deus permanecem nela. Foi o próprio Jesus que nos afirmou através da parábola do semeador (Mt 13.1-9 e 19-23). No exemplo citado pelo Mestre, entendemos que apenas 25% (a semente que caiu em terra fértil) permanece e dá fruto. As demais sementes (três, ou seja, 75%) que caíram em solo pedregoso, entre os espinhos e à beira da estrada, não permaneceram, se desviaram, deixaram o evangelho (observe que todas creram na Palavra de Deus, porém não permaneceram!) Muitos são chamados, porém poucos são os escolhidos (Mt 22.14). E como é que vem esse ‘profeta’de última hora querendo fazer com que, os que participam de seus ‘encontros’ todos permaneçam na igreja?!. Portanto, essa premissa é falsa e não encontra amparo na Palavra de Deus. Os que defendem esse preceito que nos convençam do contrário!.

Dizer que Paulo foi separado por três dias para ficar longe de seus familiares e de sua cultura é desconhecer onde ele se encontrava. Todos sabemos que o Apóstolo estava a caminho de Damasco e, portanto, já estava separado do convívio familiar. O Encontro dele nada tem a ver com o "Encontro" patrocinado pelos da "Visão" da Colômbia. Esse raciocínio não procede. O encontro que Paulo teve com Deus foi aquele que todos nós experimentamos quando aceitamos a Cristo, quando nos arrependemos, nos convertemos e passamos a ter uma nova vida (Jo 5.24, Rm 10.8-11 e II Co 5.17).

Nos "Encontros" são abordados vários temas, várias ministrações. Dentre muitas outras, fazemos referências às seguintes:



 

OS ENSINAMENTOS DO G-12 E AS REFUTAÇÕES BÍBLICAS

       Arrependimento: é explicado o "genuíno arrependimento", é quando o crente declara detalhadamente os seus pecados, chora, urra (o termo é esse mesmo), "sente dor" por ter ofendido a Deus (Pág. 118 do Plano Estratégico). Dizem que o verdadeiro arrependimento só se dá quando da participação do novo convertido ao Encontro.

Refutação – Quanta aberração existe! Quer dizer que o crente não foi perdoado por Deus no dia em que aceitou a Cristo? Jesus nos disse que quem ouvea Sua Palavra e crê naquEle (Deus) que O enviou tem a vida eterna (Jo 5.24). Assim, cremos que a salvação é instantânea, não há a necessidade de marcar um "Encontro" para termos que nos arrepender de novo. Se o genuíno arrependimento só se dá nesse "Encontro", conforme a "Visão" do G-12, como ficaria a situação da pessoa que morresse antes de participar desse "ritual"? Não, não cremos assim! O ladrão na cruz, o mordomo da Etiópia, Zaqueu, Cornélio, dentre muitos outros exemplos bíblicos, todos foram salvos na hora em que se encontraram com Cristo. Compare Cl 2.14, Hb 8.12 e 10.17-18, Tt 3.4-7, etc. Em Atos 2.38-43 vemos quase 3.000 pessoas sendo salvas por Cristo e o foram quando o Espírito Santo as convenceram através do pronunciamento do Apóstolo Pedro. Foi um arrependimento verdadeiro e sincero. Nada de ‘encontro’ nos moldes promovidos pelo Grupo dos Doze. O mesmo aconteceu comigo e com os crentes em geral, salvos pela graça de Deus. Fomos salvos no momento em que ouvimos a Palavra de Deus, nos convencemos de que éramos pecadores e por isso nos arrependemos e passamos a ser novas criaturas. Não precisamos participar de "Encontros"para nos tornarmos salvos, graças a Deus.



Quebra de Maldições: são ensinadas as causas das maldições e o Espírito Santo (?) mostra as maldições e como quebrá-las (Pág. 119). São ministradas as bases bíblicas (?) sobre maldição hereditária e analisados os pecados familiares; os crentes são levados ao arrependimento por identificação – em lugar de seus pais (Pág. 137). Para tanto precisam perdoar seus antepassados, ou seja, pais, avós, etc., a fim de que suas maldições sejam quebradas.

Refutação – Concentrados principalmente no Antigo Testamento, criam uma nova doutrina a partir destes textos – Êxodo 20.5 e 34.7; Deuteronômio 5.9 - desconhecendo completamente o significado bíblico de bênção e maldição. Confundem maldição com efeitos do pecado. É óbvio que uma criança que vive sob a influência diária de uma família corrompida, certamente terá grande probabilidade de tornar-se adulta com os mesmos vícios, erros e metida nas mesmas iniqüidades de seus pais, avós, tios, etc. Isso não é maldição. Isso são conseqüências do pecado. Confundem maldição com traumas pessoais. Pessoas que sofreram um grande choque emocional ou que se sentem envergonhadas por alguma deficiência, podem ser pessoas reprimidas e problemáticas. É um prato cheio para alguém dizer que tal pessoa está amaldiçoada quando, na realidade, o que a pessoa necessita é de gente que lhe valorize, que lhe transmita força moral e espiritual e não de "profetas" que lhe venham colocar um problema a mais em sua mente. Confundem maldição com questões genéticas. De problemas hereditários (que obviamente não são maldições) ou genéticos o mundo está repleto. Porém daí dizer que isto é maldição é um absurdo inqualificável. Quanta ignorância e prática antibíblica! Tudo quanto existia contra nós Cristo já pagou na cruz, desde o instante em que O aceitamos e nos convertemos a Ele (Hb7.25, 8.12; Cl 2.14; Jo 1.12-13). Tudo aquilo que era contra nós, Cristo já perdoou cravando na cruz a cédula (dívida) que nos era contrária (Cl 2.13-14). O filho não leva o pecado do pai, nem este o do filho (Ez 18.1-4, 19-22, 26-28 e 30-32 e Mq 7.18-19). E o que dizer de uma pessoa que não conheceu nem o pai nem a mãe (órfão). Como é que ficaria a sua situação? Já que não vai poder romper com as maldições de seus pais, à vista de não saber que tipos de maldições seus pais eram portadores. Ensinar que um cristão tem que romper com maldições ou pacto dos antepassados, pedindo perdão por eles é minimizar o poder de Deus quando de sua conversão. A Bíblia Sagrada nos diz que toda desobediência é amaldiçoada (Nm 23.7,8; Sl 109.17; Dt. 11.26-28; Gl 3.10) e que Jesus Cristo já nos abençoou (Ef 1.3) e que nenhuma condenação (maldição) há para os que estão em Cristo Jesus (Rm. 8.1). Não há maldição para os que são filhos da obediência (Lc 11.28; Tg. 1.25). Jesus se fez maldição por nós. O que dizer, então, dos filhos dos reis de Judá que tinham pais bons e eram maus, ou tinham pais maus e eram bons? Por fim, nos diz a Palavra de Deus (Pv 26.2) que maldição sem causa não virá. E ainda: a maldição do Senhor habita na casa do ímpio, mas a habitação do justo (salvo por Jesus Cristo) Ele abençoará (Pv 3.33) E a causa maior chama-se pecado. Enfim, os textos citados (Êx 20.5; 34.7 e Dt 5.9) referem-se àqueles que aborrecem a Deus, que se desviam de Deus e vão seguir a outros deuses. Em outras palavras, a maldição de que se trata é para os idólatras e não para quem tem Deus como o único Deus verdadeiro e o seu Filho Jesus Cristo como único e bastante SalvadorO gedozistas confundem ‘maldição’ com ‘obras da carne’, de que falou o apóstolo Paulo em sua carta aos Gálatas no capítulo 5 e versículos 19 a 21.



Libertação: ocasião em que todos escrevem num papel todo o seu passado, fazendo uma lista de seus pecados e, todos cantando e ‘dançando’ jogam no fogo esses papéis. Assim, sentem que foram totalmente libertados (pág. 119 e 137).

Refutação: trata-se de pura invencionice, criação humana, sem nenhuma eficácia. Não é isso o que nos ensina a Palavra de Deus. Pelo contrário, quando o pecador aceita a Cristo recebe instantaneamente o perdão de todos os seus pecados. Todo o seu passado ficou para trás (Jo 8.32 e 36, Rm 6.18, II Co 5.17, Fl 3.13 e Cl 2.13-14). Havendo conversão, havendo, portanto, salvação, há libertação total. Toda pessoa convertida e que está em Cristo foi liberta do império das trevas e transportada para o reino do Filho do seu amor (Cl 1.13-14). A conversão implica sair das trevas para a luz, e ser convertido do poder de satanás ao poder de Deus (At 26.18).



Cura interior: todos os encontristas são levados ao arrependimento, por aceitar feridas e abrigar a amargura, ressentimentos, mágoas, iras e maus ressentimentos em relação às pessoas. Para tanto é ministrada a ‘cura’, levando as pessoas a visualizarem mentalmente a sua formação "desde a concepção" até a ocasião do Encontro (regressão), lidando com a rejeição, traumas e pecados (pág. 138). É nesse momento em que todos os encontristas"precisam liberar perdão às pessoas envolvidas em cada fase (da infância à fase adulta), e até mesmo a DeusLibera perdão a pai, mãe, irmãos, familiares e a Deus" (Manual do Encontro, pág. 100/101, Pr. Renê Terra Nova).

Refutação – Mas que absurdo, liberar perdão até a Deus? Parece inacreditável, mas é isto mesmo que está sendo ensinado: que devemos perdoar a Deus. Trata-se de uma aberração herética de tal gravidade que dispensa qualquer comentário bíblico. Simplesmente negam o absolutismo e a soberania de Deus, convertendo em dissolução a graça de nosso Deus (Jd 4). Nada contra a cura interior em si. Ela é importante e saudável. Porém temos restrições quanto ao método empregado pelos gedozistas. É inaceitável a catarse utilizada na busca da cura interior. É prática antibíblica. É prática psicoterápica e não um meio espiritual de libertação. Por que nós vamos ter que voltar ao nosso passado, desde a concepção, passando pela infância, a adolescência, fase adulta, até àquele "Encontro" para podermos nos livrar de tudo o que nos aconteceu durante a nossa vida pregressa? Não tem sustentação bíblica. Compare Pv 11.8, II Co 5.17 e Fl 3.13, além de Jo 8.32 e 36. Para o crente o passado não mais existe, ficou no esquecimento, somos novas criaturas, passamos a ternova vida no presente pelo poder transformador da palavra de Deus e projetamos o futuro alicerçado no amor e na santidade, que é um processo contínuo e dinâmico, diário, até chegarmos a varão perfeito (Ef 4.13, Fl. 3.13-14). Nos diz a Palavra de Deus que a ansiedade no coração do homem o abate (Pv 12.25), porém nos diz a mesma Palavra que o justo é libertado da angústia (Pv 11.8); que Deus conserva em paz aquele cuja mente está nEle (Is 26.13); a verdade nos libertando através de Cristo, estamos livres (Jo 8.32 e 36). É Deus que sara e liga as feridas (Sl 147.3). Se quisermos cura interior sigamos o que nos diz I Pe 5.6: "Lançando sobre Ele toda vossa ansiedade porque Ele tem cuidado de vós." E o salmista nos disse: "Lança os teus cuidados sobre o Senhor e Ele te susterá" (Sl 55.22). Esta é a receita para a cura interior e não perdoando a antepassados, inclusive a Deus, e fazendo regressão!



Durante o Encontro seus participantes fazem duplas, quando então uma das duas pessoas passa a narrar o que aconteceu em sua vida passada, como sejam, seus traumas, frustrações e pecados cometidos, devendo a que está ouvindo permanecer em silêncio, até que seu companheiro ‘desabafe’tudo que tem dentro de si. Terminada essa maratona, os papéis se invertem e o que estava ouvindo o lamento do outro vai adotar idêntico procedimento. Ou seja, a dupla confessa seus pecados mutuamente. Não vemos sustentação bíblica para isso. Até por que de que adianta confessar pecados a uma pessoa que nada tem a ver com o que aconteceu! Somente a Cristo devemos confessar nossos pecados para que sejam perdoados. E só devemos confessar nossas ofensas a outrem e pedir o seu perdão, quando essa tiver sido ofendida por nós ou o inverso, termos sido ofendidos por ela.

Quanta gente pelo Brasil afora tem adoecido após ter participado desses Encontros! Temos conhecimentos e testemunhos de pessoas que ficaram descompensadas emocionalmente em João Pessoa (PB), Manaus (AM), Brasília (DF), São Paulo (SP), entre outros. Só para exemplificar, citamos o caso de uma jovem de Brasília que precisou medicar-se, ficando internada por várias semanas e, seu pai, que não é evangélico, exigiu do pastor da igreja, onde ela fez o ‘encontro’, o custeio de todas as despesas realizadas com sua filha. E a Igreja viu-se obrigada a pagar tudo, sob pena de ser acionada judicialmente.

Para o modelo dos doze, "quando alguém prega a palavra, ministra cura interior, quebra maldições, ministra o batismo no Espírito, vão ter ‘pessoas curadas’, não vai haver pecado na Igreja, não vai haver imoralidade, não vai haver fofocas nem murmurações. É uma Igreja sadia" (pág. 123).

O que acha o leitor sobre a afirmativa acima? Que Igreja santa, não é verdade? Afirmamos à luz da Palavra de Deus, que perfeição só alcançaremos no Céu. Enquanto estivermos aqui na terra, toda e qualquer Igreja (as mais diversas denominações) terá problemas, enfrentará situações adversas, e até escândalos poderão haver. Aliás, serão inevitáveis, porque foi o próprio Jesus quem disse (Lc 17.1). Sempre haverá joio semeado no meio do trigo. Cremos, sim, numa Igreja sadia, porém trata-se da Igreja invisível e constituída por cristãos das mais diversas Igrejas genuinamente evangélicas. E somente o Senhor Deus conhece essa Igreja invisível.



 

O MODELO É CÉLULA E NÃO IGREJA


Sintetizamos abaixo os princípios básicos que norteiam o Movimento dos Doze (G-12), de acordo com os seus criadores, cujos pensamentos estão contidos nos livros Sonha e Ganharás o Mundo, do Pastor César Castellanos Dominguez, e Plano Estratégico para Redenção da Nação, da Pastora Valnice Milhomens Coelho:

Jesus confiou-nos a missão de fazer discípulos e não membros de igreja;

A única Igreja certa é a do G-12, ou seja, em Células;

Todo novo convertido deve ser conduzido a uma Célula (não é a uma Igreja), onde deve ser acompanhado por um Líder de Célula e, ao fim de dois meses, participar do "Encontro", quando então se dá o novo nascimento;

Os Pastores apenas supervisionam as Células;

Visão dos Doze: virada na unção ministerial. Unção em uma equipe e não somente numa só pessoa. É para romper esquemas. Todos têm capacidade para pastorear;

O que se presta a Deus no Templo é uma celebração e não um Culto. Porém nos diz o Apóstolo Paulo que devemos prestar a Deus é um culto (Rm 12.1) e não uma celebração. Ressalte-se, entretanto, que o culto não deixa de ser uma celebração, porém a celebração do G-12 é um trabalho totalmente diferente (com danças, assobios, gritos, etc, etc.) daquele que conhecemos e prestamos a Deus.

A preocupação maior, o alvo principal e o objetivo a ser perseguido dentro do Modelo dos Doze, é procurar reter o fruto, ou seja, o crente permanecer na Célula; fazer a Igreja crescer quantitativamente, às custas de inovações e rituais tirados do judaísmo, do espiritismo, do catolicismo romano e, porque não dizer, até de seitas orientais;

O verdadeiro encontro da pessoa com Cristo só se dá nos chamados "Encontros";

O "Encontro" vale mais do que um ano de assistência efetiva à Igreja;

O "Encontro" é mais importante do que o batismo nas águas e o batismo no Espírito Santo;

Todos têm capacidade para ser líderes (Pastores). É bastante seguir a "Escada do Sucesso" e, após um ano de treinamento, estarão aptos a ser líderes de Doze.

Refrão do Movimento: "O encontro é tremendo". Porém sabemos que tremendo só Deus, este é mesmo ‘tremendo’ (I Cr16.25, Sl. 111.9). Deus é que deve ser extremamente tremendo (Sl 89.7) e não um "Encontro" sem base bíblica.

O G-12 guarda o Sábado com pequenas diferenças em relação aos adventistas. E o dia para eles termina às 18 horas e não às 24 horas. Isto porque, segundo afirmam, o dia no início da criação terminava à tarde, na "virada do dia", quando Deus ia ter o encontro diário com Adão.

Eles acham que estão sendo injustiçados e mal compreendidos pelas demais igrejas. Entendem que estão passando o que Assembleia de Deus suportou por várias décadas. Mas que diferença! As Assembleias de Deus sofreram discriminação por defender o poder pentecostal que é bíblico e que já é aceito por todas ou quase todas as denominações, enquanto que as Igrejas integrantes do G-12 pregam e disseminam heresias que não têm sustentação bíblica.



 

Ritos utilizados nas igrejas do G-12, por ocasião das celebrações:

Formação de trenzinhos com pequenas bandeiras levantadas pelas mãos, pelo meio do Templo. Essa atitude está mais para brincadeira de estudantes em suas escolas, do que para um povo que se diz ser cristão;

O púlpito se transforma num palco de danças, após o encerramento das celebrações. Dizem que assim procedem porque tanto Davi como Miriam também dançaram. Porém esquecem-se de que houve motivos fortes para que eles assim procedessem. O primeiro dançou pela recuperação da Arca do Senhor, que estava em mãos de uma nação inimiga. Miriam o fez pelo grande milagre que Deus operara, quando dividiu o mar vermelho em duas partes e o povo atravessou em solo seco. E há de se observar, também, que foram fatos isolados - apenas duas vezes – e mesmo assim nenhum deles dois dançou no Templo do Senhor. A Casa de Deus merece respeito e é lugar de adoração e não de dançarinos;

É carregada uma tocha, pelo meio do Templo, a fim de que todos a toquem, e possam, assim, ser abençoados. Parece até uma brincadeira!. Nada há de espiritual nesse gesto, nem amparo bíblico; meninice, apenas;

Unção com óleo para todos serem ungidos e receberem a benção de Deus, podendo até levar para ungir suas casas. Mas que aberração! Haja vista o que está contido no Novo Testamento, que o óleo serve apenas para ungir os doentes (Mc 6.3 e Tg 5.14). Mas eles utilizam o óleo até para impedir que navio não navegue por caminhos já traçados, como aconteceu por ocasião das comemorações dos quinhentos anos de descobrimento do Brasil. Pois aconteceu, sim senhor. Simplesmente os adeptos do G-12 foram para o alto mar, em Salvador, e derramaram várias latas de ‘óleo ungido’, a fim de que o navio que o governo brasileiro havia construído, para fazer o percurso da capital baiana até Porto Seguro, não chegasse ao seu destino. Sabemos que realmente a embarcação ‘quebrou’duas vezes, não tendo feito a viagem programada, mas temos a informação – e a imprensa divulgou para todo o país – que o fracasso deveu-se a falhas ocorridas na construção do barco, imperícia técnica de seus construtores. Não foi, portanto, o ato praticado por eles que a embarcação não chegou ao seu destino.

Oração do cai-cai, ocasião em que oram pelas pessoas e estas caem por terra. No Novo Testamento não tem fatos desta espécie. Há casos em que as pessoas caíram ao ouvirem a voz de Deus. Os primeiros foram os oficiais e fariseus que procuravam Jesus para o prender (Jo. 18.3-6) e quando Paulo viu o resplendor de Cristo (At. 9.3-4). Há o caso dos discípulos Pedro, Tiago e João, quando da transfiguração de Jesus Cristo. Ao ouvirem a voz de Deus, em que reafirmou ser Cristo o Seu filho, Eles caíram sobre seus rostos em terra (Mt. 17:5-7). Em Ap.1.13, 16-17 João caiu, porém estava em espírito quando de seu arrebatamento ao céu, ou seja, caiu em espírito e não em corpo físico. Os casos citados no Velho Testamento (Dn.10.5-6 e Ez. 1.28, 3.23 e 43.3) referem-se a profetas diante de seres celestiais e não de pobres mortais. Curioso é que em todos estes casos, os personagens caíram com o rosto em terra, para frente, portanto, enquanto que os do G-12 e seguidores de Benny Hinn sempre caem para trás, o que é muito estranho (É bíblico? Não encontramos respaldo nas Escrituras Sagradas). Ponderamos também que eles caem e, ao levantarem-se, continuam do mesmo jeito que caíram, nada se lhes acrescentou espiritualmente falando. No máximo ficam em estado de êxtase e nada mais;

Baseados em Atos 18.18, os homens das Igrejas do G-12 estão rapando suas cabeças (e deixando a barba crescer), em forma de voto, a exemplo do que o Apóstolo Paulo fez. Eles querem tornar-se nazireus, porém devem entender que no nazireado os homens primeiro deixavam os cabelos crescerem e, após o término do voto, é que rapavam suas cabeças, conforme podemos observar o que está contido no capítulo 6 do livro de Números. Porém, esquecem que os próprios Apóstolos ensinaram que nós, os gentios, que cremos, não devemos observar tal prática. Dizem que adotam essa prática como forma de sacrifício. Mas será que o sacrifício feito por Cristo não nos foi suficiente? Que Deus tenha Misericórdia! Os gedozistas desconhecem o que está contido em Atos 21.21-25, principalmente o que está escrito no último versículo, que assim diz: "todavia, quanto aos que crêem dos gentios, já nós havemos escrito e achado por bem que nada disto observem [rapar a cabeça]; mas que só se guardem do que é sacrificado aos ídolos, e do sangue, e do sufocado e da prostituição" (edição João Ferreira de Almeida, revista e corrigida e Antigua Versión de Casiodoro de Reina, de 1569, revisada por Cipriano de Valera em 1602 e otras revisiones, em 1862, 1909 e 1960, além de outras edições por nós consultadas). É de bom alvitre que se diga também, que até as mulheres desse movimento estão rapando suas cabeças. Uma delas afirmou-me que tal prática é para passar para Deus a ‘sua glória’ (a glória dela), como forma de voto, objetivando obter a ‘redenção’ do Senhor para a sua família. Mas indagamos: que glória o homem ou a mulher tem para dar a Deus?! Quem somos nós? Pó e cinza e nada mais. Ainda que fizéssemos tudo o que Cristo quer que façamos, ainda assim seríamos considerados como servos inúteis. Diz-nos a Bíblia que nossa justiça é considerada como ‘trapo’ diante de Deus. É Ele, Deus, que tem glória para nos oferecer e não nós, pobres mortais! Ademais, nos afirma a sua Palavra que é desonroso para a mulher cortar o seu cabelo (quanto mais rapar!) – I Co 11.15- e como é que Deus iria se agradar duma glória (glória?) dessa?!. Digamos como o Apóstolo Paulo: nós não temos tal costume, nem as Igrejas de Deus (I Co 11.16). Se fôssemos considerar como sendo um sacrifício, segundo eles afirmam, o nosso irmão Davi assim se expressou: ‘porque te não comprazes em sacrifícios, senão eu os daria. Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus!’ (Sl 51.16-17). O sacrifício que Deus requer de nós todos são: a) louvor, a prática do bem e a mútua cooperação (Hb 13.15-16); b) o culto racional que prestamos a Ele (Rm 12.1); c) o que se dá a quem precisa (Fl 4.18) e os sacrifícios espirituais (não materiais, não físicos – estes Deus não quer mais!) agradáveis através de Jesus Cristo (I Pe 2.5).É para ‘redenção’ de alguém? Perguntamos: a redenção de Cristo não foi suficiente, não? Simplesmente é um absurdo o que estão fazendo!



 

CONCLUSÃO

2015/05/19

A Busca pela Felicidade




A Busca pela Felicidade

No passado um grande pensador, chamado Blaise Pascal, escreveu algo muito interessante:
Todas as pessoas buscam a felicidade. Não há exceção para isso. Sejam quais forem os meios diferentes que empreguem, todos objetivam esse alvo. A razão de alguns irem à guerra, e de outros a evitarem, é o mesmo desejo em ambos, visto de perspectivas diferentes. A vontade nunca dará o último passo em outra direção. Esse é o motivo de cada ação de todo ser humano, mesmo dos que se enforcam.
A busca pela felicidade faz parte de cada ação, de cada movimento e de cada pensamento do ser humano inserido nesse mundo. A felicidade a qual Pascal se referia, e a qual vou me referir, não é aquela sensação de alegria, não é um estar feliz, mas um estado de contentamento, de satisfação. Assim, todos buscam não apenas estar feliz, mas ser feliz, viver em felicidade. 

Durante toda a história, muitos filósofos lidaram com a questão da felicidade: Como pode o homem ser feliz? Qual a melhor maneira de viver a vida para ser feliz? É possível ser feliz?

Desde a Grécia antiga até os mais recentes pensadores, estas questões têm sido tratadas. No entanto, mais do que uma mera questão intelectual, a busca pela felicidade é uma questão prática que interessa a cada um de nós.

Observando a sociedade a qual vivemos, podemos notar que certo tipo de pensamento acerca da busca pela felicidade domina a mente dos homens em geral. Este pensamento está impregnado em nossa cultura, em nossa forma de pensar e de se comportar. Este pensamento a que me refiro é chamado pelos estudiosos de existencialismo.
O existencialismo foi um sistema filosófico surgido há mais de um século. Basicamente, esse sistema tentava entender como pode o ser humano dar sentido à sua vida neste mundo desesperador. Como pode o homem ser feliz, neste mundo infeliz?

Alguns existencialistas chamados cristãos diziam que a resposta estava em ter fé, fé em um Deus que nem ao menos podemos ter certeza que existe. Ou seja, não importa se Deus existe ou não, o importante é ter essa crença, pois só assim pode a vida do homem ter algum sentido.

No entanto, um existencialismo ateu foi desenvolvido por vários filósofos. Esse tipo de existencialismo ensina que a vida é um absurdo, é um desespero. Precisamos então buscar neste mundo alguma razão, algum motivo pelo qual viver. Se não encontrarmos, é necessário encontrar uma saída válida, ainda que seja o suicídio.

Esse tipo de existencialismo ateu saiu das faculdades, dominou as artes, as mídias e se impregnou na mentalidade popular. Vivemos em uma sociedade que busca a felicidade a todo custo, mas sem Deus. Os homens vivem em busca de algo que os dê algum motivo para viver, para se alegrarem, para sentirem-se satisfeitos em um mundo marcado por sofrimento, ódio e tristeza.

Exemplo disso é uma música bem famosa, composta por uma banda iniciada dentro de uma universidade dominada pelo existencialismo. Esta música diz o seguinte:
Você me faz correr demais
Os riscos desta highway
Você me faz correr atrás
Do horizonte desta highway
Ninguém por perto, silêncio no deserto
Deserta highway
Estamos sós e nenhum de nós
Sabe exatamente onde vai parar
Mas não precisamos saber pra onde vamos
Nós só precisamos ir
Não queremos ter o que não temos
Nós só queremos viver
Sem motivos, nem objetivos
Nós estamos vivos e é tudo
É sobretudo a lei
Dessa infinita highway.
 
Note que nesta letra, a Highway representa a estrada da vida. É uma estrada, deserta, onde todos que estão nela estão sós e não sabem para onde vão. Mas eles não precisam saber, pois a única coisa que eles devem saber é que estão vivos e precisam viver. Então é por isso que ele diz “você me faz correr os riscos dessa Highway”. Ou seja, para o autor dessa letra, era uma garota quem dava sentido à sua vida, quem dava um motivo, mesmo que temporal, para caminhar na Highway.

É essa a mentalidade que se impregnou em nossa sociedade como um todo. Os homens desenvolverem meios para fazer suas vidas valerem a pena. Pode ser desde um time de futebol, até o auto cargo político; nossa sociedade busca a felicidade neste mundo à parte de Deus, sem considerar a eternidade. Vivemos em um mundo marcado pela filosofia do “comamos e bebamos, pois amanhã morreremos”.

A Palavra de Deus contém um livro que foi escrito para investigar a vida, e como pode o homem viver feliz em sua existência neste mundo. Este livro é Eclesiastes. Sem entrar no mérito da autoria, podemos admitir com segurança que foi Salomão o autor. 

O livro de Eclesiastes contém o registro da análise de Salomão acerca da natureza da vida. O sábio Salomão investiga as suas atividades e as atividades dos homens para entender como pode o homem viver feliz durante os dias de sua vida.

 Salomão já inicia o seu livro afirmando “vaidade de vaidades, diz o Pregador, tudo é vaidade”. Essa palavra muito comum neste livro literalmente significa um suspiro, um bafo. Ela representa a falta de bases sólidas, de resistência. O que Salomão quer dizer é que tudo nesta vida é uma grande inutilidade, um grande absurdo. Não há nada em que podemos nos escorar e descansar.

Essa ideia é desenvolvida no primeiro capítulo. O Pregador tenta demonstrar que a vida debaixo do sol, a vida do homem sem Deus é um grande absurdo, uma grande inutilidade. 

Depois desse poema no primeiro capítulo, o livro de Eclesiastes pode ser dividido em três seções: a primeira, que vai do capítulo 1 até o começo do capítulo 6 descreve um série de investigações de Salomão. A segunda, do restante de 6 ao 12.8 relatam as conclusões de Salomão. Por fim, no final do capítulo 12, Salomão apresenta um conselho final.
No entanto, eu gostaria de chamar a sua atenção para o capítulo 2. Neste capítulo, Salomão focaliza  sua jornada em busca pela felicidade: Ele investiga se é possível ao homem encontrar a felicidade nesta vida.

Com a leitura e exposição deste texto, quero conduzi-los os irmãos e leitores a uma análise pessoal,   pensar em nossas vidas e em nossas atividades e partir disso levantar algumas questões: Onde temos buscado a felicidade? O que temos considerado ser capaz de nos trazer plena satisfação? O que é aquilo que achamos que pode trazer descanso ao nosso coração?

Vamos ler este capítulo, orar e estudá-lo para empreendermos essa profunda análise pessoal.
  

Introdução
Disse comigo: vamos
Salomão começa afirmando que tomou uma decisão bem pessoal. Ele tomou uma decisão baseado em seus próprios raciocínios, uma decisão independente.

Prova, pois, a alegria. Goza, pois, a felicidade.
Esta decisão está expressa nessas duas orações. Observe estes dois verbos, “provar” e “gozar”. A ideia de "provar" é realizar um teste. A ideia de “gozar” tem o sentido básico de "ver com os próprios olhos". Essa ideia se torna mais clara a parti do meu exemplo: Eu só soube, por exemplo, o quanto era bom ser pai quando tomei o Benjamim nos braços. Ou seja, eu senti na pele essa experiência.

 Salomão, portanto, está se propondo um teste, um desafio. Está se lançando a uma pesquisa. Deseja realizar uma descoberta pessoal. Mas que descoberta é essa?

Ele quer descobrir a alegria e a felicidade. Salomão está se propondo, então, a sentir em sua própria pele, em ver com os seus próprios olhos o que há de melhor na vida, o que mais realiza o homem e o que traz satisfação. Esse é o desafio que Salomão fez a si mesmo. O desafio de descobrir por meio de sua própria experiência o que era capaz de trazer alegria e felicidade ao ser humano.
Mas também isso era vaidade. 
No entanto, Salomão já nos antecipa o resultado de sua busca. Avisa-nos que nem a alegria nem a felicidade oferecida e experimentada neste mundo podem satisfazer o coração do homem. Não são os divertimentos desta vida, nem tampouco aquilo que é tido como bom que podem dar uma sólida realização à vida do homem. Pelo contrário, tudo o que este mundo pode oferecer é  passageiro, superficial, sem sentido e, por isso, completamente vazio. Salomão, portanto, antecipa as palavras de Jesus quando disse que o homem que deseja ganhar a vida, na verdade estará perdendo. 

Neste primeiro versículo, então, Salomão está nos preparando para aquilo que ele vai dizer logo em seguida. Irá nos apresentar como levou adiante a sua busca pela realização pessoal por meio deste mundo, sem Deus. No entanto, ele antecipa que antes de desejarmos ter o que ele teve, sentir o que ele sentiu em sua jornada, saibamos  que nada, absolutamente nada disso pode realmente dar prazer e satisfação ao coração do homem.

O versículo 2, assim, apenas encerra a conclusão prévia feita no v.1. Aqui, Salomão demonstra que nem o riso, nem a alegria são capazes de suprir a enorme carência do coração. Os prazeres e realizações deste mundo são incapazes de trazer descanso ao nosso coração. Pelo contrário, ele afirma que o riso é loucura, em outras palavras, endoida a nossa mente, e a alegria não produz realmente nada de significante em nós.
Resolvi no meu coração dar-me ao vinho, regendo-me, contudo, pela sabedoria, e entregar-me à loucura (2.3).
Agora, preste bem atenção aqui no versículo 3. Já vimos que Salomão se propôs a um desafio, de sentir em sua pele tudo aquilo que traz alegria e felicidade ao homem.

Neste versículo 3, Salomão interessantemente nos diz o método que utilizou. E para nos contar esse método, se valeu de uma imagem bem presente no seu dia a dia, a de uma carruagem. Estes três verbos “dar”, “reger” e “entregar” apontam para o que acontece no processo de uma carruagem real. 

Quando é dito, por exemplo, que ele resolveu dar-se ao vinho, a imagem é que a carruagem da sua vida será levada pelo vinho, assim como um cavalo leva a carruagem real. Por vinho, Salomão se refere a todo tipo de prazer. A ideia é aquilo que chamamos de "ter uma vida-boa", ou ter qualidade de vida. Em sua época, quem comia bem e quem bebia bem era tido como alguém que tinha uma vida regalada e feliz. Por isso que o louco da parábola disse "come, bebe e regala-te".
 Salomão estava preconizando o que Zeca Pagodinho disse há alguns anos "deixa a vida me levar, vida leva eu". A grande influencia na vida de Salomão seria a busca por uma boa vida, uma vida de qualidade. Esse era o cavalo que puxaria a carruagem de sua vida. Era essa ideia de buscar uma vida boa que o moveria diariamente.

No entanto, essa carruagem deveria ter um motorista, a sabedoria. Esta serviria para evitar os excessos que culminariam em sua própria destruição. Assim como o motorista de uma carruagem deve guiar o cavalo para que este não caia em uma vala, a sabedoria guiaria a busca pela vida prazerosa de Salomão.

Por fim, uma carruagem precisa ter um caminho por onde andar, e Salomão declara que a carruagem de sua vida andaria no caminho da loucura. Loucura aqui não deve ser entendida no sentido moderno, de falta de um correto funcionamento mental. Loucura é muitas vezes traduzida como tolice, insensatez. Ou seja, Salomão está se entregando ao caminho dos tolos, dos insensatos. Ele está assumindo para si o estilo de vida típico daqueles que são idiotas. Em outras palavras, Salomão está querendo viver a vida como vive um homem típico do mundo, a vida sem Deus, autodirigida, sem a Lei de Deus, sem o conselho de Deus baseada em seus próprios raciocínios e intenções.
Portanto, o desafio de Salomão era descobrir a alegria e a felicidade nesta vida. O seu método seria viver em função da ideia da busca por uma qualidade de vida, guiado pela sua sabedoria, por meio do estilo de vida típico das pessoas deste mundo.

Assim, depois de apresentar o desafio e o método, percebemos aqui o propósito da jornada de Salomão. Ele diz: “Até ver o que melhor seria que fizessem os filhos dos homens”. Salomão está declarando aqui o seu propósito: descobrir o que é melhor na vida. A palavra "melhor" é a mesma traduzida por "felicidade" no versículo 1. A ideia é a mesma, o que realmente satisfaz o coração do homem, o que mais pode deixar um ser humano realizado, o que pode trazer real descanso, real paz, real alegria e contentamento ao coração humano. Ou seja, o propósito de Salomão é ser feliz, ter uma vida feliz.

Mas por último, depois de apresentar o desafio, o método e o propósito, Salomão revela o seu campo de estudos: “Debaixo do céu, durante os poucos dias da sua vida”.
 Primeiro, sua pesquisa focalizará "os filhos dos homens". Salomão está partindo do homem e de suas atividades para descobrir o que é felicidade. 

Segundo, seu exame será o que os homens fazem "debaixo do céu", desconsiderando o sobrenatural, o transcendente, o próprio Deus. Salomão quer saber como adquirir a felicidade à parte de Deus.
Por último, a análise não contará com a ideia de eternidade. Salomão não está preocupado com o que acontecerá depois da morte, mas com a vida.

Enfim, deixe-me resumir a introdução que Salomão faz à sua jornada em busca pela felicidade. Ele diz que se propôs um desafio, o de sentir plena alegria e felicidade. Depois apontou o método, o propósito e o campo de estudos. Assim, Salomão tentará responder a uma pergunta muito interessante:

Pode o homem ser feliz longe de Deus? Pode o ser humano encontrar a felicidade sem considerar a vontade de Deus? É possível encontrar um sentido para a vida, uma razão de viver, um descanso para o coração à parte de Deus, apenas debaixo do céu?
          
Portanto, a partir dos versículos 4 em diante, o que vemos é o relato da jornada de Salomão em busca da sua felicidade. Agora veremos Salomão atuando, tentando ser feliz. E o que percebemos é que a jornada de Salomão em busca da felicidade foi marcada por três tentativas. Três tentativas diferentes para descobrir onde residia a felicidade.
A primeira tentativa de Salomão para encontrar a felicidade foi:
I. Por meio do prazer, sentindo os prazeres desta vidaDo versículo 4-10, Salomão nos conta como tentou encontrar nos mais diversos prazeres desta vida a felicidade. Vejam cada um dos prazeres sentidos intensamente por Salomão.
1.1. O prazer das grandes realizaçõesOs versículos 4, 5 e 6 resumem bem a amplitude das realizações de Salomão. Observe que toda a descrição está no plural, são obras, casas, vinhas, jardins, pomares, açudes e um bosque com grandes árvores; e tudo isso é um simples resumo de todas as suas realizações, que você pode conferir muitas outras lendo o livro de 1Reis.

 Grandes realizações realmente trazem muito prazer ao ser humano. Desde pequeno gostamos dos grandes feitos. Pequeninos, buscamos um desenho bonito, depois ser o mais esperto na escola, ganhar campeonatos. Aí quando vamos crescendo, queremos ser o melhor violonista, o mais inteligente, o que namora a garota mais bonita. Depois, almejamos uma casa melhor, quem sabe uma casa na praia, ou no campo, ou um carrão, ou quem sabe carrões. Enfim, em diferentes escalas, as realizações pessoais trazem prazer às nossas almas. 

Quem não gosta de se sentir como Nabucodonosor quando estava caminhando pelo seu palácio, Olhou a grande Babilônia e disse: "Acaso não é esta a grande Babilônia que eu construí como capital do meu reino, com o meu enorme poder e para a glória da minha majestade?"

O que percebemos aqui é que Salomão realmente foi um homem de grandes realizações, e pôde sentir em sua pele todo o prazer que as realizações oferecem.
1.2. O prazer do conforto
Comprei servos e servas e tive servos nascidos em casa; também possuí bois e ovelhas, mais do que possuíram todos os que antes de mim viveram em Jerusalém (2.7).
Observe a vida confortada que Salomão tinha. Ele afirma que tinha tantos servos, que chegou a possuir uma segunda geração de servos. Ou seja, Salomão não precisava pregar um “prego na barra de sabão”, se é que havia sabão naquela época. Ele não precisava se preocupar com nada, não precisava lavar a louça de casa, nem lavar o seu carro, nem preparar sua comida. Ele tinha o que chamamos de "vida boa", ou "vida mansa".

E quem não gosta de uma vida mansa? Quem não gosta de deitar-se despreocupadamente em uma rede em um local sossegado e ter tudo em suas mãos?

Nós somos pessoas ávidas por conforto. Queremos conforto no carro, em casa, no banco, na escola. Especialmente nós, brasileiros, da cultura do jeitinho, quase não podemos escapar do gosto pelo ócio, marca do nosso povo.
1.3. O prazer das riquezas 
Amontoei também para mim prata e ouro e tesouros de rei e de províncias (2.8)
 Falaremos mais sobre as riquezas de Salomão mais adiante. Mas aqui, Salomão está chamando a nossa atenção para o prazer que ele tinha com toda a sua riqueza. Salomão era um tipo tio Patinhas,  se regalava com toda a sua riqueza.

Apesar de achar que o principal efeito do dinheiro é o senso de poder, como veremos mais adiante, ter muitos bens é algo muito prazeroso. Há pessoas que sentem prazer em simplesmente ter dinheiro. Não é o prazer no que eles podem fazer com seu dinheiro, mas prazer em ter dinheiro. Há pessoas que seu humor é regulado de acordo com a conta bancária.

 Vemos que sentir prazer com riqueza não foi um problema para Salomão.
1.4. O prazer estético
Provi-me de cantores e cantoras (2.8b)
 Para mim, esse é um dos maiores prazeres que Deus permite que o homem tenha, o prazer com as artes. É muito prazeroso ouvir um instrumento bem tocado, um coral em perfeita harmonia. Eu, particularmente, sinto um prazer enorme em ouvir o meu compositor predileto, Mozart. Geralmente quem não aprecia nenhum tipo de arte, possui algum problema.
           Salomão pôde sentir bastante o prazer estético. Tinha cantores e cantoras em casa e, certamente, os melhores instrumentistas.
1.5. O prazer do sexo
E das delícias dos filhos dos homens: mulheres e mulheres (2.8c)
 Salomão narra aqui aquilo que realmente marcou a sua busca pelo prazer. Quando ele diz que se proveu das delícias dos filhos dos homens: mulheres e mulheres, está afirmando que seu apetite sexual não teve nenhuma limitação, nenhum freio. Ele possuía as melhores mulheres, as mais bonitas, e em quantidade. Sabemos que ele chegou a ter 1.000 mulheres a sua disposição. 

 É aqui que nós começamos a descobrir que algo realmente estava errado com Salomão. C. S. Lewis usou uma ilustração para demonstrar a bestialidade dessa busca desenfreada pelo prazer sexual. Ele ilustra perguntando se haveria algo de estranho em homens esfomeados babar por um prato de comida. Claro que não. Mas estranharíamos se víssemos homens saciados babando por um prato de comida.

Pois esse era o estado de Salomão. Completamente desenfreado pelo prazer sexual. E esse é o estado de nossa sociedade. Milhões de sites de pornografia estão disponíveis na internet. O mercado da pornografia é quase ou mais rico que o mercado de filmes de Hollywood. A televisão não cansa de oferecer este prato de comida a bestas insaciados. E muitos estão dominados por esta busca desenfreada, por isso nossa sociedade é marcada por adultério, estupros, homossexualismo, pornografia e muitas outras práticas sexuais.

O que vemos, portanto, é que principalmente neste prazer, Salomão pôde sentir o máximo que alguém poderia desfrutar nesta vida.

Eu poderia ainda mencionar o prazer do sucesso (v. 9), e o prazer da autossatisfação (v.10), mas o que foi dito sobre a busca pelo prazer já foi o suficiente. O que  quero chamar atenção é para o veredito dado por Salomão depois desta sua jornada em busca do prazer.
O VEREDITO
Considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol (2.11).
 
Depois de considerar atentamente toda a sua busca pela felicidade por meio dos prazeres dessa vida, a conclusão que Salomão chega é: 
Tudo é vaidade, tudo é inútil.
 Tudo é correr atrás do vento. Não nos satisfaz, não nos deixa contente, escapa de nossas mãos. Nenhum proveito havia debaixo do sol. Em suma, definitivamente a felicidade nesta vida não é alcançada pelo prazer.
 Aplicação 
  Amigos leitores, irmãos, reflitam:  O que os motivam a levantar todos os dias e ir trabalhar, ou estudar, ou realizar qualquer outra atividade? Será que pode ser o desejo por sentir o prazer das realizações? Ter um carrão, uma casona, ou ser o melhor na sua atividade. Não que ter isso seja pecado, mas será que não é nisso que você deposita as esperanças da sua felicidade?

Ou será que é o conforto que você quer tanto? Ou riquezas, reflitam sobre isso: Tentem perceber se não é a busca pelo prazer que movem suas vidas, que faz acordarem todos os dias. Imaginem, vocês sem suas casas, seus bens, sem o conforto, ou sem dinheiro. Seriam felizes? 

E quanto ao sexo? Qual o lugar que este prazer ocupa nas suas vidas? Ele os dominam, ou vocês o dominam?
Queridos, não pode ser o prazer o que nos traz felicidade, pois todo tipo de prazer oferecido nesta vida é passageiro. Ninguém sente prazer sempre na mesma coisa, pois ou enjoamos, ou vamos sempre querer mais. 

Por exemplo, o prazer do beijo dos namorados de hoje não vale mais para amanhã. O prazer de uma compra realizada hoje não vale mais para amanhã. O prazer da relação sexual de hoje não vale mais para amanhã. Enfim, prazer é algo que sempre nos escapa e nunca nos completa. É por isso que Salomão diz que é como correr atrás do vento. 

Se forem os prazeres deste mundo que nos faz viver, e querer continuar vivendo, estamos matando a nós mesmos pouco a pouco e nos iludindo mais e mais.

A segunda tentativa de Salomão para alcançar a felicidade foi:
2. Por meio do saber, ou pelo conhecimento.
Então, passei a considerar a sabedoria, e a loucura, e a estultícia. Que fará o homem que seguir ao rei? O mesmo que outros já fizeram.
 
O “então” marca o início dessa nova busca. A busca começa por considerar o que é melhor, ser sábio ou ser tolo? Daí, Salomão percebe um fato muito interessante, o fato de que ele haveria de deixar seguidores, ou sucessores dele. Que o seu reinado é uma dinastia e que, por isso, ele deixaria um legado para os seus sucessores. Por isso ele conclui:
Então, vi que a sabedoria é mais proveitosa do que a estultícia, quanto a luz traz mais proveito do que as trevas.
 
Em vistas do fato de que ele haveria de ter seguidores, Salomão concluiu que bem melhor é ser sábio, é ser inteligente, é possuir e adquirir o conhecimento teórico e prático da vida. É melhor ser um “iluminado” do que andar em trevas.
Mas esse não é o único motivo para Salomão querer buscar no saber a sua felicidade. O outro motivo está no versículo seguinte: 
Os olhos do sábio estão na sua cabeça, mas o estulto anda em trevas.
 
Essa expressão “os olhos do sábio estão na sua cabeça”, em outras palavras, significa que o sábio sabe por onde andar, ele enxerga com seus próprios olhos. Ou seja, aquele que detém o conhecimento adquire certa dose de autonomia, de autossuficiência, ao contrário dos que não tem.

Ou seja, vemos aqui na busca de Salomão que o conhecimento traz três grandes vantagens ao homem deste mundo: status, seguidores e autossuficiência. E de fato sabemos que Salomão foi um homem muito sábio, muito conhecedor. O texto de 1Rs 4:29-34 diz assim:
Deu também Deus a Salomão sabedoria, grandíssimo entendimento e larga inteligência como a areia que está na praia do mar. Era a sabedoria de Salomão maior do que a de todos os do Oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios. Era mais sábio do que todos os homens, mais sábio do que Etã, ezraíta, e do que Hemã, Calcol e Darda, filhos de Maol; e correu a sua fama por todas as nações em redor. Compôs três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco. Discorreu sobre todas as plantas, desde o cedro que está no Líbano até ao hissopo que brota do muro; também falou dos animais e das aves, dos répteis e dos peixes. De todos os povos vinha gente a ouvir a sabedoria de Salomão, e também enviados de todos os reis da terra que tinham ouvido da sua sabedoria.
 
Observe que esse texto ressalta o status, a admiração e a autossuficiência de Salomão. Seu status era do mais sábio de todos os homens. Seus admiradores estavam espalhados por toda a terra. E ele, sozinho, era capaz de discorrer sobre qualquer assunto. Pelos seus escritos, sabemos que Salomão era capaz de falar de matemática, botânica, biologia, construção civil, medicina, psicologia, teologia, história e certamente era um homem muito versado em poesia, cânticos e prosa hebraica.

Se você já fica maravilhado com homens como D.A. Carson, Jonathan Edwards e João Calvino que foram capazes de discorrer sobre tantos assuntos distintos, certamente ficaria encantado com a amplitude e a profundidade do conhecimento de Salomão. Mas será que isso foi o suficiente? Será que agora Salomão encontrou a sua razão de viver? A sua felicidade?
O Veredito
Pelo que disse eu comigo: como acontece ao estulto, assim me sucede a mim; por que, pois, busquei eu mais a sabedoria? Então, disse a mim mesmo que também isso era vaidade. Pois, tanto do sábio como do estulto, a memória não durará para sempre; pois, passados alguns dias, tudo cai no esquecimento. Ah! Morre o sábio, e da mesma sorte, o estulto! Pelo que aborreci a vida, pois me foi penosa a obra que se faz debaixo do sol; sim, tudo é vaidade e correr atrás do vento (2.15).

Salomão agora dá o seu veredito. Para e pensa consigo mesmo que mesmo o conhecimento é incapaz de trazer a felicidade. Na língua original, há uma ênfase nessa expressão “como acontece ao estulto, assim me sucede a mim”. A ênfase dada é: “o que acontece ao tolo, acontece comigo, sim, comigo, o mais sábio de todos os homens”. Ou seja, o mais sábio dos reis, o mais sábio de todos os homens olha na realidade ao seu redor e vê o que tem acontecido com ele, as circunstancias que o rodeiam e o destino que o espera, inclusive a morte e conclui: As mesmas coisas que acontecem comigo, acontecem também até com o mais tolo dos tolos. Por isso, a sabedoria não pode trazer a verdadeira felicidade.

Aqui, Salomão está dizendo que a vida é frágil para todo mundo. Todos estamos sujeitos aos acidentes desta vida. Doenças, tristezas, traições, e mesmo a morte acontece tanto ao sábio quanto ao tolo. O que adianta entender grandes verdades acerca da vida se não podemos nos proteger o suficiente dos males e sofrimentos que ela traz? E por isso ele conclui? “Por que, pois, busquei eu mais a sabedoria? Então, disse a mim mesmo que também isso era vaidade.”
O veredito de Salomão, portanto, é: A sabedoria, o conhecimento, a inteligência são incapazes de trazer a plena felicidade.
AplicaçãoEm um mundo marcado pelo pragmatismo, a busca pelo conhecimento como razão de vida tem cada vez menos acontecido. No entanto, peço licença aos irmãos e leitores para me dirigir a uma classe que corre sérios riscos de depositar no conhecimento e nos seus benefícios a sua esperança de felicidade: refiro-me aos estudantes de teologia.

Ultimamente tem-se percebido um interesse muito grande por parte de jovens de 18 a 25 anos pelos estudos teológicos. Sei que a influencia da internet, o crescimento e fortalecimento de grandes editoras, o acontecimento de grandes conferencias, como a Fiel, tudo isso contribui para esse reavivamento dos estudos teológicos. 
Mas, eu temo e tremo, pois sei que há um risco de um motivo a mais ser acrescentado aqui: o desejo pelo status trazido pelo conhecimento teológico. As pessoas admiram os bons teólogos. Eles são chamados para pregar em todo o Brasil, ou no mundo e suas capacidades são elogiadas e invejadas. É encantadora a ideia de ser conhecido e admirado por um conhecimento tão importante e atraente. 

Colegas estudantes de teologia, analisemos nossos corações. Será que não estamos depositando as nossas esperanças de felicidade no status e na admiração que o conhecimento teológico traz? Será que o que lhe move a estudar, a escrever, a ter um blog, a fazer um seminário, a comprar livros é o sincero desejo de servir à Igreja, ou é o desejo de ser visto e aclamado pelos outros?

Deixe-me chegar mais perto aqui. O que leva você a estudar teologia são aqueles momentos de rodinhas de debates, aqueles momentos na sala onde você exibirá inteligência, ou conhecer mais a Deus e pregar a Palavra para salvar e transformar vidas?

Meus irmãos, vamos vigiar e orar sempre, pois o saber ensoberbece. A vaidade é um inimigo a ser vencido no estudo teológico. Vamos desejar acumular conhecimento para servir, e não sermos servidos. Vamos conhecer, estudar, buscar um mestrado, ou um doutorado, mas vamos lembrar que a glória é de Deus, toda de Deus, somente de Deus.
Vamos lembrar que Salomão nos ensina que não é o conhecimento que traz a felicidade. Não depositemos nossas esperanças naquilo que o conhecimento pode nos trazer, pois fazendo assim, nós correremos atrás do vento.
A terceira e última tentativa de Salomão para alcançar a felicidade foi:
3. Por meio do PODER, ou pelas riquezas.  
Então, me empenhei por que o coração se desesperasse de todo trabalho com que me afadigara debaixo do sol (2.20).
 
O versículo 20 contém mais uma vez a palavra “então”. Isso nos indica que Salomão agora está falando de mais uma tentativa para encontrar a felicidade. E agora ele fala do trabalho. No entanto, Salomão não se refere ao trabalho em si, pois não é o trabalho que traz o prazer, mas o seus ganhos. É exatamente o que ele nos explica no verso seguinte.
Porque há homem cujo trabalho é feito com sabedoria, ciência e destreza; contudo, deixará o seu ganho como porção a quem por ele não se esforçou; também isto é vaidade e grande mal.

Veja como Salomão liga/ um trabalho feito com sabedoria, ciência e destreza ao ganho, pois é o ganho que interessa no trabalho. Ou seja, Salomão entregou-se a trabalhar para acumular riquezas para si.

Riqueza foi o que não faltou a Salomão. De acordo com a Bíblia, o Rei Salomão adquiria mais de 25 toneladas de ouro em um único ano! Na cotação atual, se o ouro de Salomão fosse de 10 K, ele estaria acumulando U$ 579.120.000,00 por ano. A maior empresa do mundo, a Royal Duth Shell, tem um faturamento anual de U$ 458.000.000,00. Ou seja, hoje Salomão seria disparado o homem mais rico do mundo. E certamente o foi em sua época.

Uma vez vi no facebook uma tirinha de vários super-heróis que diziam mais ou menos assim. O Superman diz “Eu voo, tenho visão de laser e sou de aço”. O Homem-Aranha diz “Eu solto teias e subo nas paredes”. O Capitão América diz “Eu sou forte e invencível”. Mas e o Batman, que poder ele tem? Então o Batman sorridente diz “Eu tenho muito dinheiro”.

O que essa tirinha quer expressar é que quem tem muito dinheiro tem muito poder. Quem tem mais é quem manda, quem dita as regras. Assim como o dono da bola manda no jogo, os donos do dinheiro mandam nos negócios, pois o dinheiro traz poder.

Salomão sentiu esse poder em suas mãos. Ele foi o homem mais poderoso de sua época. Todos o temiam, todos o respeitavam por causa do poder advindo da grande quantidade de riquezas que ele acumulava. No entanto, esse poder trouxe felicidade a ele?
VereditoOs versículos 22 e 23 demonstram duas conclusões de Salomão quanto às riquezas. A primeira é: a riqueza não pertence a nós. Salomão pergunta “que tem o homem de todo o seu trabalho?” Ou seja, o que o homem realmente consegue guardar par si? Absolutamente nada, pois ele morre e perde tudo. Então, a riqueza é um empréstimo com prazo de devolução. Não se leva caminhão de mudança em funeral. A riqueza cedo ou tarde vai embora.
A segunda conclusão foi: não adianta ganhar muito e desfrutar pouco. Ele diz no versículo 23 que todos os dias de trabalho são desgosto. Então, o que adianta correr atrás de riquezas e não poder descansar tranquilo no travesseiro? O que adianta ter tanto dinheiro e não ter paz? A conclusão a que chegamos é: não é o poder, a riqueza que pode trazer felicidade ao homem. Salomão em toda a sua riqueza não encontrou a felicidade, muito menos nós a encontraremos.
AplicaçãoNão é pecado ser rico, ou ter dinheiro. Mas é preciso saber que dedicar a vida para acumular riquezas não só é pecado, como também uma grande tolice. Aqueles que se dedicam tanto ao trabalho para ganhar mais e mais dinheiro fazem isso pelo desejo de desfrutar do poder que o dinheiro traz. Mas o que eles não notam é que quem trabalha muito para ganhar muito acaba desfrutando muito pouco do que realmente vale a pena na vida.

Desfrutam pouco da comunhão dos irmãos, do crescimento do filho, das brincadeiras de pai e filho, dos momentos especiais com a esposa, dos preciosos momentos a sós com Deus. 

Não estou aqui dizendo que todos devemos parar de trabalhar, mas que cumpramos o mandamento do Senhor que disse “Buscai em primeiro lugar o seu reino e sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas”. Não busquemos ser ricos, não queiramos ser ricos, busquemos sim que Deus reine em nossas vidas e neste mundo. Faça a sua parte, seja um cristão no seu trabalho, na sua família, na igreja, e quem sabe Deus não o abençoará financeiramente.

 A conclusão que chegamos é: não é no prazer que a felicidade está; nem é no conhecimento; nem tampouco no poder.
Sendo assim, onde estará a felicidade? A que conclusão Salomão chegou depois de descobrir que seu desafio havia sido frustrado? Se ele não encontrou a felicidade no prazer, nem no conhecimento, nem nas riquezas, onde então ele descobriu a felicidade? A resposta está nos versículos 24-26.
 
Nada há melhor para o homem do que comer, beber e fazer que a sua alma goze o bem do seu trabalho. No entanto, vi também que isto vem da mão de Deus, pois, separado deste, quem pode comer ou quem pode alegrar-se? 
Porque Deus dá sabedoria, conhecimento e prazer ao homem que lhe agrada;
 
Vejam aí no versículo 24 que ele mais uma vez volta a falar do que é melhor. Lembrem que era isso que Salomão objetivava: descobrir o que seria melhor nesta vida, o que dava mais satisfação. E isso é o que é chamado de felicidade.
Sendo assim, vemos aqui que Salomão está dizendo que realmente a felicidade provém das realizações desta vida. O homem é feliz quando come, bebe e desfruta o bem do seu trabalho. Mas note o que ele rapidamente afirma:
 
Isto vem da mão de Deus, pois, separado deste, quem pode comer ou quem pode alegrar-se?
 
Salomão nos afirma: felicidade só existe em Deus. Separado de Deus é impossível que o homem seja feliz. Ele diz “Deus dá sabedoria, conhecimento e prazer ao que lhe agrada”. 

Vejam, irmãos: Salomão sentiu os maiores prazeres possíveis e está nos dizendo: isso não traz felicidade! Ele foi um homem admirado por muitos pelo seu conhecimento e disse: isso não traz felicidade! Ele foi o homem mais rico e poderoso de sua época, e declara: mesmo assim, nisso não há felicidade!

Ele conclui: felicidade apenas em Deus. É só Deus quem pode trazer real prazer ao coração humano. Como o próprio pensador Blaise Pascal afirmou:
 
O homem já teve a verdadeira felicidade, da qual agora resta nele apenas o sinal e o espaço vazio, que ele tenta em vão preencher com as coisas ao seu redor, procurando em coisas ausentes a ajuda que não obtém nas coisas presentes. Essas, porém, são todas incapazes, porque o abismo infinito pode ser preenchido somente por um objeto infinito e imutável, ou seja, apenas pelo próprio Deus.
 
Ou seja, nosso coração possui um abismo infinito, e nada desse mundo finito pode suprir essa carência, apenas o nosso Deus. Mas as Escrituras também estão repletas dessa verdade:
Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração (Sl 37.4).
 Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo (Sl 42.1, 2).
A minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água (Sl 63.1).
Fartam-se da abundância da tua casa, e na torrente das tuas delícias lhes dás de beber (Sl 36.8).
Oh! Provai e vede que o Senhor é bom (Sl 34.8).
Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais que o mel à minha boca (Sl 119.103).
Todos estes salmos refletem a mesma verdade, é só Deus quem pode suprir esse anseio interior por felicidade. Só o nosso Senhor quem pode transbordar em nosso coração com a fé e o amor que está em Cristo Jesus e nos encher de satisfação, de regozijo, de felicidade.

Não é o dinheiro, não é o sexo, o conforto, os bens materiais, o seu marido, sua esposa, seu filho, seus amigos, sua namorada. Nada disso, absolutamente nada disso é capaz de preencher essa carência do seu coração. O motivo pelo qual isso é assim foi dito por Santo Agostinho há alguns séculos atrás:
Fizeste-nos para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansa em ti.

2015/05/17

Deus vai te honrar, irmão!


Quais são as funções do marido e da esposa em uma família?



Pergunta: "Quais são as funções do marido e da esposa em uma família?"

Resposta:
Apesar do fato de que o homem e a mulher são iguais em seu relacionamento com Cristo, as Escrituras listam funções específicas para cada um no casamento. O marido deve assumir a liderança no lar (1 Coríntios 11:3; Efésios 5:23). Essa liderança não deve ser ditatorial, condescendente ou uma liderança que trate sua esposa com ares de superioridade, mas deve ser de acordo com o exemplo de como Cristo lidera a Igreja. “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra” (Efésios 5:25-26). Cristo amou a Igreja (Seu povo) com compaixão, misericórdia, perdão, respeito e abnegação; assim também devem os maridos amar suas esposas.

As esposas devem se submeter à autoridade de seus maridos. “Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor; Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos” (Efésios 5:22-24). Ser submissa não é apenas a responsabilidade de mulheres que têm maridos Cristãos. Não devemos nunca nos submeter aos nossos maridos se isso significa desobedecer a Deus; o relacionamento que temos com Ele deve ser mais importante (Deuteronômio 6:5). No entanto, pregar, implicar constantemente, reclamar e recusar-se a servir vai apenas levar um marido descrente para mais longe de Deus. Ao invés, mostrar ao seu marido o amor de Cristo com um comportamento que agrada a Deus, servi-lo e amá-lo, vai mostrar a esse marido um exemplo maravilhoso de como Cristo serviu e amou a igreja. Se uma mulher Cristã tem um marido incrédulo, ela não deve deixá-lo se ele ainda quer ficar com ela. Da mesma forma, se um marido Cristão tem uma esposa incrédula, ele não deve abandoná-la se ela ainda quer ficar com ele. No entanto, se o cônjuge incrédulo quer ir embora, não tem problema em deixá-lo partir (1 Coríntios 7:12-15).

Apesar das mulheres terem que se submeter aos seus maridos, a Bíblia também diz várias vezes como os maridos devem tratar suas esposas. O marido não deve agir como um ditador, mas deve mostrar respeito pela sua esposa e por suas opiniões. “Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja” (Efésios 5:28-29). “Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido” (Efésios 5:33). “Vós, mulheres, estai sujeitas a vossos próprios maridos, como convém no Senhor. Vós, maridos, amai a vossas mulheres, e não vos irriteis contra elas” (Colossenses 3:18-19). “Igualmente vós, maridos, coabitai com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus co-herdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações” (1 Pedro 3:7). Podemos ver por essas passagens que amor e respeito são características das funções dos maridos e das esposas. Se amor e respeito estão presentes no relacionamento, autoridade, liderança, amor e submissão não vão ser um problema para o marido ou para a sua esposa.

Quanto à divisão de responsabilidades no lar, a Bíblia instrui os maridos a providenciar por suas famílias. Isso significa que ele trabalha e ganha dinheiro suficiente para providenciar por todas as necessidades diárias da sua esposa e filhos. Falhar em fazer isso tem grandes consequências espirituais. “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel” (1 Timóteo 5:8). Um infiel é um incrédulo. Um homem que não se esforça para providenciar para a sua família não pode chamar-se de Cristão. Isso não significa que a esposa não pode ajudar em sustentar a família – Provérbios 31 demonstra que uma esposa que agrada a Deus com certeza pode fazer isso – mas providenciar para sua família não é sua responsabilidade principal – e sim do seu marido. Da mesma forma, o marido deve ajudar com as crianças e tarefas do lar (assim demonstrando amor por sua esposa). Provérbios 31 também deixa claro que o lar é para ser a área de influência e responsabilidade principal da mulher. Note que suas atividades empresariais não a atrapalham de preparar comida e vestimenta para os do seu lar (v.13-24). Mesmo se ela precisa ficar acordada até tarde e acordar cedo, sua família é muito bem cuidada. Esse não é um estilo de vida fácil para muitas mulheres – principalmente em civilizações ocidentais afluentes – e muitas mulheres estão cansadas e esgotadas por tentarem cumprir mais funções do que realmente devem. Quando isso ocorre, tanto o marido como a esposa devem em oração reorganizar suas prioridades e seguir as instruções da Bíblia para os seus papéis.

Conflitos sobre a divisão do trabalho no casamento provavelmente vão surgir, mas se o marido e a esposa são submissos a Cristo, esses conflitos vão ser poucos. Se um casal percebe que discussões sobre esse assunto são frequentes e rancorosos, ou se já se tornaram um padrão no casamento, o problema é um problema espiritual, e os dois devem se resubmeter à oração e submissão a Cristo primeiro, e então um ao outro, com uma atitude de amor e respeito.


"O Leão voltou a falar, mas não para Digory.



"O Leão voltou a falar, mas não para Digory.
- Vejam só, companheiros: antes que o mundo limpo e novo que lhes dei tivesse sete horas de vida, a força do Mal já o invadiu; despertada e trazida até aqui por este Filho de Adão.
Os bichos, até mesmo Morango, olharam todos para Digory, e nesse momento ele desejou que a terra se abrisse e o devorasse. Aslam continuou a falar para os animais:
- Mas não se deixem abater. O mal virá desse mal, mas temos ainda uma longa jornada, e cuidarei para que o pior caia em cima de mim. Por enquanto, providenciemos para que, por muitas centenas de anos, seja esta uma terra de júbilo em um mundo jubiloso. E, como a raça de Adão trouxe a ferida, que a raça de Adão trabalhe para saná-la."
(O sobrinho do mago)

Vale a pena frizar que quem fez a tradução do livro para o portugues ,foi nossa irmã Marcia Gomes que reside aqui no Japão em Higashiura.

MEIO CHEIO OU MEIO VAZIO?


Meio Cheio ou Meio Vazio?

Para os puros, todas as coisas são puras; mas para os impuros e descrentes, nada é puro. Tito 1:15

Nossa maneira de enxergar a vida faz toda a diferença. O copo está meio cheio ou meio vazio? Dois homens olhavam pela janela da cela da prisão. Um viu lama, outro as estrelas.

Ao permitirmos que Jesus governe nossa vida, recebemos do Pai uma visão celestial. A graça abre nossos olhos para admirarmos as obras de Suas mãos. Ficamos alerta para as evidências de Sua providência e direção. Incomodo-me em ouvir os cristãos continuamente reclamar e resmungar porque se concentram no copo meio vazio em vez de enxergá-lo meio cheio.

Um leitor da Adventist Review partilhou o seguinte pensamento:

“Esta manhã olhei pela janela de meu apartamento (com vista para o leste) e admirei o nascer do Sol mais bonito do que qualquer artista é capaz de retratar. O espectro das cores rosa, roxo e dourado, com o fundo azul do céu, era tão impressionante que não consegui parar de dizer: ‘Obrigado, Senhor, por essa cena maravilhosa.’

“Ao refletir sobre essa cena e as maravilhas da natureza que vejo pela janela de meu apartamento ou ao visitar o parque próximo de minha residência, ocorreu-me o pensamento de que Deus deve ter passado momentos maravilhosos durante a semana da criação. Imagino todas as criaturas interessantes (que palavra deveria usar?) que Ele criou: elefantes, zebras, búfalos, esquilos, furões, araras, beija-flores. Depois todas as lindas flores que Ele fez (rosas, crisântemos, peônias, margaridas, lírios, girassóis que giram com tanta graça, virados para o leste pela manhã e gradualmente girando para o oeste à medida que o Sol cruza o céu). O hino ‘Quão Grande És Tu’ me vem à mente.

“Finalmente, ao pensar no óvulo humano fecundado, medindo cerca de um centésimo da cabeça de um alfinete, mas carregando o projeto do corpo humano incrivelmente complexo, pergunto-me como é possível alguém ser ateu. Se faltasse qualquer uma das partes mais importantes do corpo – o cérebro, a boca, a garganta, o coração, os pulmões, os rins, o fígado, o intestino grosso e delgado – a vida humana não poderia existir. Todas as partes do corpo humano de repente se desenvolveram para formar o homo sapiens? Quão cegos podem ser alguns cientistas!”

2015/05/16

A FLOR!!!





Havia uma jovem muito bonita, que tinha tudo:
*um marido maravilhoso,
*filhos perfeitos,
*um emprego que pagava muitíssimo bem,
*uma família unida.


O estranho é que ela não conseguia conciliar tudo isso, o trabalho e os afazeres lhe ocupavam todo o tempo e a sua vida estava deficitária em algumas áreas.
Se o trabalho consumia muito tempo, ela tirava dos filhos, se surgiam problemas, ela deixava de lado o marido...
E assim, as pessoas que ela amava eram sempre deixadas para depois...


Até que um dia, seu pai, um homem muito sábio, lhe deu um presente, uma flor muito cara e raríssima, da qual havia um exemplar apenas em todo o mundo.
E disse a ela:
Olhe Filha, esta flor vai te ajudar muito mais do que você imagina! Você terá apenas que regá-la e podá-la de vez em quando, às vezes conversar um pouquinho com ela, e ela te dará em troca esse perfume maravilhoso e essas lindas flores!


A jovem ficou emocionada, afinal a flor era de uma beleza sem igual. Mas o tempo foi passando, os problemas surgiam, o trabalho consumia todo o seu tempo, e a vida, que continuava confusa, não lhe permitia cuidar da flor.


Ela chegava em casa, olhava a flor e as folhas ainda estavam lá, não mostravam nenhum sinal de fraqueza ou morte, apenas estavam lá, lindas, perfumadas.
Então ela passava direto.
Até que um dia, sem mais nem menos, a flor morreu.
Ela chegou em casa e levou um susto!
Estava completamente morta, suas raízes estavam ressecadas, suas flores caídas e suas folhas amarelas.
A Jovem chorou muito e contou a seu pai o que havia acontecido.
Seu pai então respondeu:
Eu já imaginava que isso aconteceria, e eu não posso te dar outra flor, porque não existe outra igual a essa, ela era única assim como seus filhos, seu marido e sua família.
Todos são bênçãos que o Senhor te deu, mas você tem que aprender a regá-los, podá-los e dar atenção a eles, pois assim como a flor, os sentimentos também morrem.
Você se acostumou a ver a flor lá, sempre florida, sempre perfumada, e se esqueceu de cuidar dela.
Cuide das pessoas que você ama!"


E você? Tem cuidado das bênçãos que Deus tem te dado?
Lembre-se da flor, pois como ela são as bênçãos do Senhor.
Ele nos dá, mas nós é que temos que cuidar delas.


Deus abençõe sua vida e lembre-se: CUIDE DA FLOR!!!!!