Todos nós sabemos o que é perdoar. Também sabemos quão difícil é perdoar verdadeiramente e sabemos que perdoar é muito mais do que simplesmente dizer: eu te perdoo. Porém, mais difícil ainda é ter certeza de que perdoou de fato.
Há alguns anos aconselho pessoas que não conseguem ter certeza de que perdoaram de fato.
Essa dúvida geralmente se expressa por frases do tipo: Eu perdoei! De coração eu perdoei! Mas, quando nos encontramos a primeira coisa de que me lembro é do erro que eu perdoei.
Então, como posso ter perdoado se não esqueci?
Primeiro, é preciso deixar bem claro que perdão não tem nada a ver com memória.
O perdão exige apenas três atitudes: 1) Não levar em conta o erro que se perdoou ao tratar com a pessoa que foi perdoada,
2) não basear uma ajuda futura a quem perdoou no fato ocorrido, e 3) não divulgar o erro perdoado com o intento de difamar a quem se perdoou.
Para ficar mais claro: Eu posso até me lembrar de que Fulano, com quem convivo, fez algo errado comigo. Mas, se o perdoei de fato - e sou obrigado a fazer isso “não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete” - não deve ser tal lembrança, ainda que muito incômoda, que me atrapalhe a convivência diária com ele.
Posso até me lembrar de que Beltrano não me pagou uma dívida. Mas se eu disse, obedecendo ao Senhor, que o perdoava, não posso - tendo condições de atendê-lo - negar um empréstimo que ele venha a me pedir.
Posso até me lembrar de que Sicrano não cumpriu o que me prometeu. Mas, se na presença do Senhor eu o perdoei por isso, não posso espalhar pra todo mundo que ele não cumpre o que promete.
Nesse último caso, há uma observação: Se alguém está em vias de fazer um acordo com o Sicrano e esse alguém vier me pedir referências sobre ele, mesmo tendo perdoado, não posso me omitir. Ou seja: perdoar não exige que eu minta.
Romanticamente nos obrigamos a confirmar com sentimentos aquilo que afirmamos ter feito. Isso é uma grande dificuldade para quem vive pela fé. Não temos de sentir por quem perdoamos a mesma coisa que sentíamos antes. Se sentirmos, tanto melhor. Mas somos obrigados a manter as três atitudes do perdão.
Fomos perdoados de uma ofensa infinitamente maior do que qualquer coisa que pudermos imaginar. Não podemos prestar culto a Deus, orar como ele quer que oremos, ou participar da mesa de seu Filho se não perdoarmos nosso irmão. O verdadeiro crente é obrigado a perdoar de fato e não a enganar-se com sentimentos forçados.
Tampouco Deus exige que esqueçamos o que sofremos para chegar àquela atitude de perdão. Enquanto a graça de Deus não apagar o ocorrido de nossa memória (o que geralmente ele faz usando o tempo) todas as vezes que nos lembrarmos do mal, nos lembremos também das atitudes de perdão e coloquemos tudo aos pés da cruz. Um dia esqueceremos. Se não esquecermos, no dia eterno ele “enxugará de nossos olhos toda lágrima”.
Há alguns anos aconselho pessoas que não conseguem ter certeza de que perdoaram de fato.
Essa dúvida geralmente se expressa por frases do tipo: Eu perdoei! De coração eu perdoei! Mas, quando nos encontramos a primeira coisa de que me lembro é do erro que eu perdoei.
Então, como posso ter perdoado se não esqueci?
Primeiro, é preciso deixar bem claro que perdão não tem nada a ver com memória.
O perdão exige apenas três atitudes: 1) Não levar em conta o erro que se perdoou ao tratar com a pessoa que foi perdoada,
2) não basear uma ajuda futura a quem perdoou no fato ocorrido, e 3) não divulgar o erro perdoado com o intento de difamar a quem se perdoou.
Para ficar mais claro: Eu posso até me lembrar de que Fulano, com quem convivo, fez algo errado comigo. Mas, se o perdoei de fato - e sou obrigado a fazer isso “não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete” - não deve ser tal lembrança, ainda que muito incômoda, que me atrapalhe a convivência diária com ele.
Posso até me lembrar de que Beltrano não me pagou uma dívida. Mas se eu disse, obedecendo ao Senhor, que o perdoava, não posso - tendo condições de atendê-lo - negar um empréstimo que ele venha a me pedir.
Posso até me lembrar de que Sicrano não cumpriu o que me prometeu. Mas, se na presença do Senhor eu o perdoei por isso, não posso espalhar pra todo mundo que ele não cumpre o que promete.
Nesse último caso, há uma observação: Se alguém está em vias de fazer um acordo com o Sicrano e esse alguém vier me pedir referências sobre ele, mesmo tendo perdoado, não posso me omitir. Ou seja: perdoar não exige que eu minta.
Romanticamente nos obrigamos a confirmar com sentimentos aquilo que afirmamos ter feito. Isso é uma grande dificuldade para quem vive pela fé. Não temos de sentir por quem perdoamos a mesma coisa que sentíamos antes. Se sentirmos, tanto melhor. Mas somos obrigados a manter as três atitudes do perdão.
Fomos perdoados de uma ofensa infinitamente maior do que qualquer coisa que pudermos imaginar. Não podemos prestar culto a Deus, orar como ele quer que oremos, ou participar da mesa de seu Filho se não perdoarmos nosso irmão. O verdadeiro crente é obrigado a perdoar de fato e não a enganar-se com sentimentos forçados.
Tampouco Deus exige que esqueçamos o que sofremos para chegar àquela atitude de perdão. Enquanto a graça de Deus não apagar o ocorrido de nossa memória (o que geralmente ele faz usando o tempo) todas as vezes que nos lembrarmos do mal, nos lembremos também das atitudes de perdão e coloquemos tudo aos pés da cruz. Um dia esqueceremos. Se não esquecermos, no dia eterno ele “enxugará de nossos olhos toda lágrima”.