2015/04/15

Guardar o não o sabado?

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É importante observar que o Senhor Jesus respeitava os costumes dos judeus, a ponto de ter sido circuncidado por seus pais ao oitavo dia! Por que os guardadores do sábado não fazem o mesmo? Guardar a lei não é apenas observar os dez mandamentos. Estes são apenas um resumo da lei mosaica. Veja o que o apóstolo Tiago disse: “qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um só ponto tornou-se culpado de todos” (2.10).
A posição do Mestre sobre o sábado é clara. Leia Mateus 12.1-14. Ele nunca ensinou os seus discípulos a guardarem o sétimo dia. Por que Ele não fez isso, já que tal mandamento é tão relevante? Ao ser questionado pelos religiosos, Ele não fez a mínima questão de salientar que o tal mandamento é atemporal e aplicável à sua Igreja. Ele preferiu responder como outra pergunta: “É lícito no sábado fazer bem ou fazer mal? Salvar a vida ou matar? E eles [os fariseus] calaram-se” (Mc 3.4).

Note que a lei e os profetas duraram até João Batista (Lc 16.16). Este profeta viveu no período neotestamentário, mas seu ministério obedeceu aos parâmetros prevalecentes no Antigo Testamento. Com a manifestação do Verbo de Deus, além do ministério profético veterotestamentário, a lei mosaica deixou de vigorar. Ele inaugurou um novo tempo! A graça e a verdade vieram por Jesus Cristo (Jo 1.17; Rm 10.4). Meditemos em Gálatas e tenhamos cuidado com o “outro evangelho” (1.6-12).

Quem disse que a instituição da guarda do sábado se deu em Gênesis 2? Ali, Deus apenas santificou o sétimo dia, após ter concluído a obra da Criação. A instituição da guarda do sábado se deu oficialmente depois da saída do povo de Israel do Egito (Êx 16; 20). Uma coisa está atrelada à outra (Dt 5.12-15). Veja se os patriarcas guardavam o sábado! Abraão, Isaque, Jacó e José o guardaram? Aliás, será que os adventistas já observaram que Deus trabalhou no sétimo dia? “E, havendo Deus acabado no dia sétimo a sua obra [...]” (Gn 2.2).
A guarda do sábado é um mandamento exclusivo para o povo de Israel (Êx 31.13). Isso está escrito na Bíblia. Leia Êxodo 20.1,2, com atenção: “Então, falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão”. Quem foi tirado do Egito, da casa da servidão, a Igreja ou o povo de Israel?
Quanto ao estrangeiro, mencionado em Êxodo 20 e em outras passagens correlatas, é óbvio que ele teria de guardar o sábado também! Todo estrangeiro deve cumprir a lei que vigora no país onde ele reside. Se eu for morar em algum país, como Estados Unidos ou Alemanha, por exemplo, será que viverei lá como se estivesse no Brasil? Claro que não! Terei de respeitar a lei vigente ali.
Aliás, já que estamos discutindo se Êxodo 20 e passagens afins são para Israel ou para a Igreja de Cristo, gostaria de saber se os animais dos irmãos que seguem fielmente o Decálogo também guardam o sábado! Afinal, o mandamento em apreço era extensivo aos animais: “o sétimo dia é sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu [...] nem teu animal” (Êx 20.10).
O texto de Isaías 56 contém uma promessa para Israel a respeito da guarda do sábado. Essa passagem alude ao povo israelita, à semelhança de Êxodo 20. Nesse caso, o que eu asseverei sobre os estrangeiros, acima, também se aplica a todas as passagens correlatas. O que os cristãos observadores do sábado precisam mostrar, na verdade, é o mandamento da guarda do sábado para a Igreja de Cristo, no Novo Testamento! Fica aqui o desafio.
Em Cristo,

As 7 coisas que você não pode fazer como um relativista moral


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Então, você decidiu se converter num relativista moral? Que bom para você! O que poderia ser melhor do que fazer o que te pareça correto? O que poderia ser pior do que deixar que outro te diga o que deve ou não fazer? Além do mais, esta é uma das cosmovisões mais fáceis de adotar:

 somente deixa os demais em paz, e lhes pede que façam o mesmo consigo, e você nunca terá que voltar a se preocupar se suas ações são boas ou más. De fato, só há sete coisas que não poderá fazer como um relativista moral. Simplesmente siga a estas regras e você será livre de absolutos para sempre!
Regra#1: Os relativistas não podem acusar os outros de fazerem o que é mal.
O relativismo torna impossível criticar o comportamento dos outros porque, em última instância, nega que exista o que se chama atuar mal. Em outras palavras, se você crê que a moral deve ser definida de forma individual, então, jamais poderá julgar as ações alheias.

 Os relativistas nem sequer podem objetar o racismo em termos morais. Afinal, em que sentido se pode ter a opinião «é algo mal a discriminação racial» se isto vem de alguém que não crê em categoria absoluta de bondade e maldade ética? Com que justificação poderia intervir? Certamente não com os direitos humanos, pois para ele tal coisa não existe.

 O relativismo é a máxima postura a favor da livre escolha moral, porque aceita todas as decisões pessoais — mesmo que seja a de ser um racista —.
Regra #2: Os relativistas não podem reclamar do problema do mal.
A realidade do mal no mundo é uma das principais objeções que levantam contra a existência de Deus. O argumento é que, se Deus fosse absolutamente poderoso e em última instância bom, então ele eliminaria o mal. Mas o mal existe, a realidade deve corresponder a um destes três cenários possíveis:

 (1) Deus é demasiadamente fraco para opor-se ao mal; (2) Deus é demasiadamente indiferente como para preocupar-se com o mal; ou (3) Deus simplesmente não existe. Evidentemente, promover qualquer um destes argumentos implica, também, crer no mal, coisa que um relativista não poderia fazer. De fato, nada pode ser qualificado como mal — nem mesmo o Holocausto — porque fazê-lo equivaleria afirmar que existe alguma espécie de regra moral.

Regra #3: Os relativistas não podem culpar, nem aceitar elogios.
Dentro do relativismo os conceitos de elogio e reprovação carecem completamente de sentido porque não há uma regra moral com que se possa julgar se algo deveria ser aplaudido ou condenado. Sem absolutos, nada é realmente mal, deplorável, trágico, ou digno de reprovação. Tampouco podemos dizer que algo seja realmente bom, honroso, nobre, ou digno de elogio. Tudo se perde numa dimensão desconhecida de um vácuo moral. Quase sempre os que dizem ser relativistas se contradizem neste ponto (evadindo a reprovação, mas aceitando de bom tom o elogio), assim, seja cuidadoso!

Regra #4: Os relativistas não podem afirmar que algo é injusto.
Sob o relativismo a justiça é um conceito que não tem sentido algum. Para começar a própria palavra não significa nada: esta sugere que as pessoas merecem um trato igualitário baseado num padrão externo de que está bem, e como o disse em várias oportunidades, os relativistas não podem crer em algo bom e mal. Em segundo lugar, não existe o que chamamos de culpa. A justiça implica castigar aos culpados, e a culpa supõe ter algo que reprovar — o qual, como demostrei, não existe no relativismo —.
Regra #5: Os relativistas não podem fazer progressos morais.
Com o relativismo é impossível progredir moralmente. Os relativistas podem modificar a sua ética pessoal, isso é seguro, mas nunca poderão se transformar em pessoas morais. Uma reforma moral supõe uma espécie de regra de conduta objetiva que sirva como um padrão que se aspira. Todavia, esta regra é exatamente o que os relativistas negam. Sem um caminho melhor não se pode progredir, e além do mais, tampouco há uma motivação para fazê-lo. O relativismo destrói o impulso moral que leva as pessoas a se superarem, pois não há nada «superior» para se alcançar. Para que mudar o seu ponto de vista moral, se o que você tem favorece o seu próprio interesse e, no momento, faz com você se sinta bem?
Regra #6: Os relativistas não podem sustentar discussões morais significativas.
O relativismo torna impossível falar de moral. Do que se poderia falar? Uma discussão ética implica comparar os méritos de dois pontos de vista diferentes para descobrir qual é melhor. Mas, se a moral é completamente relativa e todas as posturas são igualmente válidas, então nenhuma ideologia é melhor do que outra. Nenhuma postura moral pode ser julgada como adequada, deficiente, irracional, inaceitável, ou mesmo bárbara. De fato, se as discussões éticas só tem sentido quando a moral é objetiva, então só se pode ser um relativista consequente vivendo em silêncio. Nem sequer poderia dizer: «é algo mal impor a sua moral a outros».
Regra #7: Os relativistas não podem promover a obrigação de ser tolerantes.
Finalmente, no relativismo não há tolerância porque a obrigação moral de ser tolerante transgride as regras. O princípio da tolerância é frequentemente considerado como uma das virtudes chaves do relativismo. A moral é pessoal e, portanto, deveríamos tolerar os pontos de vista dos demais abstendo-nos de julgar a sua conduta, ou atitude. Todavia, deveria ser óbvio que este princípio caia numa contradição. Se as regras morais não existem, não pode haver uma regra que exija a tolerância como um princípio moral. E de fato, se não há absolutos morais, por que haveríamos de sequer ser tolerantes? Por que não impor a sua moral a outros se é o que você deseja e sua ética pessoal o permite? Somente tenha certeza de não falar quando não puder suportar.
Por Greg Koukl

Evangelismo e a Fé Reformada

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Vários dos nossos leitores solicitaram uma perspectiva Reformada sobre o evangelismo. Visto que esse é um assunto importante, esperamos gastar várias edições[1] sobre o mesmo.
Então, em primeiro lugar, estejamos certos que a fé Reformada não fica constrangida com o evangelismo. Os dois não são incompatíveis. Na verdade, a fé Reformada e as igrejas Reformadas possuem o único fundamento real para o evangelismo. São as doutrinas Reformadas da eleição incondicional soberana, da expiação limitada e da graça irresistível que dão uma razão para fazer evangelismo e para esperar frutos nessa grande obra.
Pense nisso dessa forma: como pode haver alguma esperança de pecadores perdidos serem salvos por meio do evangelismo, se a salvação depende do livre-arbítrio deles? Homens e mulheres pecaminosos têm dificuldade de escolher que sapatos calçarão quando se arrumando pela manhã. Como então eles escolheriam ser salvos, especialmente se estão verdadeiramente perdidos? Como pecadores cujas mentes estão obscurecidas pelo pecado (2Co. 4:4), e em inimizade contra Deus (Rm. 8:7), chegam ao conhecimento da verdade, senão pela graça soberana e eficaz, iluminando suas mentes e concedendo-lhes gratuitamente tudo da sua salvação?
É aqui em primeiro lugar, portanto, que o evangelismo Reformado é único. Ele fornece a verdadeira base bíblica para o evangelismo. Ele não crê que Deus ama e deseja a salvação de todos, que Ele enviou Cristo para morrer por todos sem exceção, e que agora depende da livre escolha do homem se ele será salvo ou não.
Antes, a fé Reformada ensina que Deus escolhe quem será salvo (Jo. 1:12-13, 15:16, Rm. 9:16, Fp. 2:13, Tg. 1:18) de acordo com Seu eterno amor por eles em Cristo; que Ele providenciou salvação para eles na morte de Cristo sobre a cruz (Gl. 6:14, Cl. 1:21-22) e que Ele poderosa e infalivelmente dá-lhes essa salvação pela obra e graça irresistível do Espírito Santo (Jo. 6:37, 44, Ef. 2:8-10). Assim, no evangelismo Reformado há a esperança segura que esses serão salvos. Não existe tal esperança no ensino que a salvação depende do querer ou correr do homem.
Mas como a pregação do evangelho se encaixa nisso? Isso não torna a pregação do evangelho desnecessária, conforme a acusação de alguns? Afinal, evangelismo tem a ver com a pregação do evangelho. Isso é o que a palavra “evangelismo” significa.
Ao responder essas questões, a fé Reformada ensina duas coisas sobre a pregação do evangelho. Primeiro, ela insiste, como a Escritura também, que o evangelho é o meio que Deus usa para encontrar os Seus eleitos (Atos 14:47-48) e trazê-los à fé salvadora em Cristo e assim à salvação. Em segundo lugar, a fé Reformada ensina que o evangelho como meio é poderoso. Esse poder pelo qual os homens se arrependem e crêem não reside no pecador ou em sua vontade, mas no evangelho. Por ele os pecadores são poderosamente chamados (Rm. 10:17), recebem arrependimento e fé (Atos 11:18), têm sua mente e vontade mudada, e são assim soberana, irresistível e docemente atraídos a Cristo (Rm. 1:16, 1Co. 1:18, 24).
É a doutrina do livre-arbítrio, portanto, que destrói o evangelismo. O ensino que Deus ama todos os homens simplesmente reassegura aos pecadores que tudo está bem com eles. A idéia que Cristo morreu por eles somente confirma-os na noção equivocada que sua situação não é de desespero. Dizer que eles têm a escolha crítica em sua própria salvação – que Deus depende e espera por eles – apenas os estabelece em sua rebelião contra Deus e ensina-os que eles são como deuses! Isso não faz nada pela salvação de pecadores perdidos!
Parte II
Nessa edição continuaremos a dar uma perspectiva Reformada sobre o evangelismo. Enfatizamos dessa vez a importante verdade que o evangelismo é nada mais ou menos que a pregação do evangelho! Se estivermos pregando o evangelho, estaremos fazendo evangelismo fielmente.
Embora seja algo óbvio, muitos têm esquecido isso. Assim, eles falam sem fim sobre métodos evangelísticos e gastam grande tempo traçando esquemas complicados e caros de evangelismo para as suas igrejas. Nunca parece entrar na mente deles que evangelismo significa pregação.
Crendo que evangelismo é a pregação do evangelho, rejeitamos a prática terrível, embora velha, de separar a noite de todo Dia do Senhor para uma mensagem evangelística – ensino na manhã, evangelismo à noite. Não há nada bíblico nessa prática.
À parte do fato que tais cultos evangelísticos tendem a degenerar-se em cultos onde a mesma mensagem é ouvida semana após semana, mas toda vez “agarrada” a um texto diferente, para o extremo aborrecimento e frustração daqueles que desejam aprender a verdade, essa prática tem esquecido a simples verdade que toda pregação do evangelho é evangelismo. Não importa sobre qual passagem da Escritura uma pessoa esteja pregando, se ele está pregando apropriadamente, tal pessoa está pregando o evangelho. Não existe tal coisa como uma mensagem “evangelística” especial.
Contudo, talvez cristãos e ministros cristãos tenham esquecido ou não entendem que toda a Escritura revela Cristo e, portanto, é o evangelho no
sentido mais pleno da palavra (Jo. 5:38-39). Se a Escritura é propriamente pregada, Cristo é pregado. Se Cristo está sendo pregado, o evangelho está sendo pregado. E se o evangelho está sendo pregado, então pecadores serão salvos por ele. Esse é o meio apontado por Deus para a salvação deles. Tememos que a prática de ter cultos “evangelísticos” denuncia uma falta de confiança no evangelho como o meio que Deus escolheu usar para a salvação dos Seus. Assim, tais cultos tendem a se tornarem tentativas de despertar emoções, amedrontar as pessoas, ou produzir algum tipo de “decisão”. Certamente há pouco da Palavra de Deus exposta em tais cultos e ainda menos dependência do Espírito Santo para produzir fruto.
Mas há outras razões pelas quais é errado devotar um culto de todo Domingo para pregar aos incrédulos. Isso denuncia uma visão errônea da igreja, como se a igreja fosse ordinariamente um lugar para incrédulos, e ignora o ensino de 1 Coríntios 14:23. Ali a Palavra sugere que não é uma coisa normal, mas sim excepcional um incrédulo comparecer aos cultos de adoração. A igreja é para os crentes e os seus filhos.
Existe outro problema aqui também. É a idéia que a obra de evangelismo cessa tão logo alguém “seja salvo”. Se evangelismo é pregar o evangelho, e se pregar o evangelho é pregar e ensinar “todo o conselho de Deus”, então a obra de evangelismo terá apenas começado quando uma pessoa se arrepende e crê. Nesse ponto ele ainda precisará pela pregação do evangelho – evangelismo – ter o caminho de Deus exposto mais perfeitamente (Atos 18:26) e ser arraigado e edificado na verdade (Cl. 2:6-7).
Esse aspecto do evangelismo é quase inteiramente negligenciado hoje. Isso não significa, contudo, que não existe diferença entre pregar o evangelho na igreja e àqueles que estão fora da igreja, ou que o povo Reformado crê somente na pregação do evangelho dentro da igreja. O evangelho deve ser pregado em todo lugar que Deus em Seu beneplácito o envia!
Parte III
Temos estabelecido o fato que evangelismo é nada mais nem menos que a pregação do evangelho. Que isso é o que a palavra “evangelismo” significa. Disso segue-se que toda pregação do evangelho é evangelismo, incluindo a pregação àqueles que já foram salvos, os membros da igreja. Esse aspecto do evangelismo é quase inteiramente negligenciado hoje, de forma que o povo de Deus é destruído por falta de conhecimento (Oséias 4:6).
Temos estabelecido também o fato que a pregação do evangelho é pregação de “todo o conselho de Deus”, isto é, toda a Escritura. Não há, portanto, tal coisa como, nem qualquer necessidade de uma mensagem “evangélica” especial ou culto “evangelístico”, especialmente quando isso é nada mais que discursar para pecadores ou pressioná-los a alguma decisão.
Adicionaríamos que o chamado ao arrependimento e fé não é apenas para os incrédulos. Aqueles que já foram salvos precisam ouvir esse chamado para que eles também se voltem dos seus pecados (e eles cometem pecado enquanto estiverem nesse corpo de carne) e para que sua fé seja estimulada e fortalecida. Isso também é parte do verdadeiro evangelismo.
Com isso em mente não há nenhuma necessidade para o pregador dividir a congregação em grupos em sua mente ou em sua pregação, dirigindo parte de sua pregação a um grupo e parte a outro. TODOS os ouvintes precisam ouvir o que Deus o Senhor diz numa passagem particular de Sua Palavra. Não existe nenhuma mensagem para a igreja e outra para o mundo, uma para o “não convertido” e outra para aqueles que estão “salvos e seguros” (como certo pregador certa vez colocou).
Mesmo as promessas do evangelho, embora digam respeito e sejam somente para aqueles que se arrependem e crêem, devem ser ouvidas por todos, se por nenhuma outra razão, para que a condenação deles possa ser maior quando não crêem. A verdadeira pregação do evangelho é a exposição da Palavra de Deus, incluindo seu solene chamado ao arrependimento e fé, a TODOS os que ouvem.
Nessa conexão desejamos enfatizar aqui que a fé Reformada crê na pregação do evangelho àqueles que estão fora da igreja, bem como àqueles que já foram salvos e são membros da igreja, aos pagãos bem como aos cristãos. Aqui também a fé Reformada não é inimiga do evangelismo.
Mesmo aqui, contudo, o evangelismo não pode ser limitado àqueles que nunca ouviram o evangelho. Aqueles que têm ouvido e se apartado, aqueles que fazem uma profissão do Cristianismo mas não conhecem a Palavra de Deus e aqueles que são membros de igrejas onde o evangelho não é pregado ou não é pregado puramente, são também os objetos do evangelismo.
Quando Jesus falou dos campos estarem brancos para a colheita, Ele estava pensando especialmente nas multidões que estavam espalhadas e desfalecendo, como ovelhas que não têm pastor (Mt. 9:36-38).
Aquilo ao que a fé Reformada se opõe é a pregação de mentiras – que Deus ama todo o mundo e deseja salvar todos, deixando a impressão que tudo está bem com os incrédulos. Ela é inimiga da idéia que as promessas do evangelho são para todos (observe: elas devem ser pregadas a todos, mas não são PARA todos). As coisas prometidas são apenas para aqueles que se arrependem e crêem sob a pregação do evangelho, não para todos incondicionalmente. Pregar outra coisa é dar falsa esperança àqueles que não crêem e sugerir que Deus é incapaz diante da incredulidade contínua. Isso o evangelismo Reformado não pode e não fará!
Parte IV
Temos estado enfatizando a verdade que o evangelismo é nada mais nem menos que a pregação do evangelho. Se isso é verdade, então TODA pregação do evangelho é, estritamente falando, evangelismo, quer seja aos pagãos, às ovelhas dispersas de igrejas apóstatas, ou à congregação do povo de Deus.
Evangelismo pode ser descrito, contudo, como pregar o evangelho àqueles que estão fora da igreja verdadeira, visando à salvação deles. Existe uma diferença entre pregar o evangelho na igreja e àqueles fora dela, a cristãos e pagãos, quer aos pagãos vivendo em países estrangeiros que nunca ouviram o evangelho, ou a pagãos que são tão numerosos em nossos países ocidentais onde o evangelho tem sido pregado por muitos anos. Essas diferenças, embora importantes, não são essenciais.
As diferenças, cremos, são três.
Primeiro, na pregação àqueles que nunca ouviram o evangelho antes, a mensagem deve ser simplificada e pregada de tal forma que aqueles que ouvem entendam claramente o que o evangelista está dizendo. Isso é especialmente difícil quando pregando a pagãos que nunca ouviram sobre pecado, graça, redenção e tantas outras verdades do evangelho.
Lembremos aqui que Jesus, quando Ele pregou ao povo, o fez em parábolas, de forma que mesmo aqueles que continuassem descrendo ouvissem e vissem o que Jesus estava dizendo. Assim, em Suas parábolas Ele usou ilustrações tomadas da vida diária para tornar as verdades do evangelho tão claras quanto possível a eles.
Segundo, esse tipo de pregação do evangelho abordará a audiência como pessoas não-salvas, mostrando-lhes a necessidade de arrependimento e fé em Jesus Cristo como o único caminho de salvação. O pregador rogará e persuadirá aqueles que ouvem, pressionando sobre eles as demandas do evangelho e a urgência de sua própria necessidade (2Co. 5:18-21, cf. também Mt. 3:7-12).
Contudo, não existe nenhuma diferença essencial na mensagem que é pregada a incrédulos professos e à igreja. A diferença está na audiência e na necessidade dela, e no objetivo da pregação (salvar os perdidos). Isso afetará em certa extensão a apresentação e ênfase da mensagem, mas é o evangelho que deve ser pregado.
De fato, devemos ver que mesmo na pregação aos pagãos e incrédulos, todo o conselho de Deus deve ser pregado, incluindo a predestinação, expiação limitada, a Trindade, criação, providência e todas as outras verdades da Escritura. Jesus e os apóstolos pregaram essas verdades mesmo àqueles que não eram salvos (Jo. 10:11, Atos 2:23, 13:17, 14:15-17). Devemos continuar a pregá-las hoje.
Essas verdades são freqüentemente bem negligenciadas na pregação missionária e mesmo rejeitadas como inapropriadas para serem pregadas aos perdidos. Isso não é apenas contrário ao exemplo de Jesus e os apóstolos, mas elimina o cerne da mensagem do evangelho, isto é, que DEUS estava em Cristo reconciliando o mundo consigo (2Co. 5:19).
Terceiro, a pregação missionária envolve sair para pregar aos perdidos (Mt. 28:19). Já apontamos que a igreja é vista na Escritura como a reunião dos crentes e seus filhos, e que a presença de incrédulos é considerada como algo incomum e excepcional (1Co. 14:23). Portanto, a igreja não deve tentar desempenhar seu chamado para se engajar em missões mantendo um “culto evangelístico” a cada noite do Dia do Senhor.
Parte V
Temos enfatizado que evangelismo é a pregação do evangelho e que, quer na igreja ou em missões, é todo o evangelho – todo o conselho de Deus – que deve ser pregado (Atos 20:26-27). É errado negligenciar certas verdades reveladas ou sugerir que elas são um obstáculo ao evangelismo.
O evangelismo Reformado, contudo, não somente prega a soberania de Deus e as doutrinas da graça, mas é controlado por elas também. Já vimos como as doutrinas da graça controlam a mensagem evangelística visto requerer uma mensagem que não declara um Cristo para todos, nem uma vontade de Deus para salvar todos, ou um amor universal de Deus.
A soberania de Deus também controla os objetivos e métodos do evangelismo. Por um lado, a soberania de Deus manda limitar os meios de evangelismo à pregação. Tão importante quanto tais coisas possam ser, obra medicinal, educação, construções e agricultura não são evangelismo, e não constituem o chamado da igreja no que concerne ao seu engajamento em evangelismo. Na Escritura não existem tais coisas como missionários médicos ou agricultores. Essas coisas podem e mesmo devem ser feitas juntamente com a obra de evangelismo, mas não são a obra da igreja, nem alguém deve ser ordenado e enviado pela igreja para fazê-las.
Assim, também, enfatizaríamos a verdade bíblica que o evangelismo é a obra da igreja, não de sociedades ou entidades missionárias. O mandamento para pregar o evangelho é um mandamento que Cristo deu à Sua igreja e a ninguém mais (Mt. 28:19-20).
E, visto que a Escritura ensina que o evangelismo, a pregação do evangelho, é a obra de homens ordenados, não há lugar para missionárias. Achamos muito curioso que igrejas que nunca permitiriam mulheres pregarem ou terem ofício onde moram, não vêem nada errado em enviá-las como missionárias para pregar o evangelho aos pagãos.
Todavia, a soberania de Deus não controla o evangelismo apenas requerendo a pregação como o meio de evangelismo ordenado por Deus. A doutrina da soberania de Deus controla até mesmo os objetivos do evangelismo.
Por exemplo, uma igreja que crê na eleição não deveria pensar que o objetivo e propósito do evangelismo é “dar a todos uma chance”. Nesse caso, seu objetivo no evangelismo contradiz as verdades da predestinação e expiação limitada que ela confessa.
Nem é o objetivo do evangelismo salvar todo o mundo. Ao pregar o evangelho tanto na igreja como no campo missionário, o evangelista (pregador) deve entender que a pregação tem um propósito duplo. Esse propósito é a salvação dos eleitos de Deus e o endurecimento e condenação do restante (Rm. 9:18, 11:7, 2Co. 2:14-17).
Aqueles que não estão dispostos a pregar o evangelho nesses termos não deveriam se engajar na obra. Na verdade, Paulo sugere (2Co. 2:14-17) que a ignorância desse propósito duplo da pregação é a razão de muitos corromperem a palavra de Deus como elas fazem hoje: ocultando, negligenciando ou rejeitando certas verdades da Escritura em seu evangelismo.
O objetivo do evangelismo nem mesmo é pregar a todos. Tanto no Antigo como no Novo Testamento o evangelho é enviado por Deus quando e onde Ele quer (Atos 16:6-8). Existem aqueles que colocam um fardo pesado de culpa sobre a igreja sugerindo que ela não está cumprindo o seu chamado enquanto o evangelho não for pregado a todo ser vivo, quando o Senhor não deu nem a oportunidade nem os meios para fazê-lo. Isso é errado. Nosso Deus soberano determina também quando e onde o evangelho será pregado.
Parte VI
Nessa última seção sobre evangelismo Reformado existem várias coisas que desejamos enfatizar.
Primeiro e em conexão com a nossa última seção, desejamos apontar que o evangelismo é o chamado da igreja e deve ser perseguido vigorosamente, tanto dentro como fora da igreja. O fato que Deus não deseja a salvação de todos os homens sem exceção e que o evangelho por toda a história é pregado somente quando e onde Deus quer, não deveria limitar a igreja ou fazer com que ela negligencie sua obra.
Na obra do evangelismo a igreja de Jesus Cristo, em obediência ao Seu mandamento, para a glória de Deus, e para a salvação dos eleitos de Deus, deve buscar e orar: pela oportunidade de pregar o evangelho (Cl. 4:3-4, 2Ts. 3:1), por homens para pregá-lo (Mt. 9:37-38) e por fruto na obra da pregação (Rm. 10:1). E, quando Deus graciosamente dá os meios, homens e a
oportunidade, então ela deve usar essa oportunidade ao máximo.
Na verdade, a oportunidade para pregar o evangelho (mencionada na Escritura como uma “porta aberta” – Ap. 3:8) é vista como uma das bênçãos que Deus em Cristo dá à igreja quando ela é fiel. Que desgraça se a igreja despreza essa bênção de Deus!
Segundo, desejamos esclarecer o que dissemos na seção anterior sobre evangelismo como a obra da igreja. Se é o chamado da igreja fazer evangelismo e se engajar em missões, então é o seu chamado também sustentar aqueles que são enviados para fazer essa obra. Os missionários e evangelistas são pregadores do evangelho e é aos pregadores do evangelho, onde quer que trabalhem, que a Escritura se refere em passagens tais como 1Co. 9:7-14. Abominamos a prática, comum em tantos lugares, de enviar os pregadores missionários para conseguirem o seu próprio sustento. Assim também, se a obra missionária é a obra da igreja, é o chamado da igreja fornecer esse sustento, não das sociedades ou entidades missionárias.
Terceiro, precisamos enfatizar o fato que visto o evangelismo ser a obra da igreja, todos os crentes têm uma parte importante nessa obra, embora eles mesmos não preguem. Eles têm o chamado importante de orar pela obra, sustentá-la dessa forma e com os seus bens, e serem eles mesmos testemunhas da verdade em toda a sua vida. Sem fidelidade da parte do povo de Deus, nenhuma obra de evangelismo pode prosperar.
Portanto, possa essa obra importante e necessária ser feita fielmente, e possa Deus adicionar Sua bênção indispensável a ela.
Vários dos nossos leitores solicitaram uma perspectiva Reformada sobre o evangelismo. Visto que esse é um assunto importante, esperamos gastar várias edições[1] sobre o mesmo.
Então, em primeiro lugar, estejamos certos que a fé Reformada não fica constrangida com o evangelismo. Os dois não são incompatíveis. Na verdade, a fé Reformada e as igrejas Reformadas possuem o único fundamento real para o evangelismo. São as doutrinas Reformadas da eleição incondicional soberana, da expiação limitada e da graça irresistível que dão uma razão para fazer evangelismo e para esperar frutos nessa grande obra.
Pense nisso dessa forma: como pode haver alguma esperança de pecadores perdidos serem salvos por meio do evangelismo, se a salvação depende do livre-arbítrio deles? Homens e mulheres pecaminosos têm dificuldade de escolher que sapatos calçarão quando se arrumando pela manhã. Como então eles escolheriam ser salvos, especialmente se estão verdadeiramente perdidos? Como pecadores cujas mentes estão obscurecidas pelo pecado (2Co. 4:4), e em inimizade contra Deus (Rm. 8:7), chegam ao conhecimento da verdade, senão pela graça soberana e eficaz, iluminando suas mentes e concedendo-lhes gratuitamente tudo da sua salvação?
É aqui em primeiro lugar, portanto, que o evangelismo Reformado é único. Ele fornece a verdadeira base bíblica para o evangelismo. Ele não crê que Deus ama e deseja a salvação de todos, que Ele enviou Cristo para morrer por todos sem exceção, e que agora depende da livre escolha do homem se ele será salvo ou não.
Antes, a fé Reformada ensina que Deus escolhe quem será salvo (Jo. 1:12-13, 15:16, Rm. 9:16, Fp. 2:13, Tg. 1:18) de acordo com Seu eterno amor por eles em Cristo; que Ele providenciou salvação para eles na morte de Cristo sobre a cruz (Gl. 6:14, Cl. 1:21-22) e que Ele poderosa e infalivelmente dá-lhes essa salvação pela obra e graça irresistível do Espírito Santo (Jo. 6:37, 44, Ef. 2:8-10). Assim, no evangelismo Reformado há a esperança segura que esses serão salvos. Não existe tal esperança no ensino que a salvação depende do querer ou correr do homem.
Mas como a pregação do evangelho se encaixa nisso? Isso não torna a pregação do evangelho desnecessária, conforme a acusação de alguns? Afinal, evangelismo tem a ver com a pregação do evangelho. Isso é o que a palavra “evangelismo” significa.
Ao responder essas questões, a fé Reformada ensina duas coisas sobre a pregação do evangelho. Primeiro, ela insiste, como a Escritura também, que o evangelho é o meio que Deus usa para encontrar os Seus eleitos (Atos 14:47-48) e trazê-los à fé salvadora em Cristo e assim à salvação. Em segundo lugar, a fé Reformada ensina que o evangelho como meio é poderoso. Esse poder pelo qual os homens se arrependem e crêem não reside no pecador ou em sua vontade, mas no evangelho. Por ele os pecadores são poderosamente chamados (Rm. 10:17), recebem arrependimento e fé (Atos 11:18), têm sua mente e vontade mudada, e são assim soberana, irresistível e docemente atraídos a Cristo (Rm. 1:16, 1Co. 1:18, 24).
É a doutrina do livre-arbítrio, portanto, que destrói o evangelismo. O ensino que Deus ama todos os homens simplesmente reassegura aos pecadores que tudo está bem com eles. A idéia que Cristo morreu por eles somente confirma-os na noção equivocada que sua situação não é de desespero. Dizer que eles têm a escolha crítica em sua própria salvação – que Deus depende e espera por eles – apenas os estabelece em sua rebelião contra Deus e ensina-os que eles são como deuses! Isso não faz nada pela salvação de pecadores perdidos!
Parte II
Nessa edição continuaremos a dar uma perspectiva Reformada sobre o evangelismo. Enfatizamos dessa vez a importante verdade que o evangelismo é nada mais ou menos que a pregação do evangelho! Se estivermos pregando o evangelho, estaremos fazendo evangelismo fielmente.
Embora seja algo óbvio, muitos têm esquecido isso. Assim, eles falam sem fim sobre métodos evangelísticos e gastam grande tempo traçando esquemas complicados e caros de evangelismo para as suas igrejas. Nunca parece entrar na mente deles que evangelismo significa pregação.
Crendo que evangelismo é a pregação do evangelho, rejeitamos a prática terrível, embora velha, de separar a noite de todo Dia do Senhor para uma mensagem evangelística – ensino na manhã, evangelismo à noite. Não há nada bíblico nessa prática.
À parte do fato que tais cultos evangelísticos tendem a degenerar-se em cultos onde a mesma mensagem é ouvida semana após semana, mas toda vez “agarrada” a um texto diferente, para o extremo aborrecimento e frustração daqueles que desejam aprender a verdade, essa prática tem esquecido a simples verdade que toda pregação do evangelho é evangelismo. Não importa sobre qual passagem da Escritura uma pessoa esteja pregando, se ele está pregando apropriadamente, tal pessoa está pregando o evangelho. Não existe tal coisa como uma mensagem “evangelística” especial.
Contudo, talvez cristãos e ministros cristãos tenham esquecido ou não entendem que toda a Escritura revela Cristo e, portanto, é o evangelho no
sentido mais pleno da palavra (Jo. 5:38-39). Se a Escritura é propriamente pregada, Cristo é pregado. Se Cristo está sendo pregado, o evangelho está sendo pregado. E se o evangelho está sendo pregado, então pecadores serão salvos por ele. Esse é o meio apontado por Deus para a salvação deles. Tememos que a prática de ter cultos “evangelísticos” denuncia uma falta de confiança no evangelho como o meio que Deus escolheu usar para a salvação dos Seus. Assim, tais cultos tendem a se tornarem tentativas de despertar emoções, amedrontar as pessoas, ou produzir algum tipo de “decisão”. Certamente há pouco da Palavra de Deus exposta em tais cultos e ainda menos dependência do Espírito Santo para produzir fruto.
Mas há outras razões pelas quais é errado devotar um culto de todo Domingo para pregar aos incrédulos. Isso denuncia uma visão errônea da igreja, como se a igreja fosse ordinariamente um lugar para incrédulos, e ignora o ensino de 1 Coríntios 14:23. Ali a Palavra sugere que não é uma coisa normal, mas sim excepcional um incrédulo comparecer aos cultos de adoração. A igreja é para os crentes e os seus filhos.
Existe outro problema aqui também. É a idéia que a obra de evangelismo cessa tão logo alguém “seja salvo”. Se evangelismo é pregar o evangelho, e se pregar o evangelho é pregar e ensinar “todo o conselho de Deus”, então a obra de evangelismo terá apenas começado quando uma pessoa se arrepende e crê. Nesse ponto ele ainda precisará pela pregação do evangelho – evangelismo – ter o caminho de Deus exposto mais perfeitamente (Atos 18:26) e ser arraigado e edificado na verdade (Cl. 2:6-7).
Esse aspecto do evangelismo é quase inteiramente negligenciado hoje. Isso não significa, contudo, que não existe diferença entre pregar o evangelho na igreja e àqueles que estão fora da igreja, ou que o povo Reformado crê somente na pregação do evangelho dentro da igreja. O evangelho deve ser pregado em todo lugar que Deus em Seu beneplácito o envia!
Parte III
Temos estabelecido o fato que evangelismo é nada mais nem menos que a pregação do evangelho. Que isso é o que a palavra “evangelismo” significa. Disso segue-se que toda pregação do evangelho é evangelismo, incluindo a pregação àqueles que já foram salvos, os membros da igreja. Esse aspecto do evangelismo é quase inteiramente negligenciado hoje, de forma que o povo de Deus é destruído por falta de conhecimento (Oséias 4:6).
Temos estabelecido também o fato que a pregação do evangelho é pregação de “todo o conselho de Deus”, isto é, toda a Escritura. Não há, portanto, tal coisa como, nem qualquer necessidade de uma mensagem “evangélica” especial ou culto “evangelístico”, especialmente quando isso é nada mais que discursar para pecadores ou pressioná-los a alguma decisão.
Adicionaríamos que o chamado ao arrependimento e fé não é apenas para os incrédulos. Aqueles que já foram salvos precisam ouvir esse chamado para que eles também se voltem dos seus pecados (e eles cometem pecado enquanto estiverem nesse corpo de carne) e para que sua fé seja estimulada e fortalecida. Isso também é parte do verdadeiro evangelismo.
Com isso em mente não há nenhuma necessidade para o pregador dividir a congregação em grupos em sua mente ou em sua pregação, dirigindo parte de sua pregação a um grupo e parte a outro. TODOS os ouvintes precisam ouvir o que Deus o Senhor diz numa passagem particular de Sua Palavra. Não existe nenhuma mensagem para a igreja e outra para o mundo, uma para o “não convertido” e outra para aqueles que estão “salvos e seguros” (como certo pregador certa vez colocou).
Mesmo as promessas do evangelho, embora digam respeito e sejam somente para aqueles que se arrependem e crêem, devem ser ouvidas por todos, se por nenhuma outra razão, para que a condenação deles possa ser maior quando não crêem. A verdadeira pregação do evangelho é a exposição da Palavra de Deus, incluindo seu solene chamado ao arrependimento e fé, a TODOS os que ouvem.
Nessa conexão desejamos enfatizar aqui que a fé Reformada crê na pregação do evangelho àqueles que estão fora da igreja, bem como àqueles que já foram salvos e são membros da igreja, aos pagãos bem como aos cristãos. Aqui também a fé Reformada não é inimiga do evangelismo.
Mesmo aqui, contudo, o evangelismo não pode ser limitado àqueles que nunca ouviram o evangelho. Aqueles que têm ouvido e se apartado, aqueles que fazem uma profissão do Cristianismo mas não conhecem a Palavra de Deus e aqueles que são membros de igrejas onde o evangelho não é pregado ou não é pregado puramente, são também os objetos do evangelismo.
Quando Jesus falou dos campos estarem brancos para a colheita, Ele estava pensando especialmente nas multidões que estavam espalhadas e desfalecendo, como ovelhas que não têm pastor (Mt. 9:36-38).
Aquilo ao que a fé Reformada se opõe é a pregação de mentiras – que Deus ama todo o mundo e deseja salvar todos, deixando a impressão que tudo está bem com os incrédulos. Ela é inimiga da idéia que as promessas do evangelho são para todos (observe: elas devem ser pregadas a todos, mas não são PARA todos). As coisas prometidas são apenas para aqueles que se arrependem e crêem sob a pregação do evangelho, não para todos incondicionalmente. Pregar outra coisa é dar falsa esperança àqueles que não crêem e sugerir que Deus é incapaz diante da incredulidade contínua. Isso o evangelismo Reformado não pode e não fará!
Parte IV
Temos estado enfatizando a verdade que o evangelismo é nada mais nem menos que a pregação do evangelho. Se isso é verdade, então TODA pregação do evangelho é, estritamente falando, evangelismo, quer seja aos pagãos, às ovelhas dispersas de igrejas apóstatas, ou à congregação do povo de Deus.
Evangelismo pode ser descrito, contudo, como pregar o evangelho àqueles que estão fora da igreja verdadeira, visando à salvação deles. Existe uma diferença entre pregar o evangelho na igreja e àqueles fora dela, a cristãos e pagãos, quer aos pagãos vivendo em países estrangeiros que nunca ouviram o evangelho, ou a pagãos que são tão numerosos em nossos países ocidentais onde o evangelho tem sido pregado por muitos anos. Essas diferenças, embora importantes, não são essenciais.
As diferenças, cremos, são três.
Primeiro, na pregação àqueles que nunca ouviram o evangelho antes, a mensagem deve ser simplificada e pregada de tal forma que aqueles que ouvem entendam claramente o que o evangelista está dizendo. Isso é especialmente difícil quando pregando a pagãos que nunca ouviram sobre pecado, graça, redenção e tantas outras verdades do evangelho.
Lembremos aqui que Jesus, quando Ele pregou ao povo, o fez em parábolas, de forma que mesmo aqueles que continuassem descrendo ouvissem e vissem o que Jesus estava dizendo. Assim, em Suas parábolas Ele usou ilustrações tomadas da vida diária para tornar as verdades do evangelho tão claras quanto possível a eles.
Segundo, esse tipo de pregação do evangelho abordará a audiência como pessoas não-salvas, mostrando-lhes a necessidade de arrependimento e fé em Jesus Cristo como o único caminho de salvação. O pregador rogará e persuadirá aqueles que ouvem, pressionando sobre eles as demandas do evangelho e a urgência de sua própria necessidade (2Co. 5:18-21, cf. também Mt. 3:7-12).
Contudo, não existe nenhuma diferença essencial na mensagem que é pregada a incrédulos professos e à igreja. A diferença está na audiência e na necessidade dela, e no objetivo da pregação (salvar os perdidos). Isso afetará em certa extensão a apresentação e ênfase da mensagem, mas é o evangelho que deve ser pregado.
De fato, devemos ver que mesmo na pregação aos pagãos e incrédulos, todo o conselho de Deus deve ser pregado, incluindo a predestinação, expiação limitada, a Trindade, criação, providência e todas as outras verdades da Escritura. Jesus e os apóstolos pregaram essas verdades mesmo àqueles que não eram salvos (Jo. 10:11, Atos 2:23, 13:17, 14:15-17). Devemos continuar a pregá-las hoje.
Essas verdades são freqüentemente bem negligenciadas na pregação missionária e mesmo rejeitadas como inapropriadas para serem pregadas aos perdidos. Isso não é apenas contrário ao exemplo de Jesus e os apóstolos, mas elimina o cerne da mensagem do evangelho, isto é, que DEUS estava em Cristo reconciliando o mundo consigo (2Co. 5:19).
Terceiro, a pregação missionária envolve sair para pregar aos perdidos (Mt. 28:19). Já apontamos que a igreja é vista na Escritura como a reunião dos crentes e seus filhos, e que a presença de incrédulos é considerada como algo incomum e excepcional (1Co. 14:23). Portanto, a igreja não deve tentar desempenhar seu chamado para se engajar em missões mantendo um “culto evangelístico” a cada noite do Dia do Senhor.
Parte V
Temos enfatizado que evangelismo é a pregação do evangelho e que, quer na igreja ou em missões, é todo o evangelho – todo o conselho de Deus – que deve ser pregado (Atos 20:26-27). É errado negligenciar certas verdades reveladas ou sugerir que elas são um obstáculo ao evangelismo.
O evangelismo Reformado, contudo, não somente prega a soberania de Deus e as doutrinas da graça, mas é controlado por elas também. Já vimos como as doutrinas da graça controlam a mensagem evangelística visto requerer uma mensagem que não declara um Cristo para todos, nem uma vontade de Deus para salvar todos, ou um amor universal de Deus.
A soberania de Deus também controla os objetivos e métodos do evangelismo. Por um lado, a soberania de Deus manda limitar os meios de evangelismo à pregação. Tão importante quanto tais coisas possam ser, obra medicinal, educação, construções e agricultura não são evangelismo, e não constituem o chamado da igreja no que concerne ao seu engajamento em evangelismo. Na Escritura não existem tais coisas como missionários médicos ou agricultores. Essas coisas podem e mesmo devem ser feitas juntamente com a obra de evangelismo, mas não são a obra da igreja, nem alguém deve ser ordenado e enviado pela igreja para fazê-las.
Assim, também, enfatizaríamos a verdade bíblica que o evangelismo é a obra da igreja, não de sociedades ou entidades missionárias. O mandamento para pregar o evangelho é um mandamento que Cristo deu à Sua igreja e a ninguém mais (Mt. 28:19-20).
E, visto que a Escritura ensina que o evangelismo, a pregação do evangelho, é a obra de homens ordenados, não há lugar para missionárias. Achamos muito curioso que igrejas que nunca permitiriam mulheres pregarem ou terem ofício onde moram, não vêem nada errado em enviá-las como missionárias para pregar o evangelho aos pagãos.
Todavia, a soberania de Deus não controla o evangelismo apenas requerendo a pregação como o meio de evangelismo ordenado por Deus. A doutrina da soberania de Deus controla até mesmo os objetivos do evangelismo.
Por exemplo, uma igreja que crê na eleição não deveria pensar que o objetivo e propósito do evangelismo é “dar a todos uma chance”. Nesse caso, seu objetivo no evangelismo contradiz as verdades da predestinação e expiação limitada que ela confessa.
Nem é o objetivo do evangelismo salvar todo o mundo. Ao pregar o evangelho tanto na igreja como no campo missionário, o evangelista (pregador) deve entender que a pregação tem um propósito duplo. Esse propósito é a salvação dos eleitos de Deus e o endurecimento e condenação do restante (Rm. 9:18, 11:7, 2Co. 2:14-17).
Aqueles que não estão dispostos a pregar o evangelho nesses termos não deveriam se engajar na obra. Na verdade, Paulo sugere (2Co. 2:14-17) que a ignorância desse propósito duplo da pregação é a razão de muitos corromperem a palavra de Deus como elas fazem hoje: ocultando, negligenciando ou rejeitando certas verdades da Escritura em seu evangelismo.
O objetivo do evangelismo nem mesmo é pregar a todos. Tanto no Antigo como no Novo Testamento o evangelho é enviado por Deus quando e onde Ele quer (Atos 16:6-8). Existem aqueles que colocam um fardo pesado de culpa sobre a igreja sugerindo que ela não está cumprindo o seu chamado enquanto o evangelho não for pregado a todo ser vivo, quando o Senhor não deu nem a oportunidade nem os meios para fazê-lo. Isso é errado. Nosso Deus soberano determina também quando e onde o evangelho será pregado.
Parte VI
Nessa última seção sobre evangelismo Reformado existem várias coisas que desejamos enfatizar.
Primeiro e em conexão com a nossa última seção, desejamos apontar que o evangelismo é o chamado da igreja e deve ser perseguido vigorosamente, tanto dentro como fora da igreja. O fato que Deus não deseja a salvação de todos os homens sem exceção e que o evangelho por toda a história é pregado somente quando e onde Deus quer, não deveria limitar a igreja ou fazer com que ela negligencie sua obra.
Na obra do evangelismo a igreja de Jesus Cristo, em obediência ao Seu mandamento, para a glória de Deus, e para a salvação dos eleitos de Deus, deve buscar e orar: pela oportunidade de pregar o evangelho (Cl. 4:3-4, 2Ts. 3:1), por homens para pregá-lo (Mt. 9:37-38) e por fruto na obra da pregação (Rm. 10:1). E, quando Deus graciosamente dá os meios, homens e a
oportunidade, então ela deve usar essa oportunidade ao máximo.
Na verdade, a oportunidade para pregar o evangelho (mencionada na Escritura como uma “porta aberta” – Ap. 3:8) é vista como uma das bênçãos que Deus em Cristo dá à igreja quando ela é fiel. Que desgraça se a igreja despreza essa bênção de Deus!
Segundo, desejamos esclarecer o que dissemos na seção anterior sobre evangelismo como a obra da igreja. Se é o chamado da igreja fazer evangelismo e se engajar em missões, então é o seu chamado também sustentar aqueles que são enviados para fazer essa obra. Os missionários e evangelistas são pregadores do evangelho e é aos pregadores do evangelho, onde quer que trabalhem, que a Escritura se refere em passagens tais como 1Co. 9:7-14. Abominamos a prática, comum em tantos lugares, de enviar os pregadores missionários para conseguirem o seu próprio sustento. Assim também, se a obra missionária é a obra da igreja, é o chamado da igreja fornecer esse sustento, não das sociedades ou entidades missionárias.
Terceiro, precisamos enfatizar o fato que visto o evangelismo ser a obra da igreja, todos os crentes têm uma parte importante nessa obra, embora eles mesmos não preguem. Eles têm o chamado importante de orar pela obra, sustentá-la dessa forma e com os seus bens, e serem eles mesmos testemunhas da verdade em toda a sua vida. Sem fidelidade da parte do povo de Deus, nenhuma obra de evangelismo pode prosperar.
Portanto, possa essa obra importante e necessária ser feita fielmente, e possa Deus adicionar Sua bênção indispensável a ela.
Por Rev. Ronald Hanko

2015/04/14

COMO UM GIRASSOL, VOLTADO PARA DEUS...


Foto de um usuário.
Seu nome científico é Helianthus annus - o que explica sua imponência e porte majestoso: a palavra Helianthus significa "flor do sol".
No jardim, os girassóis brilham majestosamente, exibindo sua intrigante rotação, sempre voltada para o sol.
As flores de girassol se movem o dia todo na direção do Sol, pois precisam aproveitar a luz para crescer. O truque do gira-gira é uma substância que fica no caule, embaixo da flor. Como essa substância não gosta de Sol, durante o dia, uma parte do caule vai se deslocando para a sombra. Assim, a flor gira e fica virada para o Sol, mantendo o caule protegido. O girassol se mexe estimulado pela luz solar. Esse fenômeno é chamado heliotropismo ou rastreamento solar, o que significa dizer: orientado pelo curso do Sol. O fenômeno é classificado como positivo quando o vegetal busca a luz e negativo quando foge dela. No caso do girassol, você já deve ter notado, é positivo. Para ele, quanto mais luz melhor!
Numa plantação de girassóis, à medida que o sol segue seu curso, do nascimento até se pôr, vemos a flor se movimentar.
Quando cessa a luz do sol, a planta volta à sua posição original porque suas células deixam de receber o estímulo luminoso que provoca o movimento. Assim tambem devemos viver sempre olhando para Jesus Cristo nossa redentor e salvador.

A presença de Deus, a maior necessidade da igreja


Referência: Êxodo 33.1-23

1. A maior necessidade da igreja não é das bênçãos de Deus, é de Deus. O Deus das bênçãos é melhor do que as bênçãos de Deus. A igreja contemporânea mudou a sua ênfase. A pregação moderna diz que o fim principal do homem é glorificar a Deus, mas o fim principal de Deus é glorificar o homem. O evangelho moderno ensina que é Deus quem está a serviço do homem e não o homem a serviço de Deus. O foco mudou. Não é mais Deus que é a medida e o fim de todas as coisas, mas o homem que é a medida de todas as coisas.
2. Hoje o homem trocou Deus pelas dádivas de Deus. As pessoas querem a salvação e não o salvador. Querem os dons e não o doador. Querem coisas e não Deus.
3. No passado, a presença de Deus era a coisa mais importante que o povo de Deus buscava. Deus apareceu para Moisés no deserto numa sarça. A glória de Deus se manifestou e Moisés caiu com o rosto em terra. A presença de Deus revelou-se poderosa no Egito e quebrou o poder dos deuses e o orgulho de Faraó.
4. O povo foi liberto pelo sangue do Cordeiro e protegido pela presença de Deus na coluna de fogo e na coluna de nuvem. A nuvem era o símbolo da presença de Deus. A presença de Deus dava direção de dia e proteção à noite.
5. Mas, houve um dia em que a presença de Deus foi embora do arraial de Israel. O povo pecou e o pecado faz separação entre nós e o nosso Deus. A maior tragédia do pecado é que ele afasta de nós a presença de Deus. 1) Deus disse para Josué que não seria mais com o povo enquanto houvesse pecado no arraial de Israel; 2) Quando os filhos de Eli pecaram contra Deus, a arca, símbolo da presença de Deus foi roubada e a glória de Israel, a presença de Deus, se apartou do povo; 3) No tempo de Ezequiel a glória de Deus se afastou da cidade, do templo, do monte e o povo foi levado ao cativeiro.
I. A SUPREMA IMPORTÂNCIA DA PRESENÇA DE DEUS NA IGREJA
• A igreja necessita desesperadamente da presença de Deus. Nossas vidas serão vazias, nossos cultos sem vida, nossas músicas sem unção e nossas mensagens mortas se Deus não estiver presente. Muitas vezes, confundidos a onipresença de Deus com a presença manifesta de Deus. Deus está em toda parte, mas Deus não está em toda parte com a sua presença manifesta. Quando Deus está entre o seu povo isso é notório, como quando Jacó acordou em Betel.
• Muitas vezes nós falamos para as pessoas que Deus está entre nós. Elas vêm e não vêm Deus. Elas então chegam à conclusão que fazemos propaganda enganosa. Dizemos que tem pão na casa do pão, mas só temos fornos frios, prateleiras vazias e receitas de pão.
• Quando Deus se agrada de nós, podemos dizer como Josué e Calebe: “Se o Senhor se agradar de nós, podemos.”
II. O PECADO AFASTA A PRESENÇA DE DEUS DO MEIO DO SEU POVO
1. A impaciência levou o povo a buscar outro deus
• Arão fez um bezerro de ouro e eles passaram a adorar esse deus (32:4). Entregaram-se à prática ostensiva de pecado, bebedeira, danças. Rebelaram-se contra Deus. Abandonaram a Deus e depressa se desviaram do seu caminho. Por terem abandonado a Deus e se curvado diante de um ídolo, imediatamente sucumbiram na decadência moral.
• Arão cede à pressão do povo para se desviar (32:22-23) e depois usa uma racionalização descabida (32:24).
2. O pecado provoca a ira de Deus contra o seu próprio povo
• “Moisés disse: Quem é do Senhor venha a mim” (32:26). Há os que andam com Deus e os que andam segundo os seus próprios corações. Deus intentou destruir o seu povo e começar uma nova nação. Mas Moisés intercedeu pelo povo e Deus o poupou. Mas Deus disse eu não irei mais convosco (33:3).
• Essa é a maior tragédia que pode acontecer ao povo de Deus: é Deus se afastar dele. Se Deus é por nós, quem será contra nós, mas e se Deus não for consoco?
• Deus disse que iria se retirar e se retirou. A nuvem desapareceu. A coluna de fogo sumiu. Os sinais visíveis da presença de Deus desapareceram. A igreja está fraca e seus membros caindo nos mesmos pecados do mundo, porque não vivem na presença de Deus. Amam o mundo, porque não deleitam na sublimidade do conhecimento de Cristo. Têm prazer nos banquetes do mundo, porque não têm fome de Deus. Conhecem a respeito de Deus, mas não a Deus.
III. A NECESSIDADE DE DIAGNOSTICAR A CAUSA DO AFASTAMENTO DA PRESENÇA DE DEUS
1. Os filhos de Israel se arrependeram – v. 4
• Eles odiaram o que tinham feito. Desprezaram-se por isso. Compreenderam que haviam trazido tragédias sobre suas cabeças. Compreenderam a gravidade do seu pecado diante de Deus.
• O pecado traz vergonha e opróbrio sobre nós. O pecado ofende a santidade de Deus. O pecado provoca a ira de Deus. Quando o povo redimido de Deus se rebela e peca contra Deus, isso é uma calamidade.
• Hoje temos uma visão superficial da malignidade do pecado. Estamos nos acostumando com o pecado. Nem mesmo sentido saudade de Deus. Não sentimos fome de Deus. Nem todamos que a glória de Deus se apartou de nós. Nem sentimos falta da presença de Deus entre nós.
2. Precisamos ter consciência que é por causa do pecado que Deus está se retirando do meio do seu povo
• O Deus que fizera milagres tremendos, arrancando-os com mão poderosa do Egito, triunfando sobre seus deuses, sobre Faraó e seus cavaleiros, abrindo o Mar Vermelho, não estava mais com eles. Isso os encheu de desalento. Isso os alarmou e os levou a prantear (33:4).
• Não há nada mais sério do qeu estar sem a presença de Deus.
• As bênçãos de Deus sem o Deus das bênçãos não têm valor. Canaã sem Deus não tem valor. A terra que mana leite e mel sem Deus não tem valor. A posse da terra sem Deus não tem valor. A comunhão com Deus é a própria essência da vida eterna (Jo 17:3).
• A igreja pode ter prosperidade, influência, dinheiro, influência na sociedade, mas Deus está presente? Sua glória está entre nós? Canaã não nos interessa sem Deus. O que precisamos mais do que a água para matar a nossa sede é da presença de Deus: “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo” (Sl 42:1).
3. Se queremos a presença de Deus em nossa igreja, precisa ter coragem para romper com tudo aquilo que nos afasta de Deus – v. 4-5
• Foram esses adornos que os havia levado à queda. A simples lembrança era odiosa. Deus disse: Despojem-se deles e eles o fizeram. Se queremos a presença de Deus, precisamos nos despojar de coisas que ofendem a santidade de Deus. Deus disse para Jacó: tira as roupas contaminadas, lave as mãos sujas e jogue fora os ídolos. Deus disse para Josué: tire as coisas contaminados do arraial. Elias removeu o baal que se enterpunha entre o povo e as torrentes do céu.
• Precisamos chorar pelo pecado e abandonar o pecado.
IV. NADA PODE SUBSITUIR A PRESENÇA DE DEUS NO MEIO DA IGREJA
1. Deus prometeu ao povo enviar o seu Anjo – v. 2
• É uma coisa maravilhosa ter o anjo do Senhor acampado ao nosso redor. Eles são ministros de Deus em nosso favor. Mas Moisés queria Deus, e não apenas o anjo de Deus. Não há substitutos para a presença de Deus no meio da igreja.
2. Deus prometeu a eles vitória – v. 2
• Deus prometeu a eles desalojar os povos da terra. Eles teriam vitória contra os seus inimigos, mas não comunhão com Deus. E Moisés não queria apenas vitória, ele queria Deus. Ele não queria apenas bênçãos, ele queria o abençoador. Canaã, sem Deus é terra estranha. Nada substitui Deus em nossa vida.
V. COMO BUSCAR DE VOLTA A PRESENÇA DE DEUS NO MEIO DO POVO
1. Moisés sente o fardo e retira-se para orar – v. 7
A restauração da igreja começa quando os líderes sentem sobre si o fardo da oração. A restauração da igreja começa quando alguém rompe o estado de letargia e começa a buscar a Deus em oração. Foi assim na história. Sempre que um homem, um grupo se consagrou à oração e começou a buscar a Deus fervorosasmente, houve restauração. Sem oração a igreja não tem poder. Sem oração os corações não se derretem. Sem oração, a skekiná da glória de Deus não desce sobre o povo.
2. Não basta apenas, deixar o pecado, é preciso ansiar ardentemente pela volta da presença de Deus – v. 7-8
• Moisés estava ansioso para que a presença de Deus retornasse. Assim, ele estabeleceu um lugar de oração. Ele não pressionou. Era espotâneo (33:7): “Todo aquele que buscava ao Senhor saia à tenda da congregação”. Nem todos foram à tenda da congregação. Mas houve pessoas que sentiram o mesmo fardo que Moisés sentiu e foram buscar a presença de Deus.
• É importante notar que eles não se contentaram em orar em suas próprias tendas. Eles tinham um lugar específico para se reunirem em oração. Precisamos nos reunir para orar. A igreja primitiva orava nos lares e também no templo.
• Outros não foram à tenda para orar, mas viram os que tinham fome da presença de Deus entrando na tenda (33:8). Não espere que toda a igreja venha orar. Venha você e verá que todos serão impactados.
3. Como Moisés orava?
a) Moisés buscava a Deus continuamente (33:7) – Ele era um homem de oração. Ele costumava tomar a tenda e armá-la para si fora do arraial. Mesmo diante da crise espiritual do povo, ele mantinha a sua vida íntima de oração.
b) Deus falava com Moisés face a face (33:11) – Moisés tinha intimidade com Deus. Na oração, não somente Moisés falava com Deus, mas Deus também falava com Moisés. Oração não é um monólogo, mas um diálogo com Deus.
4. Por que Moisés orava?
a) Ele quer conhecer a Deus na intimidade (33:13) – Rogo-te que me faças saber neste momento o teu caminho, para que te conheça e ache graças aos teus olhos.
b) Ele quer restabelecer a honra da igreja (33:13) – “E considera que esta nação é o teu povo.”
c) Ele quer mais de Deus para a sua vida e para o seu povo – (33:11) – “Então voltava Moisés para o arraial, porém o moço Josué, seu servidor, filho de Num, não se apartava da tenda.”
d) Ele quer ver a glória de Deus – (33:18) – “Então, ele disse: “Rogo-te que me mostres a tua glória.”
VI. A PRESENÇA DE DEUS VOLTA SOBRE O SEU POVO
• Quando Moisés se separou para buscar a Deus e o povo também foi buscar a Deus, a nuvem da presença de Deus veio sobre a tenda da congregação (33:9).
• Quando a presença de Deus veio sobre a tenda, o povo começou a adorar a Deus nas suas tendas (33:10).
• A oração muda as coisas. Deus havia dito que sua presença não iria com o povo (33:2-3). Mas, quando o povo se arrependeu e orou e buscou a Deus, Deus disse: “A minha presença irá contigo, e eu te darei descanso” (33:14).
• Quando a presença de Deus é restaurada, o povo quer mais de Deus (33:11).
• Quando a presença de Deus é restaurada, desejamos ansiosamente ver a glória de Deus (33:18).
CONCLUSÃO
• O sinal da presença de Deus que tinha ido embora, volta. A igreja é restaurada quando há uma manifestação da presença de Deus em seu meio. Há uma nova vitalidade. A adoração torna-se viva. As orações fervorosas. Quando a coluna de nuvem cobre a tenda, os corações se dobram nos lares.
• A glória de Deus foi manifestada em Jesus. “E o verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1:14). E ele prometeu: “Eis que estarei convosco todos os dias até a consumação do século” (Mt 28:20). Jesus está aqui. Ele está entre nós. Ele está em nós. Adoremo-lo!
Rev. Hernandes Dias Lopes

Honra aos Pais


“Então, deixou este os bois, correu após Elias e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe e, então, te seguirei. Elias respondeu-lhe: Vai e volta; pois já sabes o que fiz contigo.” 1 Reis 19:20.

Acho lindo o gesto de pessoas que não têm vergonha de seus pais. Um pastor há quem muito admiro fala de seu pai com tanto orgulho e satisfação que parece ser um homem notável.

E é, a despeito de ser um agricultor pobre. Notável não é sinônimo de famoso ou destacado. Não é alguém célebre, culto ou famoso – mas é um homem de Deus que semeou em sua vida.

Eliseu quando recebeu o chamado de Elias, teve uma atitude igualmente bonita para com seus pais.
Por mais honroso que fosse o chamado e até mesmo algo que poucos poderiam ser encontrados aptos a responder, ele ainda priorizou seus pais. Basta olhar para os acontecimentos na vida deste homem de Deus, tão logo assumiu seu posto como profeta, para ver cumprido o princípio de que quem honra seus pais vai bem.

Eliseu talvez não tenha tido a mesma extensão profética de Elias, seu mestre, mas com certeza foi um profeta bem-sucedido. Isso, meu querido leitor, deveria ser o suficiente para mim e para você.
Sempre que olhamos para nossos pais devemos ver instrumentos de Deus, mesmo que não tenham sido os pais que gostaríamos de ter tido, ou mesmo que realmente não tenham sido bons pais. Cabe a nós honrá-los, respeitando-os se vivos e à sua memória se falecidos.

Não significa que devamos necessariamente concordar com eles ou com suas atitudes, mas gratidão pelo dom da vida sim. 

Devemos crer nos princípios da Palavra de Deus de forma submissa e confiante, assim como Eliseu o fez.
Sou grato pela vida de meus pais que, mesmo não conhecendo ao Senhor, permitiram que eu me desenvolvesse para ter condições de ser quem hoje sou. Procuro honrar a memória de meu pai e a vida de minha mãe na medida de minhas possibilidades e frequentemente, oro a Deus com gratidão por eles.
“Senhor, não posso te chamar de Pai Celestial sem ter gratidão pelos meus pais terrenos. Ensina-me a ter gratidão a despeito de como eles se comportaram comigo, pois sei que o Senhor tem propósito com isso.”
Pr. João Rodrigues & Pra. Izabel Gouveia

A QUEM PERTENCE A VINGANÇA?


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Se há algo inerente à natureza humana, e cujos resultados são devastadores, é a nossa comum maneira de reagir contra os que nos ofendem!
Isso é resultado da nossa descendência de Adão e Eva, pois a Bíblia diz:
"Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram"
(Romanos 5: 12)
Quem, pois, deixou de ouvir um pai ou uma mãe dizerem:
'Não seja bobo meu filho! Se lhe atacarem, revide na hora!'
Ou:
'Não tragam desaforo para casa, meus filhos!'
Infelizmente, tais atitudes eram defendidas pelos escribas e fariseus, porque entendiam errado o que nosso SENHOR apresentou como mais uma antítese:
"Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente. 39 Eu, porém, vos digo..."
(Mateus 5: 38, 39a)
Ora, o grave erro dessa interpretação era permitir ao indivíduo o que pertencia, legitimamente, somente ao ESTADO: A autoridade para julgar as questões relacionadas à VIOLÊNCIA!
Vejamos tal erro no que está escrito:
"22 Se homens brigarem, e ferirem mulher grávida, e forem causa de que aborte, porém sem maior dano, aquele que feriu será obrigado a indenizar segundo o que lhe exigir o marido da mulher; e pagará como os JUÍZES lhe determinarem.
23 Mas, se houver dano grave, então, darás vida por vida,
24 olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé"
(Êxodo 21: 22-24)
Vemos, pois, que a legislação mosaica era administrada pelo ESTADO, e que cabia aos JUÍZES a justa decisão para cada situação!
E o princípio envolvido nessa legislação é o da justa RETRIBUIÇÃO, que quer dizer: A sentença deve corresponder ao mal praticado, a saber, "olho por olho"!
Então, vejamos a seguir tal princípio da JUSTA RETRIBUIÇÃO:
"15 Uma só testemunha não se levantará contra alguém por qualquer iniqüidade ou por qualquer pecado, seja qual for que cometer; pelo depoimento de duas ou três testemunhas, se estabelecerá o fato.
16 Quando se levantar testemunha falsa contra alguém, para o acusar de algum transvio,
17 então, os dois homens que tiverem a demanda se apresentarão perante o SENHOR, diante dos sacerdotes e dos juízes que houver naqueles dias.
18 Os juízes indagarão bem; se a testemunha for falsa e tiver testemunhado falsamente contra seu irmão,
19 far-lhe-eis como cuidou fazer a seu irmão; e, assim, exterminarás o mal do meio de ti;
20 para que os que ficarem o ouçam, e temam, e nunca mais tornem a fazer semelhante mal no meio de ti.
21 Não o olharás com piedade: vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé"
(Deuteronômio 19: 15-21)
Dessa maneira, a vingança [punição de uma pessoa por algo] pertence ao SENHOR, O qual, por Sua vez, autoriza o Estado a exercê-la, para que haja ordem e justiça no mundo!
Vejamos isso, como interpretação segura do Novo Testamento:
1) A Deus pertence a vingança:
"não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor"
(Romanos 12: 19)
2) O Estado é o agente legítimo que Deus usa para exercer vingança contra o malfeitor:
"1 Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas.
2 De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação.
3 Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela,
4 visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada (instrumento de morte); pois é MINISTRO DE DEUS VINGADOR, para castigar o que pratica o mal"
(Romanos 13: 1-4)
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Ora, a maior prova de que Deus deu ao ESTADO autoridade até para punir o malfeitor com a morte saiu dos lábios de nosso SENHOR JESUS!
Vejamos a seguir:
"Pilatos, ouvindo tal declaração, ainda mais atemorizado ficou,
9 e, tornando a entrar no pretório, perguntou a Jesus: Donde és tu? Mas Jesus não lhe deu resposta.
10 Então, Pilatos o advertiu: Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te crucificar?
11 Respondeu Jesus: Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada; por isso, quem me entregou a ti maior pecado tem" (João 19: 8-11)
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A quem, pois, pertence a VINGANÇA?
- Por que não convém ao homem, como indivíduo, julgar e punir aos que lhe causam danos?
Eis a notável resposta vinda da experiência de nosso SENHOR JESUS:
"22 o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca;
23 pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente" (1 Pedro 2: 22-23)
Ora, pela santa atitude de nosso SENHOR JESUS de deixar que Deus julgasse a Sua causa, a lição é a seguinte:
Quando uma pessoa sofre uma injustiça, ela ou seus familiares, não terão como julgar o infrator livres de ódio, ressentimento e com imparcialidade!
E se, pelo contrário, a vítima e ou seus familiares julgarem o infrator, será impossível se cumprir o que está determinado:
"Olho por olho, dente por dente"
Que terrível era a interpretação dos escribas e fariseus! Afinal, davam ao indivíduo o lugar que pertence somente a Deus e às Suas autoridades!
Na verdade, tais líderes deixavam de considerar o que está escrito:
"Não digas: Vingar-me-ei do mal; espera pelo SENHOR, e ele te livrará" (Provérbios 20: 22)
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Oh! Quanto ódio e injustiça temos cometido ao nos fazermos juízes!
Com isso, esquecemos o que está escrito:
"Um só é Legislador e Juiz, aquele que pode salvar e fazer perecer; tu, porém, quem és, que julgas o próximo?" (Tiago 4: 12)
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Então, o que devo fazer, uma vez que, sendo pecador, sou rápido para retaliar aos que me ofendem?
E como escaparei da justa condenação pela quebra da Lei de Deus, o Justo Juiz?
UMA coisa é necessária:
- CRER ser JESUS o único que foi odiado sem motivo, e, por isso, honrou a Lei de Deus de modo perfeito, tornando-se a Justiça de Deus, para salvar os pecadores!
- CRER que Deus ressuscitou a Jesus, fazendo-O sentar à Sua direita, no Seu trono de glória, como justa recompensa!
SIM! Quem assim crer, verá cumprido o que está escrito:
"9 Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
10 Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação"
(Romanos 10: 9-10)
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Pr. Jaime Marcelino